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Neoplasias: Conceitos e Características

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Ana Luzia Comin 
NEOPLASIAS – PATOLOGIA GERAL: 
CONCEITOS INICIAIS: 
 Protoncogene: gene que codifica proteínas que 
estimulam crescimento/diferenciação celular normal. 
 Oncogene: protoncogene alterado! 
 Gene supressor de tumor. 
 
 ANAPLASIA: Reversão da célula a sua forma mais 
primitiva e indiferenciada. 
 
 DIFERENCIAÇÃO: refere-se á extensão com que as 
células neoplásicas lembram células normais 
comparáveis. 
 
 O Câncer é uma desordem de caráter “mutação” no 
DNA celular, com inúmeras alterações tanto 
genéticas como epigenéticas, que mudam a 
expressão e função de genes-chaves, importantes 
para o crescimento celular. 
 
 As células neoplásicas tornam-se/há: 
(1) Autossuficiência nos sinais de crescimento; 
(2) Ausência de resposta aos sinais inibidores de 
crescimento que controlam as proliferações celulares não 
neoplásicas, como a hiperplasia; 
(3) Evasão da morte celular, permitindo que as células 
cancerosas sobrevivam sob condições em que induzem 
apoptose em células normais; 
(4) Potencial replicativo ilimitado tornando, portanto, as células 
cancerosas imortais; 
(5) Desenvolvimento da angiogênese para sustentar o 
crescimento das células cancerosas; 
(6) Capacidade de invadir tecidos locais e disseminar-se para 
locais distantes; 
(7) Reprogramação das vias metabólicas — especificamente, 
uma alteração para a glicólise aeróbica; 
(8) Capacidade de escapar do sistema imune. 
TUMORES BENIGNOS: 
 Evoluem de modo progressivo e lento, com 
demarcações e geralmente ficam localizados, 
podendo ou não estar envoltos por uma cápsula 
fibrosa. 
 Geralmente para tumores benignos há o uso do sufixo 
“oma”: condroma (cartilagem) e fibroma (fibras 
colágenas). Mas, há exceções: linfoma é maligno. 
 O termo adenoma é aplicado geralmente a neoplasias 
benignas epiteliais, que produzem padrões glandulares, e a 
neoplasias derivadas de glândulas, mas que não mostram 
necessariamente padrões glandulares. 
Papiloma: é uma neoplasia epitelial benigna, que cresce em 
qualquer local. 
Pólipo: massa que se projeta em cima de uma superfície 
mucosa. 
Cisticadenomas: massas císticas ocas que surgem tipicamente 
no ovário. 
TUMORES MALIGNOS: 
Em tecidos mesenquimais “sólidos” ou seus derivados: 
“Sarcoma”.  fibrosarcoma. 
Em células mesenquimais sanguíneas: 
leucemias/linfomas. 
-Neoplasias malignas em epitélios: Carcinomas. 
 
Teratoma é um tipo especial de tumor misto que 
contém células maduras ou imaturas reconhecíveis ou 
tecidos representativos de mais de uma camada de 
células germinativas e, algumas vezes, de três. 
 Evolui muito rápido, com alta capacidade de invasão, 
deslocamento para outros tecidos (metástase) e não 
apresenta muitas demarcações. 
 A falta de diferenciação/anaplasia é uma 
característica da malignidade, mas nem todo tumor 
maligno possui anaplasia. 
 Nem todo tumor maligno cresce mais rápido que um 
tumor benigno. 
 
 DISPLASIA: É a perda de uniformidade de células 
individuais e em sua orientação arquitetural. As 
células displásicas exibem considerável pleomorfismo 
e, com frequência, possuem núcleos hipercromáticos 
que são anormalmente grandes para o tamanho da 
célula. 
Geralmente antecede o aparecimento de um 
câncer. 
 
 As neoplasias malignas disseminam-se por uma de 
três vias: 
(1) semeadura nas cavidades corporais; 
(2) disseminação linfática; Carcinoma. 
(3) disseminação hematogênica. Sarcoma. 
A disseminação por semeadura ocorre quando as 
neoplasias invadem uma cavidade corporal natural. Esse 
modo de disseminação é particularmente característico 
dos cânceres de ovário, que muitas vezes cobrem 
amplamente as superfícies peritoneais. 
 
CARACTERÍSTICAS DO CÂNCER: 
1) AUTOSSUFICIÊNCIA DOS SINAIS DE 
CRESCIMENTO: 
- Interagem com o estroma, fazendo com que 
células normais sintetizem fatores de 
crescimento que ajudam as células tumorais a se 
desenvolverem. 
- Regulação autócrina: com células tumorais 
gerando fatores de crescimento e seus 
receptores. 
- Os oconogenes podem ser fatores de regulação 
para os genes promotores de crescimento, como 
as ciclinas! A proteína MYC pode inibir ou indzir a 
transcrição de outros fatores de crescimento. 
2) INSENSIBILIDADE A INIBIDORES DE CRESCIMENTO: 
 Ana Luzia Comin 
Ao contrário dos oncogenes, ambas as cópias dos genes 
SUPRESSORES DE TUMOR devem estar disfuncionais para 
que ocorra o desenvolvimento tumoral. 
 
*Em casos com predisposição familiar ao 
desenvolvimento de tumores, as pessoas afetadas 
herdam uma cópia defeituosa (não funcional) de um gene 
supressor de tumor e perdem a segunda por mutação 
somática. Em casos esporádicos, ambas as cópias se 
perdem por meio de mutações somáticas.*. 
 
-Rb exerce efeitos autoproliferativos por meio do controle da 
transição de G1 para S no ciclo celular, para os tumores 
malignos é fundamental a perda do controle do ciclo celular. 
 
Se há um dano célular a proteína P53 é ativada e ocorre 
ativação de genes de reparo do DNA, ou até mesmo ativação 
de CDK!  Se ocorrer com efetividade: restauração da célula 
normal!  Se não, há apoptose, com participação do gene 
BAX. 
Em uma célula que irá ficar do tipo tumoral, não há ativação 
do P53 para uma tentativa de reparo tumoral. 
 
3) EVASÃO DA MORTE CELULAR: 
 
- Em 85% dos linfomas de células B, o gene BCL2 
antiapoptótico é ativado pela translocação t(14;18). 
 
- O estresse também pode induzir as células a consumirem 
seus componentes em um processo chamado autofagia. As 
células cancerosas podem acumular mutações para evitar a 
autofagia ou corromper o processo para fornecer partes para 
o crescimento continuado. 
 
4) POTENCIAL REPLICATIVO ILIMITADO: 
 
- Células normais, com um número restrito de mitoses  
Adquirem telômeros encurtados  Apoptose. 
- Em células com descontrole por mutação deste mecanismo: 
junção pontas encurtadas de 2 cromossomos. 
- As células tumorais reativam telômeros, protelando a 
catástrofe mitótica e alcançando a imortalidade. 
 
5) ANGIOGÊNESE SUSTENTADA: 
 
-A vascularização dos tumores é essencial para o seu 
crescimento e é controlada pelo equilíbrio entre os fatores 
angiogênicos e antiangiogênicos que são produzidos pelo 
tumor e pelas células estromais. 
 
- A capacidade de invadir tecidos, uma característica da 
malignidade, ocorre em quatro etapas: afrouxamento dos 
contatos célula-célula, degradação da MEC, fixação aos 
novos componentes da MEC e migração das células 
tumorais. 
 
- A degradação da membrana basal e da matriz intersticial é 
mediada por enzimas proteolíticas secretadas por células 
tumorais e células estromais, como MMPs e catepsinas. 
-As enzimas proteolíticas também liberam fatores de 
crescimento sequestrados da MEC e geram fragmentos 
quimiotáticos e angiogênicos decorrentes da clivagem das 
glicoproteínas da MEC. 
 
- O local metastático de muitos tumores pode ser previsto 
pela localização do tumor primário. Muitos tumores param 
no primeiro leito capilar que encontram (pulmão e fígado, 
com mais frequência). 
 
6) CAPACIDADE DE INVADIR E METASTATIZAR 
TMORES BENIGNOS E MALIGNOS GERAM 
PROBLEMAS DECORRENTES DE: 
(1) Localização e compressão de estruturas adjacentes; 
Os adenomas e carcinomas que surgem nas células beta das 
ilhotas pancreáticas de Langerhans podem produzir 
hiperinsulinismo, algumas vezes fatal! 
(2) atividade funcional, como síntese de hormônio ou 
desenvolvimento de síndromes paraneoplásicas (por substâncias 
geradas). 
(3) sangramento e infecções quando o tumor se ulcera através 
das superfícies adjacentes; 
(4) sintomas que resultam da ruptura ou infarto e 
(5) caquexia ou consunção (perda de peso e de gordura magra 
corporal, podendo gerar anorexia e anemia). 
 
*O estadiamento dos cânceres baseia-se no tamanho da lesão 
primária, extensão de sua disseminação para linfonodos 
regionais e presença ou ausência de metástases.*

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