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Funcionamento da Tireoide

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A tireoide se localiza muito próximo a ramificação do 
nervo vago. Sua morfologia é bilobular, e possui alto 
fluxo sanguíneo, resultado da sua alta atividade 
metabólica. 
Historicamente, é composta por diversas estruturas 
ovoides – folículos tireoidianos – que são suas 
estruturas funcionais, responsáveis por produzir 
hormônios, e preenchem todo o seu parênquima. 
Os tireócitos são as células que compõem uma 
monocamada de células e formam a parede dos folículos 
tireoidianos; o centro, e maior parte, é formado por um 
conteúdo coloide e amorfo, e é nesse local que os 
hormônios são pré-sintetizados e armazenados, ou seja, 
a tireoide armazena muito hormônio. 
Sem iodo não ocorre a síntese de hormônios 
tireoidianos, esse iodo é adquirido da dieta e chegam na 
tireoide através dos vasos sanguíneos, entram nos 
tireócitos através de um transportador localizado 
basolateralmente chamado de NIS (que inclusive é alvo 
de alguns fármacos usados para tratar 
hipertireoidismo), ao chegar no citoplasma é carreado 
para a luz folicular, por um transportador chamado 
pendrina. 
Ao adentrar no meio coloidal, o iodo sofre 2 processos: 
oxidação e organificação. Na membrana apical do 
tireócitos há uma enzima chamada tireo-peroxidase, ou 
TPO, que primeiro oxidifica e depois organifica o iodeto. 
A organificação ocorre com a ligação do iodeto a uma 
molécula orgânica, proteína de alto peso molecular que 
possui vários resíduos de tirosina, chamada tireoglobulina 
(TG), ou seja, o material coloide é constituído 
basicamente de TG. 
OBS: a TG é utilizada para identificar lesão na tireoide, 
pois só existe na tireoide e não pode estar presente 
fora dela. 
 
 
 É a tirosina presente na tireoglobulina que recebe o 
átomo de iodeto. A TPO, além de ligar o iodo a tirosina e 
assim formar MIT e DIT, tem o poder de quebrar a 
ligação e ligar um MIT a um DIT, formando uma molécula 
de T3, ou dois DITs, formando uma molécula de T4. 
Uma alta quantidade dessas moléculas (MIT, DIT, T3 e 
T4) é formada no folículo, ou seja, também funciona 
como uma reserva. 
Para sair da célula, os tireócitos (após terem sido 
estimulados) vão emitir pseudopodes, que irão englobar o 
material coloidal que contem a molécula de TG, essa 
molécula vai se fundir com a molécula de lisossomo e 
esta vai degradar a TG e liberar MIT/DIT, T3 e T4. 
OBS: MIT e DIT não têm função biológica, mas contém 
iodo, que vai retornar ao folículo para ser reutilizado. 
Embora os hormônios tireoidianos sejam dois, apenas T3 
tem ação biológica conhecida, porém a tireoide produz 
muito mais T4 do que T3. 
Nos seres humanos, apenas 20% do T3 sérico foi 
produzido pela tireoide, e nos ratos (que tem uma 
fisiologia muito parecida com os demais mamíferos) 
apenas 40%, o resto é proveniente da conversão de 
T4 em T3 no próprio tecido alvo. 
O grupo de enzimas conhecidas como desiodases 
convertem o T4 em T3, existem 3 tipos: 
- Tipo 1: presente na tireoide, hipófise, fígado e rim; 
- Tipo 2: cérebro, hipófise e tireoide; 
- Tipo 3: placenta (muito importante para controlar o 
nível de T3 biologicamente ativo no feto), cérebro e 
pele. 
 
 
As desiodases realizam duas reações: 
1: quando um iodo do anel externo é removido, T4 vai 
ser ativado e convertido a T3. Essa remoção e feita 
pelas desiodases tipo 1 e 2. 
2: iodo do anel externo é removido, formando o T3 
reverso, o T4 não é ativado e esse T3 formado não 
tem ação biológica. Essa transformação é feita pelas 
desiodases tipo 1 e 3, principalmente as do tipo 3. 
 
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireoide 
Quando o TRH é liberado pelos neurônios parvocelulares 
e levado a adeno-hipófise pelo sistema porta, induz a 
adeno-hipófise a produzir TSH, que é liberado na 
corrente sanguínea e chega na tireoide, atuando na 
estimulação dos tireócitos, que vão incitar a mudança 
na conformação da membrana e engloba a molécula 
coloidal contendo os hormônios. 
T3 e T4 são liberados na corrente sanguínea e, como 
são lipossolúveis, se associam a uma proteína 
plasmática, menos de 1% do T3 está livre para realizar 
sua ação biológica. 
Quando os níveis ficarem altos na corrente ou o efeito 
biológico já foi alcançado, o mecanismo de feedback 
negativo vai ser ativado e a produção de TRH e TSH vão 
ser inibidas. 
- Hipotireoidismo: altos níveis de TRH e TSH 
- Hipertireoidismo: baixos níveis de TRH e TSH. 
OBS: há situações fisiológicas que podem alterar o 
funcionamento da tireoide sem caracterizar 
hiper/hipotireoidismo, como por exemplo a regulação da 
produção de calor: 
T3: ↑ metabolismo basal = ↑ catabolismo = ↑ hidrólise 
dos substratos energéticos = ↑ produção de calor. 
Mecanismos Auto Regulatórios 
São exercidos pelo iodo: em situações de alta exposição 
ao iodo, a atividade do NIS diminui, correndo menor 
organificação do iodo e consequentemente menor 
secreção de T3 e T4, é o chamado Efeito Wolff-
Chaikoff. 
Transporte dos Hormônios Tireoidianos 
TBG: globulina ligadora de hormônio tireoidiano 
responsável pelo transporte de 70-80% das moléculas. 
Ações dos Hormônios Tireoidianos 
Embora sejam lipossolúveis, utilizam transportador de 
membrana para adentrar a célula; no interior, 
interagem com seu receptor, que se dimeriza e adentra 
no núcleo para realizar sua ação (genômica). 
Apresentam receptores em basicamente todos os tipos 
de tecidos. Possuem um potente efeito no sistema 
cardiovascular: aumentam a frequência cardíaca e a 
força de contração. Influem no desenvolvimento do 
corpo e podem provocar hipertensão e aumento da 
massa cardíaca 
Disfunção nos Hormônios Tireoidianos 
- Bócio endêmico: aumento da tireoide; 
- Cretinismo: hipertireoidismo congênito; aborto ou 
nascimento de filhotes com defeito incurável; 
- Doença de Graves: exofitalmia em humanos (diminuição 
dos músculos faciais).

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