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Oxiurose Oxyuris equi CONSIDERAÇÕES INICIAIS Hospedeiros equinos e asininos Habitat preferível IG (ceco, cólon e reto) Distribuição cosmopolita Fêmeas podem medir até 10cm de comprimento, e machos podem medir até 1 cm de comprimento Larvas L4 tendem a ficar fixadas na mucosa intestinal Ovos amarelados, ovóides, levemente achatados em um lado, tampão mucoide em uma extremidade PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA CLÍNICA Animais adultos geralmente assintomáticos Animais ficam estressados e tendem a apresentar perda de apetite (anorexia) Perda de condição corpórea e de pelos, que tendem a ficar opacos Irritação perianal devido à ação exercida pelas fêmeas e à substância gelatinosa depositada durante a oviposição prurido intenso ao redor do ânus, áreas de alopecia e inflamações nas regiões dorsais de cauda e períneo 0BS: Larvas L4 se alimentam da mucosa intestinal surgimento de ulcerações e processos inflamatórios DIAGNÓSTICO Sintomatologia clínica + achado de massas de ovos amarelo- acinzentados sobre a pele do períneo Parasitos adultos (geralmente fêmeas) observados nas fezes expelidas durante a oviposição Ovos raramente são encontrados no parasitológico de fezes colhidos do reto + facilmente encontrados em amostras colhidas de períneo e fezes depositadas em solo Histopatologia uso da aplicação de fita gomada transparente nas regiões perianal e anal TRATAMENTO Triclorfon 30-40mg/kg, VO (diluído ou misturado a ração) ou pulverização após diluição em água Avermectinas Ivermectina, Moxidectina Praziquantel OBS: Todos os antiparasitários de amplo espectro devem ser aplicados junto a um correto manejo sanitário PROFILAXIA Limpeza das instalações diariamente, podendo usar desinfetantes a base de fenol Limpeza das regiões do períneo e da cauda com toalha de papel descartável Impedir contaminação de água e alimentos Vermifugação periodicamente/regular Estrongilose Strongylus vulgaris/equinus CONSIDERAÇÕES INICIAIS Hospedeiros equinos Habitat preferível intestino grosso Hematófagos quando adultos Strongylus vulgaris Strongylus equinus Fêmeas 2 a 2,5 cm Fêmeas 3,5 a 5,5 cm Machos 1 a 1,6 cm Machos 2,5 a 3,6 cm Dois dentes arredondados Três dentes pontiagudos OBS: Ambas as espécies de Strongylus apresentam cápsula bucal grande e esôfago claviforme PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS Formação de trombos na artéria mesentérica cranial e suas ramificações podem surgir aneurismas. Strongylus equinus + avidez por sangue e + difícil remoção por anti-helmínticos Strongylus vulgaris estágio infectante (L3) requer umidade, resistente a frio e dessecação Helmintoses Gastrointestinais de Animais de Companhia Definhamento, anemia, diarreia (+ comum em potros) Febre, inapetência, apatia, síndrome de cólica DIAGNÓSTICO Exame clínico, parasitológico de fezes, radiografia, necropsia TRATAMENTO Ivermectina 1 única dose 0,2mg/kg SC Febendazol 1 única dose 30-60mg/kg VO Oxifendazol 1 única dose 10mg/kg VO Diclorvos 5ml para 1 litro de água TÓPICO PROFILAXIA Vermifugação periódica, isolamento e tratamento de animais parasitados Rotação de piquetes, compostagem das fezes, higienização dos pastos (não acumular fezes) OBS: CUIDADO Aração com espalhamento Ancilostomose Ancylostoma caninum/braziliense CONSIDERAÇÕES INICIAIS Hospedeiros cães e canídeos silvestres Habitat intestino delgado Trata-se de uma zoonose Presença de esôfago claviforme, 3 pares de dentes no topo da cápsula bucal Locais úmidos mantém a larva viva por semanas Larvas infectantes (L3) são ingeridas ou podem penetrar pela via cutânea para infecção Transmissão via amamentação larvas podem ser passadas das mães para os filhotes PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS Mais frequente em cães com menos de 1 ano de idade Perda de sangue inicia-se com 8 dias de infecção Causa anemia aguda (cada verme suga 0,1ml por dia) Compensação sanguínea capacidade hematopoiética, nutrição, estresse Anemia (anemia macrocítica hipocrômica), lassidão, dificuldade respiratória Animais jovens anemia grave, diarreia com presença de sangue ou muco Infecções crônicas perda de peso, alterações de palame, hiporexia ou depravação do apetite, lesões cutâneas DIAGNÓSTICO Sintomatologia clínica, parasitológico de fezes, exames hematológicos OBS: Cadelas lactantes podem apresentar sintomatologia antes da presença de ovos nas fezes TRATAMENTO Mebendazol 20 mg/kg 1 comprimido por dia durante 3 a 5 dias (até 5kg) Febendazol 100mg/kg DOSE ÚNICA ou 50mg/kg por dia durante 3 dias consecutivos Diclorvos 5ml para 1 litro de água TÓPICO Nitroscanato 50mg/kg Aplicação de ferro via parenteral + dieta rica em proteínas Transfusão sanguínea principalmente filhotes PROFILAXIA Terapia anti-helmíntica regular (3 meses), medidas de higiene Cadelas prenhes tratamento durante a gravidez Canis não devem ter frestas, piso impermeável e limpo Áreas de surto dessa parasitose tratamento com borato de sódio (destrói as larvas) Toxocariose Toxocara canis/ cati Toxocara canis Hospedeiros cães Habitat parasitos adultos (intestino delgado) e larvas (migração de fígado, pulmão e “Verme-gancho” Limitação ao parasitismo idade (+velhos são + resistentes), imunidade adquirida por infecção prévia intestinos) Trata-se de uma zoonose Cascas dos ovos dessa parasitose são extremamente resistentes por longos períodos Métodos de transmissão Transmissão direta ingestão de ovos infectantes Transmissão por hospedeiros paratênicos predação de roedores Transmissão transmamária filhotes em amamentação ingerem larvas L3 no leite de suas mães Transmissão transplacentária (pré-natal) OBS: As larvas migrantes podem realizar dois tipos de migrações traqueal e somática Migração traqueal larvas atingem os pulmões pela circulação sanguínea, rompem os alvéolos e migram para a traqueia, nisso tendem a ser deglutidas e se transformam em adultos no intestino (+ comum nos filhotes) Migração somática larvas migram pela circulação sanguínea e atingem outros tecidos, ocorre encistamento e torna-se larva infectante inibida (hipobiose) RESPOSTA IMUNE Os helmintos são parasitos adaptados, cuja sobrevivência depende do equilíbrio com o SI do hospedeiro Característica invariável de nematódeos intestinais elevada carga parasitária, tamanho esse que sofre controle de fatores genéticos e RI do animal Imunidade inata idade, sexo e constituição genética influenciam carga parasitária. Animais com ciclo sexual estacional, o parasito tende a sincronizar o seu ciclo reprodutivo com o do hospedeiro Presença de uma grossa cutícula extracelular que protege a membrana plasmática hipodérmica, sendo resistente ao complexo de ataque a membrana do sistema complemento e perforinas derivadas de linfócitos T OBS: Estudos em ratos demonstraram que a capacidade para expulsar os nematódeos intestinais está relacionada com a atividade de linfócitos T CD4+, particularmente através de linfócitos T de ajuda 2 (T helper 2 – Th2). A incapacidade de controle da carga parasitária (infecção crônica) está associada a uma resposta Th1, já a resposta Th2 está associada à produção de interleucinas (IL- 4, 10, 13) que promove a expulsão dos parasitos infiltração de mastócitos na mucosa, eosinofilia intestinal, aumento da concentração sérica de IgE e elevados níveis de IgG1 específica dos parasitos, podendo gerar sinais de reações de hipersensibilidade tipo I MECANISMOS DE EVASÃO Estado de hipobiose interrupção do desenvolvimento do parasito no hospedeiro, geralmente ocorre de forma sazonal (em condições consideradas ao desenvolvimento e sobrevivência do parasito). A reativação das larvas é influenciada pelo estado imunitário, idade ou pelociclo reprodutivo do hospedeiro (como perto de partos). Esse mecanismo de evasão permite ao parasito assegurar sua sobrevivência em períodos adversos aumentando a contaminação do ambiente após sua reativação, podendo promover doença clínica nos animais com grande importância epidemiológica Elaboração de revestimento de superfície especializado (glicocálice), rico em mucina, fraca ligação com a cutícula do parasito permite um rápido desprendimento do parasito, antes da adesão de anticorpos, resultando numa reação inflamatória no local recém desocupado pelas larvas SINAIS CLÍNICOS Infecções discretas ou maciças (desconforto abdominal intenso, especialmente em filhotes) Filhotes tendem a ter quadros de choros e gritos contínuos Vermes imaturos podem aparecer em fezes e vômitos Obstrução ou ruptura intestinal pode levar à óbito Falhas no desenvolvimento dos animais infectados Animais adultos geralmente assintomáticos Incitamento em tecidos somáticos OBS: Presença de ovos nas fezes ou larvas em fezes e vômitos PPP 1 a 2,5 meses DIAGNÓSTICO Sintomas associados ao encontro de ovos típicos nas fazes ou vermes em fezes e vômitos Os animais podem apresentar sintomas mesmo não encontrando ovos nas fezes EPIDEMIOLOGIA A alta distribuição e disseminação estão relacionadas fêmeas dos parasitos, ovos extremamente resistentes, reservatórios em tecidos somáticos das cadelas CONTROLE/TRATAMENTO Animais de canis devem ficar em pisos de concreto higienizados regularmente Atentar que cadelas podem transmitir essa parasitose para a prenhe Medicação anti-helmíntica piperazina, febendazol, pamoato de pirantel Cães com 2 a 3 semanas de idade repetição de tratamento após 2 a 3 semanas; Tratar a cadela simultaneamente Tratar cães aos 2 meses de idade (infecção após o nascimento) e cães recém adquiridos e adultos AÇÕES DOS FÁRMACOS Anti-helmínticos interferem na produção de energia, coordenação neuromuscular e dinâmica microtubular (destruição do parasito por inanição OBS: Os helmintos obtêm energia através da fermentação anaeróbica dos hidratos de carbono, sendo a glicose o principal substrato para produção de energia Albendazol componente dos benzimidazóis com amplo espectro antiparasitário Toxocara cati Hospedeiros gatos Habitat preferível vermes adultos (intestino delgado) e larvas (migração somática) MÉTODOS DE TRANSMISSÃO Não ocorre transmissão transplacentária (infecção pré- natal) Alta proporção de larvas de migração traqueal em adultos Transmissão transmamária maior via de infecção em filhotes Transmissão por hospedeiros paratênicos roedores, minhocas, galinhas, baratas OBS: Hospedeiros paratênicos têm maior importância devido ao comportamento predatório dos gatos SINTOMAS E DIAGNÓSTICO Infecção adquirida pelo leite materno ou ingestão de hospedeiros paratênicos não há migração Aumento de volume abdominal, pelagem desagradável, diarreia, desenvolvimento insuficiente DIAGNÓSTICO presença de ovos característicos nas fezes, com futuros parasitológicos CONTROLE/TRATAMENTO Reduzir possibilidade de encontro entre os hospedeiros paratênicos e os gatos Limpeza permanente/diária do ambiente Uso de hipoclorito de sódio remove a camada superficial da casca dos ovos, facilitando suas remoções Usos de jato de água e vapor nas instalações; Aleitamento superficial Parascaris equorum Hospedeiros equinos e asininos Habitat preferível vermes adultos (intestino delgado) Acomete preferencialmente potros jovens, animais com mais de 1 ano são resistentes à infecção Ovos extremamente resistentes ao ambiente Dimensões grandes (até cerca de 50cm) PATOGÊNESE Migrações larvais causam perfurações em órgãos, lesionando-os Reações alérgicas com infiltrações eosinofílicas em órgãos afetados Enterite moderada, desnutrição pela competição dos nutrientes, obstrução intestinal Perfurações intestinais podem ocorrer peritonite e morte SINTOMAS E DIAGNÓSTICO Tosses e descargas larvais migrações larvais Infecções intestinais leves bem toleradas Infecções intestinais moderadas menor ingestão de alimentos, menor ganho de peso, perda de peso Infecções intestinais maciças distúrbios intestinais como cólicas, perfurações intestinais, enterite crônica, ruptura intestinal, morte DIAGMÓSTICO Tosse e descarga nasal (PPP) e encontro de ovos típicos nas fezes (flutuação em sal) CONTROLE/TRATAMENTO Piperazina, ivermectina, pamoato de pirantel OBS: Atentar ao fato que as mortes dos vermes em infecções maciças podem levar a obstrução total do intestino Ovos são extremamente resistentes, sem desinfetantes com ação direta efetiva Limpeza e remoção das fezes periodicamente, utilização de jato de água com vapor, limpeza do úbere das éguas Evitar o uso dos mesmos piquetes para éguas lactantes e seus potros em anos sucessivos Habronemose equina Habronema muscae Hospedeiros definitivos equinos Hospedeiros intermediários moscas (principalmente Musca domestica) Habitat preferível estômago São helmintos pequenos e brancos Draschia megastoma Hospedeiros definitivos equinos Hospedeiros intermediários moscas (Musca domestica, Stomoxys calcitrans) Habitat preferível estômago (+ comum nódulos na parede estomacal, raramente livres) OBS: Essa espécie é mais patogênica por ter preferência pela região aglandular do estômago, induzindo a formação de tumores fibrosos Parasitos menores que as espécies de Habronema PATOGENIA H. muscae pouco patogênica D. megastoma gastrite crônica com formação de grandes nódulos, raramente podem romper, podendo levar a uma peritonite fatal. Podem obstruir a luz estomacal. SINAIS E SINTOMAS Maioria dos casos são assintomáticos podem apresentar azias e cólicas Nodulações podem levar a obstrução mecânica ou ruptura estomacal Gastrite catarral com produção de muco espesso e aderente cargas intensas com ulcerações Ciclo errátil versão cutânea da doença, larvas podem gerar dermatite granulomatosa DIAGNÓSTICO Parasitológicos de fezes técnica de flutuação, xenodiagnóstico, endoscopia (em casos de Draschia), culturas para recuperação de larvas nas fezes, histopatológico como diferencial TRATAMENTO Uso de agentes locais e sistêmicos larvas no estômago e no tecido cutâneo Higienização das lesões com soro fisiológico Spray de prata (sulfadiazina de prata) ao redor da lesão Moxidectina + praziquantel + glutamina (Pégasus Trio), VO, dose única 1,6g/100kg Avermectina 0,2mg/kg, IM morte das larvas na pele PROFILAXIA Remoção e destinação adequada das fezes para esterqueiras, administração de anti-helmínticos periodicamente, tratamento adequado para ferimentos e escoriações, higienização de baias e piquetes, uso de armadilhas mata-moscas Tricuríase Trichuris vulpis Distribuição mundial Habitat preferível ceco e cólon Hospedeiros cães Hematófagos Conhecido como verme do chicote bem pequenos PPP 2 a 3 meses Não é zoonose TRANSMISSÃO Fecal-oral e via vetores mecânicos (moscas, baratas, formigas) Forma infectante ovos embrionados/larvados (L1) alimento e água . Alta longevidade dos ovos Gastrite crônica catarral, irritação, ulcerações Ivermectina e doramectina poucos resultados para redução de tamanho de lesões SINAIS E SINTOMAS Baixo parasitismo assintomáticos Diarreia (pode ser sanguinolenta), anorexia emagrecimento progressivo e desidratação Distensão abdominal, anemia, prolapso retal (animais jovens com alta carga parasitária) Lesão na mucosa cecal, infecções secundárias DIAGNÓSTICO Parasitológico de fezes (flutuação, centrífugo-flutuação), necropsia (pós-morte), morfologia dos ovos (bioperculados, acastanhados, casca espessa lembra uma bola de futebol americano) TRATAMENTOFebendazol (VO, 50mg/kg SID por 3 dias consecutivos) Pirantel + febantel (VO, 5mg/kg e 15mg/kg, dose única) Moxidectina/Imidacloprida (uso tópico, 2,5mg/kg a cada 30 dias) Ivermectina (VO, 0,5mg/kg 2 administrações 1 vez por semana) PROFILAXIA Tratamento dos parasitados, avaliação e tratamento dos demais animais, remoção e eliminação diária e imediata das fezes, higienização diária das instalações com água sanitária, proteção dos alimentos (moscas e baratas) Lavar constantemente comedouros e bebedouros, repetir o tratamento em 2-3 meses para eliminar larvas em desenvolvimento Fluidoterapia Dieta rica em proteínas
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