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UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 1 Gastrites GASTROENTEROLOGIA DEFINIÇÃO Þ Gastrite: Lesão celular, processo regenerativo e infiltração inflamatória associada a folículos linfoides. Ex: Infecção pelo H.pylori Hipertrofia e Hiperplasia dos folículos linfoides é uma característica típica quando se fala em inflamação gástrica, principalmente aquela pelo H.pylori. Þ Gastropatia: Injúria e regeneração epitelial, edema e vasodilatação, não acompanhado de infiltrado linfocitário (não forma folículo linfoide). Ex: Uso de AINES. É a classificação mais utilizada e classifica em gastrite de antro (região mais final do estomago), gastrite de corpo (região proximal) e pangastrite (processo inflamatório de todo o estomago). CLASSIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DE OLGA Corte transversal do estomago A1 e A2 � região do antro pequena e grande curvatura, respectivamente, A3 � incisura angular região bem importante na infecção pelo h.pylori. C1 e C2 região do corpo, pequena e grande curvatura. É a classificação mais importante! Avalia principalmente se o paciente está sofrendo algum tipo de modificação histológica que possa ser risco para o câncer gástrico. Através da presença ou não de atrofia e o grau de intensidade. Estágios histológicos de gravidade atrofia gástrica e o marcador para risco de câncer gástrico quanto maior risco Atrofia: é a perda das glândulas especializadas � células produtoras de acido clorídrico, em consequência de um processo inflamatório prolongado Como a gastrite evolui para um câncer de estômago? Temos a mucosa normal e devido algum agente extrínseco como por exemplo o H.pylori, alimentos (principalmente a nossa ocidental, industrializada), fatores genéticos, leva a um processo inflamatório, consequentemente perda das glândulas especializadas da mucosa, levando a uma atrofia, depois metaplasia intestinal (transformação do epitélio gástrico em intestinal) e com o passar do tempo tem uma distorção da arquitetura tecidual (displasia) que já considerada câncer gástrico (intestinal). Essa cascata não é comum depende da genética e dos próprios fatores de exposição do hospedeiro, depende dos fatores de agressão da própria bactéria. São vários fatores, não é da noite para o dia que evolui para um câncer. O principal cuidado que devemos ter de avaliar se tem atrofia e metaplasia. TERMOS DESCRITIVOS Þ Edema: pregueado mucoso do corpo do estômago (aspecto de mosaico), acúmulo de líquido (edemaciado), vasos dilatados UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 2 Þ Enantema: pontilhado enantematoso- formação do enantema (vermelhidão) Þ Exsudato: secreção ligante esbranquiçada aderida a mucosa. (gastrite exsudativa) Þ Friabilidade: capacidade de sangrar facilmente ao mínimo toque do aparelho. Þ EROSÃO até 5 mm, �raladura� Þ As erosões são perda da soluções de continuidade que comprometem até a lâmina própria (não passam abaixo da muscular da mucosa). Por isso mesmo, não deixam cicatrizes. DIAMETRO DA LESÅO MENOR QUE 5MM Þ Erosão plana: quando ela é rente com a mucosa Þ Erosão elevada: não é rente com a mucosa, assemelham a pólipos, perda de solução de continuidade e no seu ápice mais aplanado (elevadas) Þ As úlceras atingem a submucosa. Quando ultrapassa 5 mm: úlcera. Þ Figura acima mostrando nodosidade, lesão típica da infecção pelo h.pylori que é a gastrite nodular. Superfície em mosaico (hiperplasia dos folículos linfoides). Þ Áreas de hemorragia intramural: típica da gastropatia causada pelo AINES (anti-inflamatórios não esteroides). Tipo de gastrite hemorrágica. GASTRITE CRÔNICA Þ O H. pylori é um bastonete flagelado, gram negativo, comensal, ou seja, vive no organismo da maioria das pessoas de forma tranquila, sem causar danos. Em pequena parte, é que ele se desenvolve. Þ São reconhecidos três tipos de gastrite: pangastrite, predominante de antro e predominante de corpo. Þ Na gastrite difusa de antro ocorre secreção de ácido normal ou aumentada, e ela pode estar associada à úlcera duodenal e pouca ou nenhuma atrofia. A persistência da inflamação ocasiona o desenvolvimento de atrofia gástrica com hipocloridria ou acloridria. Þ Essas alterações facilitam a migração proximal da bactéria e o desenvolvimento da gastrite do corpo ou multifocal, a qual tende a progredir para metaplasia intestinal e, depois, para o tipo intestinal do câncer gástrico. Þ No corpo: gastrite corporal com alto infiltrado inflamatório, porém não tem uma secreção de ácido muito intensa. UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 3 GASTRITE POR HELICOBACTER PYLORI Þ Infecção na infância Þ Maioria assintomático Þ Endoscopia Digestiva Alta inespecífica Þ Bx= infiltrado de neutrófilos e aumento das células inflamatórias da lâmina própria e folículos linfóides Þ Risco de úlceras, pólipos e neoplasias Þ Tratamento= IBP e antibióticos Þ Biopsia padrão ouro (diagnóstico) GASTRITE ATRÓFICA METAPLÁSICA AMBIENTAL Þ Completa- tipo I (intestino delgado), mais risco de evoluir pra neoplasia Þ Incompleta tipo- IIa, IIb, III (intestino colônico) Þ Acometimento do antro e do corpo Þ H. pylori + em 85% Þ Fatores genéticos e ambientais Þ Fator de risco para displasia e câncer gástrico Þ Tratamento= antibióticos para HP Conduta e acompanhamento das duas são iguais. Ambiental: adquirida por um fator externo Atrófica e metaplásica: anual ou bianual (erradicar a metaplasia) GASTRITE ATRÓFICA METAPLÁSICA AUTOIMUNE Þ Destruição autoimune de glândulas do corpo e do fundo do estômago Þ < 5% dos casos Þ Anticorpos contra células parietais e fator intrínseco Þ Associação com outras doenças autoimunes Þ Deficiência de vitamina B12 e anemia perniciosa Þ H. Pylori cagA+ / vacA+ Þ EDA + biopsia Þ Risco de desenvolver tumor carcinóide Þ Risco para Adenocarcinoma 3-18x Þ Não há tratamento específico GASTRITE INFECCIOSA Þ Citomegalovírus (CMV) Þ Herpes simples e varicela zoster Þ Gastrite flegmonosa (estreptococos Aureus) e enfisematosa Þ Micobactérias Þ Sífilis Þ Candidíase, histoplasmose e aspergilose Þ Criptosporidiose, estrongiloidíase e ascaridíase (parasitose. Em casos graves podem levar a ulceração e perfuração. Em pacientes imunossuprimidos). GASTRITE GRANULOMATOSA Þ RARA! Þ Granulomas não caseosos transmurais Þ Espessamento de parede e estreitamento da luz Þ Acomete mais o antro Þ Crohn e sarcoidose (doenças infiltrativas. Granuloma não caseoso) Þ Tratamento= corticoide ( Prednisona) e cirurgia GASTRITE DISTINTA Þ � Gastrite linfocítica: o Associada a doença celíaca, doença de Ménétrier, colite colagenosa o Sintomas e EDA inespecíficos o Gastrite Varioliforme- variante o Corpo e fundo (em forma de cordão) o Bx= > 30 LIE/100 céls o Tratamento: Misoprostol Þ Gastrite eosinofílica o Intenso infiltrado de eosinófilos o Alergia e eosinofilia periférica o EDA= espessamento de mucosa (edema, eritematosas), úlceras, quadros obstrutivos o Má absorção e enteropatia perdedora de proteínas o Tratamento= corticóide (prednisona, budesonida) o Náuseas, vômitos, dor abdominal, enterorragia, o Muito frequente na pediatria o Pode acometer o esôfago, estômago e intestino. o Associação com quadros alérgicos GASTROPATIA QUÍMICA E REATIVA Þ MAIS FREQUENTE E PRECISA SER LEMBRADA! GASTROPATIA AGUDA HEMORRÁGICA Þ AINES (reduz prostaglandina) Þ Álcool, cocaína, KCL, flúor, quimioterápicos, bifosfonatos UNINTA � S5 � BRENDA AMANDA REINALDO DE SOUZA 4 Þ Estresse (metabólico: politraumatizado por exemplo), Não é um estresse psicológico e sim biológico Þ Predomínio em antro e duodeno Þ Lesão aguda de mucosa gástrica (LAMG) Þ Toxicidade por algum agente externo GASTROPATIA BILIAR Þ Ocasionada pelo refluxo bilioso. Þ Pode acometer bilateralmenteÞ Bile tem um ph básico (o estomago não é acostumado a receber substância alcalina) Þ Esfíncter pilórico incompetente ou pós operatório de reconstrução do trânsito (decorrente) Þ Dor epigástrica, vômitos biliosos e perda de peso Þ Risco para metaplasia e atrofia gástrica (bile impregnada na parede da mucosa gástrica) Þ Não há tratamento eficaz Þ IBP, Sulcralfato (forma uma barreira protetora na mucosa) Þ Maioria assintomática Þ GASTRITE ALCALINA “amarelada”” Þ EDA já sugere. Biopsia define diagnóstico GASTROPATIA HIPERTENSIVA PORTAL Þ Hepatopatias crônicas 50% Þ Bx= congestão vascular com dilatação e Þ tortuosidade das veias submucosa, fibrose perivascular Þ Tratamento= beta-bloqueador Þ Causada por conta da cirrose (na maioria dos casos) Þ Presença de varizes de esôfago, circulação lateral: cabeça de medusa, ingurgitamento dos vasos da submucosa do estômago. Þ EDEMA DE MUCOSA COM ASPECTO EM MOSAICO ou pontilhado enantematoso em favo de mel (petequias em antro) e pele de cobra Þ Não há correlação entre severidade da GHP e o calibre das varizes, grau de hipertensão porta ou grau de disfunção hepática ECTASIA VASCULAR ANTRAL (GAVE) Þ RARA! Þ Pacientes com cirrose, renais crônicos, com esclerose sistêmica.... Þ Dilatações do antro Þ Estômago em melancia Þ Anemia crônica Þ Maior risco de sangramento Þ Tratamento: endoscópico (ligadura elástica ou terapias térmicas) para diminuir o risco de sangramento. GASTRITE HIPERPLÁSICA Þ Doença de Ménétrier Þ Pregas gigantes no corpo e fundo + hipoalbuminemia (sistêmica) + hiperplasia foveolar (células parietais do epitélio gástrico) (tríade) Þ Etiologia desconhecida – H.Pylori e CMV Þ Associação com síndrome de Zollinger Ellison Þ Tríade do zolinger ellison= ulceras gástricas hipersecreção acida e tumor de pâncreas – gastrinoma = perda de peso, epigastralgia, náuseas, vômitos, sangramento e diarreia drogas p hipoalbuminemia e cirurgia nos casos de tumor obstrução desnutrição grave Þ Pólipos hiperplásicos – maior risco de transformação neoplásica Þ Tratamento= antisecretores (IBP), corticóides (budesonida) e cirurgia (pólipos-retirada) (histopatologia- descartar CA)
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