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MICROBIOLOGIA DE FRUTAS, VEGETAIS e derivados FRUTAS ➔Ricas em ácidos orgânicos (importante para definir a possibilidade de multiplicação de patógenos ou não) ➔Diferentes padrões de respiração pós-colheita (climatéricas continuam maturação após a colheita - banana e não climatéricas - ) ➔Mudança bioquímicas - maturação aumenta o número de nutrientes para desenvolvimento de microorganismos ◆ ◆Climatéricas: banana, maçã, tomate, mamão ○ Maçã pode ser estocada em câmaras com atmosfera controlada e comercializada ao longo de todo o ano ◆Não climatéricas: uva, morango (contaminação ligada a pré-colheita e ambiente) ➔Colheita em estações ou ao longo do ano ➔Tropicais (cultivadas acima de 25ºC) ou sub-tropicais (22ºc) ➔Maçã, manga, uva mais ácidas ➔Padrões de Respiração e Vida Útil ◆A medida que a fruta vai amadurecendo devido ao etileno sua shelf-life é reduzida ◆Maturação ligada a mudança de cor ➔Métodos de Processamento ◆Deve ser considerado o pH das frutas e sua maior susceptibilidade à fungos ◆Congelamento (reduzir o acontecimento de reações bioquímicas durante o amadurecimento) pode passar por branqueamento ◆ enlatamento ( produtos comercialmente estéreis) ◆ desidratação (redução de água e aumento do teor de sólidos ◆ fermentação (acidificação por microorganismos) ➔FRUTAS FRESCAS ◆Microbiota inicial: campo, equipamentos e animais silvestres, água de irrigação ◆Efeito do processamento primário (colheita, irrigação, limpeza, seleção, embalagem e estocagem): efeito limitado sobre os contaminantes microbianos ◆Surto de Listeria nos EUA ● ● Melão produzido no Colorado e comercializado em vários estados ● Casos de Listeriose em pelo menos 18 estados (4 cepas no suco) ● O melão inteiro foi contaminado na packing house, as superfícies estavam contaminadas ● Quando a fruta foi cortada a contaminação externa entrou em contato com a parte interna ● Listeria se multiplica facilmente em ambientes acidificados, e o pH do melão é em torno de 6 ◆Surto de contaminação em tomates frescos por Salmonella ● Multiestado afetou várias pessoas com salmonelose ● Problema de contaminação na forma de armazenamento e de consumo (geralmente cru e sem aquecimento não conseguindo matar a Salmonella) ◆Surto com berries na China ● Fabricados em diferentes locais e embalados e comercializados na China ● Vírus e parasitas não se multiplicam, mas sobrevivem ● Contaminação por manipulação indevida e equipamento 1 ◆Deterioração ● fungos e bactérias são responsáveis por 15% de perdas causadas ● Deterioração de pré e pós-colheita ● Conhecidas como podridão ● Existe um risco de migração da micotoxina para parte interna da fruta ● Maçãs e peras: penicillium ➔FRUTAS MINIMAMENTE PROCESSADAS ◆Corte e Fatiamento: pode espalhar contaminantes e permitir acesso dos micro-organismos a nutrientes ◆Refrigeração: controla o crescimento da maioria dos patógenos, mas ainda podem sobreviver no produto ● Deterioração por microrganismos psicrotróficos ● Restringe patógenos (surtos com salmonella devido a falta de higiene) ◆ Limpeza e sanificação ➔FRUTAS CONGELADAS ◆Branqueamento: auxilia na redução da contagem microbiana ◆Sulfitos: adicionados a frutas como pêssego inibe PPO, mas também tem grande ação antimicrobiana ◆Congelamento: contagem permanece estável, mas alguma redução pode ser observada ◆Deterioração por fungos e patógenos podem sobreviver por longos períodos em frutas não-ácidas ou capacidade adaptativa ◆Medidas de controle: problemas de higiene, lavagem adequada, higiene dos equipamentos, evitar injúrias das frutas ➔FRUTAS EM CONSERVA ◆Passam pelo processo de pasteurização ◆Deterioração: B. coagulans, C. pasteurianum e bolores termorresistentes ◆Patógenos: C. botulinum e micotoxinas (maçãs, peras) ◆Se o pH é acima de 4,5 o C. botulinum pode ser um perigo ◆Medidas de Controle: boas práticas agrícolas, medidas de limpeza na linha de produção, processo térmico desenhado adequadamente ➔FRUTAS DESIDRATADAS ◆ Frutas sulfitadas ou não, rehidratadas ou glaceadas ◆Deterioração por leveduras osmofílicas, bolores xerofílicos (capacidade de crescer em alta pressão osmótica e em baixa atividade de água respectivamente) ou leveduras resistentes aos conservantes (usam os conservantes como nutrientes para multiplicação) ◆Patógenos e micotoxinas têm sobrevivência limitada, micotoxinas produzidas pré ou pós-colheita ◆Medidas de controle: minimizar contaminação durante a estocagem, seleção e remoção de frutas contaminadas antes e durante a estocagem; evitar problemas de higienização de equipamentos ➔ATOMATADOS ◆Derivados de tomate ◆Problema com C. botulinum e L. Monocytogenes pois seu pH está no limiar de multiplicação do microrganismo (4,3) e pH do C. botulinum é 4,5 ◆Corrigir o pH com acidificante ◆Medidas de controle: lavagem para reduzir a contagem de esporos, tratamento térmico para evitar a esporulação de células vegetativas 2 VEGETAIS ➔Folhosos, bulbos, couve-flor e brócolis, raízes, cogumelos ➔Contaminação microbiana de orgânicos ou não-orgânicos, estudos controversos ➔Microbiota inicial: práticas de cultivo, colheita e irrigação impacta na contaminação microbiológica do alimento, adubação em qual fase do plantio, circulação de animais silvestres ➔Perdas no pré e pós-colheita ➔Coating: mergulha o produto numa camada comestível e depois numa ativa com propriedade antimicrobiana tem como objetivo reduzir a deterioração por microrganismos ou reações bioquímicas ➔Solo, fertilizantes, água de irrigação e manipulação/pragas ➔Vegetais Frescos e minimamente processados ◆Bactérias enteropatogênicas, Listeria, vírus, parasitas e C. botulinum ◆Boas práticas agrícolas ◆Para controlar o aumento da contaminação estocagem, transporte e refrigeração ◆ Limpeza e sanificação dos alimentos e das superfícies e equipamentos ◆Redução limitada ◆Controlar a contaminação inicial ➔Vegetais cozidos ◆ Listeria em baixas temperaturas ◆Separar ingredientes cozidos e crus para evitar contaminação cruzada ◆Acima de 60ºC no cozimento ◆Evitar formação de aerossol ◆Depende do tempo de cozimento, temperatura e contaminação inicial ➔Vegetais Congelados ◆Congelamento ◆Manter temperatura abaixo de 5ºC ◆Branqueamento reduzindo a contaminação inicial ◆Parasitas inativados pelo congelamento ◆Bactérias não são inativadas pelo congelamento ➔Vegetais em Conserva ◆C. botulinum principal contaminante ◆ pH < 4,6 para produtos acidificados ◆ Fechamento adequado da embalagem ➔Vegetais desidratados ◆Mesmos controles iniciais ◆Redução rápida da Aw para menor que 0,6 ◆ Limpeza e higienização dos equipamentos ◆Controle de temperatura depois da desidratação ◆Branqueamento reduz a carga microbiana ➔Vegetais Fermentados e Acidificados ◆Garantir o pH abaixo de 4,6 ◆Palmito: o C. botulinum está como esporo amplamente disseminado, pode contaminar o palmito e utensílios ● Seleção, lavagem e corte, imersão na salmoura 3 ● pH de equilíbrio entre a salmoura e o palmito deve ser de 4,6 (procurar a quantidade de ácido a ser adicionado na salmoura para chegar no ponto ideal) ➔Cogumelos ◆Compostagem tratado a contaminação inicial é menor ◆Não passa por processo de irrigação ◆Não podem ser molhados antes de serem consumidos pois altera o aspecto sensorial ◆Procedimento de limpeza de alguns compostos ◆ Listeria por ser um ambiente muito seco ➔Brotos ◆Alfafa, bambu, soja ◆Germinação dos brotos para colheita ◆Contaminação das próprias sementes (controle nessa etapa principalmente, não deve haver tratamento pois pode haver problemas na germinação) ◆Não existe uma etapa que garante eliminação de patógenos absoluta ◆Bacillus cereus, Salmonella e E. coli ◆Proximidade com o solo aumenta a possibilidade de contaminação ◆ Tratamentos para haver 5 reduções decimais ◆BPA E BPH MICROBIOLOGIA DE LEITES E DERIVADOS ➔Leite: emulsão de coloração branca, ligeiramente amarelada de odor suave e sabor adocicado. Suspensão coloidal de caseína, emulsão de glóbulos de gordura em solução de lactose, proteínas do soro e sais minerais ➔Criação e saúde da vaca influenciam na qualidade microbiológica doleite, além da alimentação ➔Alimentação impacta na contaminação externa do úbere ➔Micro - organismos no Leite ◆Benefícios: produtos lácteos por mudanças físicas, químicas e organolépticas ◆Prejudiciais: deterioração e patógenos com risco à saúde ➔Mesófilos ◆ Faltam condições de higienização ou refrigeração do leite ◆ Fermentam lactose, produzem ácido láctico gerando acidez do leite e coagulando a caseína formando coalhado ◆Brasil tinha muita dificuldade da conservação de leite ➔Psicrotróficos ◆Conseguem se multiplicar e temperaturas de refrigeração, independente da temperatura ótima ◆Problemas de higiene na ordenha, limpeza e sanitização dos equipamentos e resfriamento marginal ou tempo de estocagem longo ◆Enzimas resistentes ao tratamento térmico ● Destroem a gordura e a caseína, causando ranço e alterando as propriedades físicas e organolépticas (fosfolipase e protease) ● Desestabilizam o glóbulo de gordura, alterando o sabor (lipase) ● Problemas na produção de derivados lácteos e redução da vida de prateleira ➔Micro-organismos no Leite Cru ◆Presença variável de 10² a 104 UFC 4 ◆Contaminação principalmente no interior e exterior do úbere, equipamentos e outros utensílios, pessoas que manipulam o leite e ambiente ◆Equipamentos e utensílios pode haver formação de biofilme de micro-organismos termodúricos e termorresistentes ◆Higiene insatisfatória maior que 105 ◆No interior do úbere: staphylococcus, streptococcus, micrococos, corynebacterium ➔Mastite ◆ é a inflamação da glândula mamária causada por micro-organismos aumentando o número de células somáticas (mais que 200.000 células somáticas /ml) causado principalmente pelo staphylo ● Mastite clínica apresenta sintomas como edema, temperatura elevada, endurecimento e dor na glândula mamária e presença de grumos e pus e a sub-clínica não há sinais evidentes, ◆ aumenta CCS, teor de Na e Cl e proteínas séricas ◆ diminui o teor de caseína, lactose e gordura ◆Consequência da Mastite no Sistema Leiteiro ● O aumento de células somáticas causa perda de produção: altera composição do leite, custo de tratamento e menor produtividade ● Perda na indústria gera menor rendimento, menor vida de prateleira e alterações sensoriais ● Risco à saúde humana: resíduos antibióticos e micro-organismos patogênicos ➔Qualidade do Leite Cru na Produção ◆ Fatores zootécnicos: Melhoramento genético, alimentação e nutrição e manejo sanitário; Afeta produtividade e composição do leite; Carga celular e microbiana inicial ◆Condições de Ordenha: Controle de mastite e higiene da ordenha (BPF); Carga celular e carga microbiana inicial ◆Conservação do Leite:Transporte adequado e resfriamento eficiente; Carga microbiana final e atributos sensoriais ◆Resíduos Antibióticos: interferem em métodos de análise; Inibição das culturas iniciadoras e impacto no rendimento (fermentação); Efeitos alergênicos e toxicológicos interferindo na saúde pública ◆Consumo Direto do Leite Cru: desaconselhável e proibido em muitos países ● Não passa por processos de redução de carga microbiana com alto perigo de contaminação de patógenos ➔HOMOGENEIZAÇÃO ◆ Leite não homogeneizado apresenta camadas de gordura, concentrando micro-organismos nessas áreas ◆Não apresenta efeito na contagem ➔PASTEURIZAÇÃO 5 ◆Destruição de bactérias patogênicas e maioria dos micro-organismos, tendo como referência Coxiella burnetti e Micobacterium tuberculosis ◆A introdução da pasteurização diminuiu drasticamente ◆Deterioração: bactérias esporuladas sobrevivem, bactérias termodúricas, psicrotróficas, ocorre atividade de enzimas termorresistentes e contaminação pós processo ◆Patógenos: pasteurização inadequada, contaminação pós-processo, abuso de temperatura e enterotoxinas ➔LEITE UHT ◆ 135-150ºC por 2 a 8 segundos ◆Maior eficácia esporicida ◆Deterioração causada pela contaminação pós-processo, falhas no processo ou enzimas ◆Bacillus sporothermodurans ◆Embalagem asséptica ➔CREME DE LEITE ◆ Fração do leite rica em gordura ◆ 50% (alto teor), creme (20 a 49,9%) e creme de baixo teor ou creme leve (10 a 19,9%) ◆Contaminação no preparo de pratos e sobremesas e na pasteurização UHT (similar ao leite fluido) ◆Deterioração: micro-organismos lipolíticos como Pseudomonas e leveduras ◆Patógenos: tratamento térmico mais drástico que leite fluido pode haver Salmonella e S. aureus ➔LEITES CONCENTRADOS E DESIDRATADOS ◆Desidratação parcial (leite evaporado ou concentrado, leite condensado e retentados ◆Desidratação total ( leite em pó, creme e soro em pó, farinhas lácteas) ◆Objetivo: prolongar a vida útil do leite, diminuindo a Aw e inibindo m.o’s ● Reduzir custos de armazenamento, comercialização e transporte e diminuir o volume ● Oferecer esses produtos como matéria-prima para fabricação de sorvetes ◆ LEITES CONCENTRADOS ● Leite evaporado: pré-aquecimento próximo de uma pasteurização ● Evaporação corre risco de crescimento de esporulados mesofílicos e termófilos ● A autoclavagem destrói esporulados ● Bacillus ◆ LEITE CONDENSADO 6 ● Aw 0,85 muito baixa, ocorrendo mais micro-organismos osmofílicos e xerofílicos e inibição de patógenos ◆ LEITE EM PÓ ● Secagem: morte dos m.o’s depende do tipo de m.o presente, temperatura do ar e tempo de retenção da secagem ● Após secagem Aw 0,6 não suporta crescimento microbiano ● Instantaneização (reumidificação tem problemas apenas na reconstituição) ● Patógenos podem aparecer por falha na estocagem com presença de água, contaminação dos produtos reconstituídos ou enterotoxinas ◆ LEITES FERMENTADOS ● Butter milk, iogurte, kefir ● Bactérias láticas mesofílicas ( T= 22ºC, algumas produzem ácido lático e outras sabor e aroma) ● Bactérias láticas termofílicas ( 37 a 45ºC) principais são L. delbrueckii e S. thermophilus ● Probióticos ( Bifidobacterium, Lactobacillus) ● O produto passa pelo pré-tratamento semelhante ao leite ( pasteurização, que pode influenciar na cultura starter) ● Fermentação e Refrigeração: inibição de bactérias contaminantes, acidificação lenta causa crescimento de esporulados e leveduras e mofos são os principais deteriorantes ● Compostos de sabor e aroma em leites fermentados: Bifidobacterium, Leuconostoc e Lactococus, Kefir e Kumys ● Contaminantes: Listeria, Salmonella (patógenos) bolores e leveduras (deteriorantes) ● Fontes de contaminação: ingredientes, embalagens ou falta de higiene no processo MICROBIOLOGIA DE CARNES E DERIVADOS ➔Bovinos, suínos e aves ➔Entende-se por carne de açougue as massas musculares maturadas e demais tecido que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária ➔A carne também pode englobar, além dos músculos com ou sem a base óssea, as gorduras e vísceras, podendo estas estarem “in natura ou serem processadas ➔Carne: tecido muscular estriado esquelético voluntário dos animais ◆Proteínas contráteis miofibrilares (miosina e actina), proteínas solúveis sarcoplasmáticas, componentes de baixo peso molecular orgânicos e inorgânicos ◆ Tecido conectivo (colágeno e elastina) ◆Gordura subcutânea ao redor do músculo ou intramuscular ◆Composição rica em gordura especifica os microrganismos que conseguem crescer com atividade proteolítica e lipolítica ➔MICROBIOLOGIA X PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL 7 ◆ Importância em saúde pública pois há grande número de surtos e importância econômica pois são altamente perecíveis e altamente consumidos ◆Microrganismos Deteriorantes na Carne ● Pseudomonas, Moraxella, Psychrobacter e Acinetobacter ● Condições de processamento e estocagem determinam as espécies predominantes e a grande maioria dos micro-organismos presentes na carne são os causadores ◆Bactérias Patogênicas na Carne ● Salmonella, Campylobacter, E. coli enterohemorrágica, Y. enterocolitica, Clostridium perfringens, S. aureus, C. botulinum e B. cereus ● Consumo de alimentos crus ou mal-cozidos ● Contaminação direta ou indireta de alimentos prontos para consumo ➔FATORES INTRÍNSECOS LIGADOS AO CRESCIMENTO DE MICRORGANISMOS ◆Composição, Aw, potencial deoxirredução e pH ◆Potencial de Oxirredução ● índice do seu grau de oxidação ● Imediatamente após a morte do animal o músculo contém reserva de oxigênio tendo um Eh positivo elevado garantindo um ambiente para m.o. aeróbios ● Após o esgotamento das reservas de oxigênio não há mais outra forma de obter oxigênio o Eh do músculo diminui e torna-se negativo abrindo espaço para m.o anaeróbios ● Carne moída tem mais contato com oxigênio do que carne enlatada ◆ pH ● Glicólise post-mortem: ocorre interrupção do fornecimento de oxigênio e nutrientes causando falha na eliminação de produtos do metabolismo ● O metabolismo passa a ser anaeróbico transformando glicogênio em ácido láctico diminuindo o pH (7,2-5,5) ● O decréscimo do pH depende ○ da espécie do animal (bovinos>suínos>aves) ○ tipo de músculo (pH das fibras de contração lenta> pH das fibras de contração rápida) ○ temperatura muscular (velocidade de queda do pH (T elevadas > T baixas) ○ Estresse (reservas de glicogênio são maiores no animal descansado) ● Vai definir o tipo de microrganismo que vai crescer. pH próximo de 5,5 vai crescer primeiro bactérias (velocidade de multiplicação maior) ● Outras características vão definir se vai crescer bactéria, levedura ou bolor (Aw maior vão crescer bactérias devido a sua velocidade) ● CARNE DFD (dark, firm and dry) ○ Superfície do músculo permanece pegajosa e escuro ○ Principal causa é o consumo das reservas de glicogênio havendo menos ácido láctico no músculo deixando o pH menos ácido ◆Atividade de água (Aw) ● Quanto maior, maior a diversidade microbiana ● Carnes frescas Aw>0,95 e carnes curadas entre 0,87 e 0,95 8 ● Aw x pH: S. aureus tem a capacidade de produzir a toxina em baixa Aw; Listeria também consegue crescer ● A grande maioria de m.o’s são gram negativas em sua maioria para aves ➔OPERAÇÕES PRÉ-ABATE ◆ Fazenda ⇒ Embarque e Transporte ⇒ Recepção na unidade de abate ⇒ Seleção ⇒ Inspeção ⇒ Descanso e dieta hídrica ⇒ Banho e aspersão ⇒ Seringa ⇒ Matadouro-Frigorífico ⇒ Insensibilização ⇒ Sangria ⇒ Corte das patas e chifres ⇒ Coureamento e Esfola ⇒ Evisceração ⇒ Inspeção ⇒ Serragem das Carcaças ⇒ Toalete ⇒ Inspeção ⇒ Pesagem e Lavagem ⇒ Tipificação e Carimbagem ⇒ Resfriamento⇒ Estocagem e Expedição ◆Área Suja: etapa crítica pois pode haver contaminação de bactérias patógenas gram positivas do trato gastro-intestinal. No coureamento e esfola pode haver contaminantes externas de bactérias gram positivas ◆Microorganismos da Pele ● Normais da pele,psicrotróficos provenientes do solo e da água, pseudomonas, Brochothrix (muitas bactérias esporuladas) ● Depende do transporte (densidade populacional, desjejum, estresse), sistema de manejo, local de produção, estresse animal e condições de abate ◆Microorganismos do Trato Gastro-Intestinal ● Enterobactérias e psicrotróficos ● Clostridium perfringens das fezes, Salmonella ◆Micro-organismos do Ar e Poeira ● Deposição sobre a carcaça todas as etapas de produção ● Qualidade do ar depende do controle higiênico das instalações, equipamentos e pessoas ● Variabilidade alta na população microbiana ⇒ micrococos, coliformes, bacilos e estafilococos ● Currais e sala de matança ⇒ E. coli ● Câmaras de resfriamento⇒ Pseudomonas ◆Contaminação durante o abate ● O músculo é considerado estéril e a maior parte da contaminação ocorre durante a esfola quando a faca toca a pele ● Fatores que influenciam a adesão da bactéria: gênero da bactéria, temperatura ambiente, substratos da carne, características da carcaça, pH e capacidade de retenção de água ◆Contaminação após o Abate ● Avaliação da qualidade higiênica e estimativa do tempo de refrigeração ● No início pode haver contaminação de mesófilos e no final pode haver contaminação de psicrotróficos ➔CARNES FRESCAS ◆ALTERAÇÕES EM AEROBIOSE ● Limosidade superficial com Aw alta e refrigeração ⇒ Pseudomonas- Alcaligenes ○ Aw menor e refrigeração (salsichas e linguiças) ⇒ micrococos e leveduras ○ Aw e T ambiente ⇒ bolores ● Alteração na Cor dos Pigmentos da Carne: ○ Esverdeamento por H2S: carnes vermelhas frescas embaladas a vácuo em 1 a 5ºC ◆ H2S + mioglobina forma sulfomioglobina causado por Pseudomonas mephitica, Shewanella e Lactobacillus sake ○ Esverdeamento por produção de H2O2: salsichas, carnes curadas e embaladas a vácuo ⇒ efeito após exposição do ar 9 ◆ H2O2 + nitrosohemocromo forma porfirina oxidase esverdeada causada por Lactobacillus viridescens, Leuconostocs, Enterococcus faecium e faecalis ● Rancificação: lipólise por lipases microbianas produzindo peróxidos, aldeídos e ácidos causado por pseudomonas e outros gram-negativos, Bacillus, leveduras e bolores ● Leveduras produzem pigmentos brancos, creme, rosa ou marrom ● Bolores formam pontos brancos e pontos verdes (Penicillium) ◆ALTERAÇÕES EM ANAEROBIOSE ● Acidificação de ácidos orgânicos e proteólise causado por Clostridium butyricum e coliformes ● Putrefação causada pela decomposição anaeróbica de proteínas produzindo indol, escatol, putresina, cadaverina, H2S por Clostridium ● Fermentação láctica desejável em salame e indesejável na forma de limo em linguiça e salsicha, acumulando ácido láctico deixando um tom verde ◆VÁCUO ● Estufamento por cepas ● Bactérias esporuladas ou Clostridium psicrófilos provindos do solo ou fezes contaminando durante o abate ● Atividade proteolítica muito forte ➔CARNE MOÍDA ◆Elevada manipulação com cortes grandes tem menor contaminação ◆Grande superfície de contato aumenta a carga microbiana e favorece bactérias aeróbias em baixa T ◆ Falta de limpeza frequente nos utensílios e equipamentos ◆Deterioração exclusiva por bactérias Pseudomonas, Alcaligenes, Acinetobacter e Aeromonas com formação de odores desagradáveis e consistência pegajosa MICROBIOLOGIA DE PESCADOS E DERIVADOS ➔Mercado mundial demanda mais pescados, havendo uma pesca mais intensa diminuindo os suprimentos ➔O preço eleva-se aumentando a comercialização e aprimorando a aquacultura ➔Composição do Pescado ◆Alta Aw, sendo assim altamente perecível ◆Semelhante em peixes marinhos e de água doce ◆Elevado teor protéico (14-23%) e teor de gordura variável (depende do ciclo reprodutivo e da criação se for intensiva) ● Bactérias com atividades lipolíticas e proteolíticas crescem mais facilmente ◆Baixo teor de carboidratos, exceto moluscos ◆Maior teor de compostos nitrogenados não protéicos (óxido de trimetilamina e uréia) e aminoácidos livres ◆Nucleótidos ATP, ADP, AMP, aminoácidos contendo enxofre e lípides (ácidos graxos de baixo PM) ➔Fatores que Influenciam a Contaminação do Pescado ◆ Fisiologia do animal, modo de vida, alimentação, região temperada ou tropical ◆ Tipo de água (doce ou salgada - costa ou mar aberto) e época do ano ➔MICROBIOTA INICIAL 10 ◆Reflete na microbiota ambiental ● em águas tropicais há mais microrganismos mesófilos, em águas temperadas microrganismos psicrotróficos e mariscos de águas costeiras tem uma pop. mais variada e elevada ● Pescado marinho a microbiota predominante é halotolerante ([NaCl] 2 a 3% é ótima) ● Microambientes permitem multiplicação de diferentes grupos: ○ na pele crescem aeróbios ou anaeróbios facultativos ○ superfícies das conchas, guelras (aeróbios ou anaeróbios facultativos) e canal alimentar (anaeróbios) ◆População Bacteriana em Pescado Recém-Capturado ● Camarões de região temperada possuem alta contagem de UFC ● Região temperada tem contagem menor de UFC ● Região tropical: Bacillus, Micrococcus, Corynebacterium (Gram + por serem psicrotróficas, lipolíticas e proteolíticas) ● Região temperada: Psychrobacter, Acinetobacter, Pseudomonas, Flavo, Vibrio, Aeromonas (Gram negativos, todos proteolíticos e psicrotróficos) ● Enterobacteriaceae e Streptococcaceae são comumente encontrados em moluscos e bolores e leveduras são raros (Rhodotorula, Torulopsis Candida) ➔QUÍMICA DE DETERIORAÇÃO ◆Peixe inteiro < peixe eviscerado < filé ou postas < músculo picado ● Corte de tecidos permite a contaminação de mais microrganismos aumentando superfície de contato ◆ TMAO - óxido de trimetilamina é o que dáo odor de peixe deteriorado ◆Proteínas: Indol, escatol, putrescina e cadaverina (o indol garante o odor característico de camarão deteriorado indicando abuso de T) ◆Degradação de aminoácidos gera amônia, aminas biogênicas e histamina (descarboxilase de histidina ◆Aminoácidos contendo S geram dimetil sulfeto, metil mercaptana e H2S ◆CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS DA DETERIORAÇÃO IN NATURA ● Odor desagradável que leva a rejeição ➔PROCESSAMENTO PRIMÁRIO ◆Sangria, retirada da cabeça e evisceração no barco é eficiente apenas para algumas espécies pois aumenta a qualidade e vida de prateleira como cação, atum, bacalhau e haddock ● Eleva as taxas de deterioração de outras espécies pois expõe o tecido ao ataque de bactérias ◆ Lavagem para remover contaminação inicial com pressão da água (ajustada para evitar injúria, danos físicos à carne, remoção de limo superficial e portanto de defesas naturais) ◆Melhor aproveitamento das câmaras de estocagem ● Qualidade do gelo, altura das pilhas, estrados de madeira e presença de divisórias horizontais ➔PROCESSAMENTO NA EMPRESA ◆Novas fontes de contaminação vão surgir ◆Operação de descarregamento: bombas, sistema de esteiras (uniformização da contaminação), caixas/cestos e ganchos para peixes grandes (penetração de microrganismos) ● Limpeza e sanificação extremamente necessária nessa etapa ◆Operação de retirada do gelo/lavagem ◆Etapa de classificação/seleção por um manipulador pode haver contaminação por Staphylococcus e Enterobactérias 11 ◆ Filetagem (superfície e contato) ◆Ambiente (Listeria monocytogenes forma biofilmes) ◆Controle da Deterioração ● Emprego de atmosfera modificada e aplicação de acidulantes antimicrobianos e microrganismos competitivos ● vácuo só pode ser utilizado se o pescado for congelado, principalmente de origem marinha pois existe a cepa E de C. botulinum psicrotrófico que produz a toxina em temperatura de refrigeração CRUSTÁCEOS ➔Camarões, lagostas e caranguejos ➔Microbiota de águas tropicais é predominantemente Gram positiva: micrococcus, corineformes e bacillus devido ao seu alto contato com o solo ➔Em águas frias há mais gram negativas: Pseudomonas, Moraxella, Acinetobacter, Flavobacterium MOLUSCOS ➔Microbiota gram negativas como Vibrio (algumas cepas são patogênicas), acinetobacter, Cytophaga ➔Em regiões poluídas a população de patógenos entéricos é maior e vírus ◆Presença de coliformes na carne indica qualidade da água e não são parte da microbiota normal ➔Deterioração: bactérias sacarolíticas (Lactobacillus) pois possuem mais carboidratos em sua maioria e portanto o pH cai com a deterioração ➔Envenenamento por histamina ◆ em pescados envolvidos com Scombridae em atum cavalinha e bonito, e houveram dois surtos nos EUA em problemas de controle de temperatura ◆Sintomas: na pele como erupções coceiras, edema e inflamação localizada, diarréia e formigamento na língua ◆ Incubação por poucos minutos e dura poucas horas ➔Toxina Paralisante dos moluscos (PSP) ◆ Ingestão de moluscos, mariscos, mexilhões e vieiras alimentados com dinoflagelados ◆Presença de dinoflagelados na água varia com a temperatura, salinidade, ventos e luz ◆Sintomas: toxinas paralisante dos moluscos causa formigamento e queimação, dessensibilização dos lábios, erupções cutâneas e paralisia respiratória levando a morte ➔Neurotoxina dos moluscos ◆Presente na maré vermelha por dinoflagelados com sintomas semelhantes ao PSP ◆Golfo do méxico e Flórida ➔Toxina diarréica dos moluscos ◆Holanda, Japão, Chile também causada por dinoflagelados ➔Doenças de etiologia viral ◆Comumente veiculadas por moluscos e tem maior importância ◆Enterovírus: hepatite, rotavírus, echovírus, reovírus, adenovírus MICROBIOLOGIA DE OVOS ➔SURTOS DE DTAs ASSOCIADOS A OVOS E DERIVADOS ◆ 23% dos surtos é associado a ovos crus, com agente etiológico mais associado é a Salmonella ◆Preparos em casa, restaurantes, refeitórios e unidades de saúde 12 ◆Ovo pasteurizado nos EUA houve surto de contaminação em 2010 com mais de 2 mil casos de salmonelose ➔VIAS DE CONTAMINAÇÃO ◆Contaminação endógena ● O ovo vem contaminado antes da formação da casca pelo trato ovipositor da galinha ● Alimentação e água influenciam na ligação da Salmonella no canal ovipositor ● Salmonella tem uma grande afinidade com o canal da galinha, sendo ela um portador assintomático da bactéria ● No ovário pode haver a contaminação da gema, no magnum a contaminação da clara, e no Isthmus e útero a contaminação da casca ◆Contaminação exógena ● Ambiente e trato gastrointestinal das aves ● Nível de contaminação: varia de 103 a 106 UFC com maior prevalência de cocos G+, enterobactérias e Bacillus ● Influenciado pela contaminação do ar, estação do ano e sistema de criação/ gaiolas ➔PENETRAÇÃO DE CONTAMINANTES NOS OVOS ◆A cutícula previne a entrada de microrganismos, mas é frágil ◆A casca do ovo é espessa, mas perfurada sendo uma barreira física mas não muito efetiva ◆Membranas do ovo serve como filtro antibacteriano sendo uma barreira efetiva ◆A maturidade da cutícula após a postura, mudanças de temperatura e condensação influencia a penetração de contaminantes nos ovos ◆Migração/Multiplicação na Clara ● pH elevado 9,3 dificulta a Salmonella ● Viscosidade retarda a invasão ● Lisozima ativa contra G+, e avidina complexa com biotina indisponibilizando a vitamina necessária para o crescimento microbiano ● Conalbumina e ovotransferrina complexam o ferro, indispensável para o crescimento microbiano ◆Migração / Multiplicação da Clara para Gema ● Clara é um meio não favorável para multiplicação microbiana ● Calazas mantém a gema na posição central e funciona como barreira ● Na gema contém elementos para o desenvolvimento do embrião sendo assim ideal para multiplicação microbiana ● Rica em proteínas, lipídeos, açúcares, água ● CONTAMINAÇÃO SEMPRE NA GEMA ➔ECOLOGIA MICROBIANA ◆Ovos frescos são estéreis, mas pouco tempo após a postura a casca já tem uma microbiota numerosa que pode causar deterioração ◆Pseudomonas, Acinetobacter, Enterobacter, Staphylococcus e bolores como Mucor, Penicillium ◆ Fatores determinantes: temperatura de armazenamento, multiplicação dos microrganismos na casca e migração da casca para a clara e para a gema ◆Pseudomonas: verde e rosa 13 ◆Proteus: preto e marrom ➔ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A CONTAMINAÇÃO ◆Na fazenda: colonização da Salmonella nas aves controlando a qualidade da água, ração, vacinação, destruição de lotes, aditivos, probióticos e prebióticos ◆Reduzir a contaminação no ambiente de criação por meio de higiene e sanitização ◆Durante a estocagem tomar cuidado com temperatura, duração e higiene ◆Procedimentos de descontaminação ● Lavagem de ovos é proibido na Europa ● Prós: redução da carga de contaminação externa e consequentemente interna ● Contras: danos às cutículas que protegem o ovo de penetração microbiana ◆Controle no Processamento de derivados ● Recepção de porcentagem de ovos quebrados e sujos ● Na estocagem, tomar cuidado com T e duração ● Limpeza e desinfecção das cascas, na UE autorizada somente em unidades de processamento de derivados de ovos ● Pasteurização: em ovos inteiros 65-70ºC de 2 a 6 min e só a clara 55-75ºC de 2 a 6 min MICROBIOLOGIA DE CEREAIS ➔Cereais são as sementes ou grãos comestíveis das gramíneas, representam uma importante fonte de energia e nutrição para os humanos ➔Trigo, milho, aveia, centeio, arroz, cevada e sorgo são os principais ➔Farinhas, massas, pães, biscoitos, amidos, farelos, cereais laminados são derivados de grãos ➔Possuem baixa Aw reduzindo o crescimento microbiano, mas são ricos em carboidratos e proteínas ➔Derivados assados: calor elimina células vegetativas e fungos (recontaminação na superfície) ➔Fungos são o principal problema em cereais e derivados, por terem maior tolerância a baixa atividade de água (micotoxinas) ➔Bactérias esporuladas em farinha de trigo ➔PROCESSAMENTO DE CEREAIS ◆Colheita (secagem no campo para maioria dos cereais) ⇒ Moagem (tipo varia com o produto final) ⇒ Mistura⇒ Assamento, Fermentação, Extrusão,Cozimento, Fervura e Fritura ➔MICRORGANISMOS INICIAIS ◆ Fungos do Campo ● Invadem os grãos antes da colheita quando Aw>0,9 ● Manchas, descoloração, murchamento, perda de germinabilidade e micotoxinas ● Varia com a região geográfica, tipo de cereal e chuvas ● Alternaria, Cladosporium, Epicoccum, Penicillium, Aspergillus, Fusarium e Rhizopus ◆Bactérias ● Principais são Bacillus, Lactobacillus, Pseudomonas, Streptococcus, Achromobacter, Flavobacterium, Micrococcus e Alcaligenes ● Importante estar atento às bactérias esporuladas e a secagem inadequada gera o crescimento microbiano ➔PROCESSAMENTO X MICRORGANISMOS ◆ Fungos de campo não conseguem se multiplicar durante o armazenamento 14 ◆Recontaminação por esporos de fungos xerofílicos por caminhões, elevadores, embalagens, silos, poeira ◆ Fatores que influenciam crescimento microbiano: atividade de água, temperatura e composição gasosa ◆Principais: Aspergillus, Eurotium e Penicillium ◆Bactérias patogênicas: As células de Salmonella ficam dormentes até condições iniciais e o B. cereus encontrado no arroz ◆Micotoxinas são o maior fator de risco à saúde humana causado por cereais e derivados ◆As mais comuns no Brasil são aflatoxinas, fumonisinas, vomitoxina, ocratoxina e toxina T-2 ◆ERGOTISMO ● Encontrado em centeio, a ergotamina causa vasoconstrição ● Claviceps (C. purpurea, C. fusiformis e C. paspali) ● Gangrenoso: vasoconstrição, necrose nas extremidades, edema, prurido e dores musculares ● Convulsivo: alucinações, convulsões, prurido, problemas gastrointestinais e entorpecimento das extremidades ◆AFLATOXINAS ● Inapetentes, sonolentos, asas inclinadas, fígado dilatado e inflamação no intestino ● São estáveis ao calor havendo 4 tipos: aflatoxina B1 e B2 e G1 e G2 (o nome dado devido a fluorescência em UV ● Produção de toxina ocorre durante a colheita e armazenamento ● Alimentos: oleaginosas (amendoim principalmente, soja, girassol, semente de algodão), frutas secas (pistache, amêndoa, nozes, castanhas e coco), cereais (milho, arroz, cevada, aveia e sorgo) e especiarias (pimenta, coentro, açafrão e gengibre) ● Condições ótimas em clima tropical com umidade relativa > 85% e temperatura de crescimento é de 36 a 38ºC e produção de toxina 25 a 27ºC ● Aflatoxicose com AFB1 MICROBIOLOGIA DE CONDIMENTOS, OLEAGINOSAS E MEL ➔CONDIMENTOS OU TEMPEROS ◆Produtos constituídos de uma ou diversas substâncias sápidas, de origem natural, com ou sem valor nutritivo, empregado nos alimentos com fim de modificar ou exaltar seu sabor ◆Consistem em rizoma, raízes, cascas, folhas, flores, frutos, sementes e outras partes da planta ◆ Interesse dos microbiologistas nos condimentos: ● podem apresentar atividade antimicrobiana ● ocasionalmente ajudar na preservação ● suportam o crescimento fúngico quando secos inadequadamente ou quando estocados na presença de umidade 15 ● Contém número excessivo de microrganismos que podem causar deterioração quando introduzidos em alimentos ◆Atividade Antimicrobiana Condimentos ● Composição e conteúdo de óleo essencial depende do tipo de condimento, práticas agrícolas, geografia e condições climáticas ◆Grau de inibição dos microrganismos depende: ● Concentração do composto ativo, matriz alimentícia, método para determinação da atividade inibitória, solubilidade do composto na matriz alimentícia e microrganismo alvo ◆Concentração para efeito inibitório> concentração nos condimentos ◆Efeitos organolépticos indesejáveis ◆Processamento de Condimentos ● Condimento sem tratamento (microrganismos naturais do solo e plantas locais) ⇒ limpeza ⇒ cura ⇒ secagem (redução das células vegetativas) ⇒ Moagem/trituração ⇒ condimento tratado (bactérias esporuladas e fungos) ◆Microrganismos em condimentos ● Não esporulados ⇒ coliformes ● Esporulados ⇒ Bacillus ● Fungos têm espécies que variam bastante ● Deterioração: fungos podem ocorrer antes da secagem ou durante armazenamento devido à umidade localizada associado a temperatura elevada ○ Introdução de esporos de bactérias e fungos em alimentos ● Patógenos: não significativos em condimentos, fungos toxigênicos (micotoxinas) e bactérias (B. cereus, C. perfringens, C. botulinum e Salmonella spp.) ◆ Tratamento de Condimentos ● Tratamento com gás ○ Brometo de metila e óxido de etileno, redução de 10 a 104 para 10² a 10³ para fungos ○ Taxa de destruição depende da concentração do gás, temperatura, umidade da atmosfera e produto, permeabilidade da embalagem ● Irradiação ○ Produtos embalados ou não ○ Objetivo de inativação de esporos de bactérias e fungos, com redução de 10² após irradiação de 5 Gky (pasteurização) e 20Gky (esterilização) ➔MEL ◆Substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudatos sacrínicos que as abelhas melíficas produzem ◆Composição do Mel: varia dependendo da composição do néctar, condições climáticas e tipo de extração e suas características físicas dependem do tipo e concentração de açúcares ◆Umidade: teor de umidade é parâmetro de qualidade e influencia na viscosidade, maturidade, cristalização, sabor, conservação e valor comercial ◆Quanto maior o teor de açúcar maior a higroscopicidade e maior a fermentação de leveduras osmofílicas ◆PROCESSAMENTO DO MEL ● Recepção das melgueiras ⇒ Desoperculação⇒ Centrifugação⇒ Filtração⇒ Decantação⇒ Envase ● Microrganismos no Mel 16 ○ Adaptados às características do mel influenciado pelo alto teor de açúcares, acidez e presença de antimicrobianos ○ Carga microbiana normal e inicialmente os patógenos são esporulados (Bacillus e Clostridium) e deteriorantes são leveduras xerofílicas (Zygosaccharomyces) ○ Cuidados: recontaminação pós-processo e medidas de higiene ○ Problema → Botulismo infantil: botulismo de lactentes ocorre em crianças menores de 1 ano devido à absorção de toxina produzida in vivo no intestino ◆ Ausência da microbiota de proteção permite a germinação de esporos C. botulinum ● Microrganismos no Mel durante o processamento ○ Se Aw aumenta a ação de Zygosaccharomyces ocorre a fermentação e mudanças organolépticas ○ Aquecimento após extração (71-77ºC por alguns minutos) ocorre destruição das leveduras, pouco efeito na cor, redução na tendência a cristalização e os esporos de C. botulinum não são inativados ➔OLEAGINOSAS ◆Sementes produzidas para extração de óleo: dendê, canola, gergelim, girassol, algodão e soja ◆ Frutos secos com apenas uma semente envolta por uma casca: amêndoa, pistache, castanha do pará, avelã, nozes, coco e macadâmia ◆ pH neutro, baixa Aw e alta quantidade de óleo ◆Microrganismos de Oleaginosas ● No início há pouca informação, esperando-se microbiota similar a dos cereais ● Microflora inicial reflete condições originais (solo, água, colheita, equipamentos e armazenamentos) e a secagem diminui a quantidade de microrganismos ● Deterioração: bactérias lipolíticas e fungos deteriorantes, tomar cuidado com acúmulo de umidade durante armazenamento (aumento de Aw) e danos causados por insetos ● Patógenos: Aspergillus flavus (aflatoxinas) e Bacillus, Brevibacterium, Streptococcus, E. coli, Xanthomonas e Salmonella MICROBIOLOGIA DE BEBIDAS ➔MICROBIOLOGIA DA ÁGUA ◆Microflora natural de fontes na ordem de 10-100 UFC/mL e aeróbios capazes de crescer a baixas TºC e, em sua maioria, químio-organotróficos (Pseudomonas, Maroxella, Acinetobacter e Xanthomonas; Micrococcus, Arthobacter, Bacillus, Streptomyces e Coryneforms) ◆Patógenos introduzidos em fontes de água (Campylobacter, E. coli, Salmonella, Vibrio, Yersinia, vírus e protozoários) 17 ◆Origem da Contaminação Microbiana: fonte de água, embalagens, equipamentos, funcionários, animais e ar ◆PROCESSAMENTO ● Decantação/clarificação/filtração: reduz de 50 a 95% dos microrganismos e 90% dos parasitas ● Ozonização: Potencial oxidante e formação de RL, O3> Cl, reação com matéria orgânica >MO, oocistos de Cryptosporidium ● Armazenamento: permanência máxima de 3 dias, contaminações e limpeza periódica ● Envase: sanitização, embalagens retornáveis e processo automatizado ➔MICROBIOLOGIA DEREFRIGERANTES ◆Baixo pH, presença de CO2 e conservantes ◆Origem de Contaminação: fonte de água, matéria-prima, aditivos, funcionários, equipamentos, animais e ar ◆PROCESSAMENTO ● Tratamento da água: grande impacto na qualidade do PF, presença de bactérias contaminantes e são aplicados diversos tratamentos, sendo a filtração e cloração os mais importantes na redução da carga de MO ● Mistura XS: mistura da água com o açúcar cristal, o xarope pode ser obtido de 5 formas diferentes o açúcar é uma fonte de contaminação ● Aquecimento: pasteurização (85ºC/ 5 min), fervura e alguns esporos e mofos termorresistentes conseguem sobreviver (mesmo sobre refrigeração o tempo de estocagem não deve ser maior do que 12 horas) ● Mistura XC: mistura do xarope simples com os ingredientes usados na fórmula do refrigerante, possíveis contaminações dos aditivos e sucos concentrados, e o suco apresenta elevada concentração de benzoato de sódio ● Carbonatação: extração do oxigênio do xarope composto e inserção de CO2, ambiente seletivo e crescimento de bolores somente na superfície ➔Bolores ◆ Formam massa entrelaçada e filamentos celulares com aspecto aveludado ◆São aeróbios e capazes de crescer sob condições ácidas ◆Concentrações de CO2 acima de dois volumes são desfavoráveis ao crescimento ◆Podem se desenvolver em materiais embalados, açúcar, equipamentos de enchimento, paredes, chão e garrafas sujas ◆Causas de contaminação: falhas nos procedimentos de higienização, qualidade inadequada dos ingredientes, falhas no processo térmico e falhas de BPF ◆Em bebidas ● Crescimento visível e mudança de cor ● Off taste e clarificação (enzimas em suco de frutas ● Maior importância em bebidas não carbonatadas ➔Leveduras ◆Unicelulares e apresentam-se na forma de bastão, ovais ou esférico ◆Crescem bem de 25 a 30ºC com pH de crescimento igual a 4-4,5 ◆Crescem em bebidas ácidas, carbonatadas e com conservantes e é a principal causa de deterioração de bebidas carbonatadas ◆Brotamento e divisão binária ◆Em bebidas 18 ● Mais comum serem deterioradas por Saccharomyces e Zygosaccharomyves, podendo produzir gás, sedimento, fermentação com off notes e alteração de cor ● Deterioração atribuída a diversos fatores como: falha procedimento de higienização, qualidade inadequada dos ingredientes e falhas nos procedimentos de fabricação ◆ Leveduras resistentes a conservantes: Zygosacharomyces bailli e a principal medida de controle são BPF e adequados procedimentos de higienização (higienização a quente) ● Monitoramento em pontos do processo com meio de cultura + ácido acético ◆Principais Causas: falhas no procedimento de higienização, qualidade inadequada dos ingredientes, falhas no processo térmico e falhas de BPF ➔Bactérias Lácticas ◆Substituição sistema de conservantes trocando ácido benzóico por ácido ascórbico ◆Expansão do portifólio de bebidas sensíveis ◆Diversos casos de contaminação associadas a bactérias láticas em bebidas ● Reclamações de consumidores de off notes ● Contaminação em bebidas carbonatadas com sucos ◆Conceito: bactérias homofermentativas e heterofermentativas, bastonetes ou cocos Gram +, catalase negativa, não esporuladas e produzem ácido lático a partir do metabolismo de carboidratos ◆Aspectos morfológicos: cocos com agrupamentos de estreptococos tétrades, e bastonetes, gram positivos ◆Principais aspectos fisiológicos: anaeróbios facultativos não esporulados com catalase negativa ● Mesofílicos (20ºC - 45ºC) ou termotolerantes (55ºC) ● Não crescem em valores de atividade de água < 0,94 ● Faixa de pH de crescimento de 3,2 a 9,6 (maioria apresenta um pH mínimo entre 4 e 4,5 mas existem espécies capazes de crescer em 3,16 e 3,34) ● Algumas produzem dextrana a partir de carboidratos causando uma viscosidade em bebidas ◆Ecologia: presente em diversos ambientes como solo, frutas, vegetais, pele e trato intestinal dos animais e leite ◆Podem utilizar ácido cítrico como substrato para obtenção de energia e tem produtos de metabolismo de carboidratos como: ácido láctico, acético e fórmico, etanol, lactato e CO2 ◆ Lactobacillus, Leuconostoc, Lactococcus, Streptococcus, Enterococcus e Pediococcus ◆Pontos positivos: fermentação na indústria de laticínios para queijo e iogurte, fermentação na indústria de carnes e vegetais ◆Negativos: deterioração de cervejas, vinhos, sucos e refrigerantes ◆Monitoramento ● Controle de processo ⇒ monitoramentos atuais não permitem a recuperação de bactérias lácticas caso elas estejam presentes na linha, válvulas, gaxetas ou outros pontos do processo ● Dependendo da espécie requerem meio mais nutritivo e microaerofilia ● Procedimento em MRS Agar e Rogosa Agar com incubação microaerófila e o resultado é a contagem de colônias e confirmação de catalase microscópica ● Metodologia: incubação microaerófila em diversos sistemas como jarras, saco plásticos com fechamento hermético e geradores de microaerofilia ➔Bactérias Acéticas ◆Bastonetes gram negativos, aeróbios e oxidase negativa que oxidam etanol em ácido acético ◆Causam turbidez, off-flavor, ácido acético e presença de sedimentos 19 ◆Controle por GMP, procedimentos adequados de higienização e controle de matéria-prima ➔MICROBIOLOGIA DE CERVEJA ◆Composição ● Contém vitaminas do complexo B, polifenós, fosfatos, ácidos orgânicos e nucléicos ● Estudos apontam a cerveja como uma boa fonte de vitamina B12 e ácido fólico ● A levedura da cerveja aumenta as defesas do organismo, regula as funções intestinais e melhora a textura da pele, cabelos e unhas ◆Microrganismos de Importância ● Algumas bactérias são encontradas em matéria-prima, equipamentos e produto final ● MO com metabolismo hetero e homofermentativo ● Alterações como aumento de acidez, turbidez, sabor e aromas desagradáveis ● Competição por nutrientes do meio e produção de metabólitos ácidos que inibem o crescimento de levedura e alguns L. possuem genes de resistência a iso-alfa-ácidos ◆Origem da contaminação: fonte de água, matéria-prima, reutilização da levedura, funcionários, equipamentos, animais e ar ◆PROCESSAMENTO ● Moagem: crescimento de MO dependente de Aw e TºC do processo, fungos são os MO mais importantes nessa fase e nessa fase encontra-se contagem de 104 ○ Aspergillus e Fusarium ● Mosturação: solubilização e obtenção de substâncias do malte através de aquecimento, processo enzimático e rampas de aquecimento que inativam alguns MO ● Fervura do Mosto: inativação de enzimas e esterilização do mosto, adição de lúpulo de amargor aromático e lúpulo e componentes antimicrobianos ● Resfriamento: contaminação devido as baixas temperaturas, boas condições nutricionais, pH e O2 e enterobactéria e termófilos causam atenuação e off-flavor ○ Bactérias O. proteus e C. freundii ● Fermentação e Maturação: adição de levedura cervejeira ao mosto aerado, no início da fermentação as condições são favoráveis para contaminação de aeróbios e contaminação por MO anaeróbios e resistentes aos isoácidos e álcool ○ Na maturação a levedura atua nas características organolépticas da cerveja ● Filtração: Eliminação de partículas em suspensão e células de MO, alguns filtros de membrana podem gerar uma cerveja estéril ○ Esse processo pode substituir a pasteurização ● Pasteurização flash: Eliminação de MO através de aplicação de calor e acontecem trocas de calor entre placas aquecidas com água (72ºC/ 12 a 15s) ○ Após esse processo a cerveja é embalada em recipientes estéreis ● Pasteurização túnel: Eliminação de MO através de uma rampa de aquecimento, as embalagens são lavadas com esguichos de água a diferentes TºC e após esse processo a cerveja é resfriada e está pronta para ser armazenada 20
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