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DIREITO CONSTITUCIONAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO
Sentido Sociológico: Ferdinand Lassalle. Constituição é a soma dos fatores reais de poder. Existe no Estado uma Constituição real e efetiva e uma escrita (folha de papel).
Sentido Político: Carl Schmitt. Constituição é uma decisão política. Há diferença entre Constituição e leis constitucionais. As últimas se sujeitam às primeiras, pois apenas têm forma de Constituição.
Sentido Jurídico: Hans Kelsen. A Constituição é a lei suprema do Estado, o fundamento de validade do ordenamento jurídico. É concebida no campo lógico-jurídico e no jurídico-positivo. No primeiro, busca alicerce na norma fundamental. No segundo, a própria Constituição sustenta o ordenamento jurídico.
Sentido Material: A Constituição apenas trata de assuntos essenciais, fundamentais para a existência do Estado. Pode ter a forma escrita ou não escrita.
Sentido Formal: A Constituição é um documento solene dedicado à organização do Estado. Pode conter qualquer assunto.
Sentido Pós-positivista: A Constituição é a lei suprema do Estado, mas não pode ser apenas “norma pura”, porque deve apresentar correspondência com a realidade, deve equilibrar direito e justiça; norma jurídica e ética.
Força normativa da Constituição: Konrad Hesse. A Constituição tem valor normativo, validade jurídica e, por isso é capaz de fixar ordem e conformação à realidade política e social.
Sentido Culturalista: Trata-se uma Constituição Total, influenciada por questões sociológicas, políticas, filosóficas e jurídicas.
CLASSIFICAÇÕES 
Quanto ao conteúdo: Material: só trata de matérias tipicamente constitucionais. Formal: trata de assuntos variados, mas todos constam do mesmo documento solene.
Quanto à forma: Escrita: organizada em um documento solene de organização do Estado. Não-escrita: encontrada em leis esparsas, costumes, jurisprudências.
Quanto ao modo de elaboração: Dogmática: feita por um órgão constituinte que reuniu os dogmas de estruturação do Estado em um único documento. Histórica: fruto da lenta evolução histórica de um povo, por isso encontrada em variados documentos.
Quanto à extensão: Analítica: trata de assuntos diversos, por isso o texto é extenso. Sintética: só trata de assuntos fundamentais para a existência do Estado, por isso seu texto é conciso.
Quanto à finalidade: Garantia: tem o propósito de apenas limitar poderes e organizar a estrutura mínima do Estado. Dirigente: tem a finalidade de dirigir o Estado acerca de variados assuntos. Cria programas para o legislador ordinário. 
Quanto à origem: Outorgada: imposta ao povo. Promulgada: feita por representantes do povo. Cesarista: submetida à consulta popular. Pactuada: fruto do acordo entre duas ou mais forças políticas.
Quanto à estabilidade: Imutável: não admite atualizações. Rígida: é atualizada por meio de processo legislativo mais rigoroso que o da lei. Flexível: é atualizada da mesma forma que a lei comum. Semirrígida: tem dois procedimentos de modificação: um mais rígido que a lei e outro igual.
Quanto à correspondência com a realidade: Semântica: não tem valor jurídico, é apenas instrumento de legitimação de poder. Nominal: embora tenha valor jurídico, ainda não apresenta completa correspondência com a realidade. Normativa: legitimamente criada e guarda correspondência com a realidade.
Quanto à ideologia: Ortodoxa: admite apenas uma ideologia. Eclética: admite ideologias opostas.
Quanto à origem da decretação: Autoconstituição: criada por órgão constituinte do próprio Estado. Heteroconstituição: Criada por órgão constituinte de outro Estado ou por órgão internacional.
Quanto ao objeto Liberal: pautada na liberdade individual e na proibição de agir para o Estado. Social: pautada na igualdade e na obrigatoriedade de que o Estado desenvolva políticas públicas em defesa dos hipossuficientes.
Quanto ao sistema: Principiológica: contém normas de alta abstração, enumera valores que precisam ser perqueridos pelo Estado. Preceitual: prima por regras jurídicas e não por princípios jurídicos.
PODER CONSTITUINTE
Poder Constituinte é a manifestação da vontade política soberana de um povo, que está organizado juridicamente e socialmente. É o poder utilizado para criar uma Constituição e para atualizar os seus dispositivos.
A titularidade do poder constituinte é do povo, mas seu exercício é dos representantes do povo, escolhidos democraticamente ou não.
Para a doutrina clássica, há duas espécies de poder constituinte: originário e derivado.
O Poder Constituinte Originário é o cria a Constituição. Suas principais características são: ilimitado, incondicionado, insubordinado, inicial, autônomo, permanente.
O Poder Constituinte Derivado atualiza a Constituição Federal ou cria a Constituição Estadual. Divide-se em Reformador, Revisor e Decorrente.
O Poder Derivado Reformador atualiza a Constituição Federal por meio de emendas.
Apenas o Presidente da República; um terço da Câmara ou do Senado; mais da metade das Assembleias
Legislativas, cada uma representada por sua maioria relativa, podem iniciar o processo legislativo das emendas.
A PEC deve ser votada em dois turnos em cada Casa do Congresso Nacional. O Quórum exigido para aprovação é o de 3/5. Uma vez aprovada, segue para promulgação feita pela Mesa da Câmara e pela Mesa do Senado.
A Constituição não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa, estado de sítio ou de intervenção federal.
Matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Emenda não pode abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação de Poderes; os direitos e garantias individuais. Esses assuntos são denominados cláusulas pétreas.
Poder Constituinte Derivado Decorrente é o que cria a Constituição Estadual.
Poder Constituinte Derivado Revisor teve o propósito de atualizar a Constituição Federal por meio de processo legislativo simplificado (sessão unicameral do Congresso Nacional; quórum de maioria absoluta).
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Eficácia plena: Autoaplicáveis, não-restringíveis e aplicabilidade direta, imediata e integral.
Eficácia Contida: Autoaplicáveis, restringíveis e aplicabilidade direta, imediata e possivelmente não-integral.
Eficácia limitada: Não-autoaplicáveis e aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. Tipos: Princípios institutivos ou organizativos e normas programáticas. Efeito vinculativo e negativo. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Princípio (são mais abstratos) x Regra (são mais concretas). Ambos são espécies de normas.
Conflitos entre princípios se resolve pela harmonização e ponderação, já o conflito entre regras é solucionado pela lógica do “tudo ou nada”.
Os princípios fundamentais estão previstos no art. 1 ao 4 da CF.
Art. 1 > Fundamentos da RFB
Art. 2 > Separação de Poderes
Art. 3 > Objetivos Fundamentais da RFB
Art. 4 > Princípios das Relações Internacionais
*Princípios Constitucionais podem se dividir em político-constitucionais (princípios fundamentais) e princípios jurídico-constitucional.
Art.1º Fundamentos da RFB > (SO-CI-DI-VA-PLU)
Soberania; Cidadania; Dignidade da Pessoa Humana; Os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa; Pluralismo Político.
República (forma de governo); Federativa (forma de Estado); Democracia Semidireta.
1- Dignidade da Pessoa Humana > valor fonte do ordenamento jurídico.
2- Pluralismo Político > dupla acepção, pois está relacionado ao multipartidarismo (diferentes ideologias) e liberdade de expressão. 
3- Soberania > atributo do Estado Brasileiro.
4- Cidadania > pleno gozo dos direitos políticos (direito de votar e ser votado).
5- Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa > todo o trabalho tem o seu valor social. Há liberdade de mercado, liberdade profissional.
Forma de Estado > distribuição territorial do poder Político.
A- Estado Unitário, o poder político é concentrado (Portugal).
B- Estado Federal, o poder político é descentralizado, com entes federativos dotados de autonomiapolítica (Brasil).
Forma de Governo > relação entre governantes e governados
A- República, o governante é eleito, mandato temporário, governante tem responsabilidade (prestar contas).
B- Monarquia, poder político hereditário, mandato vitalício, os governantes não têm responsabilidade.
Regime Político
A- Democracia Semidireta.
Art.2º Princípio da Separação de Poderes > São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
*Filósofos John Locke/ Monstesquieu
A separação na RFB não é rígida, porque cada poder exerce suas funções típicas e funções atípicas.
Poder político é uno/indivisível.
Independência dos poderes não são absolutas, pois há um sistema de “freios e contrapesos” (controles recíprocos entre os poderes).
Harmonia entre os poderes são cooperação entre os poderes.
Art. 3º (rol exemplificativo/não exaustivo Objetivos Fundamentais da RFB
Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional; Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º Princípios das Relações Internacionais.
Independência nacional (Não é Absoluto); Prevalência dos direitos humanos; Autodeterminação dos povos; Não-intervenção (Não é Absoluto); Igualdade entre os Estados; Defesa da paz; Solução pacífica dos conflitos; Repúdio ao terrorismo e ao racismo; Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; Concessão de asilo político (é diferente de refúgio. O asilo é concedido a uma pessoa, pois está sofrendo perseguição política. O asilo é ato discricionário e não vinculado).
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Direitos do homem, são direitos naturais.
Direitos fundamentais, positivados em um ordenamento jurídico.
Direitos humanos, positivados em tratados internacionais.
Garantias fundamentais, instrumentos constitucionais para exercer os direitos fundamentais.
DIMENSÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
1ºGERAÇÃO, Liberdade, impõem ao Estado um dever de abstenção, direitos civis e políticos.
2ºGERAÇÃO, Igualdade, impõem ao Estado um dever de abstenção, direitos sociais, econômicos e culturais.
3ºGERAÇÃO, Fraternidade, direitos difusos e coletivos. 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Universalidade, comum a todos os seres humanos.
Historicidade, decorrente de um processo de formação, são mutávies
Indivisibilidade, são indivisíveis
Inalienabilidade, são intransferíveis e inegociáveis
Imprescritibilidade, não se perde com o tempo
Irrenunciabilidade, titular não pode deles dispor
Relatividade/Limitabilidade, não há direitos fundamentais absolutos
Complementariedade, devem ser interpretados conjuntamente
Concorrência, mesmo titular exerce vários ao mesmo tempo
Efetividade, Poder público deve efetivar
Proibição do Retrocesso, não podem ser enfraquecidos ou suprimidos
Dimensão subjetiva, exigíveis perante o Estado
Dimensão objetiva, enunciado dotado de carga valorativa, se irradia pelo ordenamento jurídico.
EFICÁCIA HORIZONTAL (relação entre particulares).
Teoria da eficácia indireta e mediata, se aplicam de forma indireta, por meio de cláusulas.
Teoria da eficácia direta e mediata, incidi diretamente, adotada pelo STF
DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais é o gênero, do qual se subdivide em direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos e direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.
ART.5º
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; (recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse caso, poderá haver a perda de direitos políticos, na forma do art. 15, IV, da Constituição). Norma de eficácia contida (o legislador pode restringir tal garantia).
XI - O ingresso na “casa” de um indivíduo poderá ocorrer nas seguintes situações: a) Com o consentimento do morador; b) Sem o consentimento do morador, sob ordem judicial, apenas durante o dia. Perceba que, mesmo com ordem judicial, não é possível o ingresso na casa do indivíduo durante o período noturno; c) A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro. O conceito de “dia”, que vai das 5h até as 21h.
XII - lei ou decisão judicial também possam estabelecer hipóteses de interceptação das correspondências e das comunicações telegráficas e de dados, sempre que a norma constitucional esteja sendo usada para acobertar a prática de ilícitos. Interceptação das comunicações telefônicas se dá somente por determinação do Poder Judiciário.
XVI – o direito de reunião é protegido por mandado de segurança e não HC.
Não há direito adquirido contra> normas constitucionais originárias, mudança do padrão da moeda, criação ou aumento de tributos e mudança de regime estatutário.
OBS> é possível a ampliação do legislador ordinário para o tribunal do júri.
Crimes
	Imprescritíveis> racismo e ação de grupos armados, civis ou militares contra a ordem constitucional e o estado democrático.
	Inafiançáveis>racismo; tortura; tráfico ilícito; terrorismo; hediondos; ação de grupos armados.
	Insuscetíveis da graça ou anistia> 3T+hediondos.
Penas Vedadas> morte, salvo em caso de guerra declarada, caráter perpétuo, trabalhos forçados, banimentos (não se confunde com expulsão de estrangeiro) e cruéis.
Penas Admitidas> PPL; PRD; perda de bens; multa; prestação social alternativa e suspensão ou interdição de direitos.
XXXIII e XXXIV cabe MS.
HABEAS CORPUS
Caráter preventivo ou repressivo>Sim; Finalidade Proteger a liberdade de locomoção; Legitimados ativos>Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira. Só pode ser impetrado a favor de pessoa natural, jamais de pessoa jurídica; Legitimados passivos>Autoridade pública e pessoa privada; Natureza Penal; Isenção de custas Sim; Medida liminar Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Observações>Penas de multa, de suspensão de direitos políticos, bem como disciplinares não resultam em cerceamento da liberdade de locomoção. Por isso, não cabe “habeas corpus” para impugná-las
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL
Caráter preventivo ou repressivo> Sim; Finalidade>Proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data” Legitimados ativos> Todas as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas por lei como detentoras de capacidade processual, alguns órgãos públicos e o Ministério Público; Legitimados passivos> Poder público e particulares no exercício da função pública; Natureza> Civil; Isento de custas> Não; Medida liminar> Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora”, mas há exceções.
Direito líquido e certo, segundo a doutrina, é aquele evidente de imediato, que não precisa de comprovação futura para ser reconhecido. A existência desse direito é impossível de ser negada. A Súmula 625 do STF que “controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”.
Prazo decadencial de 120 dias a contar do conhecimento oficial do fato
Tem reexame necessário.
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Caráter preventivo ou repressivo>Sim; Finalidade> Proteger direitos líquidos e certos coletivos ou individuais homogêneos, não amparados por HC ou HD (caráter residual); Legitimados ativos> Partido político com representação no Congresso Nacional; Organização sindical e entidade de classe; Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01 ano; Legitimados passivos> Autoridade pública ou agentede pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público; Natureza Civil; Não Isento de custas; Medida liminar> Possível, com pressupostos “fumus boni juris” e “periculum in mora” Observações Substituição processual A exigência de um ano de funcionamento aplica-se apenas às associações, jamais às organizações sindicais e entidades de classe. Portanto, uma entidade de classe que tenha apenas 6 meses de funcionamento poderá impetrar mandado de segurança coletivo.
MANDADO DE INJUNÇÃO
Finalidade> Suprir a falta de norma regulamentadora, que torne inviável o exercício de direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; Legitimados ativos> Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira; Legitimados passivos> Autoridade que se omitiu quanto à proposição da lei; Natureza Civil; Não Isento de custas; Medida liminar> Não; Observações> Pressupostos para cabimento: a) falta de regulamentação de norma constitucional programática propriamente dita ou que defina princípios institutivos ou organizativos de natureza impositiva; b) nexo de causalidade entre a omissão do legislador e a impossibilidade de exercício de um direito ou liberdade constitucional ou prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania e c) o decurso de prazo razoável para elaboração da norma regulamentadora.
Não cabe mandado de injunção: a) Se já houver norma regulamentadora; b) Se faltar norma regulamentadora de direito infraconstitucional; c) Se faltar regulamentação de medida provisória ainda não convertida em lei pelo Congresso Nacionalidade; d) Se não houver obrigatoriedade de regulamentação
HABEAS DATA
Finalidade> Proteger direito relativo à informação e retificação sobre a pessoa do impetrante constante de registros ou bancos de dados; Legitimados ativos> Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira; Legitimados passivos> Entidades governamentais ou pessoas jurídicas de caráter público que tenham registros ou bancos de dados, ou, ainda, pessoas jurídicas de direito privado detentoras de banco de dados de caráter público; Natureza Civil; Isento de custas; Medida liminar Não Observações> Destina-se a garantir o acesso a informações relativas à pessoa do impetrante, ou seja, do requerente, solicitante. Jamais para garantir acesso a informações de terceiros! Só pode ser impetrado diante da negativa da autoridade administrativa de garantir o acesso aos dados relativos ao impetrante. Sua impetração não se sujeita a decadência ou prescrição.
AÇÃO POPULAR
Natureza coletiva; anular ato lesivo ao patrimônio público, moralidade administrativa, meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural; legitimado ativo> cidadão que esteja no gozo dos direitos civis e políticos; MP não possui legitimidade para intentar; não há foro por prerrogativa de função; sentença que julga improcedente está sujeita ao reexame necessário; isento de custas processuais, salvo se comprovada má-fé. 
DIREITOS SOCIAIS
Princípios> Reserva do possível (demonstração objetiva); Mínimo existencial; Vedação ao retrocesso.
DIREITOS POLÍTCIOS
Inelegibilidade> chefes do executivo só podem exercer 2 mandatos executivos. Essa regra vale para o vice. Na eleição subsequente não podem se candidatar como vice. Os Vices, reeleitos ou não, poderão se candidatar ao cargo do titular na eleição seguinte, mesmo que o tenham substituído no curso do mandato. É inelegível para o 3 mandato, ainda que o prefeito se candidate em outro município. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito, essa é a famosa “desincompatibilização”. O legislativo não segue essa regra. 
Inelegibilidades> absolutas> Inalistáveis; Analfabetos
Relativas> Reeleição p/cargo do poder executivo apenas para um único período; Inelegibilidade reflexa; Condição de militar; outras inelegibilidades estabelecidas em lei complementar (ex: lei de ficha limpa).
Perda e suspensão dos direitos políticos 
Perda (definitivo); prazo indeterminado; reaquisição dos direitos políticos não é automática; para doutrina (Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII)
Suspensão (temporário); prazo determinado ou indeterminado; reaquisição é automática; para a doutrina (Incapacidade civil absoluta; Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º)
CF aboliu a cassação dos direitos políticos.
Partidos políticos: natureza Jurídica> PJ de direito privado. Plena a liberdade de criação dos partidos políticos. Não pode haver vinculação com o governo ou entidade estrangeira. Partido político tem que ter repercussão em todo o país. Autonomia partidária assegurada no § 1º do art. 17 visa impedir qualquer controle do Estado sobre os partidos políticos. Aquisição de personalidade jurídica se dá conforme o código Civil e lei dos registros públicos. 
Aquisição da personalidade>Registro dos atos constitutivos em cartório
Aquisição da capacidade política>Registro do estatuto no TSE
Preceitos>Caráter nacional; proibição de recebimento de recursos de entidade ou governo estrangeiros; prestação de contas à justiça eleitoral; funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
CLÁUSULA DE BARREIRA
Somente implementada em 2030. Conceito>Partidos com pouca ou nenhuma representatividade (baixa “performance eleitoral”) deixem de ter direito aos recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão. Os partidos políticos que não cumprirem a “cláusula de barreira” não serão automaticamente extintos. Eles poderão continuar existindo, mas não receberão recursos do fundo partidário, tampouco terão o “direito de antena”.
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
O ESTADO
Unitário>centralização política do poder. 
Federação>descentralização política do poder. Entes autônomos. União indissolúvel. Não há subordinação entre os entes. Entes: União, Estados, DF e Municípios.
Características da Federação> auto-organização (se organizam por meio de sua lei maior (CF, CE ou Leio orgânica). Autolegislação (capacidade para elaborar as próprias leis). Autoadministração (exerce atribuições de natureza administrativa, tributária e orçamentária). Autogoverno (elegem seus próprios representantes). 
Repartição constitucional de competências; indissolubilidade do vínculo federativo; nacionalidade única; rigidez constitucional; mecanismo de intervenção; tribunal federativo; participação dos entes federativos na formação de vontade nacional (senado federal). 
Classificação da Federação
	Quanto à origem> agregação (reunião de estados preexistentes. Movimento centrípeto (direcionado ao centro)). Segregação/desagregação (estado que antes era unitário. Movimento centrífugo (direcionado para fora)).
	Quanto à concentração de poder> centrípeta (concentração do poder no centro. Brasil). Centrífuga (entidades regionais detêm maio poder. EUA).
	Quanto ao enriquecimento das desigualdades> simétrica (distribuição igual de competências e receitas). Assimétricas (reduzir desigualdades. BR).
	Quanto à repartição de competências> dual/clássica (cada ente tem a sua competência e não se comunica com os demais). Cooperativa/neoclássica (os entes exercem competências em conjunto).
Federação brasileira> p/ doutrina é de 3ºgrau. Soberania é atributo da RFB. No plano internacional, a União representa a RFB. Brasília é a capital federal. 
União> PJ de direito público interno. Autonomia. Competência legislativa e administrativa. Pode editar leis nacionais (CP) ou leis federais (8.112).
Estados> PJ de direito público interno. Autonomia política. Ente autônomo. Na auto-organização e autolegislação deve observar: princípios constitucionais sensíveis, princípios constitucionais extensíveis (normas de organização) e princípios constitucionais estabelecidos. Poderlegislativo unicameral (assembleia legislativa. Deputados estaduais com mandatos de 4 anos). Poder executivo (subsídios do Governador e Vice é fixado por lei a partir de projeto da assembleia, sujeito a veto do Governador). Poder Judiciário (estado organiza sua justiça. Lei de organização judiciária de iniciativa do TJ. Poderão criar justiça militar). LC estadual, pode instituir regiões metropolitanas, microrregiões e aglomerações urbanas. 
DF> P/ STF é um ente federativo com autonomia parcialmente tutelada pela União. Autônomo. Lei orgânica. Competência legislativa do Estado e do Município. Não há previsão constitucional para alteração dos seus limites territoriais. Não pode ser dividido em Municípios.
Municípios> autônomo. Lei orgânica. Não tem poder judiciário. Legislativo é unicameral. Auto-organização é limitado pela CF. 9 a 55 vereadores a depender dos habitantes. Julgamento do prefeito perante o TJ (p/ crimes da justiça estadual), salvo as hipóteses específicas. Prefeito e vice eleitos pelo sistema majoritário. Cidade com mais de 200mil eleitores terá 2 turnos. CF não outorgou foro especial p/ vereadores, contudo a CE poderá fazer. Vereadores gozam de inviolabilidade por suas opiniões, palavras ou votos no exercício do mandato e na circunscrição do município. A Constituição Estadual não pode versar sobre a organização municipal, sob pena de violar o pacto federativo.
Territórios Federais> integram a União. São chamados de autarquias territoriais. Não são entes federativos. Não possuem autonomia política. Poderão ser criados por LC. Poderão ser divididos em municípios. Chefe do executivo é o governador (escolhido pelo Presidente da República após aprovado pelo Senado Federal). As contas são submetidas ao CN com parecer prévio do TC. Poder legislativo (câmera territorial, 4 deputados federias, SEM senador, controle externo é exercido pelo CN com auxílio do TC). Poder Judiciário e defensoria, organizados e mantidos pela União (TJDFT e MPDFT). + de 100mil habitantes haverá: órgãos judiciários de 1 e 2 instâncias, MP e defensores federais.
Formação dos Estados> requisitos (plebiscito às populações diretamente interessadas, consulta opinativa das assembleias legislativas e LC pelo CN). Modalidades> fusão (A+B:C), incorporação (A se incorpora ao B e o B continua existindo), subdivisão ou cisão (A se divide e nasce B e C), desmembramento-anexação (cede parte do território para ser incorporado a outro), desmembramento-formação (cede parte do seu território para formam um novo). 
Formação dos municípios> requisitos (LC federal, estudo de viabilidade municipal, plebiscito e lei ordinária estadual). Modalidades (criação, incorporação, fusão e desmembramento).
Vedações federativas> art.19 CF.
Bens públicos> União, art.20, CF, Estados, art.26, CF.
Intervenção Federal> mecanismo de supressão temporária da autonomia política de um ente federativo, típico de um Estado federal, utilizado quando o princípio federativo estiver em risco. Competência para decretar (chefe do executivo). Intervenção espontânea (presidente age de ofício> art.34, I, II, III, V, CF). Intervenção provocada (depende de provocação> art.34, IV, VI, VII, CF). 
Intervenção Estadual> Estados intervém em municípios e União em municípios situados em território. É medida excepcional. Rol taxativo do art.35, CF. Compete ao Governador do Estado. No inciso IV, a representação é formulada pelo PGJ.
Controle político na intervenção> chefe do executivo editara decreto interventivo, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e, se couber, nomeará o interventor. Apreciação do decreto feita pelo CN ou assembleia no prazo de 24h. Em caso de negativa, cessa a intervenção. O controle político do Poder Legislativo está dispensado nas seguintes situações: Intervenção federal para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; Intervenção federal em caso de afronta aos princípios sensíveis da Constituição.
Repartição de Competências> elemento fundamental da federação. Objetivo é dividir o poder político, federalismo equilibrado. Princípio da predominância do interesse e princípio da subsidiariedade. Repartição horizontal (constituição outorga competência) repartição vertical (as competências são exercidas em conjunto), CF/88, adotou as duas. 
Competências exclusivas (indelegáveis e administrativas) e privativas (delegáveis e legislativas) da união> art.21 exclusivas. Art.22 privativa. (Obs.: É competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo). Comum: art.23> natureza administrativa. Comum a todos os entes federativos. Legislativa concorrente: art.24. União (normas gerais) Estados e DF (competência suplementar). Competência concorrente não cumulativa. Competência suplementar: Complementar (Existência de lei federal geral; Edição de leis específicas). Supletiva (Ausência de lei federal geral Edição tanto de normas gerais quanto de específicas).
Competências dos Estados e DF> Estado: competência residual/remanescente. Competências do Estado (art.25, 125, CF). Nem toda competência residual foi atribuída aos Estados (impostos residuais). 
Competências dos Municípios> competências materiais e legislativa. Art.30, CF. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conceito> Administração Pública em sentido amplo: abrange os órgãos que exercem função política e os órgãos e entidades que exercem funções administrativas. Administração Pública em sentido estrito: abrange apenas os órgãos e entidades que exercem funções administrativas. Administração Pública em sentido subjetivo: tem como foco os sujeitos que integram a Administração Pública. A pergunta que se deve responder: “quem são os sujeitos que integram a Administração Pública?”. Administração Pública em sentido objetivo: tem como foco as atividades relacionadas à função administrativa. A pergunta aqui é a seguinte: “qual função desempenhada. O regime Jurídico da Administração: é o conjunto de normas (princípios e regras) aos quais se submete a Administração Pública, o que engloba o regime de direito público e o regime de direito privado. Regime jurídico-administrativo: é o regime de direito público ao qual se submete a Administração Pública.
Agentes públicos>
Acesso aos cargos públicos: brasileiros (devem cumprir requisitos legais) estrangeiros (necessária lei autorizadora). 
Concurso público: prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos. Validade do concurso é definida pelo edital e será de até 2 anos prorrogáveis por igual período, a contagem é feita a partir da homologação. Concurso público deverá observar o princípio da legalidade no que tange as restrições. Contratação temporária: excepcional interesse público, temporariedade da contratação e hipóteses expressamente previstas em lei.
 
Cargo em comissão e função de confiança: função de confiança (exclusivamente por servidores ocupantes de cargos efetivos) cargo em comissão (livre nomeação e exoneração, podem ser preenchidos sem concurso público, mas a lei deve estabelecer percentuais mínimos a serem preenchidos por servidores de carreira). Ambos se destinam as atribuições de chefia e assessoramento.
 
Direitos sociais dos servidores públicos: livre associação sindical (vedada para convenção coletiva com a finalidade de fixar vencimentos dos servidores públicos), direito de greve, dentre outros previstos no 39, §3º, CF).
Remuneração dos servidores públicos: por meio de subsídios (fixado em parcela única, obrigatória para agentes políticos e servidores públicos de determinadas carreiras, 39, §4º, CF), vencimentos (remuneração em sentido estrito, servidores públicos, 41, 8.112/90) ou salários (empregados públicos e regime celetista). “§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadasao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo”. Teto remuneratório do funcionalismo público (ministro do STF), nos municípios (subsídio do Prefeito), estados e DF (executivo> governador; legislativo> deputado estadual; judiciário, MP, procuradores e defensores> desembargador do TJ). Subsídio do desembargador> limitado a 90,25% do ministro do STF, não se aplica aos magistrados estaduais e sim aos servidores. Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. 
Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas: regra geral: vedação acumulada remunerada. Exceções.: 37, XVI, 38, III, 95, p.ú., I, art. 125, § 5º, II, “d”, art. 142, § 3º, 42, §3º, todos da CF. O teto remuneratório deve observar isoladamente cada remuneração. CF estabelece percepções simultâneas de aposentadoria, exceto: cargos acumuláveis, cargos eletivos e cargos em comissão.
Servidores públicos e mandato eletivo: 38, CF. tempo de exercício será contado como tempo de serviço, exceto para promoção por merecimento. 
Regime jurídico dos servidores públicos: 39, CF. a lei que disciplina o regime deverá ser de iniciativa do chefe do executivo. Termo inicial para aquisição da estabilidade é a data da entrada no serviço. 41, CF, traz regras de estabilidade e perda do cargo. Reintegração: servidor estável demitido retorna ao cargo. Recondução, aproveitamento e disponibilidade. Disponibilidade: extinto o cargo ou declarada a desnecessidade o servidor ficará disponível. 
Estabilidade extraordinária: 19, ADCT. 
Regime previdenciário dos servidores públicos: 40, CF, RPPS. CF vedou a criação de novos regimes previdenciários, vedou a existência de mais de um regime próprio da previdência social, ex.: cada estado da federação dever ter um único RPPS. 
Administração Tributária: 37, XVIII, XXII, CF,
Contrato de Gestão: 37, §8º, CF. 
Obrigação de licitação: 37, XXI, 
Improbidade administrativa: 37, §4º, penalidades cabíveis: suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário.
Responsabilidade civil do Estado: 37, §6º, extracontratual, natureza civil, objetiva (independente de dolo ou culpa), adotado a teoria do risco administrativo, salvo, culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior e fato exclusivo de terceiro (são excludentes de culpabilidade), é assegurado o direito de regresso. Estado não responsabiliza por erro judicial, exceção.: quem ficar preso além do tempo. 
PODER EXECUTIVO
Funções> típicas: chefia de governo, chefia de estado e chefia da administração pública. Atípicas: legislativa (medida provisória, lei delegada e decreto autônomo) e julgamento (contencioso administrativo, não exerce função jurisdicional). 
Sistema de governo: presidencialismo (presidente exerce a função de chefe de estado e chefe de governo, inexistência de vínculo entre o legislativo, mandato por tempo determinado,) e parlamentarismo (chefe de estado e chefe de governo são pessoas diferentes, interdependência com o legislativo, mandato por prazo indeterminado).
Investidura e posse: requisitos: brasileiro nato, alistamento eleitoral, pelo gozo dos direitos políticos, mais de 35 anos de idade, não se enquadrar em nenhuma das hipóteses de inelegibilidades e possuir filiação partidária). Sistema majoritário de dois turnos. Havendo empate em segundo lugar, mais idoso irá para o 2 turno. Se antes de realizar o 2 turno houver morte, desistência ou impedimento legal, será chamado o 3º candidato mais votado. Permitido única reeleição subsequente.
Impedimento e vacância: impedimento (afastamento temporário, o vice substitui), vacância (afastamento definitivo, o vide sucede, hipóteses: não comparecimento dentro de 10 dias para a posse, exceto por motivo de força maior; morte, renúncia, perda, suspensão dos direitos políticos e perda da nacionalidade; condenação por crime de responsabilidade ou crime comum; ausência do país por mais de 15 dias sem anuência do CN; apenas o vice poderá suceder o presidente em caráter definitivo. Vacância do presidente e vice: nos 2 primeiros anos (eleições diretas após 90 dias depois de aberta última vaga) nos 2 últimos anos (eleições indiretas após 30 dias depois de aberta última vaga e realizada pelo CN). Mandato tampão (apenas completara o mandato dos antecessores). O STF considera que deve ser reconhecida a autonomia dos entes federativos (estados e municípios) para disciplinar os procedimentos no caso de “dupla vacância”, não se aplicando o princípio da simetria para solucionar essa questão. 
Atribuições do Presidente da República: art.84, CF, rol não exaustivo. Direção de administração federal: I, II, IV (decreto executivo), VI (decreto autônomo), XII, XV, XVII, XVIII, XXV (delegável). Relação com o CN e atuação no processo legislativo: III, IV, V, XI, XXIV, XXIII (privativa), XXVI. Atribuições no plano das relações internacionais (Chefia de Estado): VII, VIII, XIX, XX, XXI, XXII. Atribuições concernentes à segurança interna, preservação da ordem institucional e da harmonia das relações federativas: IX, X, XIII. Nomeação de juízes do STF e dos Tribunais Superiores: XIV, XVI. 
Competências delegáveis do Presidente da República: 84, parágrafo único. 
Responsabilidade do Presidente da República: responsabilização pessoal do governante por suas ações. O Presidente da República possui apenas imunidades formais (prerrogativas relacionadas ao processo); em outras palavras, ele não possui imunidade material, isto é, pode ser responsabilizado civil e penalmente por suas palavras e opiniões. Art.85, lista meramente exemplificativa, é necessária lei especial (privativa à União), para tipificar as condutas. Nos crimes comuns, o Presidente ficará suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficará suspenso de suas funções desde a instauração do processo pelo Senado Federal. Não será admissível, que réus em ação penal efetivamente substituam o Presidente da República. O fato de ser réu em processo criminal não impede que o indivíduo exerça a Presidência da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do STF. 
PODER LEGISLATIVO
Funções> típicas: legislar (elaborar leis) e fiscalizar (fiscalização contábil, orçamentária, operacional, financeira e patrimonial do Poder executivo, bem como CPI). Atípicas: função administrativa e função de julgamento (Senado julga Pre Rep. Por crime de responsabilidade). 
Estrutura: no âmbito federal é bicameral (Senado> representante dos Estados e DF e Câmera dos Deputados> representantes do povo), sendo representado pelo CN. Hipóteses de sessão conjunta: elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas casas, receber o compromisso do presidente e do vice-presidente da república, conhecer do veto e sobre ele deliberar, discutir e votar a lei orçamentária, delegar ao presidente poderes para legislar. São 3 órgãos deliberativos: Senado, Câmera e CN. Sessão unicameral: não confunde com sessão conjunta, pois, o CN atua como se fosse uma casa só, contagem de votos não será feita separadamente. Legislatura: 4 anos. Sessão legislativa ordinária: cada sessão legislativa é composta de 2 períodos legislativos (02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12), projeto de LDO deve ser aprovado pelo Congresso Nacional até 17 de julho, sob pena de a sessão legislativa não ser interrompida. Sessão legislativa extraordinária: ocorre durante o período de recesso parlamentar. 
Câmera dos Deputados: câmera baixa, representantes do povo eleitos pelo sistema proporcional, maior envergadura, nenhuma unidade da federação irá eleger menos que 8 ou mais que 70 deputados federais (o número será proporcional à população), exceto para Território Federal (número fixo de 4). O número total de deputados será estabelecido por lei complementar (atualmente são 513 deputados). 
Senado Federal> câmera alta, representantes dos Estados e DFeleitos pelo sistema majoritário simples, cada Estado e DF elegem 3 senadores (total:81) com mandatos de 8 anos, cada senador é eleito com 2 suplentes, renúncia ou perda do mandato chama o 1º suplente, ocorrendo vaga e não havendo suplente, eleição para preencher a vaga se faltar mais de 15 meses para o término do mandato. 
Mesas diretoras> cada casa e o CN tem uma, são responsáveis pela condução dos trabalhos legislativos e administrativos. Mesa do CN presidida pelo presidente do senado e as outras casas os presidentes são eleitos. 
Comissões> órgãos criados pelas casas legislativas com natureza técnica. Podem ser permanentes ou temporárias.
CPI: possui função típica de fiscalização, controlo político-administrativo, função meramente investigatória. Podem ser criadas em conjunto ou separadas. Estão sujeitas ao controle jurisdicional. Requisitos: requerimento de 1/3 dos membros das casas legislativas, indicação de fato determinado a ser investigado (não impede a apuração de fatos conexos com o principal e nem de fatos que surgiram no decorrer da CPI) e fixação de prazo certo para os trabalhos (não impede prorrogação sucessiva dentro da mesma legislatura). Competência: convocar particulares a autoridades públicas para depor (vedação aos membros do judiciário), realização de perícias e exames necessários à dilação probatória, determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do investigado. Não tem competência: decretar prisões, exceto em flagrante, determinar medidas cautelares, proibir ou restringir assistência jurídica dos investigados, determinar a anulação de atos do Poder Executivo, determinar a quebra do sigilo judicial, determinar a interceptação telefônica, determinar a busca e apreensão domiciliar de documentos, apreciar atos de natureza jurisdicional, convocar o Chefe do Poder Executivo. 
Atribuições do poder legislativo
	CN: 48, CF> depende de sanção do Pr. República, depende de edição de lei, rol exemplificativo. Art.49, CF, independe de sanção, são efetivadas mediante decreto legislativo. 
	Câmera dos deputados: art.51, CF, competência privativa, disciplinada mediante resolução, independe de sanção presidencial.
	Senado federal> art.52, CF, competência privativa, disciplinada mediante resolução, independe de sanção presidencial. 
Estatuto dos congressistas> busca a independência e liberdade, protegendo os parlamentares contra abusos e pressões dos outros poderes. Imunidade parlamentar: garantia funcional, prerrogativa de ordem pública, irrenunciável, não se estende aos suplentes. Imunidade material: liberdade de opinião, palavras e votos no exercício de suas funções, possui eficácia temporal permanente (vale dizer, após o mandato o congressista não mais a terá), inicia com a posse. Imunidade formal: impossibilidade de ser preso ou de permanecer preso e possibilidade de sustação do andamento da ação penal. Apenas para crimes cometidos após a diplomação. O processo poderá ser sustado a pedido de partido com representação na casa legislativa. A Casa Legislativa terá 45 dias, improrrogáveis, do recebimento do pedido pela mesa diretora, para votar. Decisão: voto da maioria absoluta (ostensivo e nominal). É limitada no tempo. Prerrogativa por foro: processados e julgados criminalmente perante o STF, o foro somente se aplica aos crimes praticados durante o exercício do cargo e que tenham relação com as funções desempenhadas pelo parlamentar. Outras prerrogativas: isenção do dever de testemunhar; a necessidade de prévia licença para incorporação às Forças Armadas; a imunidade parlamentar durante o estado de sítio. Incompatibilidade: art.54, CF. Perda do mandato: art.55, CF. Imunidade dos deputados estaduais, distritais e vereadores: deputados estaduais possuem imunidade material e formal. Vereador possui imunidade material apenas na circunscrição do município.
Fiscalização contábil, orçamentária, patrimonial e operacional: controle interno e externo: o controle interno é exercido por órgão do respectivo poder, já o controle externo é exercido por órgão que não integra a estrutura do ente que será fiscalizado. Os controles interno e externo são realizados de forma complementar. Pode haver participação popular no controle externo. 
A fiscalização contábil, orçamentária, patrimonial e operacional da União e das entidades da Administração Direta e Indireta: tem como responsável o Congresso Nacional, com o do TCU. Nos Estados, são as Assembleias Legislativas as responsáveis pela fiscalização, auxiliadas pelos Tribunais de Contas dos Estados. Os Tribunais de Contas: órgão independente e autônomo, sem subordinação hierárquica, vinculado ao legislativo (não exerce função legislativa), atuação alcança toda administração e todos os poderes, “Súmula 347 do STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”. TCU: órgão independente, natureza político-administrativa, autonomia funcional, administrativa, financeira e orçamentária. Composto por 9 ministros (possui a mesma prerrogativa dos ministros do STJ) responsável por julgar as contas do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público. Aprecia as contas do Presidente da República. TCE e TCM: aplica no que couber as regras do TCU, são compostos por 7 conselheiros. Vencimento dos conselheiros têm parâmetro o subsídio do desembargador do TJ. Exerce controle na esfera estadual. TCE presta conta à assembleia legislativa. Vedada a criação de tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais. 
PODER JUDICIÁRIO
Introduções: adotamos o sistema inglês. Interpreta o direito. Funções atípicas: legislar (elaborar regimento interno) e administrativa (realiza concursos). Estado social (garante o mínimo existencial) estado constitucional (controle de constitucionalidade). 
Estrutura do Poder Judiciário: art.92, CF. Justiça de paz e juizados especiais: art.98, CF. 
Juiz de paz e juizados: 98, CF, os juízes de paz serão escolhidos mediante eleição, devendo estar filiados a partidos políticos. 
Garantias do Poder Judiciário: garantias institucionais/garantias do poder judiciário: previsão constitucional de crime de responsabilidade do presidente da república aos atos que atentem contra o livre exercício do poder judiciário, vedação de MP ou lei delegada que disciplinem garantias dos magistrados, autonomia organizacional e administrativa (art.96, CF) e autonomia financeira (art.99, CF). Garantias funcionais/garantia dos magistrados: prerrogativas atribuídas> 95, CF. vitaliciedade> (salvo sentença transitada em julgado, perda do cargo por determinação do senado federal nos crimes de responsabilidade aos ministros do STF e CNJ, magistrados aprovados pelo quinto constitucional adquirem vitaliciedade na posse) inamovibilidade> (exceção é o interesse público (decisão de maioria absoluta do tribunal ou CNJ), a pedido ou promoção) irredutibilidade de subsídios> (proteção ao valor nominal). 
Vedações aos magistrados: 95, p.ú. Imperativos de ordem ética. Pode exercer mais de uma função de professor. 
Estatuto da Magistratura: por meio de LC e iniciativa do STF. Atualmente está regulamentado pela leio orgânica da magistratura (LC, 35/1979). Sanções disciplinares: remoção de ofício e disponibilidade. Aposentadoria RPPS. 
CNJ: criado com a EC/45, exerce controle da atuação administrativa e financeira e cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, órgão integrante do Poder Judiciário. Caráter exclusivamente administrativo. Composição: TOTAL:15. A competência mão alcança seus ministros e o STF. 
STF: arts. 101 a 103-A, STJ: arts. 104 e 105, Justiça Eleitoral: arts. 118 a 121. 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Não integrar o poder judiciário, exercem funções imprescindíveis ao exercício da função jurisdicional.
a) Organização do MPU: matéria de lei complementar federal
b) Organização dos MPEs: matéria de lei complementar estadual.
c) Normas gerais de organização dos MPEs e MPDFT: lei ordinária federal.
O conflito de atribuições entre membros do MPEs e membrodo MPF, cabe ao PGR solucionar.
Princípios Institucionais do MP: unidade: MP é considerado órgão único. Indivisibilidade: os integrantes de cada respectivo MP podem ser substituídos no processo, não estão vinculados a um processo. Independência funcional: não estão sujeitos a qualquer interferência de órgãos do poder ou da República, os membros se vinculam apenas ao ordenamento jurídico e sua convicção. 
Princípio do promotor natural: membro do Ministério Público para atuar em determinado processo deve obedecer a regras objetivas, segundo critérios preestabelecidos. Com isso, busca-se evitar designações casuísticas e arbitrárias, impedindo-se, dessa maneira, a figura do “acusador de exceção”.
Garantias: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios, segue a mesma forma da magistratura.
MPT: Segundo a LC nº 75/93, o Estatuto do MPU, o Procurador-Geral do Trabalho (PGT) será o Chefe do Ministério Público do Trabalho, nomeado pelo PGR, dentre membros da Instituição, com mais de 35 anos de idade e 5 anos na carreira, integrantes de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, para um mandato de 2 anos, permitida uma recondução, observado o mesmo processo. MPM segue a mesma regra. 
CNMP: órgão de controle externo do MP e não o integra. Competência: controle da atuação administrativa e financeira e cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. Composição:14 membros.
Advocacia Pública: exerce a defesa dos entes federativos. 
AGU: integra o poder executivo, representa a União judicial e extrajudicialmente, realiza consultoria e assessoramento ao poder executivo. Não é dotada de autonomia administrativa. Remuneração é fixada por subsídio. Chefe é o Advogado-Geral da União, sendo nomeado pelo presidente e sem sabatina no senado federal. Procuradores Estaduais não tem foro por prerrogativa de função. Não é dotado de inamovibilidade e independência funcional. Estabilidade é adquirida após 3 anos. 
Defensoria Pública: presta assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovem insuficiência de recursos. Súmula nº 421/STJ, que dispõe que “os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra pessoa jurídica de direito público à qual pertença”. Lei complementar organizará a defensoria da União e DFT. Remuneração por subsídio. Faz jus a inamovibilidade. Instituição permanente. Defende os necessitados judicial e extrajudicialmente. Princípios institucionais unidade, indivisibilidade e independência funcional. Iniciativa privativa para apresentar projetos de leis. 
Advocacia privada: indispensável a administração da justiça. Inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Ação civil pública: instrumento de defesa coletivo dos direitos fundamentais, visa proteção do patrimônio público e social, meio ambiente, interesses difusos e coletivos e interesses individuais e homogêneos. Sentença faz coisa julgada erga omnes. Legitimidade para propor ação principal e cautelar: Ministério Público; Defensoria Pública; União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; a associação que, concomitantemente: i) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; ii) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
ORDEM SOCIAL
Conceito: conjunto de normas relacionadas ao bem-estar da população. 
Seguridade social: direitos relativos a saúde, previdência e assistência social. São de iniciativas da sociedade e do poder público. 
Princípios constitucionais da Seguridade Social: universalidade da cobertura e do atendimento (protege maior número de situação de risco social e protege todos os indivíduos; uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais (proteção social isonômica); seletividade e distributividade na prestação de serviços (define parâmetros para a seleção daqueles que serão beneficiados); irredutibilidade do valor dos benefícios (benefícios previdenciários não há redução do valor real e aos outros benefícios da seguridade social a preservação do valor nominal); equidade na forma de participação do custeio (aplicado a previdência social a capacidade contributiva); diversidade da base de financiamento (financiamento feito por toda sociedade, múltiplas fontes de financiamento); Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados (busca promover a ampla participação na gestão da seguridade social).
Financiamento da seguridade social: financiada por toda sociedade e o Estado. Empregador, empresa e entidade equiparada: folha de salário, receita ou faturamento e lucro; trabalhador e demais segurados: não incide sobre aposentadores e pensões pelo RGPS; receitas de concursos prognósticos: loterias; importador de bens ou serviços no exterior; 
Previdência social: 201 e 202, CF. Caráter contributivo. Regimes: RGPS, RPPS, RGPM (militares). RGPS: caráter contributivo e filiação obrigatória. 
Saúde: 196, 197, 198, 199, 200 (rol não exaustivo) CF. Direito fundamental. Direito de todos independentemente de qualquer contribuição. Dever do Estado. Objetivo de reduzir o risco de doenças e outros agravos e acesso universal e igualitário. Diretrizes da organização do SUS: descentralização, com direção única em cada esfera do governo; atendimento integral; participação da comunidade. Instituições privadas poderão participar de forma complementar ao SUS, sendo vedadas a elas a destinação de recursos públicos, participação direta ou indireta de empresas estrangeiras. 
Assistência Social: 203, CF. Prestada a quem dela necessitar e independentemente de contribuição. Objetivos: proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; amparo às crianças e adolescentes carentes; promoção da integração ao mercado de trabalho; habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Diretrizes: descentralização político-administrativa e participação da população. 
Meio Ambiente (225, CF)
Conceito: abrangente de toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico. Aspectos: meio ambiente natural/físico, meio ambiente artificial e meio ambiente cultural. Todos têm direito ao meio ambiente, bem de uso comum do povo. Direito de terceira geração. A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira não são bens da União. São patrimônio nacional. 
Educação: 205 e s. CF. Dever de todos (Estado e Família). Gratuidade do ensino público. STF: “a garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização”. Educação básica gratuita dos 4 aos 17 anos de idade. 
Cultura: 215 e s. CF. Pleno exercício dos direitos culturais, foi adotada a concepção do multiculturismo. Lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas. Patrimônio cultural brasileiro: bens de natureza material e imaterial. 
Desporto: 217, CF. Direito individual. Dever do Estado fomentar as práticas desportivas formais e não-formais. Princípios: autonomia das entidades desportivas; destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional; tratamento diferenciado para odesporto profissional e não-profissional; proteção e incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. Justiça desportiva tem caráter administrativo e não integrar o poder judiciário. Poder Judiciário poderá ser acionado após esgotado instâncias desportivas. 
Família, criança, adolescente, jovem e idoso: 225 e s. CF. Família (base da sociedade). Adoção será assistida pelo poder público. 
Ciência, tecnologia e inovação: 218, 219, CF. Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. Finalidades: solução dos problemas brasileiros e desenvolvimento do sistema produtivo nacional. Normas gerias o SNCTI serão objetos de lei federal. 
Comunicação social: 220, 221, 222, CF. Liberdade de imprensa.
Índios: 231, 232, CF. Origem ou ascendência pré-colombiana. Grupo étnico com características peculiares. São partes legítimas para ingressarem em juízo, intervindo o MP em todas as fases. 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Conceito: aferição de validade das normas face à Constituição. Teoria da nulidade: influência do direito norte-americano. Afeta o plano de validade da lei, ou seja, a lei declarada inconstitucional é nula desde o seu nascimento. A decisão tem natureza declaratória. Teoria da anulabilidade: escola austríaca. Afeta o plano de eficácia, ou seja, a lei produz efeitos até que seja declarada inconstitucional, ela será anulável. A decisão tem natureza constitutiva. OBS: a teoria da nulidade foi flexibilizada no direito brasileiro. 
Pressupostos: Constituição escrita e rígida e mecanismo de fiscalização das leis (órgão competente para exercer a função). Compete ao judiciário brasileiro exercer o controle de constitucionalidade, embora há situações específicas que os outros poderes poderão exercer. 
Origem do controle de constitucionalidade: foi o caso Marbury vs Madison, julgado em 1803 nos Estados Unidos pelo Chief of Justice John Marshall. Na ocasião, o juiz John Marshall afastou a aplicação de uma lei por considerá-la incompatível com a Constituição, realizando o controle difuso de constitucionalidade. Já o controle concentrado de constitucionalidade apareceu pele primeira vez na constituição austríaca de 1920 inspirada nas propostas de Hans Kelsen, no qual foi criado um tribunal constitucional com competência exclusiva para julgar apenas a constitucionalidade.
 
Espécie de inconstitucionalidade: por ação e omissão> ação: conduta positiva do legislador. Omissão: inércia do legislador sobre um dispositivo carente de legislação. Material, formal e vício de decoro> material/nomoestática: conteúdo da lei é contrário a constituição ou excesso de poder do legislativo. Formal/nomodinâmica: desrespeito ao processo legislativo. Formal orgânica (inobservância da competência legislativa). Formal propriamente dita (inobservância do processo legislativo. Se o vício ocorrer na fase inicial: vício formal subjetivo. Se o vício ocorrer nas demais fases do processo: vício formal objetivo). Formal por violação aos pressupostos objetivos do ato normativo (inobservância dos pressupostos essenciais). Vício de decoro parlamentar (vício na formação da vontade). Total e parcial> total: declara a inconstitucionalidade na totalidade da norma. Parcial: declara a inconstitucionalidade em parte da norma, pode ser artigo, inciso, alínea, única palavra ou expressão. Direta e indireta> direta: ato normativo primário viola a constituição. Indireta: ato normativo secundário viola a constituição. Por arrastamento: se o ato normativo primário é inconstitucional, logo o secundário derivado, também será (por arrastamento é exceção). OBS.: para o STF só existe o direto. Originária e superveniente> originária: norma constitucional é anterior a norma objeto de impugnação (ex.: hoje é publicada uma lei que viola a CF/88). Superveniente: norma constitucional é posterior a norma objeto de impugnação (ex.: hoje é publicada uma EC que viola uma lei de 2005). OBS.: para o STF não existe superveniente. Circunstancial> o contexto particular de sua aplicação é que torna inconstitucional. Progressiva> a norma está caminhando para a inconstitucionalidade. 
Sistema de controle de constitucionalidade: órgãos que o poder constituinte atribuiu competência para controlar as leis. Controle judicial> realizado pelo poder judiciário. Controle político> realizado por um órgão político (conselho de constituição). Controle misto> realizado pelo judiciário ou órgão político. OBS.: Brasil> predominantemente judicial e excepcionalmente por órgão político. 
Momentos de controle: preventivo> incide sobre a fase de elaboração. Político-preventivo> legislativo: realizado na CCJ. Executivo: veto jurídico do presidente. Judicial-preventivo: parlamentar impetrar MS no STF, nas hipóteses de projeto de lei que desrespeita o processo legislativo constitucional ou PEC que viola cláusula pétrea ou desrespeita o processo legislativo constitucional. Repressivo> incide sobre a norma que está no ordenamento. Político-repressivo> feito pelo legislativo ou executivo (CN susta ato normativo, rejeição de MP ou PR pode deixar de aplicar a lei). Jurídico repressivo> feito pelos juízes e tribunais do poder judiciário. 
Modelos de controle de constitucionalidade: difuso/aberto/americano> atribuído a todos os órgãos do poder judiciário. Concentrado/reservado/europeu/austríaco> atribuído a um único órgão ou poucos órgãos. Misto> concentrado e difuso (adotado pelo Brasil). 
Vias de controle: incidental/concreto/incidenter tantum> não é o objeto principal da lide, é questão prejudicial, incidente do processo. Primeiro o juiz analisa a inconstitucionalidade e depois analisa o pedido. Via principal> a constitucionalidade é o pedido principal.
Controle Difuso/Via de exceção/Aberto: realizado por juiz ou tribunal diante de um caso concreto pela via incidental. Legitimidade ativa: quem for parte no processo, terceiros intervenientes, MP ou juiz de ofício. Objeto: qualquer lei ou ato normativo. Parâmetro: qualquer norma constitucional. Controle difuso no tribunal: observar a cláusula de reserva de plenário. É declarada pela maioria absoluta dos membros do tribunal ou maioria absoluta do órgão especial. Mitigação: turma recursal dos juizados e turmas do STF. Efeitos da decisão: efeito inter partes. Decisão não vinculante. Efeito ex tunc. Modulação dos efeitos: por 2/3 dos membros o STF poderá atribuir efeito ex nunc. Atuação do senado federal: tem a faculdade de suspender, por meio de resolução, a lei declarada inconstitucional pelo STF. É ato de natureza política. Discricionário. Pode ser usado a qualquer momento. Pode ser usado perante lei federal, estadual, distrital ou municipal. A decisão tem efeito ex nunc. 
Súmula vinculante: 103-A, CF. Pressupostos: existência de reiteradas decisões sobre a matéria, existência de controvérsia atual entre os órgãos do judiciário ou da administração pública e aprovação de 2/3 dos membros do STF. Objetivo: validade, interpretação e eficácia de determinada norma. Vincula demais órgãos do judiciário e da administração pública direta e indireta, excluído STF, legislativo e executivo na função de legislar. Os efeitos começam a partir da publicação na imprensa oficial. Meios de acesso ao controle difuso: qualquer tipo de ação judicial. RE: deve haver: ofensa direta ao texto constitucional, pré-questionamento e repercussão geral da matéria. É possível o controle difuso em norma pré-constitucional e o parâmetro será a constituição pretérita. 
Controle abstrato: a lei é arguida na via principal. Realizado de modo concentrado. Pelo STF perante a CF e pelos TJs perante a respectiva CE.
Ações: 
ADI: Competência: exclusivamente ao STF. Lei ou ato normativo federal ou estadual em face a CF. Parâmetro do controle: todas as normas previstas no texto constitucional. Tratados incorporados nas regras do 5, §3º, CF. A lei ou ato normativo deve ser analisado segundo o parâmetro vigente à época de sua publicação. Não serve de parâmetro: preâmbulo da CF, norma do ADCT exaurida ounormas das constituições pretéritas. Objeto de controle: lei ou ato normativo federal ou estadual editado após a promulgação da CF/88. Os atos devem possuir normatividade (generalidade a abstração): EC, LC, LO, LD, MP, decreto legislativo, resolução do poder legislativo, decretos autônomos, tratados internacionais, regimentos internos dos tribunais e das casas legislativas, constituições e leis estaduais. Não podem ser impugnados: normas constitucionais originárias, leis e atos normativos revogados ou cuja eficácia tenham se exauridos, direito pré-constitucional, súmulas e súmulas vinculantes e ato normativo secundário. Legitimação ativa: PR; Governador de Estado ou do DF; Mesa do Senado; Mesa da câmera, Mesa da Assembleia legislativa ou Câmera legislativa do DF; partido político com representação no CN; PGR; Conselho Federal da OAB; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Aferição da legitimidade se dá no momento da propositura da ação. Rol taxativo. Partido político e confederação precisam de advogados para proporem a ação. Legitimados especiais: deverão demonstrar pertinência temática, ou seja, pertinência entre a matéria do ato impugnado e as funções exercidas pelos legitimados (Governador do E e DF, mesa da assembleia e câmera do DF e confederação). Legitimados universais: os demais. 
Processo e julgamento: começa com PI e deverá conter (o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações e o pedido, com suas especificações). STF está vinculado ao pedido, mas não se vincula a causa de pedir. Autor não pode desistir da ação. É distribuída a um relator pata analisar os requisitos. Relator pedirá informações ao órgão que emanou a lei ou ato normativo e serão prestadas no prazo de 30 dias contados do recebimento do pedido. Intervenção de terceiros e amicus curiae: não admite a intervenção de terceiros. Admite o amicus: relator deverá analisar: relevância da matéria, representatividade dos postulantes e pertinência temática. Amicus não poderá recorrer, deferimento ou indeferimento da participação do amicus não cabe recurso. Amicus poderá colaborar mediante entrega de documentos, pareceres e, ainda, por meio de sustentação oral. Atuação do AGU e PGR> AGU: defesa da ordem constitucional (não é obrigado). PGR: fiscal da constituição e opinar com independência. Medida Cautelar> é possível. Concedida por decisão da maioria absoluta. Efeitos: ex nunc, eficácia erga omnes e efeito repristinatório. Imprescritibilidade> não há prazo prescricional ou decadencial para propor ADI. Deliberação: quórum de presença: 8 ministros. Quórum de votação: 6 ministros. Natureza dúplice/ambivalente: produz eficácia quando o pedido é procedente ou improcedente. Efeitos da decisão: ex tunc, excepcionalmente, por 2/3 dos membros, efeito ex nunc. Eficácia erga omnnes, excepcionalmente, por 2/3 dos membros, eficácia para um determinado. Efeito vinculante. Efeito repristinatório (legislação anterior volta a ser aplicada). Da decisão da ADI, somente cabe embargos declaratórios. Apenas a parte dispositiva da decisão tem efeito vinculante. 
ADO: garantir a efetividade das normas constitucionais, impedindo a inércia, também alcança atos administrativos. Legitimados ativos: mesmo da ADI. Legitimados passivos: órgão ou autoridade omisso. Objeto: omissão inconstitucional. Norma de eficácia limitada. Omissões de órgãos federais e estaduais em face a CF/88. Omissão legislativa e administrativa. Inércia na deliberação das casas legislativas. Omissão pode ser total ou parcial. AGU e PGR: PGR é obrigatório a participação. AGU: não é obrigatório, relator pode solicitar a participação no prazo de 15 dias. Medida Cautelar em ADO: por decisão de maioria absoluta. Efeitos da decisão: omissão de um dos poderes do Estado: STF da ciência da decisão. Omissão imputável a órgão administrativo: STF notificará para que adote a medida no prazo de 30 dias ou outro prazo razoável, contado a partir da ciência da decisão.
ADC: surgiu com a promulgação da EC 03/93. Busca transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção absoluta. Legitimados ativos: mesmo da ADI. Objeto: lei ou ato normativo federal. Deve estar presente a controvérsia judicial relevante (esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da norma impugnada). Não atuação do AGU. Participação Obrigatória do PGR. Medida Cautelar em ADC: poderá conceder por decisão de maioria absoluta de seus membros. Juízes e tribunais devem suspender os processos que envolvem ADC. Depois de publicada no DOU o STF tem o prazo de 180 dias para julgá-la. Impossibilidade de desistência. Proibida intervenção de terceiros. Permitido o amicus curiae. Efeitos da decisão: erga omnes, ex tunc, vinculante. Natureza dúplice (se procedente: constitucional. Se improcedente: inconstitucional). 
ADPF: legitimação ativa: mesmo da ADI. Objeto: direito pré-constitucional, direito municipal em relação a CF (leis e atos normativos), intepretação judicial violadora de preceito fundamental, direito constitucional pós-revogado ou já exaurido. Medida liminar: é possível. Amicus curiae: é admitido. Princípio da fungibilidade: é admitido. Efeitos da decisão: erga omnes, ex tunc e vinculante. Decisão irrecorrível. É admitido a celebração de acordo em sede de ADPF. É aplicável o princípio da subsidiariedade: aplica ADPF se não couber outra ação. 
Controle abstrato de constitucionalidade e o direito estadual e municipal: objeto: lei estadual ou municipal em face a CE. Legitimados: especificado em cada CE. Parâmetro: todas as normas da CE (normas de observância obrigatória, normas de mera repetição e normas específicas na CE). Órgão competente: TJ local. 
Ação direta de inconstitucionalidade interventiva: protege princípios constitucionais sensíveis. Legitimado: PGR. Órgão julgador: STF. Procedência: STF requisitará a intervenção federa. PR por decreto: intervenção branda: suspende a execução do ato impugnado. Intervenção definitiva: PR nomeia interventor e afasta autoridades de seus cargos. No âmbito estadual: PGJ solicita perante o TJ e o governador irá declarar a intervenção.

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