Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

2ª Edição - 2018 
1 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
APRESENTAÇÃO 
Olá! Meu nome é Leilane, tenho 23 anos e sou formada em Biomedicina pela Universidade Estadual de 
Maringá. Comecei a estudar para concursos de Perito Criminal em 2015, mas só consegui orientar bem 
meus estudos e estudar com disciplina a partir de 2016. Desde então, tenho percebido a enorme escassez 
de conteúdo específico para a minha área nos concursos de Perito Criminal. Há cursos online que abordam 
as matérias muito superficialmente, e livros de graduação que as abordam de uma forma muito 
aprofundada. Com o tempo, passei a compor meus próprios cadernos e resumos, tentando achar um “meio 
termo” que fosse suficiente para os concursos de Perito Criminal. Sempre guiei meus estudos me baseando 
nas questões de concurso anteriores, o que também era/é um desafio, já que são relativamente poucas 
questões e são difíceis de encontrar. Além de comprar livros específicos, sempre fiz muita pesquisa na 
internet, li artigos e vi vídeos para tentar encontrar determinados conteúdos. Com o instagram 
@concurseira_pc, percebi que muitas pessoas esbarravam nas mesmas dificuldades que eu. 
Em 2016 prestei meu primeiro concurso para Perito Criminal, que foi o da Polícia Civil do Distrito Federal. 
Fiquei empatada em 12º lugar com outras pessoas, dentre mais de 1600 candidatos. Com isso, percebi que 
embora tivesse minhas dificuldades em procurar materiais específicos, talvez estivesse no caminho certo. 
Comecei então a pensar em uma maneira de ajudar outras pessoas que estudam ou desejam estudar para 
essa área, e a ideia da apostila surgiu. Mais recentemente, em 2017, prestei o concurso da Polícia Científica 
do Paraná, e conquistei o 2º lugar, e 1ª lugar no concurso do Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do 
Sul. 
Minha intenção com essa apostila não é esgotar todos os conteúdos de todos os editais, e sim fazer um 
“compilado” dos assuntos mais cobrados. Tão pouco almejo ser referência nos assuntos mencionados, já 
que tão somente trouxe referências de livros já consagrados, que vêm sido cobrados em concursos. Tentei 
explicar os assuntos objetivamente, mas de uma forma que alguém que nunca tenha estudado essas 
matérias também possa entender. Além disso, coloquei várias questões de concursos para treino no final 
de cada capítulo. Na segunda edição, os capítulos de Biologia Molecular, Técnicas em Biologia Molecular e 
Genética Forense foram expandidos, e os capítulos de Entomologia Forense, Tricologia Forense, e 
Hematologia Forense adicionados. 
Basicamente, tudo que eu já estudei eu coloquei aqui. Levando em conta meus resultados em concursos, 
acredito que essa apostila forneça uma boa base para quem almeja o cargo de Perito Criminal nas áreas 
de Biomedicina e Biologia. 
Não deixem de procurar explicações adicionais, vídeos, artigos, caso restem dúvidas sobre os tópicos 
abordados aqui. Façam e refaçam as questões dessa apostila, pois as bancas tendem a repetir os 
conteúdos. Recomendo ainda que, caso haja lacunas nos assuntos, sejam procuradas as referências no final 
de cada capítulo. 
Sem mais comentários, espero, sinceramente, que essa apostila seja de alguma ajuda na conquista do seu 
sonho! 
Bons estudos! 
 
Leilane Verga. 
 
2 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
ÍNDICE 
1. Biologia celular ......................................................................................................................................13 
2. Biologia Molecular ................................................................................................................................46 
3. Técnicas em Biologia Molecular ...........................................................................................................83 
4. Genética ..............................................................................................................................................123 
5. Genética forense .................................................................................................................................155 
6. Bioquímica ..........................................................................................................................................183 
7. Imunologia ..........................................................................................................................................217 
8. Imuno-hematologia ............................................................................................................................233 
9. Microscopia .........................................................................................................................................248 
10. Luz forense ......................................................................................................................................265 
11. Cadeia de custódia ..........................................................................................................................268 
12. Entomologia Forense ......................................................................................................................275 
13. Tricologia Forense ...........................................................................................................................306 
14. Hematologia forense ......................................................................................................................318 
 
3 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
ÍNDICE EXPANDIDO 
1. Biologia celular .................................................... 13 
Células procariontes ................................................. 13 
Células eucariontes .................................................. 13 
Células eucariontes vegetais e animais ............... 13 
Citoplasma ............................................................... 14 
Depósitos citoplasmáticos ................................... 14 
Composição iônica ............................................... 14 
Membrana celular .................................................... 15 
Composição ......................................................... 15 
Proteínas da membrana .................................. 15 
Mosaico fluido ..................................................... 15 
Glicocálice ............................................................ 15 
Especializações .................................................... 16 
Microvilosidades ............................................. 16 
Cílios e flagelos................................................ 16 
Junção oclusiva ................................................ 16 
Desmossomos .................................................. 16 
Junção comunicante ........................................ 16 
Interdigitações ................................................. 16 
Fluidez da membrana .......................................... 16 
Transporte entre membranas.............................. 17 
Transporte passivo .......................................... 17 
Transporte ativo .............................................. 18 
Transporte acoplado ....................................... 18 
Endocitose ...................................................... 18 
Exocitose ......................................................... 19 
Núcleo ...................................................................... 19 
Cromatina ............................................................ 19 
Cromossomos ...................................................... 19 
Nucléolo............................................................... 20 
Organelas ................................................................. 20 
Mitocôndrias ....................................................... 20 
Retículo endoplasmático ..................................... 20 
Retículo endoplasmático rugoso ..................... 21 
Ribossomos ...............................................21 
Retículo endoplasmático liso .......................... 21 
Endossomos ......................................................... 22 
Complexo de Golgi ............................................... 22 
Lisossomos ........................................................... 22 
Peroxissomos ....................................................... 23 
Multiplicação dos peroxissomos ..................... 23 
Glioxissomos ................................................... 23 
Plastos .................................................................. 23 
Cloroplastos .................................................... 23 
Teoria endossimbiótica ................................... 24 
Vacúolos............................................................... 24 
Citoesqueleto ........................................................... 24 
Metabolismo celular ................................................. 25 
ATP e energia ....................................................... 25 
Fotossíntese ......................................................... 26 
Etapas da fotossíntese .................................... 26 
Fase clara (fotoquímica) ............................ 26 
Fase escura (química) ................................ 27 
Fatores que influenciam a fotossíntese .......... 27 
Fatores limitantes intrínsecos .................... 27 
Fatores limitantes extrínsecos ................... 27 
Quimiossíntese .................................................... 28 
Fermentação ........................................................ 28 
Fermentação alcoólica .................................... 29 
Fermentação lática .......................................... 29 
Respiração ........................................................... 29 
Glicólise ........................................................... 30 
Ciclo de Krebs .................................................. 30 
Cadeia respiratória .......................................... 30 
ATP-sintase mitocondrial ................................ 30 
Ciclo celular .............................................................. 31 
Intérfase ............................................................... 31 
Fase G0 ............................................................ 31 
Fase G1 ............................................................ 31 
Fase S .............................................................. 32 
Fase G2 ............................................................ 32 
Mitose .................................................................. 32 
Prófase ............................................................ 32 
Metáfase ......................................................... 33 
Anáfase............................................................ 33 
Telófase ........................................................... 33 
4 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Citocinese .................................................. 33 
Meiose ................................................................. 34 
Meiose I .......................................................... 34 
Prófase I ..................................................... 34 
Metáfase I .................................................. 34 
Anáfase I .................................................... 34 
Telófase I ................................................... 35 
Meiose II ......................................................... 35 
Prófase II .................................................... 35 
Metáfase II ................................................. 35 
Anáfase II ................................................... 35 
Telófase II .................................................. 35 
Questões .................................................................. 36 
Gabarito ............................................................... 44 
Referências ............................................................... 45 
2. Biologia Molecular ............................................... 46 
Organização do genoma humano ............................ 46 
Cromossomos ...................................................... 46 
Bandeamento cromossômico ......................... 46 
Principais conceitos......................................... 47 
Cromátides ...................................................... 47 
Centrômero ..................................................... 47 
Empacotamento do DNA ................................ 47 
Cromatina interfásica .......................................... 49 
Eucromatina .................................................... 49 
Heterocromatina ............................................. 49 
Telômeros ............................................................ 49 
Funções dos telômeros: .................................. 50 
Bandeamento cromossômico .............................. 50 
Regiões de DNA repetitivo ................................... 52 
DNA Espaçador .................................................... 53 
Anomalias cromossômicas .................................. 53 
Anomalias numéricas ...................................... 54 
Anomalias estruturais ..................................... 54 
Dissomia uniparental ........................................... 54 
DNA Mitocondrial ................................................ 54 
Principais características ................................. 54 
Replicação ................................................................ 56 
Primers ............................................................ 56 
Fragmentos de Okazaki ................................... 56 
Principais enzimas da replicação ......................... 57 
Topoisomerases (girases) ................................ 57 
Helicases ......................................................... 57 
Proteínas de ligação à fita simples .................. 57 
Primases .......................................................... 57 
DNA polimerases ............................................. 57 
DNA polimerases em procariotos .............. 57 
DNA ligases ...................................................... 57 
Replicação em procariotos e eucariotos ......... 58 
Organização gênica................................................... 58 
Gene..................................................................... 58 
Estrutura do gene ............................................ 58 
Pseudogenes ................................................... 59 
Genes de RNA não-codificadores .................... 59 
Micro-RNA (miRNA) ................................... 59 
Expressão gênica ...................................................... 59 
Transcrição ........................................................... 59 
Promotores ..................................................... 60 
Término da transcrição ................................... 60 
Processamento do RNA ....................................... 60 
Capeamento 5’ ................................................ 60 
Poliadenilação 3’ ............................................. 60 
Splicing alternativo .......................................... 61 
Tradução .............................................................. 62 
Ribossomos eucariotos ................................... 62 
Códons ............................................................ 62 
Anticódons ...................................................... 62 
Início da tradução ............................................ 62 
Término da tradução ....................................... 63 
Processamento pós-traducional ...................... 63 
Tradução em procariotos ................................ 63 
Regulação da expressão em eucariotos ............... 64 
Mutação e reparo do DNA ........................................ 64 
Tipos de mutações ............................................... 65 
Mutação pontual .............................................65 
Etapas de produção da mutação pontual .. 66 
Mutações por inserções e mutações deletérias
 ........................................................................ 67 
Agentes mutagênicos ........................................... 67 
Mecanismos de Reparo do DNA .......................... 69 
Reparo direto por fotorreativação .................. 69 
Reparo por excisão .......................................... 69 
Reparo por recombinação ............................... 71 
Recombinação gênica ............................................... 71 
Recombinação homóloga .................................... 71 
Recombinação sítio-específica ............................. 71 
Hibridização de Ácidos Nucleicos ............................. 72 
5 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Utilizações ........................................................... 72 
Princípios ............................................................. 72 
Detecção e identificação ..................................... 73 
Estabilidade ......................................................... 73 
Questões .................................................................. 74 
Gabarito ............................................................... 81 
Referências ............................................................... 82 
3. Técnicas em Biologia Molecular .......................... 83 
Extração do DNA ...................................................... 83 
Princípios da extração do DNA ............................ 83 
Ruptura de células e tecidos ........................... 83 
Lise de membranas ......................................... 83 
Remoção de proteínas e constituintes 
citoplasmáticos ............................................... 84 
Armazenamento das soluções com DNA ........ 84 
Extração orgânica (fenol-clorofórmio) ................. 84 
Ebulição e quelação (Chelex) ............................... 85 
FTA-paper ............................................................ 85 
Extração com sílica .............................................. 86 
DNA IQ – Extração com sílica ligada a beads... 86 
PrepFilter ........................................................ 87 
Extração magnética ............................................. 87 
Extração diferencial ............................................. 87 
Extração de DNA de pelo e cabelo ....................... 88 
Reação em cadeia da polimerase (PCR) ................... 89 
Desnaturação e renaturação do DNA .................. 89 
Princípios básicos da PCR..................................... 89 
Componentes da PCR .......................................... 89 
DNA polimerase termoestável ........................ 89 
Taq polimerase .......................................... 89 
AmpliTaq Gold polimerase ........................ 89 
Pfu DNA polimerase .................................. 89 
Primers ............................................................ 90 
DNA molde ...................................................... 90 
Desoxirribonucleotídeos (dNTPs) .................... 90 
Cátions ............................................................ 90 
Tampão ........................................................... 91 
Ciclo da PCR ......................................................... 91 
Fatores que afetam a PCR ................................... 91 
Qualidade do molde DNA ............................... 91 
Inibidores da PCR ............................................ 91 
Contaminação ................................................. 91 
RT-PCR ................................................................. 91 
Nested-PCR .......................................................... 92 
Quantificação do DNA .............................................. 92 
Absorbância UV ................................................... 93 
End-point PCR ...................................................... 93 
Real-time PCR (qPCR) ........................................... 93 
TaqMan ........................................................... 93 
Molecular Beacon ........................................... 94 
Análise da qPCR ............................................... 94 
Sequenciamento....................................................... 95 
Sequenciamento Químico (de Maxam-Gilbert) ... 95 
Método de Sanger (terminação de cadeia) ......... 96 
Didesoxirribonucleotídeos .............................. 96 
Princípios do sequenciamento de Sanger ....... 96 
Sequenciamento manual ................................ 96 
Sequenciamento automático .......................... 97 
Shotgun ................................................................ 97 
Primer walking (Chromosome walking) ............... 98 
Sequenciamento de nova geração (NGS) ............. 98 
PCR de emulsão ............................................... 99 
Bridge PCR ....................................................... 99 
Pirosequenciamento ....................................... 99 
Illumina ......................................................... 100 
Ion Torrent .................................................... 100 
SOLiD ............................................................. 101 
Sequenciamento de terceira geração ................ 101 
HeliScope....................................................... 101 
SMRT ............................................................. 101 
Eletroforese ............................................................ 102 
Princípios básicos ............................................... 102 
Matrizes de suporte ........................................... 102 
Agarose ......................................................... 102 
Poliacrilamida ................................................ 103 
Eletroforese desnaturante ....................... 103 
Eletroforese em gel de agarose ......................... 103 
Eletroforese em gel de poliacrilamida ............... 104 
SDS-PAGE ...................................................... 105 
Eletroforese bidimensional ........................... 105 
Eletroforese capilar ............................................ 106 
Capilar ........................................................... 106 
Injeção das amostras ..................................... 106 
Eletrodos e fluxo ........................................... 106 
Vantagens da eletroforese capilar ................ 107 
Desvantagens da eletroforese capilar ........... 107 
Eletroferograma ............................................ 107 
6 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Problemas associados à eletroforese capilar 107 
Eletroforese de campo pulsado ......................... 108 
Blotting ................................................................... 109 
Southern blotting............................................... 109 
Northern Blotting .............................................. 109 
Western Blotting ............................................... 110 
Questões ................................................................ 110 
Gabarito ............................................................. 121 
Referências ............................................................. 121 
4. Genética ............................................................ 123 
Conceitos ................................................................ 123 
Quadro de Punnett ................................................ 123 
Leis de Mendel ....................................................... 124 
Primeira Lei de Mendel .......................................... 124 
Monoibridismo sem dominância. ...................... 125 
Penetrância incompleta ..................................... 125 
Pleiotropismo .................................................... 126 
Genes letais ....................................................... 126 
Gêmeos..............................................................126 
Gêmeos monozigóticos ................................. 126 
Gêmeos dizigóticos ....................................... 126 
Probabilidades e heredograma .............................. 126 
Probabilidade .................................................... 126 
Eventos mutuamente exclusivos .................. 127 
Eventos simultaneamente independentes ... 127 
Heredogramas ................................................... 127 
Elaboração do heredograma ......................... 128 
Análise do heredograma ............................... 128 
Padrões de herança ........................................... 129 
Herança autossômica dominante ................. 129 
Herança autossômica recessiva .................... 129 
Herança dominante ligada ao X .................... 129 
Herança recessiva ligada ao X ....................... 130 
Herança ligada ao Y ....................................... 130 
Segunda Lei de Mendel .......................................... 130 
Segregação independente de 3 pares de alelos 131 
Meiose e a 2ª Lei de Mendel ............................. 132 
Linkage ............................................................... 132 
Genes ligados..................................................... 133 
Taxa de permuta ................................................ 133 
Mapa genético ................................................... 134 
Casos de herança ................................................... 134 
Herança ligada ao Y ........................................... 134 
Herança influenciada pelo sexo ......................... 135 
Albinismo ........................................................... 135 
Hemofilia............................................................ 135 
Daltonismo ......................................................... 136 
Herança dos grupos sanguíneos ............................. 136 
Sistema ABO ...................................................... 136 
Sistema MN ........................................................ 136 
Sistema Rh ......................................................... 137 
Interação gênica ..................................................... 137 
Interações epistáticas ........................................ 137 
Interações não epistáticas ................................. 137 
Herança quantitativa ......................................... 137 
Genética populacional ............................................ 137 
Heterozigosidade ............................................... 138 
Equilíbrio de Hardy-Weinberg ........................... 139 
Premissas ...................................................... 139 
Resultados esperados ................................... 139 
Equação de HW ............................................. 139 
Causas de afastamento do HW ..................... 140 
Cálculo para saber se uma população está em 
equilíbrio de HW ........................................... 140 
Análise estatística de perfil de DNA........................ 142 
Subpopulações ................................................... 143 
Taxa de probabilidade ....................................... 143 
Índex de Paternidade ............................................. 143 
ICP ...................................................................... 144 
Probabilidade de paternidade ........................... 144 
Questões ................................................................ 145 
Gabarito ............................................................. 153 
Referências ............................................................. 154 
5. Genética forense ................................................ 155 
Aplicações da Genética Forense ............................. 155 
Genoma Humano ................................................... 155 
Sequências não codificantes .............................. 155 
Conceitos importantes ....................................... 155 
Polimorfismos do DNA ........................................... 156 
Nomenclatura dos marcadores.......................... 157 
Minissatélites ......................................................... 157 
Endonucleases de restrição ............................... 158 
Desvantagens do uso de VNTRs ......................... 158 
AFLP ................................................................... 158 
Microssatélites ....................................................... 158 
Vantagens dos STRs ........................................... 158 
Escolha dos STRs ................................................ 159 
7 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Análise dos STRs ................................................ 159 
Interpretação do perfil genético ........................ 160 
Amelogenina ...................................................... 160 
Análise de misturas............................................ 161 
Mini-STR ............................................................ 161 
STR do cromossomo Y ............................................ 161 
STR-Y .................................................................. 162 
SNP-Y ................................................................. 162 
STR do cromossomo X ............................................ 162 
Aplicações do X-STR ........................................... 162 
Polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) .............. 162 
Análise dos SNPs ................................................ 163 
SNaPshot ....................................................... 163 
Arranjos SNP de alta densidade (Microarrays)
 ...................................................................... 164 
DNA mitocondrial ................................................... 164 
Genoma mitocondrial ........................................ 164 
Heteroplasmia ................................................... 165 
Utilizações do mtDNA ........................................ 165 
Análise do DNA mitocondrial ............................. 165 
Interpretação do perfil de mtDNA ..................... 165 
INDEL ...................................................................... 165 
Marcadores de ancestralidade ............................... 166 
Bancos de Dados de Perfis Genéticos .................... 167 
RESOLUÇÃO Nº 3, DE 26 DE MARÇO DE 2014 ... 167 
Lei nº12.654/2012 ............................................. 167 
Coleta para auxiliar as investigações) ........... 167 
Lei de execução penal ................................... 168 
Manual de procedimentos RIBPG ...................... 168 
Decreto nº 7.950 ............................................... 169 
Questões ................................................................ 169 
Gabarito ............................................................. 182 
Referências ............................................................. 182 
6. Bioquímica ......................................................... 183 
Água ....................................................................... 183 
Principais funções nos seres vivos ..................... 184 
A água como solvente ....................................... 184 
Por que a água dissolve sais .......................... 184 
Sais Minerais .......................................................... 185 
Importância biológica ........................................ 185 
Vitaminas ............................................................... 185 
Carboidratos ........................................................... 186 
Funções.............................................................. 186 
Classificação....................................................... 187 
Monossacarídeos .......................................... 187 
Características dos monossacarídeos ...... 187 
Ligação glicosídica .................................... 187 
Dissacarídeos................................................. 187 
Oligossacarídeos............................................188 
Polissacarídeos .............................................. 188 
Reserva energética .................................. 188 
Polissacarídeos estruturais ...................... 188 
Classificação dos polissacarídeos ............. 188 
Glicoconjugados ................................................. 188 
Lipídios ................................................................... 189 
Funções biológicas ............................................. 189 
Classificação ....................................................... 189 
Glicerídeos .................................................... 189 
Ácidos graxos ........................................... 189 
Cerídeos ........................................................ 190 
Fosfolipídios .................................................. 190 
Glicerofosfolipídios .................................. 190 
Esfingofosfolipídios .................................. 190 
Esteroides ...................................................... 191 
Proteínas ................................................................ 191 
Aminoácidos ...................................................... 191 
Carbono α (alfa) ............................................. 192 
Ligação peptídica ............................................... 192 
Características da ligação peptídica .............. 192 
Estruturas das proteínas .................................... 192 
A α-hélice ...................................................... 192 
Folha-β .......................................................... 193 
Desnaturação ................................................ 193 
Classificação quanto à organização estrutural ... 193 
Enzimas................................................................... 194 
Catálise enzimática ............................................ 194 
Modelo chave-fechadura .............................. 195 
Modelo ajuste-induzido ................................ 195 
Cinética enzimática ............................................ 195 
Velocidade máxima ....................................... 195 
Equação de Michaelis-Menten ...................... 195 
Equação do duplo recíproco.......................... 196 
Fatores que afetam a ação enzimática .............. 196 
Concentração do substrato ........................... 196 
Temperatura ................................................. 196 
pH .................................................................. 196 
Inibição enzimática ............................................ 197 
8 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Inibição irreversível ....................................... 197 
Inibição reversível ......................................... 197 
Inibidor competitivo ............................... 197 
Inibidor incompetitivo ............................ 197 
Inibidor não-competitivo ........................ 198 
Inibição mista .......................................... 198 
Enzimas vs. Catalisadores químicos ................... 199 
Nomenclatura das enzimas .................................... 199 
Classe 1 – oxirredutases .................................... 199 
Classe 2 – transferases ...................................... 200 
Classe 3 – hidrolases .......................................... 200 
Classe 4 – liases ................................................. 201 
Classe 5 – isomerases ........................................ 201 
Classe 6 – ligases ou sintetases.......................... 201 
Ácidos Nucleicos..................................................... 201 
Estrutura dos ácidos nucleicos .......................... 202 
Nucleosídeo .................................................. 202 
Nucleotídeo................................................... 202 
DNA ................................................................... 203 
Estruturas do DNA ........................................ 204 
RNA .................................................................... 204 
RNA mensageiro ........................................... 204 
RNA ribossômico ........................................... 204 
RNA transportador ........................................ 205 
Aminoacil tRNA sintetases ....................... 205 
Questões ................................................................ 206 
Gabarito ............................................................. 215 
Referências ............................................................. 215 
7. Imunologia ......................................................... 217 
Sistema Imune ........................................................ 217 
Conceitos ........................................................... 217 
Funções do sistema imune ................................ 217 
Imunidade inata ................................................. 217 
Constituintes da imunidade nata .................. 217 
Resistência celular ........................................ 217 
Receptores de reconhecimento de padrões . 217 
Imunidade adquirida ......................................... 218 
Memória imunológica ................................... 218 
Imunidade humoral ...................................... 218 
Imunidade celular ......................................... 219 
Natureza clonal da RI adquirida .................... 219 
Antígenos ............................................................... 219 
Tipos de antígenos ............................................. 219 
Quanto à constituição química ..................... 219 
Quanto à valência.......................................... 219 
Quanto à forma de apresentação ................. 219 
Quanto à reatividade imunológica ................ 219 
Quanto à necessidade de participação do 
linfócito T ...................................................... 220 
Quanto à reatividade com o anticorpo ......... 220 
Anticorpos .............................................................. 220 
Funções efetoras dos anticorpos ....................... 220 
Estrutura ............................................................ 220 
Domínio ......................................................... 220 
Região de dobradiça ...................................... 220 
Clivagem dos anticorpos ............................... 220 
Regiões variáveis ........................................... 221 
Regiões constantes........................................ 221 
Cadeia de junção ........................................... 222 
Classificações ..................................................... 222 
Classes de anticorpos ............................................. 222 
IgG ...................................................................... 222 
IgM ..................................................................... 223 
IgA ...................................................................... 223 
IgD ...................................................................... 223 
IgE ...................................................................... 223 
Ligação antígeno-anticorpo .................................... 223 
Base estrutural ................................................... 223 
Características relacionadas ao reconhecimento do 
antígeno ............................................................. 223 
Características relacionadas às funções efetoras
 ........................................................................... 224 
Órgãos linfoides ...................................................... 224 
Medula óssea ..................................................... 224 
Timo ................................................................... 224 
Linfonodos ......................................................... 224 
Baço ................................................................... 224 
Células do SI ........................................................... 224 
Células apresentadoras de antígenos (APCs) ..... 224 
Eosinófilo........................................................... 224 
Neutrófilo........................................................... 224 
Basófilo .............................................................. 224 
Linfócito ............................................................. 225 
Monócito ........................................................... 225 
Imunoensaios ......................................................... 225 
ELISA .................................................................. 225 
Elisa de captura IgM (MAC-ELISA) ................. 225 
9 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
ELFA ................................................................... 225 
Imunocromatografia .......................................... 226 
Imunofluorescência ........................................... 226 
Direta ............................................................ 226 
Indireta.......................................................... 226 
Questões ................................................................ 227 
Gabarito ............................................................. 232 
Referências ............................................................. 232 
8. Imuno-hematologia ........................................... 233 
Sistema ABO ........................................................... 233 
Biossíntese dos antígenos ABO .......................... 233 
Bases moleculares do sistema ABO ................... 234 
Herança dos antígenos A e B ............................. 234 
Prova de Coombs ................................................... 234 
Coombs direto ................................................... 234 
Coombs indireto ................................................ 235 
Antissoros do sistema ABO .................................... 235 
Prova direta ....................................................... 235 
Prova reversa (prova de Simonin) ..................... 235 
Transfusões sanguíneas ......................................... 235 
Antígenos ABH das secreções ................................ 236 
Não-secretores .................................................. 236 
Bombaim (Oh) / “Falso O” .................................. 236 
Verificação do caráter secretor ......................... 237 
Sistema de Lewis .................................................... 238 
Sistema Rh .............................................................. 238 
Antígeno RhD ..................................................... 238 
Antígenos D fraco .......................................... 239 
Antígenos D parciais...................................... 239 
Anticorpos do sistema Rh .................................. 239 
Tipagem RhD ..................................................... 239 
Eritroblastose fetal ............................................ 239 
Sistema MN ............................................................ 239 
Aplicações forenses da tipagem sanguínea ............ 240 
Tipagem em manchas de sangue....................... 240 
Tipagem em secreções ...................................... 240 
Questões ................................................................ 241 
Gabarito ............................................................. 247 
Referências ............................................................. 247 
9. Microscopia ....................................................... 248 
Microscopia Óptica ................................................ 248 
Estrutura de um microscópio óptico ................. 248 
Parte mecânica ............................................. 248 
Parte óptica ................................................... 248 
Conceitos ........................................................... 249 
Poder de resolução ....................................... 249 
Ampliação...................................................... 249 
Limite de resolução ....................................... 249 
Microscopia de campo claro .............................. 249 
Microscopia de campo escuro ........................... 249 
Funcionamento ............................................. 250 
Aplicações ..................................................... 250 
Limitações ..................................................... 250 
Microscopia de fluorescência ............................ 250 
Aplicações .......................................................... 251 
Microscopia de contraste de fase ...................... 251 
Funcionamento ............................................. 251 
Contraste de fase positivo ....................... 252 
Contraste de fase negativo ...................... 252 
Microscópio de contraste de interferência 
diferencial (DIC) ................................................. 252 
Microscopia de polarização ............................... 252 
Microscopia confocal ......................................... 253 
Aberrações ......................................................... 253 
Esféricas ........................................................ 253 
Cromáticas .................................................... 254 
Microscopia eletrônica ........................................... 254 
Componentes do microscópio eletrônico .......... 254 
Propriedades ondulatórias dos elétrons ....... 254 
Canhão eletrônico ......................................... 254 
Lentes eletrônicas ......................................... 254 
Microscópio eletrônico de transmissão (MET) .. 254 
Composição ................................................... 254 
Microscópio eletrônico de varredura (MEV)...... 255 
MET x MEV ......................................................... 256 
Questões ................................................................ 257 
Gabarito ............................................................. 263 
Referências ............................................................. 264 
10. Luz forense .................................................... 265 
Luz e matéria .......................................................... 265 
Interações da luz com a matéria ............................ 265 
Luminescência ........................................................ 265 
Métodos de absorção ............................................. 266 
Manchas de sangue ................................................ 266 
Fluidos corporais .................................................... 266 
Fibras ...................................................................... 267 
Pegadas .................................................................. 267 
10 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Referências ............................................................. 267 
11. Cadeia de custódia ........................................ 268 
Conceitos ................................................................ 268 
Finalidade .......................................................... 268 
Vestígios, indícios e evidências .......................... 268 
Elementos .............................................................. 269 
Registro documental ......................................... 269 
Rastreabilidade .................................................. 269 
Integridade da prova ......................................... 269 
Início e fim .............................................................. 269 
Centro de custódia ............................................ 270 
Etapas da cadeia de custódia ............................. 270 
Fase externa .................................................. 270 
Fase interna .................................................. 270 
Procedimentos ....................................................... 270 
Questões ................................................................ 271 
Gabarito ............................................................. 273 
Referências .............................................................274 
12. Entomologia Forense .................................... 275 
Introdução .............................................................. 275 
Histórico ................................................................. 275 
Classificações ......................................................... 275 
Entomologia forense urbana ............................. 275 
Entomologia forense de produtos estocados ou 
armazenados ..................................................... 276 
Entomologia forense médico-legal .................... 276 
Entomologia forense ambiental ........................ 276 
Aplicações .............................................................. 276 
Possibilitar a identificação do morto ................. 276 
Local da morte e transporte do corpo ............... 276 
Entorpecentes ................................................... 277 
Maus tratos ....................................................... 277 
Crimes sexuais seguidos de morte..................... 277 
Quem cometeu o crime ..................................... 278 
Aplicações nos casos de morte violenta ............ 278 
A investigação ............................................... 278 
Principais objetivos da Entomologia Forense no 
contexto da perícia ....................................... 278 
Orientação da causa da morte ...................... 278 
Fauna cadavérica .................................................... 278 
Classificação....................................................... 278 
Principais ordens de interesse forense .............. 278 
Noções de cronotagnose médico-legal .................. 279 
Determinação do IPM ............................................ 281 
Características dos insetos úteis na estimativa de 
tempo de morte ................................................. 281 
Estimativa mediante o padrão sucessório ......... 281 
Padrão de sucessão (França).............................. 282 
Tempo de desenvolvimento dos imaturos ........ 283 
GDA .................................................................... 284 
Cálculo do GDA .................................................. 284 
Exemplo de cálculo do GDA ............................... 284 
Exemplo de cálculo do IPM ................................ 285 
Limitações no uso de insetos na cronologia da 
morte ................................................................. 286 
Tratamento de material entomológico .................. 286 
Coleta ................................................................. 286 
Procedimentos para a coleta de vestígios 
entomológicos: .............................................. 287 
Transporte ......................................................... 288 
Procedimento em laboratório ........................... 288 
Criação ............................................................... 289 
Observações e manutenção da criação ......... 289 
Procedimentos pós-emergência ................... 289 
Identificação ...................................................... 290 
Outras modalidades ............................................... 290 
Entomotoxicologia ............................................. 290 
Entomologia forense molecular ......................... 290 
Entomologia forense ambiental......................... 291 
Ciclo de vida dos insetos......................................... 291 
Noções de morfologia e biologia ............................ 291 
Cabeça ............................................................... 292 
Antenas .............................................................. 292 
Aparelho bucal ................................................... 293 
Tórax .................................................................. 293 
Apêndices torácicos ...................................... 293 
Asas .................................................................... 294 
Abdome ............................................................. 294 
Reprodução e fases do desenvolvimento .......... 295 
Muda ou ecdise.................................................. 295 
Tipos de larvas ................................................... 296 
Ordem Diptera ................................................... 296 
Família Calliphoridae ..................................... 296 
Família Sarcophagidae .................................. 297 
Família Muscidae........................................... 297 
Família Fannidae ........................................... 297 
Família Phoridae ............................................ 297 
Família Stratiomyidae.................................... 297 
11 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Família Pzychodidae ...................................... 297 
Família Culicidae ........................................... 297 
Ordem Coleptera ............................................... 298 
Família Dermestidae ..................................... 298 
Família Cleridae ............................................. 298 
Família Scarabaeidae .................................... 298 
Família Silphidae ........................................... 298 
Família Staphylinidae .................................... 298 
Família Tenebrionidae .................................. 298 
Família Cerambycidae ................................... 298 
Ordem Hymenoptera......................................... 299 
Família Apidae............................................... 299 
Família Formicidae ........................................ 299 
Família Vespidae ........................................... 299 
Questões ................................................................ 299 
Gabarito ............................................................. 305 
Referências ............................................................. 305 
13. Tricologia Forense ......................................... 306 
Introdução .............................................................. 306 
Aplicações da Tricologia Forense ....................... 306 
Morfologia .............................................................. 306 
Composição ............................................................ 306 
Morfologia da haste .......................................... 307 
Cutícula ......................................................... 307 
Córtex............................................................ 307 
Medula .......................................................... 308 
Histogênese ............................................................ 308 
Ciclo de vida dos pelos ........................................... 309 
Fase anágena ..................................................... 309 
Fase catágena .................................................... 309 
Fase telógena ..................................................... 310 
Fibras ...................................................................... 310 
Fibras naturais ................................................... 311 
Animais ......................................................... 311 
Vegetais ........................................................ 311 
Minerais ........................................................ 311 
Fibras sintéticas ................................................. 311 
Inorgânicas .................................................... 311 
Orgânicas ...................................................... 311 
Coleta de fibras e pelos .......................................... 311 
Coleta de pessoa viva ........................................ 312 
Análise dos pelos .................................................... 312 
Pesquisa Toxicológica em amostras de cabelo .. 312 
Tratamento químico .......................................... 313 
Teste de infiltração com azul de metileno .... 313 
Limpeza, clareamento e montagem .................. 313 
Tipagem de DNA ................................................ 313 
Alteraçõesbiológicas e ambientais .................... 314 
Questões ................................................................ 314 
Gabarito ............................................................. 316 
Referências ............................................................. 317 
14. Hematologia forense ..................................... 318 
Introdução .............................................................. 318 
Composição do sangue ...................................... 318 
Testes de orientação .............................................. 318 
Testes colorimétricos ......................................... 318 
Benzidina (Adler-Ascarelli) ............................ 318 
Fenolftaleína (Kastle-Meyer) ......................... 318 
Verde malaquita ............................................ 319 
Reação de Van-Deen ..................................... 319 
Testes de luminescência .................................... 319 
Luminol.......................................................... 319 
Bluestar ......................................................... 319 
Fluoresceína. ................................................. 319 
Fatores que afetam os testes de orientação...... 320 
Oxidantes ...................................................... 320 
Peroxidase de plantas ................................... 320 
Agentes redutores ......................................... 320 
Testes de certeza .................................................... 320 
Microcristais ...................................................... 320 
Métodos espectrofotométricos ......................... 321 
RT-PCR ............................................................... 321 
Métodos cromatográficos .................................. 321 
Testes de determinação de origem humana .......... 321 
Teste de Vacher-Sutton (Inibição da antiglobulina 
humana) ............................................................. 321 
Imunocromatografia .......................................... 321 
Imunocromatografia para glicoforina A ........ 322 
Testes de imunoprecipitação ............................. 322 
Hematologia Forense Reconstrutora...................... 322 
Altura de queda em gotejamento estático (isolado)
 ........................................................................... 322 
Direcionalidade e área da convergência ............ 323 
Área de convergência em duas dimensões ........ 323 
Ângulo de impacto e ponto de origem 
tridimensional .................................................... 324 
Terminologia de manchas de sangue................. 325 
12 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
Manchas de formação passiva ...................... 325 
Gotejamento isolado ............................... 325 
Gotejamento sucessivo estático .............. 325 
Escorrimento ........................................... 325 
Empoçamento ......................................... 325 
Manchas de formação ativa .......................... 325 
Manchas de contato ................................ 326 
Manchas de arrastamento ....................... 326 
Manchas de projeção .............................. 326 
Manchas alteradas ................................... 327 
Outras considerações ........................................ 327 
Questões ................................................................ 328 
Gabarito ............................................................. 330 
Referências ............................................................. 331 
 
 
13 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
1. BIOLOGIA CELULAR 
A célula é a unidade que constitui os seres vivos, 
podendo existir isoladamente, nos seres 
unicelulares, ou formar arranjos ordenados em 
seres pluricelulares. 
Todas as células possuem certos componentes 
básicos, são eles: 
 Membrana plasmática 
 Citosol 
 Cromossomos 
 Ribossomos 
Há dois tipos básicos de células: procariontes e 
eucariontes, que se diferenciam basicamente 
pela localização do material genético nelas. Nos 
eucariontes, o DNA é delimitado pelo núcleo, 
enquanto nos procariontes, o DNA está 
concentrado no nucleoide, que não é uma região 
cercada por membranas. 
Células procariontes 
Nas células procariontes, a única membrana 
existente é a membrana plasmática. Elas não 
possuem membranas que separam os 
cromossomos do citoplasma – o material 
genético está disperso em uma região não 
delimitada, o nucleoide. 
Os seres com células procariontes são chamados 
de procariotas – as bactérias (as cianofíceas, ou 
algas azuis, também são bactérias). 
No citoplasma das bactérias há os 
polirribossomos, que são ribossomos ligados a 
moléculas de RNA mensageiro. 
As células procariontes não se dividem por 
mitose, e seus filamentos de DNA não sofrem o 
processo de 
condensação que leva 
à formação de 
cromossomos visíveis 
durante a divisão 
celular. 
As células procariontes 
não possuem 
organelas, ou seja, não 
apresentam nenhuma 
outra membrana no 
citoplasma além da 
que separa a célula 
do meio externo (membrana plasmática). Em 
algumas células pode haver invaginações da 
membrana plasmática, que se enrolam no 
citoplasma e dão origem aos mesossomos. 
Os procariotos não possuem citoesqueleto. Sua 
forma é mantida pela parede extracelular, que é 
sintetizada no citoplasma e agregada à superfície 
externa da membrana plasmática. 
Células eucariontes 
As células eucariontes apresentam duas partes 
morfologicamente bem distintas: o citoplasma e 
o núcleo, que são separados pelo envoltório 
nuclear. 
O citoplasma das células eucariontes se 
apresenta subdividido em compartimentos, nos 
quais um extenso sistema de membranas cria 
microrregiões no citoplasma, que contêm 
moléculas diferentes que executam funções 
especializadas. Além disso, há grande diferenças 
enzimáticas entre os diversos compartimentos. 
Essa separação das atividades das células 
eucariotas permite que elas atinjam maior 
tamanho, sem prejuízo das suas funções. 
 
Células eucariontes vegetais e animais 
Existem algumas características que distinguem 
as células eucariontes vegetais das animais, que 
estão sintetizadas a seguir: 
 
 
 
Figura 1. Células eucariotas e procariotas. Fonte: Passei na Fuvest. 
46 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
2. BIOLOGIA MOLECULAR 
Organização do genoma 
humano 
O código genético dos seres vivos toma a mesma 
forma em seres primitivos como amebas, ou no 
homem. São moléculas de ácido 
desoxirribonucleico, ou DNA, compostas 
fundamentalmente por longas sequências de 
quatro bases nitrogenadas, as "letras" químicas A 
(adenina), T (timina), C (citosina) e G (guanina). 
A presença do DNA na célula é chamada de 
genoma. Embora o genoma procariótico seja 
frequentemente uma longa molécula de DNA, 
genomas eucarióticos normalmente consistem 
em algumas moléculas de DNA. 
A molécula de DNA tem diversas centenas a 
milhares de genes, dependendo da espécie, que 
são as unidades de informação que especificam 
as características herdáveis de um organismo. 
Porém, nem todo DNA se traduz em genes: no ser 
humano, estima-se que menos de 10% do DNA 
do genoma especifica genes. A parte restante é 
chamada de DNA lixo, sequências que se 
acumularam por milhões de anos sem utilidade 
aparente. 
 
Enquanto os genomas de organismos 
unicelulares são bastante compactos, os 
tamanhos dos genomas tendem a um aumento 
nas linhagens que levam aos metazoários. Além 
disso, genomas de vertebrados toleram muitos 
íntrons (sequências não codificantes) grandes e 
também uma grande quantidade de DNA 
altamente repetitivo. 
A quantidade de DNA no genoma é conhecida 
como valor C (de Constante ou Característico). 
Este valor pode ser expresso em picogramas, que 
contém aproximadamente um bilhão de pares de 
bases de DNA. Todavia, existe uma relação 
inconstante entre a complexidade do organismo 
e a quantidade de DNA em suas células – o que 
foi chamado de paradoxo do valorC. Foi relatado 
que algumas plantas possuem 
consideravelmente mais DNA por célula do que 
os humanos; ou seja, o valor C não exprime uma 
relação direta com o grau de complexidade do 
organismo. 
 
Cromossomos 
O DNA encontra-se empacotado em estruturas 
denominados cromossomos – assim chamados 
porque absorvem determinados corantes 
(chroma – cor, soma – corpo). 
 Os cromossomos estão lcoalizados no 
núcleo da célula. 
O cromossomo é formado por pedaços de 
cromatina (molécula de DNA linear) que se 
dobram diversas vezes sobre si e possuem um 
formato de bastonete. Antes que ocorra a 
divisão, o cromossomo se duplica e são formadas 
as cromátides (a cromátide é cada um dos 
filamentos de DNA que são formados na 
duplicação do cromossomo). 
A estrutura cromossômica geralmente ilustrada 
em livros didáticos representa apenas o estado 
no qual os cromossomos se encontram durante a 
metáfase – as cromátides aparecem conectadas 
umas às outras na região do centrômero e estão 
tão condensadas que podem ser visualizadas por 
microscopia de luz. Esses cromossomos são tão 
hermeticamente compactados que seus genes 
não podem ser expressos. Os cromossomos 
possuem uma estrutura bastante diferente 
durante a maior parte do ciclo celular – durante 
a intérfase, a maioria das regiões cromossômicas 
está altamente estendida, permitindo que seus 
genes sejam expressos. 
 
Bandeamento cromossômico 
Na década de 1970 descobriu-se que certos 
tratamentos faziam surgir bandas (faixas 
transversais) nos cromossomos, as quais 
permitiam identificar com precisão cada um dos 
23 pares cromossômicos do cariótipo humano. 
Em pesquisas recentes, cientistas descobriram 
que 80% do “DNA lixo” desempenha pelo 
menos uma função biológica. 
83 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
3. TÉCNICAS EM BIOLOGIA 
MOLECULAR 
Extração do DNA 
Uma amostra coletada de uma cena de crime 
contém numerosas substâncias além do DNA. As 
moléculas de DNA precisam ser separadas desse 
outro material antes de serem analisadas. 
Praticamente qualquer material biológico é uma 
fonte potencial para obtenção de DNA para 
análise; no entanto, o sucesso da tipagem de 
DNA frequentemente depende da qualidade e da 
natureza da amostra. Amostras de cena de crime 
geralmente têm uma quantidade limitada de 
material biológica, ou ainda geram grande 
quantidade de DNA, mas altamente degradado. 
Essas amostras são expostas ao ambiente por 
variados períodos de tempo, além de serem 
substratos ideais para o crescimento de bactérias 
e outros micro-organismos, processos que 
podem degradar o DNA. A habilidade de extrair o 
DNA e purifica-lo, livrando-o de potenciais 
inibidores na amostra são críticos para o sucesso 
da análise de DNA no contexto forense. 
Assim, a extração do DNA tem dois objetivos 
principais: 
a) Ser altamente eficiente, extraindo DNA 
o suficiente para que a análise de perfil 
de DNA possa ser feita; esse ponto é 
especialmente importante nos casos em 
que as amostras biológicas estão em 
pequena quantidade. 
b) Extrair DNA que seja puro o suficiente 
para a análise – o nível de dificuldade 
para que esse critério seja alcançado 
depende muito do tipo de amostra 
usada. 
Após a extração do DNA, a quantificação precisa 
do material genético disponível é muito 
importante para as análises posteriores. 
Várias técnicas de extração de DNA já foram 
desenvolvidas, mas elas seguem alguns passos 
básicos que estarão descritos a seguir. A escolha 
de qual método será usada depende de vários 
fatores, como o tipo e quantidade de amostra, a 
rapidez necessária, a possibilidade de 
automação, disponibilidade de reagentes 
necessários e o custo do procedimento. Além 
disso, deve-se levar em conta a experiência do 
pessoal do laboratório. 
Princípios da extração do DNA 
Ruptura de células e tecidos 
Para se ter acesso ao conteúdo celular, é preciso 
romper células e tecidos. Para isso são usados: 
Proteinase K – enzima que rompe ligações 
peptídicas, que trabalha muito melhor na 
presença de um detergente em temperaturas 
elevadas (essas condições fazem com que as 
proteínas sejam desnaturadas e 
consequentemente fiquem mais expostas à ação 
da proteinase K). Ela é relativamente resistente à 
desnaturação. A proteinase K hidrolisa RNAses, 
DNAses e contaminantes, colaborando na 
ruptura das células. 
Outros métodos usados para romper células são: 
tratamento alcalino, aquecimento, métodos 
mecânicos. 
Quando a amostra consiste de ossos e dentes, é 
necessário remover primeiro a matriz calcificada 
que protege as células. Esse procedimento é feito 
após limpeza, corte e pulverização do osso. Em 
seguida, adiciona-se algum agente quelante 
(como o EDTA), que irá sequestrar os íons de 
cálcio e realizar a desmineralização da matriz. 
Lise de membranas 
Detergentes – são anfipáticos, portanto, 
interagem com a membrana lipídica e suas 
proteínas, causando desestabilização e por fim 
rompimento (penetram na bicamada). Alguns 
dos detergentes mais usados nas técnicas 
envolvendo DNA são: SDS, Triton, Tween 20. 
95 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
 
Figura 105. Concentração de DNA versus cycle threshold. Fonte: 
Fundamentals of Forensic DNA Typing (Butler). 
 Quanto menor for o Ct obtido, maior era 
a quantidade de DNA inicial (menos 
ciclos foram necessários para se alcançar 
o limiar). 
A clivagem da sonda TaqMan ou a hibridização 
do molecular beacon resulta em um aumento do 
sinal fluorescente a cada ciclo. Esse sinal pode ser 
correlacionado à quantidade inicial de DNA, 
comparando-se com gráficos de amostras com 
concentrações de DNA conhecidas (curva 
padrão). 
 
Sequenciamento 
O sequenciamento é a técnica utilizada para 
determinar em que ordem as bases (letras) 
contidas no DNA, se encontram. Quando se diz 
que um genoma foi sequenciado queremos dizer 
que foi determinada a ordem em que as 
informações (genes) estão colocadas no genoma. 
Até recentemente, o sequenciamento moderno 
de DNA era baseado em um método de 
sequenciamento enzimático (de Sanger) e em 
que, além de lento e demorado, os dados de 
saída eram limitados. 
A partir de 2005, o cenário começou a mudar, 
surgiram as primeiras tecnologias de 
sequenciamento de DNA conhecidas como NGS 
(Next Generation Sequencing), permitindo uma 
nova abordagem de sequenciamento em larga 
escala (HGS – High throughput sequencing). As 
metodologias NGS possuem o grande diferencial 
de proporcionarem o sequenciamento direto e 
paralelo de milhões e bilhões de moléculas de 
DNA, aumentando consideravelmente a escala e 
a resolução das análises. 
Sequenciamento Químico (de 
Maxam-Gilbert) 
Método desenvolvido por Allan Maxam e Walter 
Gilbert em 176-1977. Esse método é baseado é 
modificações químicas específicas no DNA e 
subsequente clivagem do esqueleto de DNA em 
sítios adjacentes aos nucleotídeos que foram 
modificados. 
Foi o primeiro método amplamente adotado 
para sequenciamento de DNA, e juntamente com 
o Método de Sanger, representa a primeira 
geração de métodos de sequenciamento. 
 
Figura 106. Sequeciamento de Maxam-Gilbert (Método 
Químico). Fonte: Wikipedia. 
 O primeiro passo consiste em marcar 
radioativamente o DNA alvo, ou seja, a 
molécula a sequenciar. Para tal, são 
usados isótopos radioativos, tais como 
32P e 35S. 
 Em seguida, separam-se as duas cadeias 
de DNA. Distribui-se por 4 tubos, sendo 
que em cada tubo irão ocorrer 
alterações químicas específicas para 
uma base (A, C, G ou T). 
 As moléculas são clivadas. Por exemplo, 
no tubo em que o tratamento foi 
direcionado para a adenina, após a 
clivagem, a extremidade do fragmento 
de DNA marcada com o radioisótopo, 
apresentará uma base que corresponde 
à que precede a adenina. 
 O passo seguinte é idêntico ao método 
de Sanger. Cada família é separada em 
gel de eletroforese e a sequência é lida 
a partir do próprio gel. Os fragmentos 
menores são clivados mais próximo da 
123 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
4.GENÉTICA 
Conceitos 
A Genética é a parte da Biologia que estuda a 
hereditariedade, ou seja, a forma como as 
características são repassadas de geração para 
geração. Considera-se que essa ciência se iniciou 
com os experimentos e leis propostas por um 
monge chamado Gregor Mendel. 
Gene é a unidade fundamental da 
hereditariedade. Cada gene é formado por uma 
sequência específica de ácidos nucléicos. Os 
genes controlam não só a estrutura e as funções 
metabólicas das células, mas também todo o 
organismo. Quando localizados em células 
reprodutivas, eles passam sua informação para a 
próxima geração. 
Como recebemos um conjunto de cromossomos 
um do pai e outro da mãe, temos duas versões 
de cada um dos genes no nosso genoma. Cada 
uma dessas versões de um gene é chamada de 
alelo. 
Alelos são versões alternativas de um gene. Por 
exemplo, A, B e O são alelos alternativos no locus 
ABO. Para interpretação de genealogias, alelos 
são geralmente identificados simplesmente 
pelas versões maiúsculas e minúsculas da mesma 
letra, de modo que o genótipo em um lócus seria 
escrito AA, Aa ou aa. A letra maiúscula é 
convencionalmente usada para o alelo que 
determina a característica dominante. 
O conjunto de alelos para vários marcadores do 
genoma é chamado de genótipo. 
Um locus (plural loci) é uma localização 
cromossômica única que define a posição de um 
gene específico ou de uma sequência de DNA. 
 
 
Figura 139. Alelos e lócus de um gene nos cromossomos 
homólogos (cada um proveniente de um parental). Fonte: 
CreationWiki. 
O genótipo é uma lista dos alelos presente em 
um ou um número de loci. 
Fenótipos, características ou traços são as 
propriedades observáveis e um organismo. 
 
Figura 140. Diferença entre genótipo e fenótipo. 
Um indivíduo é homozigoto em um locus se 
ambos os alelos naquele locus são iguais, e é 
heterozigoto se eles são diferentes. 
Um indivíduo é hemizigoto se tem apenas um 
único alelo em um locus. Isso pode ocorrer 
devido à posição do locus no cromossomo X ou Y 
em um homem ou devido à deleção de uma cópia 
de um locus autossômico. 
Uma característica é dominante se ela é 
manifestada em um indivíduo heterozigoto, e 
recessiva se não é manifestada. 
Quadro de Punnett 
O quadro de Punnett foi criado por um 
geneticista inglês chamado Reginald Punnett. O 
objetivo do pesquisador com a criação desse 
quadro era demonstrar a variedade de 
combinações genéticas possíveis em um 
determinado cruzamento. 
155 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
 
5. GENÉTICA FORENSE 
A Genética Forense é a área específica das 
ciências forenses que emprega os 
conhecimentos relacionados à genética, bem 
como técnicas de biologia molecular, aliados ao 
rigor da estatística e genética de populações, na 
elucidação de crimes, principalmente na 
determinação de sua autoria e materialidade. 
Aplicações da Genética 
Forense 
Dentre inúmeras aplicações, é possível destacar: 
 Determinação da paternidade; 
 Elucidação de diversos tipos de crimes, 
como homicídios, crimes sexuais, crimes 
contra o patrimônio e tráfico de drogas, 
entre outros; 
 Demonstrar a inocência de suspeitos e 
pessoas condenadas equivocadamente; 
 Identificação de ossadas e restos 
mortais; 
 Identificação de espécies animais; 
 Identificação de espécies vegetais. 
Genoma Humano 
Toda a informação genética está codificada no 
DNA e o seu conjunto é conhecido como genoma. 
São 22 pares de cromossomos autossômicos e 1 
par de cromossomos sexuais, totalizando 46 
cromossomos em cada célula diploide. Quando 
ocorre a fertilização de um óvulo por um 
espermatozoide e a consequente formação do 
zigoto, o novo ser gerado é uma combinação de 
metade do DNA herdado da mãe através do 
óvulo e a outra metade do pai, através do 
esperamtozoide. 
Todas as células de um indivíduo possuem a 
mesma informação genética, ou seja, o mesmo 
genoma. 
Observação: para maior compreensão desse 
capítulo, recomendado estudar o capítulo de 
Genética. 
Sequências não codificantes 
Somente cerca de 1% do genoma humano 
contém genes que codificam proteínas. Mais de 
90% do genoma humano consiste de sequências 
não codificantes entre os genes. Essas regiões 
contêm grande quantidade de DNA repetitivo. 
A importância da análise destas sequências de 
DNA não codificante, em perícias de Genética 
Forense, prende-se com o fato de não estarem 
relacionadas com a síntese de proteínas e, por 
isso, não haver qualquer correlação que permita 
deduzir a predisposição do doador da amostra 
biológica para manifestar uma determinada 
patologia. 
As sequências de DNA codificante, que possuem 
informação genética para a produção de 
proteínas são praticamente idênticas para todos 
os indivíduos, razão pela qual essas regiões do 
genoma não são as indicadas para distinguir 
indivíduos de uma população, não sendo, por 
isso, as eleitas em genética forense. 
Conceitos importantes 
Repetições em tandem são unidades de 
repetição dispostas em sequência nas regiões 
não codificantes do DNA. 
DNA satélite é um tipo de sequência em tandem, 
e é assim chamado por causa da observação de 
bandas satélites no DNA após centrifugação de 
gradiente de densidade. O DNA satélite pode ser 
encontrado nos centrômeros e telômeros, e é 
composto de longas sequências de repetições. 
Os minissatélites e microssatélites são dois 
outros tipos de repetições em tandem, só que 
menores que o DNA satélite. Os minissatélites, 
também conhecidos como VNTR (variable 
number tandem repeats) são maiores, 
compostos de unidades de repetição de 10-100 
nucleotídeos de extensão. Os microssatélites, 
também conhecidos como STR (short tandem 
repeat) ou SSR (simple sequence repeat) 
possuem unidades de repetição de 2-6 
nucleotídeos. 
159 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
 Maior resolução da separação 
eletroforética dos fragmentos STR 
 Podem ser usados para amplificação 
multiplex – análise vários marcadores ao 
mesmo tempo. 
 Estreita faixa de tamanho de alelos que 
permite o desenvolvimento de PCR 
multiplex. Uma faixa de tamanho dos 
alelos que reduz as chances de 
amplificação diferencial dos alelos 
menores; 
 Estes marcadores apresentam, 
comparativamente, os maiores valores 
de Conteúdo Polimórfico Informativo, 
Poder de Discriminação, Poder de 
Exclusão, Heterosigozidade e Índice de 
Paternidade Típico. 
 
Escolha dos STRs 
Os STRs mais usados são tetranucleotídeos. 
Unidades de repetição diméricas ou triméricas 
são muito abundantes, mas apresentam uma alta 
frequência de picos stutter que interferem com a 
interpretação do genótipo. As unidades 
hexaméricas ou pentaméricas são pouco 
abundantes no genoma. 
Um lócus STR deve ser altamente variável entre 
indivíduos. Se mais de um lóci for utilizado, eles 
não podem ser herdados ligados. Geralmente, 
estão localizados em cromossomos diferentes, 
mas desde que estejam distantes o suficiente em 
um mesmo cromossomo, podem ser utilizados. 
Para análises forenses, é preciso analisar no 
mínimo 7 lócus, sendo que o padrão são 13 lócus. 
 Loci STR devem possuir alto poder de 
discriminação, usualmente superiores a 
0,9 com heterozigosidade observada de 
0,7 
 Devem estar localizados em 
cromossomos diferentes dos outros 
STRs usados na análise, a fim de garantir 
que loci ligados não sejam escolhidos 
 Baixa taxa de stutter 
 Baixa taxa de mutação 
 Tamanho dos alelos deve abranger 90- 
500pb 
 Alto poder de exclusão – indica qual o 
percentual de exclusão alcançado por 
cada loco. 
Análise dos STRs 
Os STRs são analisados por meio da amplificação 
por PCR. São usados primers complementares às 
regiões que flanqueiam as repetições STRs. 
 
Figura 171. Lócus STR, mostrando as regiões flanqueadoras. 
Fonte: Forensic Biology. 
 
 
Figura 172. Efeito de uma mutação no sítio de anelamento do 
primer de STR. Fonte: Strategies for Concordance Testing 
O PCR multiplex pode ser usado, com primers 
marcados com diferentes cores fluorescentes.A identificação dos fragmentos amplificados 
pode ser realizada após eletroforese em gel de 
poliacrilamida, seguida de coloração com prata, 
ou pela detecção de sinal fluorescente. Mais 
recentemente, tem-se usado a eletroforese 
capilar, que analisa os fragmentos por tecnologia 
laser (ver capítulo de Biologia Molecular). 
Cuidado! As unidades de repetição de STR são 
de 4 a 6 nucleotídeos. No entanto, o tamanho 
final do amplicon deve levar em conta o número 
de repetições presentes no alelo, bem como a 
região que flanqueia as repetições (onde o 
primer irá se anelar). 
O tamanho final de um amplicon de STR tem 
cerca de 100 a 300 pares de base. 
Atenção! Os primers devem ser 
complementares à região que flanqueia o 
marcador (região adjacente), e não à região-
alvo em si (o primer não deve se anelar às 
repetições). Por isso, o sítio adjacente deve ser 
conservado (comum a todos, 
independentemente do número de repetições). 
Se existir alguma mutação nesse sítio, pode 
haver falha na amplificação. 
183 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
6. BIOQUÍMICA 
Uma das evidências da evolução biológica e da 
ancestralidade comum dos seres vivos é que 
todas as formas de vida possuem composição 
química semelhante. 
Na composição química das células dos seres 
vivos, são estudados dois grandes grupos de 
substâncias: as inorgânicas que são a água e os 
sais minerais e as substâncias orgânicas, os 
carboidratos, os lipídios, as proteínas e os ácidos 
nucléicos. As substâncias orgânicas são formadas 
por cadeias carbônicas com diferentes funções 
orgânicas. Dos elementos químicos encontrados 
na natureza, quatro são encontrados com maior 
frequência na composição química dos seres 
vivos, sendo eles o carbono (C), o oxigênio (O), o 
nitrogênio (N) e o hidrogênio (H). Além desses 
quatro elementos, outros são biologicamente 
importantes como o sódio (Na), o potássio (K), o 
cálcio (Ca), o fósforo (P), o enxofre (S), entre 
outros. 
 
Apesar de existirem inúmeras maneiras desses 
elementos se combinarem para a formação das 
substâncias inorgânicas e orgânicas, alguns tipos 
de substâncias existem em maior quantidade nos 
seres vivos. 
Água 
A agua é a substancia mais abundante dentro e 
fora do corpo dos seres vivos. No homem, 
representa cerca de 65% de sua massa e perdas 
maiores que 15% (desidratação) podem ter 
consequências graves, devido à diminuição do 
volume de líquido circulante. 
Sua proporção varia de uma espécie para outra, 
de acordo com a idade (diminui com o 
envelhecimento), com o sexo e de um tecido 
para outro. 
O surgimento e a manutenção da vida estão 
associados a ela. As propriedades da água que a 
tornam fundamental para os seres vivos se 
relacionam com sua estrutura molecular, 
constituída por dois átomos de hidrogênio 
ligados a um átomo de oxigênio por ligações 
covalentes. 
Embora a molécula como um todo seja 
eletricamente neutra, a distribuição do par 
eletrônico em cada ligação covalente é 
assimétrica, deslocada para perto do átomo de 
oxigênio. Assim, a molécula tem um lado com 
predomínio de cargas positivas e outro com 
predomínio de cargas negativas. Moléculas assim 
são chamadas polares. 
Quando os átomos de hidrogênio de uma 
molécula de água (com carga positiva) se 
colocam próximos ao átomo de oxigênio de outra 
molécula de água (com carga negativa) se 
estabelece uma ligação entre eles, denominada 
ponte de hidrogênio. 
 
Figura 183. Moléculas de água formando ponte de hidrogênio. 
Fonte: Toda Matéria. 
Essa ligação garante a coesão entre as moléculas, 
o que mantém a água fluida e estável nas 
condições habituais de temperatura e pressão. 
Algumas das mais importantes propriedades da 
água se relacionam com suas ligações de 
hidrogênio. 
Tensão superficial: coesão entre as moléculas da 
superfície, formando uma "rede". 
CHON 
Mnemônico para lembrar os principais 
elementos que compõem os seres vivos 
217 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
7. IMUNOLOGIA 
Sistema Imune 
Conceitos 
Resposta imunitária é tudo que acontece no 
nosso organismo como consequência da 
interação com um agente etiológico ou corpo 
estranho (antígeno). 
Antígeno (Ag) pode ser definido como qualquer 
substância que pode ser especificamente ligada a 
uma molécula de anticorpo ou receptor de 
linfócito T. No entanto, nem todo antígeno é 
capaz de induzir uma resposta imunitária. 
Imunógeno é toda substância capaz de induzir 
uma resposta imunológica. 
O sistema imune é o conjunto de tecidos, células 
e moléculas com a função de proteger o 
organismo. 
Funções do sistema imune 
 Defesa – mecanismos de 
reconhecimento e eliminação de 
patógenos 
 Imunovigilância – reconhece e elimina 
células tumorais 
 Imunidade – proteção do organismo 
 Homeostasia – eliminação de células 
mortas provenientes do catabolismo 
Imunidade inata 
A imunidade inata inclui mecanismos 
moleculares e celulares predispostos antes 
mesmo de uma infecção, preparados para 
prevenir ou eliminá-la. Esta primeira linha de 
defesa, altamente efetiva, previne a maioria das 
infecções em seu início ou as elimina em poucas 
horas após o encontro com o sistema imune 
inato. Os elementos de reconhecimento do 
sistema imune inato distinguem precisamente 
entre o seu próprio organismo e os patógenos. 
Entretanto, esses elementos da resposta inata 
não são especializados na distinção de pequenas 
diferenças das moléculas estranhas. 
 
Constituintes da imunidade nata 
 Barreiras físicas – exemplo: pele 
 Processos mecânicos – fluxo de fluidos, 
movimentos ciliares, tosse 
 Flora normal 
 Agentes tóxicos – lisozima (presente nas 
lágrimas, saliva, muco e leite), HCl (suco 
gástrico). 
 Fagocitose 
 Ação lítica 
Resistência celular 
Os componentes celulares da resposta imune 
inata estão descritos a seguir: 
 Fagócitos – principalmente neutrófilos, 
secretam mediadores inflamatórios, 
secretam citocinas e realizam 
fagocitose; 
 Natural Killers (NK) – marcam e matam 
células infectadas por vírus, liberação de 
moléculas citotóxicas; 
 Citocinas – ativam outras células, 
comunicação celular; 
 Complemento – matam microrganismos 
por lise, promovem inflamação, 
contribuem para a fagocitose; 
Receptores de reconhecimento de padrões 
Muitas das moléculas envolvidas na imunidade 
inata possuem a propriedade de 
reconhecimento de padrões - a capacidade de 
reconhecer uma determinada classe de 
moléculas. Como essas classes de moléculas são 
exclusivas a alguns micróbios e não são 
encontradas em organismos multicelulares, a 
habilidade de reconhecer imediatamente e 
combater invasores exibindo tais moléculas é 
uma forte característica da imunidade inata. 
A imunidade inata é imediata, não 
específica, relativamente menos potente, 
não deixa memória imunológica, não 
aumenta com exposição prévia, e é 
constituída por barreiras físicas, químicas e 
celulares. 
233 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
8. IMUNO-HEMATOLOGIA 
Sistema ABO 
É o sistema de antígenos em eritrócitos humanos 
mais comumente usado como sistema de grupo 
sanguíneo para aplicações forenses. 
Dois tipos de antígenos (A e B), dão origem a 
quatro grupos sanguíneos: 
 A: possuem o antígeno A 
 B: possuem o antígeno B 
 AB: possuem os antígenos A e B 
 O: não possuem nenhum dos antígenos 
Esses antígenos podem ser encontrados em 
outros fluidos corporais também, como o fluido 
amniótico, saliva, sêmen, assim como em muitos 
órgãos incluindo rim, pâncreas, fígado e pulmão. 
Biossíntese dos antígenos ABO 
Todos os indivíduos normais produzem o 
Antígeno O, também conhecido como Antígeno 
H. Ele é sintetizado pela fucosiltransferase, uma 
transferase de fucose codificada pelos genes 
FUT, que adicionam uma fucose no fim de um 
glicolipídeo (em eritrócitos) ou em uma 
glicoproteína (em tecidos). 
Um monossacarídeo adicional é então 
transferido ao antígeno H por uma transferase 
codificado pelo lócus ABO. A especificidade dessa 
enzima então determinao tipo sanguíneo: 
 Alelo A: produz a A-transferase, que 
transfere N-acetilgalactosamina para o 
antígeno H e então dá origem ao 
antígeno A. 
 Alelo B: produz a B-transferase, que 
transfere galactose ao antígeno H, e 
então sintetiza o antígeno B. 
 Alelo O: possui uma mutação (pequena 
deleção) que elimina a atividade 
transferase, então nenhuma 
modificação no antígeno H ocorre. 
Assim, os antígenos A e B diferem na sua 
molécula de açúcar terminal. 
Subgrupos dos tipos A e B foram descritos, sendo 
os mais importantes os antígenos A1 e A2: células 
contendo antígenos A1 reagem mais fortemente 
com anticorpos anti-A do que células com A2. As 
células com A1 contêm mais cópias do antígeno A 
do que células com A2. 
 
 
 
Figura 236. Biossíntese dos antígenos ABO. Fonte: Forensic Biology.
248 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
9. MICROSCOPIA 
Microscopia Óptica 
Estrutura de um microscópio óptico 
Consiste de uma associação de lentes 
convergentes, onde a objetiva é fortemente 
convergente e possui pequena distância focal, e 
a lente ocular é menos convergente com 
pequena distância focal. 
Parte mecânica 
1. Base – apoio e sustentação do 
microscópio em si 
2. Braço – fixa à base, servindo de suporte 
para outros elementos 
3. Platina – onde se fixa a lâmina a ser 
observada 
4. Revólver – pela giratória que dá suporte 
às objetivas 
5. Canhão – suporta a lente ocular na 
extremidade superior 
6. Parafusos de foco (micrométrico e 
macrométrico) – ajuste do foco 
Parte óptica 
1. Fonte de luz – luz artificial emitida por 
uma lâmpada incluída no próprio 
microscópio. 
2. Condensador – conjunto de duas ou 
mais lentes convergentes que orientam 
e espalham regularmente a luz emitida 
pela fonte luminosa sobre o campo de 
visão do microscópio. 
3. Diafragma – constituído por palhetas 
que podem ser aproximadas ou 
afastadas do centro através de uma 
alavanca ou parafuso, permitindo 
regular a intensidade de luz que incide 
no campo de visão do microscópio. 
4. Charriot – peça ligada à platina que 
possibilita mover a lâmina, permitindo 
melhor centralização da mesma 
5. Lentes objetivas – permitem ampliar a 
imagem do objeto. Projetam uma 
imagem real, ampliada e invertida. 
a. Objetivas secas – entre sua 
extremidade e a preparação 
existe somente ar. 
b. Objetivas de imersão (100x ou 
mais) – têm sua extremidade 
mergulhada em óleo com o 
intuito de aumentar o poder de 
resolução da objetiva: como o 
índice de refração do óleo é 
semelhante ao do vidro, o feixe 
de luz não é tão desviado para 
fora da objetiva. Dessa forma, 
aumenta-se a quantidade de luz 
captada pela lente. 
6. Lentes oculares – sistema de lentes que 
permite ampliar a imagem real fornecida 
pela objetiva, fornecendo uma imagem 
virtual que se situa a aproximadamente 
25 cm dos olhos do observador; também 
ajustam possíveis deficiências ópticas. 
 
Figura 246. Principais componentes de um microscópio óptico. 
Fonte: Biologia Celular UFG. 
265 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
10. LUZ FORENSE 
Luz e matéria 
 
O espectro eletromagnético pode ser dividido 
em diversas regiões baseado no comprimento 
da luz; três dessas regiões são de especial 
importância para as ciências forenses, são elas: 
 Ultravioleta – comprimentos de onda 
entre 190 e 400 nm. Pode ser 
subdividido em UV de ondas curtas (190 
– 290 nm) e UV de ondas longas (290 – 
400nm). Os raios UV não são visíveis ao 
olho humano e são nocivos à saúde, por 
terem um comprimento de onda maior, 
logo, apresentam maior quantidade de 
energia. 
 Visível – comprimentos de onda entre 
400 e 700 nm, incluindo todo o espectro 
de cores visíveis ao olho humano. 
 Infravermelho – comprimentos de onda 
maiores que 700 nm, não é visível ao 
olho humano. 
Interações da luz com a 
matéria 
Simplificadamente, a luz pode interagir com a 
matéria de três formas: absorção, reflexão, 
transmissão. O que vemos é um resultado do 
somatório dessas interações, que variam de 
acordo com a composição do objeto. 
1. Absorção – quando a luz é absorvida pelos 
elétrons da matéria, que aparece escura aos 
nossos olhos. Na absorção, a energia é 
absorvida pelos elétrons da matéria, e cada 
objeto terá uma maior ou menor absorção 
em comprimentos de onda específicos. 
2. Reflexão – quando os elétrons livres da 
matéria absorvem a luz emita e a reemitem. 
A dispersão é um fenômeno que ocorre 
quando essa luz é reemitida de forma 
irregular, em direções aleatórias. A 
dispersão é uma característica 
predominante em partículas de poeira, 
pelos e fibras. 
3. Transmissão – quando a luz atravessa o 
objeto sem interagir com os elétrons que o 
integram. O objeto aparece então 
transparente. 
Quando a luz interage com um material, a maior 
parte dela será dispersa ou refletida pela 
superfície. Os chamados filtros de passagem são 
utilizados para permitir a passagem apenas do 
comprimento de onda que se deseja observar. 
Eles podem, por exemplo, barrar comprimentos 
de onda menores e de maior energia), e deixar 
passar comprimentos de onda maiores e de 
menos energia (como a fluorescência). 
Luminescência 
A luminescência é o fenômeno que ocorre 
quando a luz de um determinado comprimento 
de onda é absorvido por um material, que logo 
em seguida a reemite em um comprimento de 
onda diferente (mais longo e mais fraco. 
Os métodos forenses que exploram a 
luminescência são muito sensíveis, mas 
normalmente é necessário um ambiente escuro 
para que essa luminescência possa ser 
enxergada, por ser emitida muito fracamente. 
Fluorescência e fosforescência são tipos de 
luminescência. 
 
 
 
 
 
268 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
11. CADEIA DE CUSTÓDIA 
Conceitos 
A cadeia de custódia é simplificadamente 
definida como uma “lista de todas as pessoas que 
estiveram de posse de um item de evidência”. 
Consiste de maneira geral, em um processo de 
registro metódico, cronológico, cuidadoso e 
detalhado sobre a busca e apreensão, manuseio, 
custódia, controle e caminho dos vestígios 
coletados no local de um crime, cujos resultados 
após análise serão apresentados na forma de 
laudo pericial. Porém, é importante notar: a 
cadeia de custódia não termina na elaboração do 
laudo pericial! 
 Outra definição de cadeia de custódia: 
documentação que o laboratório possui 
com a intenção de rastrear toda as 
operações realizadas com cada vestígio, 
desde a coleta no local do crime até a 
completa destruição. 
 Também pode ser definida como a 
capacidade de garantir a identidade e a 
integridade de um vestígio, seja um 
material, um equipamento, máquina, 
documento, substância, espécime ou 
amostra, a partir de sua identificação no 
local de crime. É o processo usado para 
documentar e manter a história 
cronológica desse vestígio. 
A cadeia de custódia não é uma tarefa exclusiva 
do perito criminal, mas sim de TODOS os 
envolvidos na fase de investigação. Da mesma 
forma, a cadeia de custódia não está restrita 
apenas ao âmbito da perícia criminal, e sim a 
todos os procedimentos da investigação. 
Finalidade 
A cadeia de custódia existe para garantir a 
integridade da prova. Ela é importante porque 
garante a idoneidade e rastreabilidade dos 
vestígios, preservando a confiabilidade e 
transparência até que o processo seja concluído. 
Qualquer falha na cadeia de custódia repercutirá 
diretamente no laudo pericial, e no sucesso da 
investigação criminal. Hoje, a cadeia de custodia 
é considerada o elo fraco das investigações 
criminais, sendo objeto de questionamentos no 
tribunal. De nada adiantarão as mais modernas 
tecnologias criminalísticas se o vestígio 
apresentar pontos questionados em sua 
obtenção, coleta e armazenagem (falhas na 
cadeia de custódia). Se um vestígio material com 
valor probatório tiver sua origem questionada, o 
processo como um todo poderá ser ineficiente 
no que tange à aplicação da Justiça. 
Vestígios, indícios e evidênciasEnquanto o vestígio abrange, a evidência 
restringe e o indício circunstância. 
Não há um dispositivo legal definindo 
precisamente o que é vestígio. Essa palavra 
possui significado bastante abrangente, 
mantendo tal característica em termos periciais. 
Vestígio pode ser definido como todo e qualquer 
sinal, marca, objeto, situação fática ou ente 
concreto sensível, potencialmente relacionado a 
uma pessoa ou a um evento de relevância penal, 
e/ou presente em um local de crime, direta ou 
indiretamente relacionado ao fato delituoso. Um 
vestígio, então, seria o produto de um agente ou 
evento provocador. 
Os vestígios levantados de um local de crime são 
então submetidos a processos objetivos de 
triagem e apuração, buscando se determinar o 
vínculo ou não do vestígio com o delito. 
Quando esse vínculo é confirmado, o vestígio 
passa a ser denominado evidência. As evidências 
são elementos exclusivamente materiais, de 
natureza puramente objetiva. A evidência é o 
vestígio que mostrou vinculação direta e 
inequívoca com o evento delituoso após 
avaliações objetivas. 
Processualmente, a evidência também pode ser 
denominada prova material. 
O indício, ao contrário do vestígio e da evidência, 
possui um conceito previsto no Código de 
Processo Penal, Artigo 239: circunstância 
conhecida, provada e necessariamente 
relacionada com o fato investigado e que, como 
tal, permite a inferência de outra (s) circunstância 
275 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
12. ENTOMOLOGIA 
FORENSE 
Introdução 
Entomologia forense é a ciência que aplica o estudo 
dos insetos a procedimentos legais. Para tal, é 
imprescindível que a identificação desses artrópodes 
seja acurada. A entomologia forense pode ser 
conceituada como a aplicação de conhecimentos 
relativos à biologia e à ecologia de insetos com o 
intuito de responder questões relevantes para a 
identificação criminal. 
O fato de a maioria dos insetos passarem por 
diferentes fases em seu desenvolvimento, incluindo 
o ovo (fase embrionária), uma fase larval que por sua 
vez é constituída por subfases com intervalos de 
tempo geralmente bem determinados, fase de pupa 
e finalmente o adulto, possibilita a utilização dessa 
propriedade biológica na estimativa do tempo que o 
inseto levou para atingir determinada etapa 
específica e, por conseguinte, estimar o intervalo 
pós-morte (IPM). 
Histórico 
Os manuais de Medicina Legal que citam a 
Entomologia forense retratam que a primeira 
aplicação ocorreu em 1235, na China. Trata-se do 
caso de um homicídio perpetrado com uso de 
instrumento de ação corto-contundente, cujos 
investigadores, na busca de vestígios na vizinhança, 
localizaram uma foice em torno da qual 
sobrevoavam moscas, possivelmente, atraídas pelos 
odores exalados pelos restos de substâncias 
orgânicas ali aderidas e imperceptíveis a olho nu. Em 
vista disso, o proprietário da foice foi interrogado 
pela polícia, levando-o a confessar a autoria do 
crime. 
Contudo, a literatura especializada nessa área 
atribui a primeira utilização dessa ciência a Bergeret, 
em 1855, na França, em que os insetos foram usados 
conscientemente como indicadores forenses. 
Mas essa ciência só se tornou mundialmente 
conhecida após 1894, com a publicação de um livro 
intitulado La Faune des Cadavres cujo autor é um 
francês chamado Mégnin. 
Passa a ser estudada no Brasil em 1908, com os 
trabalhos pioneiros de Edgard Roquette-Pinto e 
Oscar Freire – embora os estudos tenham começado 
de forma precoce no Brasil, não houve avanços 
importantes nas décadas seguintes. 
No início dos anos 2000, o projeto financiado pelo 
SENASP para capacitar peritos nessa área alcançou 
relativo êxito. Em 2008 o governo criou um grupo – 
Rede Nacional de Entomologia Forense, mas que não 
foi continuado. 
Nos últimos 20 anos, em decorrência do 
aperfeiçoamento e criação de novas técnicas aliadas 
à modernização dos recursos laboratoriais e 
consequente expansão das pesquisas relacionadas à 
área de entomologia forense e genética, tem se 
tornado cada vez mais importante nas investigações 
periciais e policiais. 
Atualmente, com exceção de experiências isoladas, 
não existe uma política nacional de fomento ao 
fortalecimento da entomologia forense nas 
unidades periciais brasileiras. 
 
Classificações 
Entomologia forense urbana 
Inclui ações cíveis envolvendo a presença de insetos 
em imóveis, bens culturais e estruturas, danificando-
os, como por exemplo, a presença de cupins. Essa 
modalidade é muito utilizada em ações envolvendo 
compra e venda de imóveis; uma das perguntas a 
serem respondidas pela entomologia forense é o 
tempo de infestação. 
Exemplo: desabamentos; danos podem ir muito 
além dos materiais, configurando crime na 
modalidade culposa. 
Desabamentos ocorrem pelo ataque de organismos 
xilófagos – seres que se alimentam da madeira; 
306 | A p o s t i l a P e r i t o C r i m i n a l 
 
13. TRICOLOGIA FORENSE 
 
Introdução 
Tricologia forense é a vertente científica que 
estuda pelos humanos e pelos de outros animais, 
bem como firas, e aplica esses conhecimentos à 
investigação e elucidação de crimes, por meio de 
técnicas e procedimentos científicos que 
permitem uma correta identificação, 
comparação ou diferenciação destes. 
A maior importância da presença de pelos em 
cenas de crime se deve à sua alta resistência à 
deterioração temporal e a utilização de técnicas 
de baixo custo para sua análise. Basicamente, a 
análise dos pelos e fibras é realizada com base 
em parâmetros de comparação. 
Por meio de exames visuais de comparação 
macroscópica e microscópica, é possível 
diferenciar pelos humanos de não humanos, de 
fibras, identificar espécies, dentre outras 
possibilidades. 
Aplicações da Tricologia Forense 
 Caracterizar crimes ambientais contra a 
fauna; 
 Avaliar o controle de qualidade dos 
alimentos; 
 Vincular pessoas ou animais a objetos 
e/ou locais de crime; 
 Indicar contato físico nos casos de 
violência sexual; 
 Caracterizar casos de maus-tratos e 
agressão física; 
 Distúrbios e doenças capilares podem 
contribuir na identificação de possíveis 
vítimas ou suspeitos de crimes. 
 
Morfologia 
Pelos são anexos epidérmicos queratinizados 
exclusivos dos mamíferos. Eles crescem a partir 
de cavidades chamadas folículos, e se estendem 
da derme até a epiderme. Podem ser divididos 
em duas partes: haste capilar e raiz. 
 
Figura 260. Morfologia básica do pelo. Fonte: Alunos Online 
(UOL) 
 
 Haste - é a porção livre visível, acima do 
nível da epiderme; porção livre, terminada 
em ponta – é o pelo propriamente dito. 
 Raiz – é a parte que fica dentro da pele; é 
rica em células foliculares que permitem a 
extração do DNA. É composta do bulbo, 
folículo piloso e da papila dérmica. 
o A papila é composta de fibroblastos 
especializados que controlam o 
crescimento do pelo. 
o O bulbo é a parte mais espessa e 
profunda do pelo. 
 
Composição 
Os pelos são basicamente compostos de α-
queratina, proteína cujo aminoácido mais 
abundante é a cisteína. Devido ao aminoácido 
cisteína, os pelos possuem alto teor de enxofre, 
responsável pelo odor marcante quando o pelo é 
queimado. Pontes dissulfeto ligam as proteínas 
adjacentes, formando uma rede de ligações 
cruzadas, que conferem ao pelo uma estrutura 
extremamente resistente à degradação química 
e biológica. 
 318 
 
14. HEMATOLOGIA FORENSE 
Introdução 
Composição do sangue 
Mistura de células e plasma. 
 Células – hemácias, leucócitos e plaquetas 
o Hemácias transportam o oxigênio – 
função vital nas trocas gasosas e no 
transporte de gases por todo 
organismo. 
 Hemoglobina – possui 
atividade catalítica típica de 
uma enzima peroxidase. 
 É a molécula de 
hemoglobina que carrega 
97% do oxigênio que chega 
aos pulmões. 
 Uma molécula de 
hemoglobina contém 4 
átomos de ferro, cada um 
podendo se ligar a uma 
molécula de oxigênio. 
 Hemoglobina é tetramérica– composta por duas 
cadeias alfa e duas cadeias 
beta 
 Cada átomo de 
ferro se liga a uma 
das subunidades 
o Hemácias também ajudam a 
remover o dióxido de carbono – 
possuem a anidrase carbônica 
o Leucócitos auxiliam no controle das 
infecções 
o Plaquetas atuam na coagulação 
 Plasma – dissolvidos os eletrólitos, 
nutrientes, vitaminas, hormônios, fatores 
coagulantes, proteínas. 
 Corpo humano possui aproximadamente 4 a 
6 litros de sangue, o que corresponde de 7 a 
8% do peso corpóreo. 
Testes de orientação 
Os testes de orientação são baseados na atividade 
catalítica típica de uma enzima peroxidase exercida 
pela hemoglobina. Mais especificamente, tal 
característica se deve ao íon ferro no grupamento 
heme da hemoglobina. Eles não são absolutamente 
específicos para o sangue, mas são muito 
importantes como testes de triagem. 
 Ferro – catalisador da reação (atividade de 
peroxidase) 
 Peróxido – libera o grupo O que oxida o 
substrato (indicador) 
 
Testes colorimétricos 
Benzidina (Adler-Ascarelli) 
Causa uma reação de cor azul na presença de 
hemoglobina. É o teste colorimétrico mais sensível, 
assim como os testes utilizando orto-toluidina e 
tetrametil-benzidina, no entanto, são todos 
carcinogênicos, o que limitou seu uso. 
A benzidina exerce um efeito deletério sobre o DNA, 
por isso a amostra deve ser testada separadamente 
(com um suabe, e não aplicando o reagente 
diretamente na mancha de sangue). 
Fenolftaleína (Kastle-Meyer) 
É o teste colorimétrico mais usado atualmente, e 
pode ser considerado um dos mais específicos. A 
presença da hemoglobina irá transformar o substrato 
incolor em um produto rosa, reação que ocorre em 
um meio levemente básico (pH do sangue é ~7,4). É 
uma solução alcalina e incolor de fenolftaleína que se 
mantém reduzida por zinco metálico. 
Esse teste também não pode ser aplicado 
diretamente na mancha, por interferir com a 
extração e análise do DNA. 
 
Figura 274. Teste de Kastle-Meyer. Fonte: Science Lab Supplies. 
Sensibilidade dos testes e orientação: 
Verde malaquita < Fenolftaleína < Benzidina

Mais conteúdos dessa disciplina