Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cálculos Nutricionais .. Cálculos Nutricionais Conceitos e Aplicações Práticas Andréa Fraga Guimarães Mônica Santiago Galisa M.Books do Brasil Editora Ltda. Rua Jorge Americano, 6 1 - Alto da Lapa O 083 -130 - São Paulo - SP - Telefones: (1 1) 3645-0409/ ( 11) 3645-041 O Fax: (11 ) 3832 -0335 · e-ma il: vendas@mbooks.com.br Dados de Catalogação na Publicação Guimarães, Andréa Fraga e Galisa, Mônica Santiago Cálculos Nutricionais: Conceitos e Aplicações Práticas/ Andréa Fraga Guimarães e Mônica Santiago Galisa. 2008 - São Paulo - M.Books do Brasil Editora Ltda. 1. Nutrição 2. Saúde 3. Enfermagem 4. Gastronomia 5. Alimentação 6. Medicina ISBN: 978-85-7680-051-4 ©2008 M.Books do Brasil Editora Ltda. BDITOR MILTON MIRA DE ASSUMPÇÃO FILHO Produção Bditorial Lucimara Leal Coordenação Gráfica Silas Camargo Capa e Editoração Crontec 2008 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão punidos na forma da lei. Direitos exclusivos cedidos à M.Books do Brasil Editora Ltda. Autoras Andréa Fraga Guimarães Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Ca- milo (1995), especialista em Nutrição Clínica pelo Centro Universitário São Camilo (2000), mestre em Farmacologia pelo Departamento de Fisiologia da Universidade Federal de São Paulo (2002). Docente do Centro Universitário São Camilo das disciplinas Dietética e Terapia Nutricional do curso de graduação em Nutrição e supervisora de estágio de Nutri- ção Clínica do curso de graduação. Mônica Santiago Galisa Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Ca- milo com licenciatura plena pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC - SP) - Esquema I - Curso de for- mação de professores da parte específica do currículo de segundo grau. Especialista em Nutrição Clínica pelo Cen- VI • Cálculos Nutricionais tro Universitário São Camilo. Educadora em Saúde Pública pela UNAERP e mestre em Administração, área de concen- tração: gestão organizacional das instituições hospitalares e da saúde - pelo Centro Universitário São Camilo. É professora das disciplinas Dietética e Estágios Su- pervisionados em Saúde Coletiva do Centro Universitário São Camilo. Sumário Introdução ....... ....... ........... ... ...... .. ....... ............... ............ ... 1 Capítulo 1 - Critérios para a análise e a elaboração de dietas .... .... .. ... .......................... .. .. ............ 3 1.1. Critérios qualitativos ................. ....... .... ... .... .. ..... .... 3 1.2. Critérios semiquantitativos .. ................................. 5 1.3. Critérios quantitativos ......................................... 37 Capítulo 2 - Planejamento dietético ..... ...... ....... .. .. ....... 43 2.1. O diagnóstico nutricional e os objetivos do plano dietético ................................................ 43 2.2. Definição do valor energético total da dieta - estimativa da necessidade energética ............. 46 2.3. Definição da composição nutricional da dieta ... 59 VIII • Cálculos Nutricionais 2.3.1. Distribuição dos macronutrientes: proteínas, glícides e lípides ......................... 59 2.3.2. Análise qualitativa da proteína: NDPCal e relação caloria por grama de nitrogênio .... ..... ..... ...... ....... ........ 65 2.3.3. Recomendações de micronutrientes e água .................................... ................. .... : ... 68 2.3.4. Distribuição do valor nutricional da dieta pelas refeições .............................................. 73 Capítulo 3 - Prescrição dietética - critérios para a elaboração de cardápios individualizados ... 75 Anexo - Tabelas DRI ............... ... ............................ .... ....... 79 Referências bibliográficas ..... ........................................... 87 Prefácio Muitos conceitos têm sido apresentados sobre as neces- sidades nutricionais para a manutenção da saúde, princi- palmente em algumas situações especiais, em que o plano dietético se faz imprescindível como intensa atividade fí- sica ou simplesmente em determinados períodos fisioló- gicos, como crescimento, gestação, lactação ou durante o avançar da idade. Todos os conhecimentos neste sentido permitirão divulgar o que e quanto é necessário constar do nosso car- dápio para que nossa saúde possa ser mantida ou readqui- rida. A escolha de alimentos certos na proporção correta é considerada fator essencial para a qualidade de vida. Por este motivo esta obra apresenta os critérios qualitativos, semiquantitativos e quantitativos, eles informam que co- mer é muito mais do que a ingestão de nutrientes para garantir a funcionalidade do organismo na preservação e na promoção da saúde. Cada vez mais profissionais da área da saúde retêm a atenção no que e como as populações selecionam e consomem os alimentos. Desta forma, promover hábitos alimentares saudáveis nas crianças, reeducar as gerações X • Cálculos Nutricionais adultas e equacionar as necessidades nutricionais dos ido- sos necessita de atenção dietética constante e acompanha- mento da qualidade nutricional. Por tudo isto, este livro proporciona de forma didáti- ca e ilustrativa o conhecimento dos princípios alimentares, das suas funções no organismo humano, da correta neces- sidade energética e as recomendações nutricionais, no .âm- bito das necessidades diárias. Desta forma, torna-se indispensável a sua leitura críti- ca e a incorporação dos conhecimentos apresentados, que certamente contribuirão de forma ímpar nas ações voltadas à alimentação e à nutrição, demonstrando que cada caso deve ser tratado em sua individualidade para alcançar um propósito mais amplo: a melhoria das condições de saúde da população brasileira. Sandra Maria Chemin Seabra da Silva Introdução A dietética é considerada a área da nutrição responsável por subsidiar o planejamento de cardápios balanceados, por isso contempla os métodos e cálculos utilizados para estabelecer a composição nutricional da dieta a ser pres- crita. Para compreender a importância da dietética basta lembrarmos da definição de prescrição dietética, que se- gundo a resolução do CFN nº 380/05 em que a composição física e química da dieta é estabelecida, exclusivamente pelo nutricionista, por meio da seleção apropriada de alimentos que conferem à dieta os nutrientes necessários para a pro- moção e/ou a recuperação da saúde do indivíduo. Várias publicações tratam dos métodos utilizados no planejamento dietético, porém de forma bastante cientí- fica e teórica. Esta abordagem, muita vezes, dificulta, não a compreensão destes métodos, mas, sim, sua aplicabili- 2 • Cálculos Nutricionais dade. Sendo assim, nosso objetivo neste livro é apresentar de forma didática aos profissionais das áreas de nutrição e saúde os principais métodos atualmente disponíveis na lite- ratura, discutindo sua aplicação na prática clínica diária. Considerando as etapas do desenvolvimento de um plano alimentar, este livro abordará: ■ os requisitos básicos para a elaboração e a análise de cardápios, visando à adequação da dieta pres- crita sob o ponto de vista qualitativo, semiquanti- tativo e quantitativo; ■ as equações que estimam o gasto energético basal e total para a definição do valor energético da dieta a ser prescrita; ■ as recomendações de macronutrientes e de micro- nutrientes para a adequada distribuição destes na dieta a ser prescrita. Esperamos que a apresentação desta obra instigue os profissionais à leitura de diversas produções científicas, pois o conhecimento aprofundado constitui a base para a atua- ção dos profissionais das áreas de nutrição e saúde, quando estes procuram provocar mudanças de comportamento ali- mentar (reeducação alimentar) de um público alvo. Inclu- sive, não faltarão perguntas, pois, cada vez mais, as pessoas estão interessadas em melhorar sua qualidade de vida, e é necessário respondê-las acertadamente. Boa leitura! As Autoras Capítulo1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas 1.1. Critérios qualitativos As leis fundamentais da alimentação foram propostas pelo nutrólogo argentino Pedro Escudero (1937). O cum- primento destas regras possibilita uma alimentação ade- quada tanto para sãos como para enfermos. São elas: 1 ª - Lei da quantidade: A quantidade de alimentos deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas e man- ter em equilíbrio o seu balanço. 2ª - Lei da qualidade: A dieta deve ser completa em sua composição para oferecer ao organismo - que é uma uni- dade indivisível - todas as substâncias que o integram. 3ª - Lei da harmonia: As quantidades dos diversos nu- trientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. 4 • Cálculos Nutricionais 4° - Lei da adequação: A finalidade da alimentação está subordinada à sua adequação ao organismo. Síntese das leis da alimentação: "O plano alimen- tar deve ser quantitativamente suficiente, qualitativamen- te completo, além de harmonioso em seus componentes e adequado à sua finalidade e ao organismo a que se destina" (BARIONI, BRANCO, SOARES, 2008). Na análise qualitativa, devem-se considerar além das Leis da Alimentação de Escudero, a presença de alimentos de todos os grupos, a compensação entre as refeições, as características organolépticas, a variedade e a disponibili- dade. Para Escudero, nutriente é toda substância que, in- troduzida no nosso organismo, vai exercer uma função de nutrição. O predomínio de determinados nutrientes na composição dos alimentos determinará sua classificação em: construtores, reguladores e/ou energéticos. 1. Alimentos Construtores ou Plásticos: carnes, miúdos ou vísceras, ovos, leguminosas secas, leite e queijos. Neles predominam os seguintes nutrientes: ■ proteínas - essenciais à formação de todos os te- cidos; ■ minerais - principais constituintes de ossos e den- tes, mas praticamente encontráveis em todas as células; ■ água - constituinte de todos os tecidos . Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 5 2. Alimentos Reguladores: hortaliças (legumes e verduras) e frutas. Nelas predominam os nutrientes: água, minerais, fibras, vitaminas e proteínas, que regulam os processos or- gânicos e as condições internas. 3. Alimentos Energéticos: cereais e subprodutos, feculen- tos, cana-de-açúcar e derivados, mel e gorduras. Nos quais predominam os nutrientes: ■ carboidratos - fonte de energia mais eficaz para o organismo; ■ lipídios - fonte de energia mais concentrada; ■ proteínas - fornecem energia, mas sua principal função é construir e reparar tecidos orgânicos. 1.2. Critérios semiquantitativos O critério semiquantitativo se baseia em guias alimentares, que determinam o número de porções de alimentos de to- dos os grupos que devem ser consumidos pelos indivíduos. Os grupos são propostos em função da classificação dos alimentos segundo seu valor nutricional. Partindo dessa classificação, listas de equivalência nutricional são construídas a partir do porcionamento dos alimentos em medidas ca- seiras e porções em gramas, de tal forma a apresentarem aproximadamente o mesmo valor calórico, o que permite a substituição entre os alimentos do mesmo grupo. No Brasil, existe para a população adulta, o guia adap- tado proposto por Sonia Tucunduva Phillippi e colabora- dores (1999), conhecido como Pirâmide Brasileira, e mais 6 • Cálculos Nutricionais recentemente o Guia Alimentar para a População Brasileira, conhecido como Guia Oficial, publicado pelo Ministério da Saúde em 2005 (BRASIL, 2005). Além dos guias para a po- pulação adulta, o Ministério da Saúde também publicou um guia destinado a crianças de O a 2 anos (BRASIL, 2002). 1. Guia Adaptado para a População Brasileira - a Pirâmi- de Brasileira (PHILIPPI et al, 1.999). O Guia Alimentar adaptado foi baseado no guia norte-ame- ricano e apresenta uma representação gráfica (pirâmide) que facilita a visualização dos alimentos, bem como sua es- colha e proporções nas refeições diárias. Foi elaborado com base em dietas com três valores calóricos distintos ( 1600 kcal, 2200 kcal e 2800 kcal) e é composto por oito grupos de alimentos que foram estabelecidos de acordo com suas ca- racterísticas nutricionais e hábitos dos brasileiros, e porcio- nados por equivalência calórica. Na representação gráfica, os grupos foram alocados em quatro níveis de acordo com sua função ( oferta de energia básica, oferta de vitaminas, minerais e fibras, oferta protéica e oferta de energia extra): ■ Nível 1: grupo dos cereais, raízes, tubérculos e massas - porções de 150 kcal; ■ Nível 2: grupo das hortaliças - porções de 15 kcal. Grupo das frutas - porções de 35 kcal; ■ Nível 3: grupo dos derivados lácteos - porções de 120 kcal. Grupo das carnes - porções de 190 kcal; Grupo das leguminosas - porções de 55 Kcal; ■ Nível 4: grupo dos açúcares - porções de 11 O kcal; Grupo das gorduras e óleos - porções de 73 kcal. Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 7 ÓLEOSEGOllDUAAS _______ _ AÇÚCAAES E DOCES , _ _____ 1a 2porções;dül1U 1 a 1 potçC-Cs diá.rfa.s c,da po1çAoa 7J i,.i • 1 coihe, dt sopa (-! 9} de azene de oliva ou óleo , 1'rn:! i <olherde sap.1 (129l ckmak>~s-e , m•>a f.tl• (7,5 gl dt bJCO<> lEITES,QUEUOS,tOGURTES ____ ;..: 3porç6osdl~Tl,s úda pOr~ 120 k<,l1 , 1co;x,dc rcqu0Jã.0{2Soml)dtle'-te • 1CO:hcrcme!ade ,o:,,(459)clo ,oq.,.!Jão • , fa!i.l (509)dcque1jo m!n,u fresca! CAANESEO\IOS ,., porçõe< dri~as C><la por(,lo, 190 k<JI • 1 ur.:dadc {100 g) de f,~ dctr~ngogrclh3do • 1 un\fadCptqUCn l (54gl doblfc91clh•do , 1 un:d•t!e (100g) de pese~ f 1t3 .. Cad, p,,,~;o, •S lul • ,5 f'Oihas (1209) d~ illfacc , 4 btlas (So !J) de tom,tc • l{Olher e Inda d• sopa (s39) de ab6bo,;i codd~ Fonte: Phill ipi St. Ribeiro \C. , 1999. Latenza Ar, Cruz ART úd:i po,ç;10: 110 kca1 • 1 colher de sop,1 {28 9) de a.ÇUcar refinado • 2colhcre.scme1.1 desopa(379)demel • 4 quadradinho> (24 9) de <h«Olatc CUEAIS, RNl<S E TUslRCUlOS 5 ,9,,.,çi..,dlin.u Cida por(~.1sokc.1I , 1unk1.1dc {509)dc~o ~n'6 • 4<o!hmsde ,opa(1249) dt.:moz: brancoco21<10 · ?Colheres de servir (13;9) de 1x.uC dt b.ltatas LEGUMINOSAS (FE!/Õ!S} - , 1"'J1ào d!l.ru C>d• porção: SI kcal • t conchl (86 gl de fc1j)o cozido (so!I de<aldo) • 1 colher de SCl\4r (4lg) desoja COZ'~ • 2 colhcre,. de ,Of"l489) delcntl!h3 cozid,1 C.,,u porçi<►. 3> tu! , mclocopo amt1k:;u,o ($o m1} de '5Ucodcl;uanJil puro • rntta 1,mkS.1de (-13 g} de binanil nanrc.1. 0 1fatb.(1:sg)dc ,r~!3nd:\ Figura 1 - Pirâmide alimentar adaptada (PHILIPPI et ai., 1999) 8 • Cálculos Nutricionais 2. Guia Alimentar Oficial para Adultos (BRASIL, 2005) O Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado em 2005 pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde - Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição contém as primeiras diretrizes alimentares ofi- ciais para a nossa população. Suas diretrizes objetivam a promoção da saúde através da prevenção das doenças ~rô- nicas não-transmissíveis, da má nutrição em suas diferen- tes formas de manifestação e das doenças infecciosas. Re- comenda-se a leitura do documento na íntegra disponível para acesso na página da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde: http:/ !www.saude.gov. br!bvs). O documento apresenta-se dividido em três partes, além das referências bibliográficas, anexos e colaboradores. As diretrizes são abordadas na segunda parte do documen- to, constituido de sete diretrizes e mais duas especiais: Diretriz 1 - Os alimentos saudáveis e as refeições. Aborda: ■ a necessidade de se realizar pelo menos três refei- ções diárias, intercaladas com lanches saudáveis; ■ a importância da consulta e interpretação da in- formação nutricional e da lista de ingredientes presentes nos rótulos dos alimentos para a seleção de alimentos mais saudáveis; ■ a importância da práticado aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade da criança e sobre os passos para a alimentação complementar após esse período. Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 9 Diretriz 2 - Cereais, tubérculos e raízes. Aborda a importância do consumo de alimentos ri- cos em carboidratos complexos (amidos), como cereais, de preferência integrais, tubérculos e raízes para garantir 45 a 65% da energia total diária da alimentação. Diretriz 3 - Frutas, legumes e verduras. Aborda: ■ a importância de variar o consumo desses grupos de alimentos nas diferentes refeições e ao longo da semana; ■ a grande variedade desses alimentos disponíveis em todas as regiões do país e seus diferentes mo- dos de preparo. Diretriz 4 - Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteínas. Aborda: ■ o consumo de no mínimo 5% do total de energia diária na forma de leguminosas como feijões, len- tilhas, ervilha seca, grão-de-bico, soja, destacando os diferentes modos de preparo; ■ o consumo de castanhas e de sementes, inclusive como ingredientes de diferentes preparações; ■ a recomendação de consumo diário de feijão com arroz, na proporção de 1 para 2 partes. 10 • Cálculos Nu.tricionais Diretriz 5 - Leite e derivados, carnes e ovos. Aborda: ■ o alto valor biológico das proteínas presentes nos ovos, carnes, peixes, leite e derivados; ■ o leite e os derivados são fontes de proteínas, vita- minas e as principais fontes de cálcio da alimenta- ção, deve-se preferir os produtos que contenham menor teor de gordura; ■ A alta biodisponibilidade do ferro presente nas carnes, principalmente nos miúdos e nas vísceras e peixes. Diretriz 6 - Gorduras, açúcares e sal. Aborda: ■ a redução do consumo de alimentos com alta con- centração de sal, açúcar e gordura para diminuir o risco de ocorrência de obesidade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemias e doenças cardio- vasculares; ■ a importância da consulta e interpretação da in- formação nutricional e da lista de ingredientes nos rótulos dos alimentos para a seleção de alimentos mais saudáveis; ■ o consumo diário de sal deve ser no máximo de 5 g/dia (1 colher rasa de chá por pessoa). Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 11 Diretriz 7 - Agua. Aborda: ■ a importância do consumo de água independente- mente de outros líquidos; ■ a oferta ativa e regular de água às crianças e aos idosos ao longo do dia; ■ os cuidados domésticos que garantem a qualida- de e a segurança da água a ser consumida pela família. O guia alimentar brasileiro recomenda às pessoas in- gerirem no mínimo 2 litros de água por dia (6 a 8 copos), preferencialmente entre as refeições. Essa quantidade pode variar de acordo com a atividade física e com a temperatura do ambiente. Diretriz Especial 1 - Atividade física. Aborda: ■ a promoção da alimentação saudável e o incentivo à prática regular de atividade física; ■ a importância do equilíbrio entre o consumo ali- mentar e o gasto energético para a manutenção do peso saudável, em todas as fases do curso da vida. 12 • Cálculos Nutricionais Diretriz Especial 2 - Qualidade sanitária dos alimentos. Aborda as medidas preventivas e de controle, incluin- do as práticas de higiene, que devem ser adotadas na cadeia produtiva, nos serviços de alimentação, nas unidades de comercialização e nos domicílios, a fim de garantir a quali- dade sanitária dos alimentos. Visando promover a saúde ç> guia, como podemos perceber, é concebido para contribuir para a prevenção de doenças causadas por deficiências nutricionais, para refor- çar a resistência orgânica a doenças infecciosas e para re- duzir a incidência de doenças crônicas não-transmissíveis por meio da alimentação saudável. Por isso, a aplicação das diretrizes no planejamento de uma dieta é o primeiro passo para a prevenção da doença e a recuperação da saúde por meio dos alimentos. O Guia Alimentar para a População Brasileira também destaca os itens da Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, da Atividade Física e da Saúde, pu- blicada pela Organização Mundial da Saúde em 2004. As recomendações específicas sobre dieta, constantes do do- cumento final da estratégia, são: ■ manter o equilíbrio energético e o peso saudável; ■ limitar a ingestão energética procedente de gordu- ras; substituir as gorduras saturadas por insatura- das e eliminar as gorduras trans (hidrogenadas); ■ aumentar o consumo de frutas, legumes e verdu- ras, cereais integrais e leguminosas (feijões); Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 13 ■ limitar a ingestão de açúcar livre; ■ limitar a ingestão de sal (sódio) de toda procedên- cia e consumir sal iodado. Assim sendo, por meio de suas recomendações e dire- trizes, o Guia Oficial torna-se um importante instrumento para o nutricionista analisar e planejar dietas baseadas nos preceitos da alimentação equilibrada. Assim como outros guias alimentares, foi feita uma proposta de consumo recomendado, em porções, para cada grupo de alimentos. Os alimentos foram agrupados de acordo com suas características nutricionais, disponibi- lidade e hábitos da população brasileira e porcionados por equivalência calórica, a saber: ■ Grupo dos cereais, raízes, tubérculos e massas - porções de 150 kcal. ■ Grupo das hortaliças - porções de 15 kcal. ■ Grupo das frutas - porções de 70 kcal. ■ Grupo dos feijões - porções de 55 kcal. ■ Grupo das carnes - porções de 190 kcal. ■ Grupo dos derivados lácteos - porções de 120 kcal. ■ Grupo das gorduras e óleos - porções de 73 kcal. ■ Grupo dos açúcares - porções de 110 kcal. A seguir, vejamos as porções de alimentos ( em gramas) e as medidas caseiras correspondentes, segundo o Guia Ali- mentar Brasileiro destinado a adultos (BRASIL, 2005): 14 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 15 Porções de alimentos (em gramas) ( continuação) e medidas caseiras correspondentes(*) Arroz, Pães, Massas, Batata e Mandioca 1 porção= 150 kcal Arroz, Pães, Massas, Batata e Mandioca 1 porção= 150 kcal Alimentos Peso (g) Medida caseira Alimentos Peso (g) Medida caseira amido de milho 40,0 2 1/2 colheres de sopa angu1 105,0 3 colheres de sopa cerea l matinal 43,0 1 xícara de chá farinha de ave ia 36,0 2 co lheres de sopa farinha de mandioca 30,0 2 colheres de sopa arroz branco cozido 125,0 4 colheres de sopa farinha de mi lho 48,0 4 colheres de sopa arroz integral cozido 140,0 4 co lheres de sopa farofa de farinha de 37,0 1 /2 colher de servir mandioca batata cozida 175,0 1 1/2 unidade inhame cozido/amassado 126,0 3 1/2 colheres de sopa batata inglesa corada picada 90,0 3 colheres de sopa macarrão cozido 105,0 3 1/2 colheres de sopa batata doce cozida 150,0 1 1/2 colheres de servir mandioca cozida 96,0 3 colheres de sopa batata frita (palito) 58.0 11/3 colher de servir milho verde em espiga1 100,0 1 espiga grande batata sauteé 130,0 2 1 /2 colheres de servir milho verde em conserva 142,0 7 colheres de sopa biscoito tipo "cookies" com 30,0 6 unidades (enlatado) gotas de chocolate/coco pamonha1 100,0 1 unidade biscoito tipo "cream cracker" 32,5 5 unidades pãozinho caseiro 55,0 1/2 unidade biscoito de leite 32,5 5 unidades pão de batata1 50,0 1 unidade média biscoi to tipo "maisena " 35.0 7 unidades pão de centeio 60,0 2 fatias biscoito tipo "maria" 35,0 7 unidades pão de forma tradicional 43,0 2 fatias biscoito recheado chocolate/ 34,0 2 unidades doce de leite/morango biscoito tipo "waffer'' 30,0 3 unidades chocolate/morango/baunilha pão de milho1 70.0 1 unidade média pão de queijo 40,0 1 un idade pão francês 50,0 1 unidade bolo de banana1 50,0 1 fatia pequena pão hotdog 75.0 1 1/2 unidade bolo de cenoura 1 30,0 1 fatia pequena pipoca com sal 22.5 2 1/2 xícara de chá bolo de chocolate 50.0 1 fatia po I enta frita 80,0 2 fatias bolo de milho150,0 1 fatia polenta sem molho zoo.o 2 fatias cará cozido/amassado 126,0 3 1/2 colheres de sopa purê de batata 135,0 2 colheres de servir 16 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboraçã o de dietas • 17 ( continuação) (continuação) Arroz, Pães, Massas, Batata e Mandioca 1 porção= 150 kcal Verduras e Legumes 1 porção = 15 kcal Alimentos Peso (g) Medida caseira Alimentos Peso (g) Medida caseira purê de inhame1 135,0 3 colheres de servir brócolis cozido 60,0 4 1/2 colheres de sopa torrada salgada 40,0 4 unidades broto de alfafa cru 50,0 1 1/2 xícara de chá torrada de fibras 45,0 4 unidades broto de feijão cozido 81,0 11/2 colher de servir torrada gl úten 50,0 5 unidades cenoura cozida (fatias) 35,0 7 fatias torrada (pão francês) 33,0 6 fatias cenoura cozida (picada) 36,0 1 colher de servi r cenoura crua (picada) 36,0 1 colher de servir Verduras e Legumes chuchu cozido 57,0 2 1/2 colheres de 1 porção= 15 kcal sopa Alimentos Peso (g) Medida caseira couve-flor cozida 69,0 3 ramos abóbora cozida (menina, 53,0 11/2 colher de sopa couve-manteiga cozida 42,0 1 colher de servir japonesa, moranga) ervilha em conserva 13,0 1 colher de sopa abobrinha cozida 81,0 3 colheres de sopa ervilha fresca 19,5 1 1/2 colher de sopa acelga cozida 85,0 2 1 /2 colheres de ervi lha torta (vagem) 11,0 2 unidades sopa escarola 83,0 15 fo lhas acelga crua (picada) 90,0 9 colheres de sopa espinafre cozido 60,0 3 colheres de sopa agrião 130,0 22 ramos ji ló cozido 40,0 1 1/2 colher de sopa aipo cru 80,0 2 unidades maxixe cozido 1 120,0 3 colheres de sopa alcachofra cozida 35,0 1/4 unidade mostarda 83,0 8 fol has al face 120,0 15 folhas palmito em conserva 100,0 2 unidades almeirão 65,0 5 folhas pepino japonês 130,0 1 unidade aspargo em conserva 80,0 8 unidades pepino picado 116,0 4 colheres de sopa berinjela cozida 60,0 2 colheres de sopa pimentão cru fatiado 70,0 1 O fatias bertalha refogada 1 25,0 1 colher de sopa [vermelho/verde) beterraba cozida 30,0 3 fatias pimentão cru picado 72,0 3 colheres de sopa beterraba crua ra lada 42,0 2 colheres de sopa [vermelho/verde) 18 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 19 (continuação) (continuação) Verduras e legumes Frutas 1 porção= 15 kcal 1 porção = 70 kcal Alimentos Peso (g) Medida caseira Alimentos Peso (g) Medida caseira quiabo cozido 80,0 2 colheres de sopa carambola 220,0 2 unidades rabanete 102,0 3 unidades cereja 96,0 24 unidades repolho branco cru (picado) 72.0 6 colheres de sopa damasco seco 30,0 4 unidades repolho cozido 75,0 5 colheres de sopa fruta-do-conde 75.0 1/2 unidade repolho roxo cru (picado) 60,0 5 colheres de sopa goiaba 95,0 1/2 unidade rúcula 83,0 15 folhas jabuticaba 140,0 20 unidades salsão cru 38,0 2 colheres de sopa jaca 132,0 4 bagos tomate caqui 75,0 2 1/2 fatias kiwi 154,0 2 unidades tomate cereja 70,0 7 unidades laranja-baía 144,0 8 gomos tomate comum 80,0 4 fatias laranja-pêra 137,0 1 unidade vagem cozida 44,0 2 colheres de sopa limão 252,0 4 unidades maçã 130,0 1 unidade mamão-formosa 160,0 1 fatia Frutas 1 porção = 70 kcal Alimentos Peso (g) Medida caseira abacate 32,0 1 co lher de sopa abacaxi 130,0 1 fatia mamão-papaia 141,5 1/2 unidade manga 110,0 1 unidade manga polpa 94,5 1 /2 xícara de chá maracujá [suco puro) 94,0 1 /2 xícara de chá melancia 296,0 2 fatias acerola 224,0 32 unidades melão 230,0 2 fatias ameixa-preta seca 30,0 3 unidades ameixa-vermelha 140,0 4 unidades morango 240,0 10 unidades nectarina 184,0 2 unidades banana-prata 86,0 1 unidade banana-nanica 86,0 1 unidade caju 147,0 2 1/2 un idades pêra 133,0 1 unidade pêssego 226,0 2 unidades salada de frutas 125,0 1/2 xícara de chá caqui 113,0 1 unidade (banana, maçã. laranja, mamão) 20 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 21 Frutas ( continuação) 1 porção= 70 kcal Alimentos Peso(g) Medida caseira suco de abacaxi 125,0 1/2 copo de requeijão suco de laranja (pu ro) 187,0 1 /2 copo de requeijão suco de melão 170,0 1/2 copo de requeijão feijões 1 porção= 55 kcal Alimentos Peso (g) MeWda caseira soja cozida 43,0 1 colher de seNir (arroz) suco de tangerina 164,0 1 /2 copo de requeijão suco de uva 100,0 1/2 copo de requeijão (industrializado) Carnes e Ovos tangerina/mexerica 148,0 1 unidade 1 porção= 190 kcal uva comum 99,2 22 uvas Alimentos Peso (g) Medida caseira uva-itália 99,2 8 uvas atum em lata 90,0 2 co lheres de sopa uva-rubi 103,0 8 uvas bacalhoada 75,0 1/2 porção uva-passa 17,0 1 colher de sopa bacalhau cozido 1 135,0 1 pedaço médio vitamina (mamão, maçã, 125,0 1/2 copo de requeijão Bife de fígado frito· 100,0 1 unidade média 1 banana, leite) Bife enrolado 110,0 1 unidade bife grelhado 90,0 1 unidade1 camarão frito 80,0 1 O unidades Feijões 1 porção= 55 kcal Al imentos Peso (g ) Medida caseira eNilha seca cozida 72,5 2 1/2 co lheres de carne assada 75,0 1 fatia pequena (patinho) carne cozida 1 80,0 4 pedaços pequenos carne cozida de peru tipo 150,0 10 fatias sopa fe ijão branco cozido 48,0 1 1 /2 colher de sopa feijão cozido (50% de caldo) 86,0 1 concha feijão cozido (somente grãos) 50,0 2 colheres de sopa "blanquet" carne moída refogada 90,0 5 co lheres de sopa carne seca 40,0 2 pedaços pequenos 1 carré1 90,0 1 unidade média feijão preto cozido1 80,0 1 concha média rasa grão-de-bico cozido 36,0 1 1/2 colheres de costela bovina assada 1 40,0 1 pedaço pequeno espetinho de carne 92,0 2 unidades sopa lenti lha cozida 48,0 2 cal heres de sopa frango assado inteiro 100,0 1 pedaço de peito ou 1 coxa grande ou 1 sobrecoxa 22 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 23 Carnes e Ovos (continuação) 1 porção = 190 kcal Leites, Queijos, Iogurtes Alimentos Peso (g) Medida caseira 1 porção= 120 kcal frango filé à milanesa 80,0 1 unidade Alimento Peso (g) Medida caseira frango filé grelhado 100,0 1 unidade iogurte desnatado natural - 200,0 1 copo de requeijão frango sobrecoxa cozida s/ 100,0 1 sobrecoxa grande padrão pele e/molho iogurte integral natural - 200,0 1 copo de requeijão hambúrguer grelhado 90,0 1 unidade padrão 1 ingüiça de porco cozida 50,0 1 gomo iogurte desnatado de frutas 130,0 1 pote manjuba frita 100,0 10 unidades -padrão merluza coz ida 200,0 2 filés leite de cabra integral1 182,0 1 copo de requeijão mortadela 45,0 3 fatias médias leite em pó integral - 30,0 2 colheres de sopa omelete simples 74,0 1 unidade ovo cozido1 90,0 2 unidades padrão leite em pó desnatado - 30,0 2 colheres de sopa padrão ovo frito 50,0 1 unidade leite integral longa vida 182,0 1 copo de requeijão peixe espada cozido 100,0 1 porção 3,5% gordura - padrão peru assado sem pele 96,0 2 fatias grandes1 leite semidesnatado longa 182,0 1 copo de requeijão porco lombo assado 80,0 1 fatia vida 2% gordura - padrão salame 75,0 11 fatias leite tipo B 3,5% gordura 182,0 1 copo de requeijão salsicha 60,0 1 1 /2 unidade - padrão sardinha escabeche 50,0 1 unidade sardinha em conseNa1 41,5 1 unidade média leite tipo C 3,0% gordura 182,0 1 copo de requeijão - padrão queijo tipo minas frescal1 40,0 1 fatia grande que ijo tipo minas 50,0 1 1/2 fatia Leites, Queijos, Iogurtes queijo tipo mussarela 45,0 3 fatias 1 porção= 120 kcal que ijo tipo parmesão ra lado 30,0 3 colheres de sopa Alimento Peso (g) Medida caseira que ijo pasteurizado 35,0 2 unidade coalhada1 100,0 1/2 copo de requeijão queijo prato 40,0 2 fatias iogurte desnatado de frutas 140,0 1 pote queijo provolone 35,0 1 fatia - padrão requeijão cremoso 45,0 11/2 co lher de sopa 24 • Cálculos Nutricionais ( continuação) Leites, Queijos, Iogurtes 1 porção= 120 kcal Alimento Peso (g) Medida caseira ricota 100,0 2 fatias vitamina de leite com frutas 171 ,0 1 copo de requeijão Óleos e Gorduras1 porção = 73 kcal Alimento Peso (g) Medida caseira azeite de dendê 9,2 1/2 colher de sopa azeite de oliva 7,6 1 colher de sopa bacon (gordura) 7,5 1 /2 fatia banha de porco 7,0 1 /2 colher de sopa creme vegetal 14,0 1 colher de sopa ha lvarina 19.7 1 colher de sopa manteiga 9,8 1 /2 colher de sopa margarina cul inária 10,0 1/10 tablete margarina líquida 8,9 1 colher de sopa margarina vegeta l 9,8 1/2 co lher de sopa óleo vegetal composto de 8,0 1 colher de sopa soja e oliva óleo vegetal de canola 8,0 1 colher de sopa óleo vegetal de girassol 8,0 1 colher de sopa óleo vegetal de milho 8,0 1 colher de sopa óleo vegetal de soja 8,0 1 colher de sopa Capítulo 1 Critérios para a análise e a elabora ção de dietas • 25 { continuação) Açúcares e Doces 1 porção= 110 kcal Alimento Peso {g) Medida caseira açúcar cristal 28,0 1 colher de sopa açúcar mascavo fino 25,0 1 colher de sopa açúcar mascavo grosso 27,0 1 1 /2 colher de sopa açúcar refinado 28,0 1 colher de sopa bananada1 40,0 1 unidade média doce de leite cremoso1 40,0 1 colher de sopa doce de mamão verde' 80,0 2 colheres de sopa cheias geléia de frutas1 34,0 1 colher de sopa goiabada em pasta 45,0 1/2 fatia melado1 32,0 2 colheres de sopa mel 37,5 2 1/2 colheres de sopa (*) As tabelas são de autoria da Ora. Sonia Tucunduva PhHippi - Departamento de Nutrição/FSP/USP. Os célcu los do va lor calórico dos alimentos foram realizados com base na "Tabela de Composição de Alimentos: suporte para a decisão nu- tricional" (PHILIPPI, 2001) (1) Fonte: "Tabela para Aval iação de Consumo Alimentar em Medidas Caseiras" (PI- NHEIRO et ai., 2005). Esta tabela foi utilizada pela Coordenação Geral da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (CGPAN) para incorporação de alimentos ou preparações não disponíveis na publicação de PHILIPPI (2001) ou para esta- belecimento de porções dos alimen tos ou refeições não constantes nas tabelas elaboradas pelo NUT /FSP/USP. Foi definida a recomendação de porções a serem con- sumidas para uma dieta de 2000 kca]/ dia segundo o quadro a seguir, cabendo ao nutricionista o papel de individualizar o número de porções de acordo com as necessidades nutri- cionais de cada indivíduo: 26 • Cálculos Nutricionais Quadro 1 - Resumo das recomendações dos guias alimentares para adultos, segundo o número de porções em função dos grupos de alimentos PHILIPPI et ai. Ministério da (1999) Saúde {2005) GRUPOS DE 1600 2200 2800 2000 ALIMENTOS Geral kcal Kcal Kcal kcal Cereais, pães, tubérculos 5 - 9 5 7 9 6 e raízes Hortaliças (verduras e 4-5 4 4½ 5 3 legumes) Frutas 3 - 5 3 4 5 3 Leite e produtos lácteos 3 3 3 3 3 Carnes e ovos 1- 2 1 1½ 2 1 Leguminosas secas 1 1 1 1 1 Óleos e gorduras 1- 2 1 1½ 2 1 Açúcares e doces 1- 2 1 1½ 2 1 Água - - - - 2 Sal - - - - 5 Fontes: PHILIPPI. S. T. et ai. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Rev. Nutr, Campinas, v. 12, n. 1, p. 65-80, jan./abr. 1999. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Al imentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: Promovendo a alimentação saudável / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição - Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 236p.- !Série A. Normas e Manuais Técnicos). 3. Guia Alimentar Oficial para Crianças Menores de 2 anos (BRASIL, 2002) Este guia contém os dez passos recomendados pelo Ministé- rio da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde/Orga- nização Mundial da Saúde (OPAS / OMS) para melhorar a Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 27 alimentação infantil das crianças menores de dois anos; um gráfico ilustrativo em forma de pirâmide de alimentos e su- gestão de cardápios para os grupos de idade de 6 a 11 meses e 12 a 23 meses. O guia apresenta profunda base científica e dá grande enfoque na defesa do aleitamento materno. Recomenda-se a leitura do documento na íntegra, disponível para acesso na página da Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br!bvs. A seguir apresenta-se a pirâmide alimentar destinada às crianças de 6 meses a 2 anos. Fonte: Brasi l. 2002. Figura 2- Pirâmide alimentar infantil destinada a crianças de 6 a 23 meses (Brasil, 2002) 28 • Cálculos Nutricionais Porções de alimentos (em gramas} e medidas caseiras correspondentes, segundo o Guia Alimentar Brasileiro destinado à criança de O a 2 anos (Brasil, 2002) Equivalentes Calóricos para a Pirâmide Alimentar Infantil (6 a 23 meses) Grupo dos Pães/ Cereais/ Raízes e Tubérculos (30 alimentos) 1 Porção = 75 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira aipim cozido/ macaxeira / 48,0 2 colheres de sopa mandioca amido de milho - maisena 20,0 1 colher de sopa arroz branco cozido 62,0 2 colheres de sopa arroz integral cozido 70,0 2 colheres de sopa aveia (em flocos) 18,0 2 colheres de sopa batata cozida 88,0 1 unidade batata doce cozida 75,0 1 colher de servir biscoito de leite 16,0 3 unidades biscoito recheado chocolate 17,0 1 unidade biscoito tipo "cream craker" 16,0 3 unidades biscoito tipo "maisena" 20,0 4 unidades biscoito tipo "maria" 20,0 4 unidades biscoito tipo "waffer" 15,0 1 unidade bolo de chocolate 15,0 meia fatia cará amassado/ inhame 63,0 2 colheres de sopa cereal matinal 21,0 me ia xícara de chá Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 29 (continuação) Grupo dos Pães/ Cereais/ Raízes e Tubérculos (30 alimentos) 1 Porção= 75 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira creme de arroz 23,0 2 colheres de sopa fa rinha de mandioca torrada 24,0 2 colheres de sopa farinha láctea 19,0 2 colheres de sopa fubá 22,0 1 colher de sopa macarrão cozido 53,0 2 colheres de sopa mandioquinha cozida / batata 70,0 1 colher de servir baroa / salsa pão de forma tradicional 21,0 1 Fatia pão de queijo 20,0 meia unidade pão francês 25,0 meia unidade pão tipo "bisnaguinha" 40,0 2 unidades pipoca com sal 11,0 1 xícara de chá polenta sem molho/ angu 100,0 1 fatia purê de batata 67,0 1 colher de servir torrada de pão francês 16,0 3 fatias Grupo de verduras e legumes-hortaliças (30 alimentos) 1 porção = 8 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproxima do em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira abóbora cozida/ jerimum 26,0 1 colher de sobremesa abobrinha cozida 40,0 2 colheres de sopa 30 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 31 (continuação) (continuação) Grupo de verduras e legumes-hortaliças (30 alimentos) Grupo de verduras e legumes-hortaliças (30 alimentos) 1 porção= 8 kcal 1 porção= 8 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (gl Medida caseira Alimentos Peso (g) Medida caseira acelga cozida 51,0 2 colheres de sopa rabanete 51 ,0 2 unidades alface 64,0 8 fo lhas repo lho branco cru (picadol / 36,0 3 colheres de sopa almeirão 36,0 3 fo lhas roxo berinjela cozida 30,0 1 colher de sopa beterraba cozida 15,0 2 fatias repolho cozido 38,0 2 colheres de sopa tomate caqui 38,0 2 fatias beterraba crua ralada 21,0 1 colher de sopa brócol is cozido 27,0 2 colheres de sopa tomate comum 40,0 2 fatias vagem cozida 22,0 1 colher de sopa cenoura cozida (fatias) 21,0 4 fatias cenoura crua (picada) 20,0 1 colher de sopa chuchu cozido 28,0 1colher de sopa Grupo de Frutas (36 alimentos) couve-flor cozida 34,0 2 ramos 1 Porção= 35 kcal couve manteiga cozida 21,0 1 colher de sopa ervilha fresca 10,0 1 colher de sopa ervilha torta/ vagem 5,0 1 unidade escarola 45,0 8 fo lhas Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira abacate 24,0 1 colher de sopa espinafre cozido 30,0 1 colher de sopa jiló cozido 20,0 1 colher de sopa mostarda 30,0 3 folhas abacaxi 65,0 meia fatia acerola 128,0 1 xícara de chá ameixa preta 15,0 2 unidades pepino japonês 65,0 meia unidade pepino picado 58,0 2 co lheres de sopa pimentão cru fatiado (ver- 35,0 4 fatias melho, verde) ameixa vermelha 70,0 2 unidades banana nanica 43,0 meia unidade caju 40,0 1 un idade caqu i 50,0 meia un idade quiabo cozido 26,0 1 colher de sopa carambola 110,0 1 unidade 32 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 33 (continuação) ( continuação) Grupo de Frutas (36 alimentos) Grupo de Frutas (36 alimentos) 1 Porção = 35 kcal 1 Porção= 35 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira Alimentos Peso (g) Medida caseira fruta do conde/ ata / pinha 35,0 meia unidade tamarindo 12,0 6 unidades goiaba 50,0 meia unidade tangerina/ mexerica/ mi- 84,0 6 gomos jabuticaba 68,0 17 unidades mosa / bergamota jaca 66,0 2 bagos uva comum 50,0 11 bagos kiwi 60,0 1 unidade uva itália 50,0 4 bagos laranja bahia / seleta 80,0 4 gomos uva rubi 50,0 4 bagos laranja pêra / lima espremida 75,0 1 unidade para chupar limão 126,0 2 unidades maçã 60,0 meia unidade Grupo dos Feijões-Leguminosas (7 alimentos) 1 Porção = 20 kcal mamão fo rmosa 110,0 1 fatia Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de mamão papaia 93,0 meia unidade consumo Imedidas caseiras) e o valo~ aproximado em kilocalorias manga 55,0 meia unidade Alimentos Peso (g) Medida case ira melancia 115,0 1 fatia ervilha seca cozida 24,0 1 colher de sopa melão 108,0 1 fatia fei jão branco cozido 16,0 meia colher de sopa morango 115,0 9 unidades feijão cozido (50% grão/ 26,0 1 co lher de sopa nectarina 69,0 1 unidade 50% caldo) pêra 66,0 meia unidade fei jão cozido (só grãos) 16,0 meia co lher de sopa pêssego 85,0 1 unidade grão de bico cozido 12,0 1 co lher de sopa suco de abacaxi 80,0 meio copo de requeijão lenti lha cozida 18,0 meia co lher de sopa suco de laranja 85,0 meio copo de requeijão soja cozida 18,0 meia colher de sopa suco de melão 85,0 meio copo de reque ijão suco de tangerina 82,0 meia copo de requei jão 34 • Cálculos Nutricionais Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 35 Grupo do leite, dos queijos e dos iogurtes (20 alimentos) Grupo das carnes: bovina, frango, peixes e dos ovos (23 alimentosl 1 Porção = 120 kcal 1 Porção= 65 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias consumo (medidas casei ra s) e o valor aproxim ado em ki localorias Al imentos Peso (g) Medida caseira Alimentos Peso (g} Medida caseira bebida láctea 150,0 1 pote bife enrolado 36,0 meia unidade iogurte de frutas 140,0 1 pote bife bovino grelhado 21,0 meia unidade iogurte polpa de frutas 120,0 1 pote bife de fígado bovino 34,0 meia unidade iogurte polpa de frutas com 130,0 1 pote carne bovina assada/ cozida 26,0 meia fatia geléia carne bovina moída refogada 30,0 2 colheres de sopa leite em pó integra 1 30,0 2 co lheres de sopa coração de frango 40,0 2 unidades leite esterilizado (longa vida) 182,0 1 xícara de chá espetinho de carne 31,0 1 unidade leite fermentado 160,0 2 potes fígado de frango 45,0 3 un idades leite tipo B (3,5% gordura) 182,0 1 xícara de chá filé de frango à milanesa 26,0 meia unidade leite tipo C (3,0% gordura) 182,0 1 xícara de chá filé de frango grelhado 33,0 meia unidade queijinho pasteurizado fundido 35,0 2 unidades frango assado inteiro 33,0 meio peito ou meia queijo "petit suisse" 90,0 2 potes coxa ou meia sobrecoxa queijo minas 50,0 2 fatias hambúrguer 45,0 meia unidade queijo mussarela 45,0 3 fatias lombo de porco assado 26,0 meia fatia queijo parmesão 30,0 3 colheres de sopa manjuba frita 35,0 3 unidades queijo pasteurizado 40,0 2 fatias merl uza / pescada cozida 66,0 1 filé queijo prato 40,0 2 fatias moela 27,0 1 unidade queijo provolone 35,0 1 fatia "nugget" de frango 24,0 1 unidade requeijão cremoso 45,0 2 colheres de sopa ome lete simples 25,0 meia unidade sobremesa láctea tipo "pudim 90,0 1 pote ovo cozido 50,0 1 un idade de leite" ovo fri to 25,0 meia un idade vitamina de leite com frutas 171 ,0 1 copo de requeijão presunto 40,0 2 fatias sardinha fri ta 51 ,0 meia unidade sobrecoxa de frango cozida 37,0 meia un idade com molho 36 • Cálculos Nutricionais Grupo dos óleos e gorduras (8 alimentos) 1 Porção = 37 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso(g) Medida caseira azeite de oliva 4,0 1 colher de sobremesa creme vegetal 7,0 1 colher de sobremesa manteiga 5,0 1 colher de sobremesa margarina líquida 4,5 1 colher de sobremesa margarina vegetal 5,0 1 colher de sobremesa óleo de soja e de oliva 4,0 1 colher de sobremesa óleo (girassol, milho, soja) 4,0 1 colher de sobremesa Grupo dos açúcares (7 alimentos) 1 Porção = 55 kcal Os alimentos estão expressos em gramas e medidas usuais de consumo (medidas caseiras) e o valor aproximado em kilocalorias Alimentos Peso (g) Medida caseira açúcar cristal 15,0 3 colheres de chá açúcar mascavo grosso 18,0 1 colher de sopa açúcar refinado 14,0 meia colher de sopa doce de leite cremoso 20,0 1 colher de sopa gelé ia 23,0 2 colheres de sobremesa glucose de milho 20,0 1 co lher de sopa goiabada 23,0 meia fatia Atenção: os alimentos estão expressos em gramas, em medidas usuais de consumo Imedidas caseiras). por exemplo, a colher de servir é aquela usada para servir arroz da travessa ou da panela e é maior que a colher de sopa. Os valores são sempre Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 37 pesos médios, portanto não são citados os alimentos como unidades pequenas ou grandes e sim médias. Ex. banana tamanho médio, laranja média etc. A mesma metodologia foi adotada com as colheres citando-se como colheres médias e não usando a denominação cheia ou nivelada ou rasa. Visando faci litar o entendimento das quantidades os valores para medidas caseiras foram aproximados, assim como os valores para quilocalorias lkca l). 1.3. Critérios quantitativos A análise quantitativa pressupõe a quantificação dos nu- trientes que compõem a dieta e, para tanto, é necessário o emprego das tabelas de composição dos alimentos. Sabe-se que as tabelas de composição nutricional são incompletas e apresentam dados discrepantes e parte des- sas diferenças pode ser atribuída à descrição incorreta de alimentos e/ou fontes de valores nutricionais; diferenças na amostragem; utilização de métodos analíticos distintos, inconsistentes ou até mesmo inapropriados; terminologia diferente para expressar certos nutrientes; e, ainda, variabi- lidade resultante de fatores genéticos, ambientais, de prepa- ro e de processamento. Neste sentido, o nutricionista deve optar por tabelas com maior grau de confiabilidade. Um recurso para ana- lisar a confiabilidade da tabela é saber se os métodos utilizados são aqueles estabelecidos pelo INFOODS (International Network of Foods Data System). O IN- FOODS é uma iniciativa da FAO/UNU/WHO (Organiza- çãode Agricultura e Alimentos /Organização das Nações Unidas/Organização Mundial da Saúde) que teve início 38 • Cálculos Nutricionais na década de 1980, visando estimular e coordenar proje- tos para a melhoria e a padronização dos métodos analíti- cos e a ampliação da disponibilidade dos dados pelo mun- do, por isso a FAO tem publicado guias e manuais com protocolos a serem utilizados na geração e na compilação de dados e tem buscado a ampliação da comunicação e o intercâmbio entre os laboratórios. Desta forma, o Brasil por meio do BRASILFOODS tem colaborado e integrado o LATINFOODS, por isso o uso de tabelas que adotem os padrões BRASILFOODS/LATINFOODS/INFOODS pode garantir maior confiabilidade. (BISTRICHE GIUN- TINI, LAJOLO, WENZEL DE MENEZES, 2006) Por tudo o que foi descrito anteriormente, recomen- damos o emprego das seguintes tabelas nacionais: Tabela de Composição de Alimentos TACO (NEPA/UNICAMP) e Ta- bela Brasileira de Composição de Alimentos TBCA (Faculda- de de Ciências Farmacêuticas - Universidade de São Paulo) e do banco de dados do USDA (United States Departament of Agriculture) - Toe Chemical Composition of American Foods Material e da FAO. As demais tabelas disponíveis no Brasil devem ser utilizadas com cautela e análise crítica. Ao escolher um programa de informática para realizar os cálculos nutricionais é fundamental a análise do banco de dados do sistema que deve atender as mesmas recomen- dações anteriormente descritas. Uma vez definida a tabela de composição que será uti- lizada, o próximo passo é a definição dos alimentos e de suas respectivas quantidades a serem analisadas. Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 39 O cálculo dos nutrientes pode ser realizado baseando- se no alimento pronto ( cozido / preparado) ou no alimento in natura (cru). Como os métodos de preparo dos alimen- tos influem na composição nutricional acrescentando ou eliminando nutrientes seria mais adequado o cálculo pelo alimento já pronto e os alimentos que serão consumidos crus, por sua composição in natura. O nutricionista deve analisar cada situação e escolher a melhor opção. O cálculo da quantidade de nutrientes da dieta segun- do as tabelas de composição química dos alimentos deve ser feito conforme a fórmula a seguir: 100 g de alimentos da tabela ------- quantidade de nutrientes da tabela {g, mg, mcg) quantidade de alimentos da dieta {g) ------- X {g, mg, mcg) No estabelecimento da quantidade de alimentos, de- ve-se converter medidas caseiras/porções em gramas. Para tanto, pesar as porções dos alimentos que compõem a dieta ou utilizar bibliografia especializada que apresente tabelas de conversão de medidas caseiras. Todos os componentes (alimentos) do cardápio, que forem calculados baseando-se no seu peso cru, devem ser convertidos em per capita, para isso considerar os fatores de cacção sugeridos por Paulino e Bernardes (2001). 40 • Cálculos Nutricionais TRANSFORMAÇÃO DE PORÇÃO EM PER CAPITA n . ( 1• ) porção (alimento cozido) rercaptta a 1mento cru = ------ - índice de cocção Quadro 2 - Índice de cacção médio dos alimentos Índice de cacção Alimentos médio Carnes com muita gordura 0.45 Carnes com pouca gordura 0,65 Cereais [a rroz, canj ica, aveia, milho, trigo etc.l 2,50 Verduras (folhas) 0,45 Legumes e frutos 0,65 Leguminosas (feijão, lenti lha, soja etc.) 2,25 Tubérculos (batata. cará, mandioca etc.) 0,95 Fonte: Adaptada de Paulino, Bernardes (2001 , p.106). Quando os cálculos não forem pelo alimento pronto, as receitas das preparações devem ser destrinchadas para a obtenção dos per capita. Para preparações elaboradas, bus- car as receitas originais em receituários padrão ou consul- tar bibliografia especializada para obter o per capita de cada ingrediente. Para produtos industrializados (refrigerantes, bolos, biscoitos, congelados, sorvetes, doces etc.), verificar a com- posição centesimal no rótulo do produto, porém considerar que muitos dados podem estar ausentes dos rótulos. Capítulo 1 Critérios para a análise e a elaboração de dietas • 41 O óleo deve ter seu cálculo em gramas, para tanto fa- zer a conversão considerando que 1 ml equivale a 0,8 gra- mas do produto. É necessário considerar as quantidades dos temperos que constam dos receituários padrão ou, então, utilizar a padronização de per capita para temperos aqui sugerida: 8 g de óleo por refeição; 10% do per capita do alimento de óleo por preparação frita; 5 g de cebola por refeição; 1 g de alho por refeição e 2,5 g de sal por refeição. O valor calórico total (VET) deve ser obtido por meio da multiplicação do valor em gramas das proteínas do car- dápio por 4, dos lípides por 9 e dos glícides por 4. Sugere- se fazer o subtotal do valor calórico por refeição e o total diário. Calcular a quantidade de todos os micronutrientes disponíveis ou dos que forem destaque em função do indi- víduo que seja o objeto de estudo. Densidade calórica Outra informação que podemos obter por meio do cálculo do valor nutricional de dietas é a densidade calórica, defi- nida como a relação entre o valor calórico da dieta (ou ali- mento, preparação, produto industrializado etc.) e seu peso em grama (g) ou volume (ml). Veja a fórmula demonstrada a seguir: 42 • Cálculos Nutricionais Densidade calórica= valor calórico da dieta/alimento g ou mi da dieta/alimento A definição da densidade calórica é útil para situações em que há necessidade de recuperação do estado nutricio- nal, tanto para perda quanto para ganho de massa corporal. Assim sendo, para a perda de peso, recomenda-se dietas com baixa densidade calórica, ou seja, volumes maiores que representam reduzido aporte energético. Em contra- partida, para o ganho de peso é necessário dietas com alta concentração energética em relação ao volume de alimen- tos oferecidos. O quadro a seguir mostra o que a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN, 1990) espera para uma dieta normal, considerando-se os padrões alimentares bra- sileiros: Quadro 3 - Densidade calórica esperada para a dieta, segundo as especificidades de cada faixa etária. Densidade calórica Faixa etária lkcal / g ou mi) Lactentes e pré-escolares 0,6 a 0,75 Escolares 2,0 Adolescentes, adultos e idosos 1.4 a 2,5 Fonte: SBAN (1990). Capítulo 2 Planejamento dietético 2.1. O diagnóstico nutricional e os objetivos do plano dietético O planejamento dietético tem início no diagnóstico nutri- cional do indivíduo. É a partir do diagnóstico nutricional que o nutricionista traça o objetivo da intervenção nutri- cional, ou seja, manutenção, ganho ou perda de massa cor- poral, sem excluir evidentemente a educação nutricional. Ao instituir um objetivo, o nutricionista precisa es- tabelecer o peso ideal. Ele é necessário, pois poderá ser utilizado na próxima etapa do plano dietético que é a de- finição do aporte energético da dieta a ser prescrita, rea- lizado por meio das equações que estimam a necessidade energética do indivíduo. O peso ideal (PI), na verdade, não existe, mas é uma nomenclatura amplamente empregada pelos nutricionis- 44 • Cálculos Nutricionais tas para denominar o peso desejável ou meta do tratamento nutricional. Existem inúmeras possibilidades para a definição do peso ideal, entretanto ultimamente o método mais adota- do tem sido a aplicação do índice de massa corporal ideal como indicador do peso desejável. PESO IDEAL = IMC IDEAL (kg/m2) x Estatura (m21 Obviamente não podemos, em hipótese alguma, es- quecer que o IMC (Índice de Massa Corporal) não é o me- lhor indicador do estado nutricional do indivíduo, prin- cipalmente quando utilizado isoladamente, isso porque o IMC considera exclusivamente a relação do peso corporal pela estatura ao quadrado, excluindo a composição corpo- ral como fator determinante do diagnóstico nutricional. Assim sendo, ao utilizar o IMC como recurso para defi- nir o PI, o nutricionistadeve ter em mãos a análise de todos os indicadores da composição corporal do indivíduo para poder optar corretamente pelo IMC ideal para cada caso. O IMC ideal pode ser obtido por meio da consulta a padrões de referência nacionais e internacionais. Cabe ao nutricionista escolher o padrão que mais se adequar à po- pulação assistida. Ao consultar o padrão de referência, devemos identi- ficar qual a faixa de normalidade estabelecida pelos autores Capítulo 2 Planejamento dietético • 45 responsáveis pelo padrão consultado e, a partir daí, estudar qual a melhor opção para o indivíduo. Quando o diagnóstico é a eutrofia, nosso objetivo é a manutenção do estado nutricional, portanto o PI para o plano dietético a ser prescrito é o peso atual. Em situações em que há desvios nutricionais é importan- te considerar que o objetivo do tratamento nutricional deve ser alcançado de forma lenta e gradual, tanto para situações de ganho de peso quanto para situações de perda de peso. Mudanças de peso bruscas implicam em alterações fi- siológicas e metabólicas que podem comprometer a saúde do indivíduo. Por exemplo, a hiperalimentação visando ao ganho de peso imediato pode resultar em hiperglicemia, esteatose hepática e sobrecarga do aparelho digestório. Já a restrição alimentar expressiva pode resultar em deficiên- cias nutricionais importantes e, ainda, reduzir o gasto ener- gético basal pelo mecanismo de preservação de energia que pode, ao longo do tempo, comprometer a eficácia do trata- mento da obesidade. Uma alternativa para obter o peso desejável nestas si- tuações é calcular o peso correspondente ao IMC da faixa subseqüente à faixa do IMC atual, assim sendo, o tratamen- to nutricional passará por diferentes fases até que o peso ideal seja atingido. Outra possibilidade para conduzir o indivíduo até seu peso ideal é a aplicação do cálculo do peso ajustável que, assim como o nome diz, ajusta o peso atual em 25 ou 50%, 46 • Cálculos Nutricionais buscando desta forma propor um peso meta sem grandes distorções em relação ao peso atual. Existe ainda a alterna- tiva da aplicação do peso habitual/usual do indivíduo. Em situações em que a subnutrição grave ou a obesi- dade grave são diagnosticadas, faz-se necessária a consulta a referências específicas sobre o assunto para definir a me- lhor forma de planejar a intervenção nutricional. 2.2. Definição do valor energético total da dieta - estimativa da necessidade energética Após a definição do objetivo do tratamento nutricional e da eleição do peso ideal, o próximo passo do planejamento dietético ou dietoterápico é a estimativa das necessidades energéticas. O cálculo da necessidade energética total (NET) é im- portante para a definição do valor energético total (VET) da dieta a ser prescrita, portanto a sigla NET é utilizada para representar a necessidade energética diária do indiví- duo e a sigla VET representa o valor calórico da dieta. O gasto calórico diário do indivíduo é determinado pelo seu gasto energético de repouso ou basal, acrescido do gasto energético para desempenho das atividades diárias, da digestão, da absorção e metabolismo dos nutrientes, e da manutenção da temperatura corporal. Vamos discutir um pouco sobre cada uma dessas variáveis. Capítulo 2 Planejamento dietético • 47 O gasto energético basal (GEB) representa de 50 a 70% do gasto energético diário do indivíduo e é definido pelo dispêndio energético para a manutenção das funções vitais em ambiente termoneutro, por isso deve ser aferido com o indivíduo em repouso, em jejum de 12 horas e em temperatura ambiente neutra. Os métodos mais precisos para a estimativa do GEB são água duplamente marcada e calorimetria direta e indireta. Entretanto, tais métodos são utilizados exclusivamente no ambiente acadêmico, no de- senvolvimento de pesquisas científicas. Na prática, o emprego dessa metodologia torna-se in- viável pelo alto custo e complexidade de execução. Por isso, as alternativas sob o ponto de vista do dia-a-dia do nutri- cionista são as equações para a estimativa do GEB. As variáveis que de fato influem no gasto energético basal são o gênero, a idade e a composição corporal, por isso são exatamente essas variáveis que as equações consi- deram: gênero, idade, peso e estatura. As equações para a estimativa do GEB mais citadas na literatura são as equações publicadas pela FAO/WHO/ UNU em 1985, que adaptou o estudo de Schofield (1985) e também a equação de Harris e Benedict publicada em 1919. Porém estudos mostram que estas equações podem, de maneira geral, superestimar em até 20% o GEB, por isso recomendamos a análise crítica dos resultados durante sua aplicação prática. (VOLP et al, 2005) Do ponto de vista da aplicação das equações descritas, habitualmente percebemos que as equações da OMS (1985) 48 • Cálculos Nutricionais são amplamente empregadas quando estamos lidando com indivíduos sadios, já as equações propostas por Barris e Be- nedict são utilizadas durante o planejamento de tratamento dietoterápico, ou seja, em nutrição clínica. A seguir serão demonstradas as diversas fórmulas para os cálculos do GASTO ENERGÉTICO BASAL: Quadro 4 - Fórmulas recomendadas pela OMS (1985) segundo gê- nero, faixa etária e peso corporal Gasto energético basal Idade Gênero kcal/dia masculino 60,9 x P-54 O a 3 anos feminino 61,0 xP-51 masculino 22,7 X p + 495 3 a 10 anos feminino 22,5 XP+ 499 mascul ino 17,5x P+ 651 10 a 18 anos feminino 12,2 xP+ 746 masculino 15,3x P+679 18 a 30 anos fem inino 14.7 xP+496 masculino 11,6 X p + 879 30 a 60 anos feminino 8.7 x P+829 masculino 13,5xP +487 A partir de 60 anos feminino 10,5 X p + 596 Onde, P = peso em kg Fonte: OMS (1985). Capítulo 2 Planejamento dietético • 49 Quadro 5 - Fórmulas recomendadas pela OMS (1985) segundo gê- nero, faixa etária, peso corporal e estatura Gasto energético basal Idade Gênero kcal/dia 10- 18 masculino (16,6 XP) + (77 x E)+ 572 anos feminino (7.4 XP)+ (482 x E)+ 217 18-30 masculino (15.4 x P)- (27 x E)+ 717 anos feminino (13,3 x P) + (334 x E)+ 35 30-60 mascul ino (11 ,3 x P)+ (16 x E)+ 901 anos feminino (8.7 x P) - (25 x E) + 865 a partir de mascu lino (8,8 x P) + (1128 x E)-1071 60 anos feminino (9,2 x P) + (637 x E) - 302 Onde, P = peso em kg e E= estatura em metros Fonte: OMS, 1985. Quadro 6- Fórmulas propostas por Harris e Benedict (1919) Fórmula original Fórmula otimizada na kcal/dia prática clínica kcal/dia Homens 66,4730 + 13,7516 (PJ + 66.47 + 13,75 (P) + 5,0033 (E)- 6.7550 (1) 5,0 (E)- 6,76 (1) Mulheres 655,0955 + 9,5634 (P) + 655, 1 + 9,56 {PJ + 1,8496 (E)-4,6756 (1) 1,85 (E)-4,68(1) Onde, P = kg, E= cm e 1 = idade Fonte: Citado e adaptado de Volp e co l. (2005). 50 • Cálculos Nutricionais Para se obter a Necessidade Energética Total (NET), são acrescidos ao GEB a energia gasta pelo organismo para desempenhar suas atividades. A termogênese induzida pela dieta (TID) é o cus- to energético da digestão, da absorção e do metabolismo dos nutrientes e é estimada em aproximadamente 15% do GEB em situações de dietas mistas, porém não observamos sua aplicação na prática clínica, assim como também não observamos o acréscimo de 10% do GEB referente ao frio. Uma possível explicação para a não aplicação prática des- ses fatores é a dificuldade de mensurar a TID da dieta e também o fato de as equações para a estimativa do GEB já superestimarem o resultado. Por outro lado, a atividade física é sempre consi- derada. O mais adequado seria estimar o gasto energético para cada hora de atividade, porém é inexeqüível na práti- ca clínica, por isso o fator atividade publicado pela FAO/ WHO/UNU, em 1985, é amplamente empregado por re- presentar a atividade física desenvolvida pelo indivíduo na maior parte do tempo, ou seja, sua atividade ocupacional. Entretanto, gostaríamos de ressaltar que se faz necessária a análise nãosó da atividade ocupacional, como também a rotina de vida do indivíduo, pois nela podemos encontrar atividades físicas extras como, por exemplo, a prática de es- portes. Por isso, para classificar o fator atividade, devemos considerar: ■ Atividade leve - aquela em que se passa a maior parte do tempo sentado; ■ Atividade moderada - aquela em que se passa a maior parte do tempo em movimento; Capítulo 2 Planejamento dietético • 51 ■ Atividade pesada - aquela em que se passa a maior parte do tempo em movimento, porém com o uso de força física. Quadro 7 - Fator atividade recomendado pela OMS (1985) segundo a atividade física ocupacional, faixa etária e gênero Faixa etária Gênero Classificação da atividade física Leve Moderada Pesada masculino 1,60 2,50 6,00 10 a 18 anos 2,20 6,00 feminino 1,50 masculino 1,55 1,78 2,10 18 a 65 anos 1,64 1,82 feminino 1,56 Acima de 65 mascul ino 1,40 1,60 1,90 anos feminino 1,40 1,60 1,80 Fonte: OMS (1985). Após a escolha do fator atividade que melhor caracte- riza a atividade do indivíduo, basta multiplicá-la pelo GEB, conforme a fórmula a seguir: [ NET= GEBXFA l Os indivíduos hospitalizados possuem fatores especí- ficos em função das limitações impostas pelas patologias, pelo ambiente e rotinas hospitalares. A seguir demonstra- mos esses fatores. 52 • Cálculos Nutricionais Quadro 8- Fator atividade para pacientes hospitalizados Acamado 1,2 Acamado + movimento 1,25 Ambulante 1,3 Fonte: Kinney 1966, 1970, 1976 Willmore 1977, Long 1979, Elwin 1980 cita- dos por Waitzberg e Silva (20001 e por Cuppari, Avesani e Santos (20051. O fator injúria refere-se ao gasto calórico adicional em função da patologia. O profissional nutricionista deve sele- cionar dentro dos valores estabelecidos aquele que melhor caracteriza a gravidade do quadro clínico. Quadro 9- Fator injúria (FI) segundo condição clínica Condição clínica Fator injúria (FI) Desnutrição grave 1,5 Pequena cirurgia (eletiva) 1.1 a 1,2 Pós-operatório (gerall 1.2 a 1,5 Peritonite 1,2 a 1,5 Sepse 1,4 a 1,8 Infecção grave 1,3 a 1.35 Câncer 1,1 a 1.45 Traumatismo de tecidos moles 1,4a1.7 Fraturas múltiplas 1,2a 1.35 Queimaduras de até 20% 1.0 a 1,5 Queimaduras de 20 a 40% 1,5a1,85 Queimaduras de 40 a 100% 1,85 a 2,05 Fonte: Citados por Augusto et ai. (2000). Capítulo 2 Planejamento dietético • 53 Alterações da temperatura corpórea proporcionam aumento do gasto calórico, portanto quando o indivíduo estiver em estado febril, deve-se multiplicar o GEB também pelo Fator Térmico (FT). Quadro 10 - Fator térmico segundo a temperatura corporal Temperatura corporal Fator térmico 38ºC 1,1 39ºC 1,2 40ºC 1,3 41 ºC 1.4 Fonte: Kinney 1966, 1970, 1976 Willmore 1977, Long 1979, Elwin 1980 cita- dos por Waitzberg e Silva (2000) e por Cuppari, Avesani e Santos (2005). Resumindo, na determinação das Necessidades Ener- géticas Totais, deve-se multiplicar o GEB pelo Fator Ativi- dade e analisar a necessidade de utilização do Fator Injúria (FI) e do Fator Térmico (FT), conforme fórmula abaixo. [ NET = GEB X FA X FI X FT ] Mais recentemente, o IOM (Institute of Medicine), em 2002, publicou equações que estimam o gasto energético total, ou seja, a NET, baseadas em estudos com água du- plamente marcada e que parecem ter excelente reproduti- vidade prática para a população norte-americana, por isso também recomendamos análise crítica em sua aplicação 54 • Cálculos Nutricionais prática, considerando que a população brasileira apresenta características distintas da população do hemisfério norte, tanto sob o ponto de vista genético e fisiológico quanto sob o ponto de vista socioeconômico. Quadro 11 - Equações para a estimativa da necessidade energética total (EER} Idade Gênero Estimativa da Necessidade Energética kcal/dia Oa3 masculino (89 x P) - 100 + 175 meses feminino (89xP) - 100 + 175 4a6 masculino (89 x P) - 100 + 56 meses feminino (89 x P) - 100 + 56 7 a 12 masculino (89 x P) - 100 + 22 meses feminino (89 x PJ - 100 + 22 13 a 35 masculino (89 x P) - 100 + 20 meses feminino (89 x P) - 100 + 20 3a8 masculino 88,5-(61,9 x IJ + CAF x [[26,7 x P) + anos (903 x E)I + 20 feminino 135,3-(30,8 x 1) + CAF x [(10.0 x PJ+ (934 X E)]+ 20 9 a 18 masculino 88,5 -(61,9 x 1) + CAF x [(26,7 XP)+ anos (903 x E)]+ 25 feminino 135,3-(30,8 x IJ + CAF x [(10,0 x P) + (934 x E)] + 25 19 ou masculino 662-(9,53 x IJ + CAF x [(1 5,91 x P) + mais (539,6 x E)] anos fem inino 354 - (6,91 x 1) + CAF x [(9,36 x P) + 1726 x EJ] Onde, 1 = Idade em anos, P = peso em kg, E = estatura em m e CAF = coeficiente de atividade física Fonte: IOM (2002). Capítulo 2 Planejamento dietético • 55 Quadro 12 - Valores de coeficientes de atividade física Idade Gênero Classificação dos níveis de atividade física Sedentária Baixa Ativa Muito ativa 3 a 18 masculino 1,00 1,13 1,26 1.42 anos feminino 1,00 1,16 1,31 1,56 19 ou masculino 1,00 1, 11 1,25 1,48 mais 1,00 1,12 1.27 1,45 feminino anos 1 Fonte: IOM 12002). O cálculo da necessidade energética total pode ser rea- lizado por meio de fórmulas rápidas, também conhecidas por fórmulas de bolso que possuem a vantagem de propor- cionar grande agilidade na atuação do nutricionista: NET (Kcal/dia) = Kcal X Peso (kg) Qua dro 13 - Necessidade energética tota l estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corpora l segundo o objetivo da intervenção nutricional Objetivo Recomendação Para perda de peso 20- 25 kcal/kg peso Para manutenção do peso 25-30 kcal/kg peso Para ganho de peso 30-35 kcal/kg peso Fonte: citado por Martins e Cardoso 12000). 56 • Cá lculos Nutricionais OBS: A I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, publicada pela Sociedade Brasi- leira de Cardiologia (2005) sugere o uso do peso atual para indivíduos que precisam perder peso, para evitar restrições calóricas significativas. Quadro 14 - Necessidade energética total estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporal segundo o objetivo da intervenção nutricional para indivíduos em condição de catabo- lismo Objetivo Recomendação Para manutenção do peso 30 - 35 kcal/kg peso Para ganho de peso 35 - 40 kca l/kg peso Fonte: citado por Martins e Cardoso (20001. Quadro 15 - Necessidade energética total estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporal para crianças no pri- meiro ano de vida Idade Kcal/kg O a 3 meses 116 3 a 6 meses 99 6 a 9 meses 95 9 a 12 meses 101 Média 1º ano de vida 103 Fonte: OMS (1985). Capítulo 2 Planejamento dietético • 57 Quadro 16 - Necessidade energética total estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporal para crianças até os 10 anos de idade Idade Gênero Kcal/kg 1 a 2 anos masculino 104 feminino 108 2 a 3 anos masculino 104 feminino 102 3 a 4 anos masculino 99 feminino 95 4 a 5 anos masculino 95 feminino 92 5 a 6 anos masculino 92 feminino 88 6 a 7 anos mascu lino 88 feminino 83 7 a 8 anos masculino 83 feminino 76 8 a 9 anos masculino 77 feminino 69 9 a 10 anos mascu lino 72 fem inino 62 Fonte: OMS (1985). 58 • Cálculos Nutricionais Quadro 17 - Necessidade energética total estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporal e por centímetros de comprimento ou estatura para crianças até os 10 anos de idade Idade Kcal/kg Kcal/cm Até 5 meses 108 5 a 12 meses 98 1 a 3 anos 102 14,4 4 a 6 anos 90 16,0 7 a 10 anos 70 15,2 Fonte: NRC RDA 1989. Quadro 18 - Necessidade energética tota l estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporal e por centímetros de estatura para adolescentes Idade Gênero Kcal/kg Kcal/cm 11 a 14 anos masculino 55 16,0 feminino 47 14,0 15 a 18 anos masculino 45 17,0 feminino 40 13,5 Fonte: NRC RDA 1989. Quadro 19 - Necessidade energética total estimada por recomen- dações de energia por quilo de peso corporalpara adultos e idosos Idade Gênero Kcal/kg 19 a 24 anos masculino 40 feminino 38 25 a 50 anos masculino 37 feminino 36 51 anos ou ma is masculino 30 feminino 30 Fonte: NRC RDA 1989. Capítulo 2 Planejamento dietético • 59 2.3. Definição da composição nutricional da dieta 2.3.1. Distribuição dos macronutrientes: proteínas, glícides e lípides As recomendações de macronutrientes serão apresentadas primeiramente em relação ao valor energético da dieta, se- gundo diversas fontes, o que permite estabelecer os limites desses nutrientes para avaliações das dietas. Em seguida, serão demonstradas as recomendações em gramas por qui- logramas de peso, que devem ser adotadas em análises mais personalizadas, principalmente quando se trata de doentes e de atletas, pois assim será possível obter valores mais es- pecíficos. A seguir serão demonstrados os quadros de recomen- dações dos diversos nutrientes em função do Valor Energé- tico da Dieta. 60 • Cálculos Nutricionais Quadro 20 - Recomendações de proteína em função da porcenta- gem do valor energético total (VET) Nutrientes SBAN* WHO** (1990) (2003) Proteína 10 a 12% VET 10a 15% VET (idosos 12 a 14%) *SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição **WHO (OMSI - Organização Mundial da Saúde ORI - AMOR*** (2002) 10 a 35% VET *"*AMOR - acceptable macronutrients distribution range = taxa de distribuição de macronutrientes aceitável Quadro 21 - Recomendações de glícides em função da porcenta- gem do valor energético total (VETI SBAN* WHO** (1990) (2003) Carboidratos 60 a 70 % 55 a 75 % totais VET VET Carboidratos simples limitar < 10% VET *SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição **WHO {OMS) - Organização Mundial da Saúde ORI- AMOR*** SBC**** (2002) (2005) 45 a 65% 50a 60 % VET VET <25% VET *** AMOR - acceptable macronutrients distribution range = taxa de distribuição de macronutrientes aceitável ****SBC- Sociedade Brasileira de Cardiologia Capítulo 2 Planejamento dietético • 61 Quadro 22- Recomendações de lípides em função da porcentagem do va lor energético total (VET) SBAN* WHO** DRI - (1990) (2003) AMOR*** (2002) Lipídio total 20 a 25 15 a 30 % 20 a 35 % %VET VET VET Ácido Graxo ~ 8% < 10% VET Não definido Saturado VET Ácido Graxo >8% VET A diferença Não defin ido Monoinsatu- rado Ácido Graxo 3%VET 6a 10% VET Não definido Polinsaturado Ácido Graxo 5a 8% VET 5 a 10% VET oo-6 1 i noléico Ácido 1 a 2% VET 0,6 a 1,2% Graxo oo-3 VET li no lê nico Ácido Graxo <1% VET Trans Colesterol < 100 mg/ <300 mg/dia 1000 Kcal *SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição **WHO (OMS)- Organização Mundial da Saúde SBC(2005) **** 25 a 35% VET < 10% VET <7% VET (se LDLi) ~ 20% VET ~ 10% VET < 300 mg/dia < 200 mg/dia {se LDL i) ***AMOR - acceptable rnacronutrients distribution range = taxa de distribuição de rnacronutrientes aceitável ****SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia 62 • Cálculos Nutricionais Quadro 23 - Ingestão diária aceitável de macronutrientes para crianças e adolescentes Idade Proteína Lípides Glícides 1 a 3 anos 5 a 20 % VET 30 a 40 % VET 45 a 65 % VET 4 a 18 anos 10 a 30 % VET 25 a 35 % VET 45 a 65 % VET Fonte: IOM [2002). A seguir, as recomendações em grama por quilo de peso dos macronutrientes destinadas aos cálculos nutricio- nais mais personalizados. Quadro 24 - Recomendações de macronutrientes (lípides e carboi- dratos) em g/kg/dia Nutriente Recomendação Lípides 1 a 2 g/kg/dia (sugere-se máximo 1 g/kgl Carboidratos 4 a 7 g/kg/dia (3 a 5 mg/kg/min) Fonte: adaptado de Waitzberg, Pinto Junior e Cecconello (20001 e Martins e Cardoso [2000). Quadro 25 - Recomendações de proteínas em g/kg/dia FAO/OMS NRC/RDA SBAN DRI-RDA (1985) (1989) (1990) (2002) 1,0 Proteínas 0,75 0,8a 1,0 (idosos 0,75) 0,8 OBS: Em situações em que há o catabolismo, sugere-se va- lores superiores a 1,0 g/kg/dia, porém não excedendo 2,5 g/ kg/ dia de proteína. Capítulo 2 Planejamento dietético • 63 Quadro 26 e 27 - Recomendação de proteína em grama por quilo de peso corporal para crianças até 10 anos de idade Idade Recomendação 3 a 6 meses 1,85 6 a 9 meses 1,65 9 a 12 meses 1,50 1 a 2 anos 1,20 2 a 3 anos 1,15 3 a 5 anos 1,10 5 a 10 anos 1,00 Fonte: OMS (1985). Idade Recomendação 1 a 3 anos 1,2 4 a 6 anos 1, 1 7 a 1 O anos 1,0 Fonte: NRC RDA (1989). Quadro 28- Recomendação de proteína em grama por quilo de peso corporal para adolescentes Gênero Idade Masculino Feminino 10 a 12 anos 1,00 1,00 12a14anos 1,0() 0,95 14 a 16 anos 0,95 0,90 16a 18anos 0,9() 0,80 Fonte: OMS !1985). 64 • Cálculos Nutricionais Quadro 29 - Recomendação de ingestão de fibras em gramas/dia Fonte recomendação SBAN. 1990 20g /dia ou 8 a 10g/1000Kcal SBC*, 2005 20 a 30g/dia *SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia Quadro 30 - Ingestão adequada de fibra alimentar segundo gênero e faixa etária Idade Gênero Al(g) 1 a 3 anos ambos 19 4 a 8 anos ambos 25 9 a 13 anos masculino 31 fem inino 26 14 a 50 anos masculino 38 feminino 25 51 anos ou mais masculino 38 feminino 21 Fonte: IOM [20021. Em relação aos alimentos fontes, a recomendação é de consumo 2 400 g de vegetais e frutas por dia (OMS, 2003; BRASIL, 2005). Capítulo 2 Planejamento dietético • 65 2.3.2. Análise qualitativa da proteína: NDPCal e relação caloria por grama de nitrogênio A análise qualitativa da proteína do cardápio pode ser mensurada por meio do cálculo de NDPcal% - Net Die- tary Protein Calorie Percent, ou seja, porcentagem de calorias fornecidas pela proteína líquida em relação ao valor calórico total (FREIBERG; NUZZO; FERREIRA, 2008) Inicialmente, calcula-se o NPCal (Net Dietary Protein Calorie - quantidade de calorias fornecidas pela proteína Hquida do cardápio) pelo cálculo do NPU (Net Protein Uti- lization - utilização protéica líquida) . Para se obter o NPU, deve-se multiplicar o valor pro- téico (proteína bruta - PB) de cada substância alimentar que compõe o cardápio pela taxa de utilização protéica, que são as seguintes: Taxa de utilização protéica ou PD% (Proteín Dígestibi- lity Percentage): ■ Proteínas de cereais e outros vegetais = 50% ou 0,5 ■ Proteínas de leguminosas secas = 60% ou 0,6 ■ Proteínas de origem animal = 70% ou 0,7 66 • Cálculos Nutricionais Cálculo para a obtenção da proteína líquida (ou NPU) NPU = Proteína bruta x Taxa de utilização protéica (ou PD%) Uma vez calculada a NPU de cada substância alimen- tar, efetua-se a sua soma, que será multiplicada por 4 a fim de ser apurado o NPCal. Cálculo para a obtenção do NPCal NPCal = Total de proteína líquida (NPU) g x 4 Kcal A finalização do cálculo será por meio da relação do NPCal com o Valor Calórico Total. Cálculo para a obtenção do NDPCaI% NDPCal% = NPCal x 100 VET ou VET ---···· 100% NPCal •····· x Segundo a OMS (WHO, 2003) o NDPCal% (Net Die- tary Protein Calorie Percent) mínimo de uma dieta deve ser igual a 6%, se a porcentagem for superior a 10%, é conside- rado desperdício de proteína de alto valor biológico. Capítulo 2 Planejamento dietético • 67 Relação calorias por grama de nitrogênio ( )utra forma para a avaliação da oferta protéica da dieta é o d lculo da relação entre o valor calórico da dieta e a quanti- lhide de nitrogênio da mesma. Neste caso, o nitrogênio representa o aporte protéico da dieta, assim, quanto menor a relação, maior é o aporte protéico e vice-versa. Esse cálculo é muito aplicado em condições clínicas críticas, em que o catabolismo protéico é bastante acentuado e o valor protéico da dieta é fundamental para o restabele- cimento clínico e nutricional do paciente. Por outro lado, a oferta excessiva de calorias pode superalimentá-lo e preju- dicar a evolução clínica. Por isso, há uma tendência de em- prego de dieta com baixa relação energia/nitrogênio para pacientes críticos. A consulta
Compartilhar