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FARMACOCINÉTICA - Absorção e vias de administração

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Caroline Camargo, 2021 
Medicina Veterinária 
 
Farmacocinética 
DEFINIÇÃO 
É o estudo sobre qual movimento o medicamento faz 
no organismo vivo. Estuda os processos de: 
 Absorção 
 Distribuição 
 Biotransformação (metabolismo) 
 Eliminação/Excreção 
Assim podemos saber onde as moléculas alcançarão, 
quais seus riscos e defeitos, e reconhecer como pode 
interferir no funcionamento do organismo. 
Absorção 
São processos que uma substância realiza para 
penetrar o organismo vivo sem causar uma lesão e 
alcançar a circulação sanguínea. 
Para que isso aconteça é necessário que a substância 
atravesse barreiras celulares do organismo  epitélio 
gastrointestinal, endotélio vascular e membranas 
plasmáticas. 
Isso dependerá de fatores como permeabilidade da 
membrana, pH do meio, peso e tamanho molecular do 
medicamento, e transporte de membrana. 
 
INFLUÊNCIA DO pH NA POLARIDADE DOS 
MEDICAMENTOS 
 A maioria dos medicamentos são compostos 
orgânicos  Possuem propriedade de ácidos 
fracos e bases fracas, ou seja, são parcialmente 
ionizados (significa que parte dele é polar e parte 
apolar)  A proporção entre qual parte ira 
prevalecer, depende do meio em que se 
encontrar; 
 Ácido fraco (HÁ) em meio de pH ácido 
fica apolar. 
 Base fraca (BH) em meio de pH básico 
fica apolar. 
 
 
 
 
 Isso porque a parte NÃO IONIZADA ira se 
dissolver em substâncias lipossolúveis (apolares) 
 são hidrofóbicas. E a parte IONIZADA ira se 
dissolver em substâncias não lipossolúveis 
(polares)  são hidrofílicas. 
 
 
 
 
MEMBRANAS CELULARES 
 Dupla camada de lipídios  IMPERMEÁVEL a 
moléculas polares e íons, PERMEÁVEL a 
moléculas apolares (dissolvem em gordura); 
 A passagem de moléculas apolares 
acontece por DIFUSÃO SIMPLES; 
 A passagem de moléculas polares 
exige processos especiais como o 
transporte ativo para atravessar a 
membrana; 
 Permite o transporte das moléculas, 
controlando entrada e saída (absorção). 
 
PASSAGEM PELAS MEMBRANAS 
 Processos passivos: Sem gasto de energia; 
 Mais frequente. 
 Depende da polaridade, solubilidade do 
local, peso e formato molecular. 
 Conforme o gradiente de 
concentração  do meio mais 
concentrado para o menos 
concentrado. 
 Mediado por carreador: Por difusão facilitada 
ou transporte ativo; 
A carga da 
molécula 
determina a 
velocidade de 
absorção. 
Polar = Ionizado  baixa 
absorção 
Apolar = Não Ionizado  
melhor absorção 
 
Porque as membranas celulares são formadas por 
fosfolipídios (há predomínio de lipídios em sua 
estrutura), desse modo uma substancia que não 
possui afinidade com lipídios não conseguirá 
atravessar a membrana, consequentemente não será 
absorvido 
 
Caroline Camargo, 2021 
Medicina Veterinária 
 
 São saturáveis, possui especificidade, 
podem ser inibidos ou ativados. 
 Importante para rins e fígado. 
 Uso de proteínas transportadoras. 
 Pinocitose e fagocitose: transporta pequenas 
partículas e macromoléculas, respectivamente. 
 Com gasto de energia. 
 Sem carreadores. 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO 
 Ao escolher a via devemos levar em 
consideração alguns fatores: 
 Necessidade de um efeito sistêmico 
(age no corpo todo) ou localizado (se 
limita a determinada região). 
 Latência da via (tempo para surgir efeito). 
 Características físico-químicas do 
fármaco  ex. se o medicamento for 
resistente a hidrolise em meio ácido, 
ou o tipo de concentração como uma 
solução hipertônica (se for administrada 
fora do vaso sanguíneo causa desidratação 
as outras células). 
 
VIAS DIGESTIVAS 
Essa via exige que o medicamento seja dissolvido e 
passe pelas barreiras do sistema Gastrointestinal para 
que possam ser absorvidos e alcancem a circulação 
sanguínea. 
 Oral 
 Sublingual 
 Retal 
 Ruminal 
A escolha da via varia muito conforme a fisiologia de 
cada espécie. Para ruminantes, por exemplo, é inviável 
o uso por via oral, já que seu rúmen possui 
características inadequadas (seu pH retém os básicos; a 
microbiota pode inativar os medicamentos). 
 
 Via Oral 
 Absorvido no Intestino Delgado; 
 
 
 
 
 
 Alto período de latência. 
 Seu efeito é local. 
 Ocorre o efeito de PRIMEIRA 
PASSAGEM E ATUAÇÃO DA 
MICROBIOTA (= metabolismo de primeira 
passagem)  substância absorvida pelo 
sis. gastrointestinal, segue pela veia 
porta (sis. porta hepático) até o fígado, 
onde é biotransformado e depois 
direcionado para o resto do organismo. 
Em ruminantes e eqüinos a 
biotransformação ocorre antes de 
chegar no sis. gastrointestinal devido a 
microbiota rica deles. 
 
 
 
 
 
 
Assim há a instalação de um ciclo entero-
hepático. Com o fármaco sendo secretado 
com a bile e voltando para o intestino onde 
será reabsorvido, e depois volta a ser 
secretado pela bile outra vez. 
 Sua praticidade é questionável, pois 
nem todo animal recebe em por essa 
via. 
 Levar em consideração as diferentes 
fisiologias do TGI. 
 Fatores que interferem sua absorção: 
Fluxo sanguíneo visceral quando em 
exercício (nesse estado o corpo foca sua 
circulação na musculatura, reduzindo a 
circulação necessária para digestão); 
presença de conteúdo gástrico 
(necessidade do medicamento de ser 
ingerido com alguma refeição ou em 
jejum); atraso no esvaziamento gástrico 
(retarda a absorção); interação com 
outras substâncias. 
 Via sublingual: A cavidade é um excelente 
lugar para absorção devido ao seu epitélio 
pavimentoso não queratinizado e à sua alta 
vascularização, permitindo rápida absorção. 
Não devemos nos 
prender na idéia 
de que aplicação 
local ou tópica 
age 
exclusivamente 
onde foi aplicado. 
Ele pode agir em 
um local 
diferente. 
 
Bases fortes e Ácidas 
fortes são mal 
absorvidas por via oral. 
Devido ao ph ácido do 
TGI que tornam eles 
ionizados. 
Monogástricos possuem um transito 
gastrointestinal mais rápido o que limita a 
duração da liberação lenta do fármaco, muitas 
vezes desejado. 
 
Com isso a droga pode sofrer metabolização 
intensa por enzimas hepáticas e serem 
destruídas (o que inviabiliza a administração 
de muitos fármacos por via oral). Pode sofrer 
metabolização, porem não completa a 
inativação (viável para uso oral). Ou sofrer 
metabolização nenhuma 
 
Caroline Camargo, 2021 
Medicina Veterinária 
 
 Não ocorre o metabolismo de primeira 
passagem, no qual o fármaco é levado 
para o fígado (como na absorção 
intestinal). Isso em razão de ser comum 
a circulação venosa desembocar 
diretamente na veia jugular, sem 
precisar passar pelo fígado. 
 Sem chances de ser inativado pelo 
conteúdo gástrico. 
 É limitado por não ser pratico para 
qualquer animal, já que exige alguns 
segundos de espera ate que se 
dissolva. 
 Via Retal: via restrita para a Medicina 
Veterinária. 
 Efeito local ou sistêmico. 
 Sofre parcialmente o efeito de 
primeiro metabolismo  não penetra 
veia porta durante apresentação. 
 Segue direto para o coração e depois 
é distribuído. 
 Absorção irregular e incompleta por 
depender do conteúdo fecal (quando há 
muitas fezes, ou paciente esta com 
diarréia se torna inviável) 
 Rapida absorção. 
 Pode irritar a mucosa retal. 
 
 Via Ruminal: Uso restrito para ação no rúmen. 
Com aplicador e agulha especifico para região. 
 
ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL 
Ao escolher a forma de administração, especialmente 
se tratando de animais de produção, deve se pensar 
inicialmente qual o propósito de administração, qual o 
período de latência desejado, o período de carência e o 
custo. As vias mais usuais (no geral) são: 
 Intravenosa (IV) 
 Intramuscular (IM) 
 Subcutânea (SC) 
As outras vias tem utilização restrita para efeitos 
específicos. 
 Via Intravenosa 
 Efeito rápido  Isso porque nele não 
ocorre a absorção, por já ser aplicada 
diretamente na corrente sanguínea. 
 Pode ser administrada em grandes 
volumes. 
 Permite a administração de substâncias 
irritantes, pois são diluídas em um 
volume maior e também o pelo 
controle da velocidade de 
administraçãoda dose ser mais fácil. 
 
Ex: Nela é mais seguro a aplicação de 
substâncias hipertônicas. 
 O controle da velocidade de 
administração da dose é algo que deve 
ser fico com cuidado. Avaliar o tipo de 
medicamento, e o estado do paciente. 
 Nela é mais seguro a aplicação de 
substâncias hipertônicas. 
 Cuidado como pH. 
 Não deve ser administrado substancias 
oleosas ou insolúveis 
 Complicações: Risco de embolia 
(formação de bolhas de ar que podem 
atingir a circulação) e infecção por 
contaminação. 
 Normalmente são feitas por: Animais 
de grande porte – Veia jugular. Suínos 
– Veia marginal da orelha (às vezes é 
usada para animais menores como o cão, 
porem exige mais prática) e veia cava 
cranial. Cães e gatos – Veias cefálica 
(inclui pequenos ruminantes), radial, 
femoral, tarsal-recorrente Aves – Veia 
braquial. 
 
 Limitações: Exige contenção física, o 
que para alguns animai sé mais difícil 
(não aplique nada sem o animal estar 
contido, pode comprometer o aplicador e 
o animal) e o aplicador deve ter 
habilidade, evitando danos. 
 Via Intramuscular 
 De fácil emprego. 
Veia jugular 
Veia marginal 
da orelha 
Caroline Camargo, 2021 
Medicina Veterinária 
 
 Permite o uso de veículos oleosos. 
 Absorções rápidas, quando em 
soluções aquosas. E quando em 
preparações de depósito são 
absorvidas lentamente e em longo 
prazo (comum quando o veículo é 
oleoso). 
 Velocidade do efeito é intermediário 
 mais rápido que SC e mais lento 
que IV. 
 Desvantagens: Mais doloroso que 
outros. | Pode causar aparecimento de 
lesões e gerar inflamações. | Volume 
reduzido (dependendo da referência). | 
Possível deposição erradica no tec. 
adiposo ou dos planos faciais 
intermusculares. 
 Locais: 
 Músculo Trapézio (laterodorsal 
mente na região do pescoço) 
 melhor absorção em 
bovinos e caprinos. 
 Músculo Quadriceps Femoral. 
 Músculo Semitendioso. 
 Músculo Lateral do pescoço 
deve ser sempre o local de 
aplicação em suínos 
 
 Via Subcutânea 
 Ideal quando deseja uma absorção 
lenta e contínua. 
 Necessário que o pH, osmolaridade do 
fármaco seja semelhante ao do tecido. 
 Absorção por difusão atravessa os 
grandes poros epiteliais  cuidado 
para não necrosar. 
 Alto período de latência. 
 Desvantagem de facilmente produzir 
sensibilização, e necrose, quando usado 
substâncias irritantes. 
 Prático. 
 Volume elevado maior que o IM. Se 
for muito, distribuir em outras partes 
do corpo. 
 
 Outras vias 
Usadas com menor frequência. 
 Intradermal: Usada para pequenas 
quantidades, é lenta. 
 Intraperitoneal: Para grandes volumes de 
solução. É o caso de diálise peritoneal. 
 Intracárdiaca: Usada em eutanásia em 
animais de laboratório. 
 Intratecal: Para penetração de 
membranas que revestem o SNC. Restrita 
para diagnósticos radiológicos. 
 Epidural: Para cirurgias abdominais em 
grandes. 
 Subaracnoide 
 Intrarticular: Para procedimentos anti-
inflamatórios em regiões articuladas  para 
artrite, artose.... 
 Intraóssea 
 
 
VIAS TRANSMUCOSA OU TÓPICAS 
 Aplicado sobre a pele rígida ou sobre a 
mucosa; 
 Efeito localizado; 
 Efeitos adversos sistêmicos (agir no corpo todo 
mesmo sendo tópico). 
 
APLICAÇÃO “POUR ON” OU “SPOT-ON” 
 Frequente no controle de ectoparasitas; 
 “Pour-on” – no dorso. “Spot-on” - no cernelha 
(pescoço); 
 Efeito local ou sistêmico (agem em toda a 
superfície corpórea); 
 Se difundem na camada gordurosa e se 
espalha. 
 
 
 
Musculatura 
posterior da 
coxa e glúteo. 
M. Quadriceps 
Femoral e M. 
Semitendinoso (28) 
M. Trapézio 
Para 
processos 
anestésicos. 
Caroline Camargo, 2021 
Medicina Veterinária 
 
VIA INALATÓRIA 
 Quando o agente é gasoso. São vaporizados 
com o fornecimento de oxigênio; 
 Administração local ou sistêmica; 
 Na superfície de epitélio respiratório; 
 Mais usado em anestesias inalatórias; 
 São potentes.

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