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P5 Mt1 Pr5 - Fibromialgia

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Dor | P5 Mt1 Pr5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
1 
 
Objetivos: 
1. Esquematizar a fibromialgia (epidemiologia, 
etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico); 
*questionário FIQ 
2. Citar os diagnósticos diferenciais da fibromialgia; 
3. Listar os tratamentos da fibromialgia (farmacológico 
e não farmacológico); 
4. Diferenciar fibromialgia e síndrome miofascial; 
5. Entender o quadro clínico e listar os tratamentos da 
síndrome miofascial (farmacológico e não 
farmacológico); 
6. Associar os efeitos psicossociais dos pacientes com 
fibromialgia. 
 
Esquematizar a fibromialgia (epidemiologia, etiologia, 
fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico); 
*questionário FIQ 
Epidemiologia 
Estima-se que a proporção de pacientes relatando 
sintomas que satisfaçam critérios para fibromialgia 
varia de 2 a 22%, em variados grupos étnicos, na 
população adulta. Acomete preferencialmente, mas 
não exclusivamente, mulheres, entre 35 e 60 anos de 
idade. 
• Acomete entre 2,5 e 4,4% da população. 
• Pode estar presente em crianças e 
adolescentes, com frequência entre 1,2 e 6,2%, 
não havendo diferenças entre meninos e 
meninas e em 71% dos casos, a coincidência 
com fibromialgia materna. 
• Associada ao sedentarismo. Um estudo 
demonstrou uma frequência de fibromialgia 
de apenas 0,15% entre atletas. 
Etiologia 
Não existe consenso quanto às causas específicas e 
patogênese da fibromialgia, porém, é bastante 
evidente que a fibromialgia envolva uma complexa 
interação entre fatores biológico e psicossociais. 
 
 
 
Fisiopatologia 
O emprego de técnicas Imuno-histoquímicas 
demonstrou atrofia muscular de fibras tipo II, presença 
de fibras reticulares, edema focal, aumento do 
conteúdo lipídico e do número de mitocôndrias. 
• igual, encontradas no sedentarismo. 
Essas alterações são interpretadas como consequentes 
a redução da microcirculação local, que acarreta 
hipóxia das fibras musculares, que culmina com a 
redução do teor energético do tecido muscular. 
Atualmente, acredita-se haver uma interação de 
fatores genéticos, ambientais, neuroendócrinos e 
neuropsicológicos que acometem o sistema muscular, 
o processamento sensorial central, a regulação do sono 
e a função mental. Todas essas alterações parecem ser 
igualmente dependentes do contexto biopsicossocial 
do paciente. 
O envolvimento do sistema nervoso central é 
reforçado pela fadiga, pelos distúrbios de humor 
(depressão e ansiedade) E pelas alterações do sono 
encontradas na maioria dos pacientes. 
Alguns autores descrevem a fibromialgia, como um 
distúrbio do controle da intensidade sensorial, visto 
que muitos pacientes exibem baixos limiares, ou 
hipersensibilidade, não somente a dor, mas também a 
vários estímulos como barulho, pressão, temperatura 
odores e luz. 
A diminuição do fluxo cerebral em áreas do cérebro 
envolvidas no controle da dor, como tálamo, núcleo 
caudado e teto pontinho, pode colaborar com a 
percepção amplificada das sensações, sobretudo a 
dolorosa. Pacientes com fibromialgia apresentam 
diminuição dos níveis de serotonina no soro e no 
líquido cefalorraquidiano (LCR). 
Pacientes com fibromialgia também apresentam 
diminuição dos níveis de norepinefrina e dopamina no 
LCR. Tanto a serotonina como a dopamina, e a 
norepinefrina tem ação antinoceptiva, principalmente 
das vias descendentes supramedulares. 
Dor | P5 Mt1 Pr5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
2 
 
Níveis de substâncias como a substância P, glutamato, 
fator de crescimento de nervo e fator neurotrófico 
derivado do cérebro, são responsáveis pelo aumento 
da percepção dolorosa e encontram-se elevados no 
LCR ou no cérebro de pacientes com fibromialgia. 
Isso justifica o porquê de indivíduos com essa condição 
ter a sensibilização do sistema nervoso central e não 
apresentarem boa resposta a terapias utilizadas em 
casos de dano ou inflamação tecidual, como os anti-
inflamatórios não hormonais, opióides, infiltração com 
corticosteroides ou procedimentos de cirúrgicos. 
A fibromialgia (FM) tem sido associada a estresse 
crônico, e fatores físicos ou emocionais atuam como 
fatores predisponentes, desencadeadores ou 
perpetuadores. Estudos recentes demonstraram que a 
personalidade perfeccionista, tão notável em 
pacientes com fibromialgia, tem importante papel na 
manutenção de níveis de estresse e dificuldade de lidar 
com problemas da vida diária e de saúde. 
O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) e o sistema 
nervoso autônomo (SNA) são os principais sistemas de 
resposta ao estresse nos pacientes com fibromialgia. A 
função alterada do SNA pode ser responsável por parte 
dos sintomas como a fadiga, a rigidez matinal, alguns 
dos distúrbios do sono, hipotensão ortostática, 
ansiedade, mãos frias, secura de mucosas e 
irritabilidade intestinal e vesical. Diversos estudos 
demonstraram que o eixo HHA apresentou uma 
resposta sustentada ao estresse, evidenciada 
principalmente por aumento do hormônio liberador de 
corticotropina. 
Quadro clínico 
O diagnóstico de FM baseia-se principalmente em 
manifestações clínicas típicas, que incluem: 
• Dor musculoesquelética difusa: manifestação 
cardinal da FM, deve envolver ambos os lados 
do corpo e estar presente acima e abaixo da 
cintura, por pelo menos 3 meses. Pode ser 
descrita como mialgia ou artralgia, além de ser 
relatado edema articular. É comum que 
pacientes queixem-se de agravamento pelo 
frio, umidade, mudança climática, tensão 
emocional ou por esforço físico 
• Fadiga: comumente apresentada ao acordar, 
quando os pacientes costumam sentir rigidez e 
sentem-se cansados, a despeito de terem 
dormido durante 8 a 10 h 
• Distúrbios do sono: a prevalência de 
anormalidades do sono é superior a 90% 
nesses pacientes. A gravidade desse distúrbio 
se correlaciona com a gravidade da dor, e vice-
versa, havendo um efeito cumulativo entre má 
qualidade do sono, dor e fadiga 
• Distúrbios cognitivos: incluem distúrbios de 
atenção e dificuldade de realizar tarefas que 
exijam rápido raciocínio 
• Sintomas psiquiátricos: depressão e 
ansiedade surgem em 62 a 86% dos pacientes 
e estão associadas à gravidade de sintomas na 
FM 
• Cefaleias: acontecem em mais de 50% dos 
pacientes e incluem migrânea e cefaleia 
tensional 
• Parestesias: comumente relatadas, incluem 
dormência, formigamento, queimação ou 
crepitações, especialmente em ambos os 
braços e nas pernas 
• Outros sintomas e distúrbios: esses pacientes 
podem apresentar uma variedade de sintomas 
inespecíficos, como dor abdominal, 
costocondrite, sintomas sugestivos de 
síndrome do intestino irritável (SII), dor 
pélvica, cistite intersticial ou síndrome da 
bexiga dolorosa. Mesmo sendo SII a síndrome 
mais comumente associada à FM, a doença do 
refluxo gastresofágico ainda é mais comum na 
FM em comparação à população geral. Esses 
pacientes também podem apresentar 
fenômeno de Raynaud sem que isso implique 
doença inflamatória. 
É frequente ouvir de diferentes pacientes que eles se 
sentem como se todo seu corpo estivesse “podre”. 
Diagnóstico 
“Interessantemente, em tempos de alta tecnologia, tudo que 
se requer para o diagnostico de fibromialgia é despender 
tempo adequado e suficiente com o paciente”. 
Exame físico – um dos achados mais típicos durante o 
exame físico desses pacientes é o padrão postural 
flexor típico. Doze dos dezoito tender points para a 
caracterização da fibromialgia se localizam em 
músculos eretores e outros dois, em articulações 
esternais, estruturas sobrecarregadas na posição 
fletida. 
O principal achado ao exame físico desse paciente 
consiste na sensibilidade dolorosa à palpação de locais 
conhecidos como tender points, os quais não 
necessariamente fazem parte do local central de dor 
do paciente, mas, ao serem estimulados, provocam 
sintomatologia dolorosa. 
Dor | P5 Mt1 Pr5 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
3É de extrema importância que o examinador saiba o 
local exato de palpação e a intensidade de pressão a se 
aplicar na área. Essa pressão deve ser de 4 kg/cm2, 
quantidade suficiente para esbranquiçar o leito 
ungueal do examinador. 
• Esses pacientes não costumam ser sensíveis em 
áreas de controle – região sobre o polegar, metade 
do antebraço, região frontal e linha média. 
• O exame neurológico pode revelar alterações 
mínimas motoras e de sensibilidade. 
Exames complementares: 
Não há achados laboratoriais ou radiográficos 
diagnósticos de FM, motivo pelo qual exames 
complementares devem ser realizados minimamente. 
Existe quadros sistêmicos com sintomas semelhantes, 
porém, terapêutica diferente. São esses 
principalmente a hiperparatireoidismo, a polimialgia 
reumática, demato/polimiosite, o parkinsonismo, a 
hipopotassemia, assim como o uso de derterminados 
fármacos (estatinas, bloqueadores de hidrogênio, 
corticoesteroides) ou substâncias ilícitas (cocaína e 
cânabis) 
Sugere a realização de provas de atividade 
inflamatória (velocidade de hemossedimentação 
[VSH], proteína C reativa, outros), dosagem de 
hormônios tireoidianos, avaliação do metabolismo 
ósseo com dosagem de cálcio, 25-OH vitamina D3, 
paratormônio, dosagem de potássio sérico, se 
detectada fraqueza muscular a CPK e aldolase. 
Critérios classificatórios: 
Foram criados para homogeneizar as populações para 
ensaios clínicos e para permitir a padronização como 
ferramentas diagnósticas. 
 
Critérios classificatórios propostos pelo American 
College of Rheumatology de 1990: 
O diagnóstico é feito de forma simples, com a 
combinação de dois critérios: 
• Sintomas de dor difusa com, pelo menos, 3 
meses de duração, ocorrendo acima e abaixo 
do quadril e afetando ambos os lados do corpo, 
além do esqueleto axial 
• Positividade em pelo menos 11 de 18 tender 
points previamente definidos. 
Assim, apresenta sensibilidade e especificidade 
maiores que 85%. 
Localização dos pontos sensíveis: (todos pares) 
• Sob o musculo esternomastoide inferior; 
• Próximo da segunda junção costocondral; 
• 2cm distais ao epicôndilo lateral; 
• Na proeminência do trocanter maior; 
• No coxim adiposo medial do joelho; 
• Inserção do musculo suboccipital; 
• Musculo trapézio superior médio; 
• Origem do musculo supraespinhal; 
• Quadrante superior externo da nádega. 
 
Critérios diagnósticos preliminares do American 
College of Rheumatology de 2010: 
Os critérios do American College of Rheumatology 
(ACR) de 2010 fornecem uma abordagem objetiva para 
o diagnóstico e a classificação e reconhecem a 
importância de sintomas somáticos e problemas 
cognitivos em pacientes com FM que não foram 
considerados nos critérios de 1990. 
1. Índice de dor generalizada (IDG): medida da 
quantidade de regiões dolorosas do corpo, 
previamente determinadas, em um total de 19 
regiões. 
2. Escala de Gravidade de Sintomas (ESS): 
incluem uma estimativa do grau de fadiga, 
sono não reparador, sintomas cognitivos e 
somáticos em geral. Esses sintomas são 
medidos em uma escala de 0 a 3 para resultar 
em um total de 0 a 12. Pode ser usada em uma 
avaliação longitudinal. 
Esses critérios foram modificados em 2011, resultando 
nos critérios finais, que apresentam sensibilidade de 
90,2% e especificidade de 89,5%. 
 
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4 
 
Critérios diagnósticos do American College of 
Rheumatology de 2016: 
Nessa proposta, houve alterações nos critérios 
propostos em 2010/2011, sendo as principais: 
• Diagnóstico se IDG ≥ 7 e ESS ≥ 5 ou IDG 4 a 6 e 
ESS ≥ 9 
• Adiciona um segundo critério de dor 
generalizada, definido como dor em pelo 
menos quatro de cinco regiões (membro 
superior esquerdo, membro superior direito, 
membro inferior esquerdo, membro inferior 
direito e axial) 
• Afirma que o diagnóstico de FM pode ser dado 
a despeito da ocorrência de outras 
comorbidades clínicas importantes 
• Adiciona a Escala de Sintomas de Fibromialgia 
como parte dos critérios. 
A Sociedade Brasileira de Reumatologia, em suas 
recomendações lançadas em 2016, orienta que a FM 
não deve ser considerada um diagnóstico de exclusão, 
sendo importante também ter em mente diagnósticos 
diferenciais. Além disso, os pontos dolorosos podem 
ser úteis no diagnóstico da FM quando avaliados em 
conjunto com outros distúrbios funcionais 
contemplados nos critérios de 2010. Sua contagem 
pode se correlacionar com a intensidade de alguns 
sintomas, particularmente de estresse emocional. A 
Sociedade recomendou, ainda, que a FM seja 
diagnosticada por meio da utilização dos critérios do 
ACR 2010, podendo-se associá-los aos critérios de 
1990 para maior acurácia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 93.1 - Critérios preliminares de fibromialgia 
elaborados pelo ACR em 2010. 
Critérios: 
Um paciente satisfaz os critérios diagnósticos para 
fibromialgia se as três condições a seguir forem 
encontradas: 
1.Índice de dor generalizada (IDG) ≥ 7 e Escala de 
Gravidade de Sintomas (ESS) ≥ 5 ou IDG 3 a 6 e ESS ≥ 
9 
2.Sintomas estão presentes em um nível similar por, 
pelo menos, 3 meses 
3. O paciente não apresenta outra condição que 
justifique os sintomas 
IDG 
Pontuar todas as regiões de dor (pontuação de 0 a 
19): 
1.Pescoço 
2.Mandíbula esquerda 
3.Mandíbula direita 
4.Cintura escapular esquerda 
5.Cintura escapular direita 
6.Braço esquerdo 
7.Braço direito 
8.Antebraço esquerdo 
9.Antebraço direito 
10.Tórax 
11.Abdome 
12.Coluna torácica 
13.Coluna lombar 
14.Quadril (nádega, trocanter) esquerdo 
15.Quadril (nádega, trocanter) direito 
16.Coxa esquerda 
17.Coxa direita 
18.Perna esquerda 
19.Perna direita 
ESS 
Para cada um dos sintomas descritos, indicar o nível 
de gravidade ao longo da última semana, usando a 
escala a seguir: 0 – sem problema; 1 – problemas 
mínimos a leves, geralmente intermitentes; 2 – 
problemas consideráveis, moderados e frequentes; 3 
– problemas graves que afetam continuamente a 
qualidade de vida. 
1.Fadiga (0 a 3) 
2.Sono não reparador (0 a 3) 
3.Sintomas cognitivos (0 a 3) 
Sintomas somáticos em geral 
1.Sem sintomas (0) 
2.Poucos sintomas (1) 
3.Sintomas moderados (2) 
4.Muito sintomático (3) 
 
 
 
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5 
 
Questionário FIQ 
O Questionário de Impacto na Fibromialgia (FIQ) avalia 
capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios 
psicológicos, sintomas físicos e dolorosos do paciente; 
quanto maior o impacto da doença, maior será o escore 
encontrado 
 
Citar os diagnósticos diferenciais da fibromialgia; 
Muitas patologias que fazem diagnóstico diferencial 
com FM podem também surgir concomitantemente a 
esse diagnóstico: 
• Síndrome da fadiga crônica: fadiga inexplicada, 
recorrente ou persistente nos últimos 6 meses 
• SII: desconforto abdominal afetado pela 
evacuação por 3 meses ou mais no último ano 
• Disfunção da articulação temporomandibular: 
dor facial ou em mandíbula, recorrente e/ou 
limitação da abertura da mandíbula 
• Vulvodinia: dor pélvica ou vaginal frequentes 
• Distúrbios psiquiátricos 
• Síndrome da dor miofascial 
• Distúrbios neurológicos, como esclerose 
múltipla, miastenia grave, neuropatias 
periféricas 
• Polimialgia reumática 
• Miopatias endócrinas e metabólicas 
• Doenças inflamatórias e autoimunes: a 
prevalência de FM está aumentada nos 
pacientes com artrite crônica; 34% dos 
pacientes com artrite reumatoide tinham dor 
difusa consistente com FM, segundo o estudo 
de Arnold et al., de 2012.2 
Listar os tratamentos da fibromialgia (farmacológico e 
não farmacológico); 
O tratamento da FM ainda tem mostrado resultados 
limitados, com melhora pouco significativa. Cerca de 
50% dos pacientes apresentam alguma melhora e 
apenas 3% mostram remissão completa do quadro. 
Para um manejo adequado, é essencial combinar 
medidas não farmacológicase farmacológicas, 
objetivando sempre menores intensidade e frequência 
de sintomas. 
Tratamento não farmacológico 
• Educação do paciente: quanto à doença, sua 
natureza e benignidade. Além disso, orientar 
quanto às opções terapêuticas, à higiene do 
sono, aos efeitos adversos de um sono ruim 
sobre a dor e à importância de tratar 
comorbidades capazes de contribuir para os 
sintomas, como os distúrbios de humor. 
Quando possível, incluir familiares nas 
orientações 
• Programa de exercícios regular, incluindo 
condicionamento aeróbico e alongamento, 
com incremento na intensidade do exercício a 
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6 
 
ser feito de maneira progressiva. Orientar que 
é possível haver piora da mialgia ao iniciar, mas 
que essas queixas melhorarão com a 
continuação das atividades. As opções mais 
bem-sucedidas são atividades aeróbicas de 
baixo impacto, como andar rápido, bicicleta, 
natação e hidroginástica 
• Tratamento psicológico: principalmente a 
terapia cognitivo-comportamental 
• Terapias alternativas: ioga, acupuntura, 
massagens terapêuticas. 
Tratamento farmacológico 
A terapia medicamentosa deve ser iniciada para 
sintomas que não responderam adequadamente às 
medidas não farmacológicas. As medicações mais bem 
estudadas e com efeitos mais consistentes são os 
antidepressivos [tricíclicos e inibidores da recaptação 
de serotonina e norepinefrina (IRSN)] e alguns 
anticonvulsivantes. Em geral, o tratamento inicial deve 
ser feito com tricíclico em dose baixa, com aumento 
progressivo da dose da medicação. Caso, após 3 meses, 
não haja resposta ideal, deve-se propor uma 
combinação de medicamentos, idealmente de classes 
diferentes para que se aproveite o benefício de 
mecanismos distintos. 
Antidepressivos tricíclicos 
De preferência a amitriptilina, com doses de 10 a 50 
mg/dia, a ser fornecida 2 h antes de dormir. Não são 
usadas doses maiores pelos efeitos adversos inerentes 
à classe, como boca seca, constipação intestinal, 
retenção hídrica, ganho de peso e dificuldade de 
concentração. 
Ciclobenzaprina 
Pode ser usada como medicação inicial em pacientes 
com sintomas leves a moderados como alternativa à 
amitriptilina. Ambas têm estrutura tricíclica 
semelhante, porém a ciclobenzaprina apresenta pouco 
efeito antidepressivo. Iniciar com dose de 5 a 10 mg à 
noite, podendo chegar a doses de 40 mg/dia. 
Inibidor de recaptação de serotonina e norepinefrina 
Boa opção para pacientes com fadiga grave, sendo 
usado pela manhã. A duloxetina é preferível em 
pacientes que necessitam de tratamento conjunto 
para depressão, com dose inicial de 30 mg/dia até 60 
mg/dia. Outra opção é a milnaciprana (dose inicial de 
até 100 mg 2 vezes/dia). Efeitos adversos incluem 
cefaleia, constipação intestinal e náuseas. 
 
Anticonvulsivantes 
Boa opção para pacientes com maior intensidade de 
distúrbios de sono, podendo-se utilizar pregabalina ou 
gabapentina (menos eficaz, porém com menor custo). 
Ambos são moduladores de canais de cálcio alfa-
2/delta ligante, que modulam o influxo de cálcio nos 
canais iônicos ativados por voltagem e promovem, 
assim, efeito analgésico. A dose inicial da pregabalina é 
de 50 a 75 mg à noite até 300 a 450 mg/dia, se 
necessário. Já para a gabapentina, a dose inicial é de 
300 mg 2 vezes/dia, atingindo a dose terapêutica 
progressivamente de 1.200 a 2.400 mg/dia. Efeitos 
adversos incluem tontura, sedação e ganho de peso. 
Inibidores seletivos de recaptação de serotonina 
Há pouca evidência sobre os efeitos dessa classe no 
tratamento de FM, não se mostrando melhores que 
placebo para dor, fadiga ou distúrbios do sono. Porém, 
podem ser considerados para tratamento de 
depressão nesses pacientes. 
Analgésicos 
Não há evidência que demonstre benefício com uso 
de analgésicos simples, anti-inflamatórios não 
esteroides ou opioides para tratamento da FM. A 
exceção é o tramadol, que está indicado por 
apresentar ação analgésica mi-opioide e por sua ação 
na recaptação de neurotransmissores. 
PROGNÓSTICO 
A maioria dos pacientes com FM continua a apresentar 
dor crônica e fadiga ao longo dos anos, 
independentemente da terapêutica usada. Contudo, é 
notável que esses pacientes se tornam capazes de levar 
uma vida próxima da normalidade, inclusive 
trabalhando em carga horária cheia, com pouca 
interferência da doença em suas atividades diárias. 
Diferenciar fibromialgia e síndrome miofascial; 
A síndrome da dor miofascial não deve ser confundida 
com fibromialgia, que apresenta sintomas 
semelhantes. Uma vez que a fibromialgia é uma 
condição crônica que causa dor e sensibilidade em 
todo o corpo – não apenas em áreas específicas – e não 
inclui pontos-gatilho. 
É causada por um estresse anormal sobre os músculos, 
é uma condição de dor crônica que afeta as fáscias do 
tecido conjuntivo que recobre as estruturas do 
organismo, tende ocorrer em pontos de gatilho, 
permanece geralmente localizada. É frequentemente 
causada por tensão e espasmo ou fadiga muscular, 
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7 
 
principalmente os músculos mastigatórios, o ranger 
dos dentes, o bruxismo, estão relacionados com a dor 
miofascial, e pode provocar terríveis dores de cabeça. 
Lesão do chicote – pode então surgir a dor miofascial. 
Entender o quadro clínico e listar os tratamentos da 
síndrome miofascial (farmacológico e não 
farmacológico); 
Esse distúrbio é a doença mais comum que afeta a 
região temporomandibular. É mais frequente em 
mulheres e tem distribuição de idade bimodal, no início 
da terceira década de vida e por volta da menopausa. 
No músculo afetado, tanto a dor como os pontos de 
gatilho (que causam dor referida) podem resultar de 
comportamentos parafuncionais como bruxismo 
(apertar e ranger dos dentes), que é visto como duas 
entidades distintas: bruxismo durante o sono ou 
desperto, cada um com etiologias diferentes. 
A síndrome da dor miofascial não está limitada aos 
músculos da mastigação. Pode acontecer em 
qualquer local do corpo, porém mais comumente 
envolve os músculos do pescoço, ombros e costas. 
Os sintomas incluem dor e sensibilidade dos músculos 
mastigatórios e, com frequência, há dor e limitação dos 
movimentos excursivos mandibulares. Bruxismo 
noturno e respiração irregular durante o sono (como 
apneia obstrutiva do sono e síndrome de resistência 
das vias respiratórias superiores) estão associados à 
cefaleia que é mais grave ao despertar e diminui 
gradualmente ao longo do dia. Essa dor deve ser 
diferenciada da arterite de células gigantes. Sintomas 
diurnos, incluindo fadiga dos músculos da mandíbula, 
dor mandibular e cefaleias, geralmente pioram se o 
comportamento parafuncional continuar ao longo do 
dia. 
A mandíbula desvia ao abrir a boca, mas, geralmente, 
não tão repentinamente ou sempre no mesmo ponto 
da abertura, como ocorre na desestabilização interna 
da articulação temporomandibular. Exercendo pressão 
leve sobre o dente anterior inferior, o examinador 
pode alongar os músculos afetados e, portanto, ajudar 
o paciente a abrir a boca 1 a 3 mm além da abertura 
máxima sem assistência 
Qual é o quadro clínico? Como consequência, surge a 
dor – constante, em peso ou queimação, mal 
localizada, regional ou referida, a qual pode vir 
acompanhada de diminuição de amplitude de 
movimento articular, tensão muscular, paresia, 
disestesias e paniculose. 
Tratamento da síndrome miofascial 
• Analgésicos moderados; 
• Aparelhos orais; 
• Possível uso temporário de ansiolítico ou 
ciclobenzaprina na hora de dormir; 
• Analgésicos; 
• AINEs – casos agudos; 
• Neurolépticos; 
• Injeções em pontos-gatilho e outras 
modalidades de fisioterapia e terapia 
comportamental. 
o Inativação do ponto gatilho; 
o Agulhamento seco; 
o Agulhamento e infiltração do ponto 
gatilho; 
o Dessensibilização segmentar; 
o Exercícios terapêuticos.Associar os efeitos psicossociais dos pacientes com 
fibromialgia. 
A fadiga constante também gera isolamento de 
atividades, ansiedade, falta de energia, sentimento de 
culpa e muitos outros sintomas que desencadeiam a 
depressão. 
Referências: 
Tratado de clínica medica 3ª ed - Antônio Carlos Lopes 
https://www.msdmanuals.com/pt-
br/profissional/dist%C3%BArbios-
odontol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-
temporomandibulares/s%C3%ADndrome-da-dor-
miofascial 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-odontol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-temporomandibulares/s%C3%ADndrome-da-dor-miofascial
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