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Tipos Societários Menores

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TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES
RESUMO 
O presente artigo contém por finalidade ponderar sobre as principais características dos chamados “tipos societários menores”, a saber, a sociedade em nome coletivo, a sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações, investigando, dentro de seus atributos societários, suas peculiaridades em relação às formas de constituição e dissolução e à responsabilidade dos sócios, por intermédio da análise expositiva do tratamento legal proposto no Código Civil de 2002, com o propósito de possibilitar um entendimento sistemático dos tipos societários menores e dos possíveis motivos pelos quais são considerados de menor relevância para o direito empresarial brasileiro.
Palavras-chaves: Direito societário. Tipos societários menores. Sociedade em nome coletivo. Sociedade em comandita simples. Sociedade em comandita por ações. 
ABSTRACT
The present work has the purpose of considering the key characteristics of so-called "minor corporate types", namely the general partnership, the limited partnership and limited partnership by shares, investigating, within its corporate attributes, their peculiarities in relation to the forms of constitution and dissolution and the liability of the shareholders through expository analysis of the legal treatment proposed in the Civil Code of 2002, with the purpose of enabling a systematic understanding of the lowest corporate types and the possible reasons why they are considered less relevant to the Brazilian corporate law.
Keywords: Corporate law. smaller corporate types. General partnership. Limited partnership. Partnership limited by shares.
1. INTRODUÇÃO
As sociedades menores ocupam um espaço mínimo na economia e no ordenamento jurídico brasileiro, sendo preteridas em prol do tipo limitada, pelas características mais vantajosas para o exercício de pequenas e médias empresas (TOMAZETTE, 2013, p. 332). Conforme a classificação doutrinária adotada pelo direito societário, podem ser contratuais ou institucionais, quanto à forma de constituição e dissolução, bem como de pessoas ou de capital, dependendo dos poderes de alienação dos sócios do quadro associativo. Podem, ainda, no que tange à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, ser ilimitadas ou mistas, não podendo ser exclusivamente limitadas, característica reservada apenas às sociedades limitadas e anônimas. Na primeira hipótese, segundo Coelho (2011, p. 144), todos os sócios respondem de maneira ilimitada pelas dívidas da sociedade, enquanto que a segunda reserva a determinados sócios o ônus da responsabilidade ilimitada. Por esta razão, tais sociedades são pouco influentes no mundo empresarial, uma vez que o risco de responsabilidade desmotiva a sua constituição por novos empreendedores.
São sociedades menores no direito empresarial brasileiro: a sociedade em nome coletivo, a sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações. 
2. SOCIEDADE EM NOME COLETIVO
A sociedade em nome coletivo tem origem nas comunidades familiares italianas do período medieval no início do desenvolvimento do comércio terrestre, que consistiam em associações de artesãos e mercadores vinculadas por laços familiares e de amizade, geralmente marcadas pela sucessão familiar do exercício da atividade social. Em suas origens, era composta por um patrimônio comum a todos os sócios e suas obrigações sociais, rateadas entre todos na medida de sua participação nos negócios da empresa (FRANCO apud RAMOS, 2009, p. 466). Por este motivo, Tomazette (2013, p. 333) destaca que a sociedade em nome coletivo é ainda caracterizada pela confiança mútua e companheirismo entre seus membros, o que torna o referido tipo marcado pela forte affectio societatis e pela natureza eminentemente intuitu personae.
Conforme lição de Fran Martins, a sociedade em nome coletivo se encontra fortemente em desuso ante as vantagens e prerrogativas das sociedades limitadas e anônimas numa era de conglomerados e transformações societárias. O empresarialista observa “que, durante um século, apenas houve registro de um caso jurisprudencial referentemente aos irmãos Spengler, no ano de 1975, cuidando de dissolução sociedade (sic)” (2014, p. 191). 
Sua estrutura simples a tornam o protótipo das sociedades empresárias, a sociedade genérica por excelência. É uma sociedade contratual, pois constitui-se mediante contrato social. Outrossim, em virtude da simplicidade de suas formas, caso não se estipule o tipo de sociedade desejada no contrato social, considerar-se-á a mesma uma sociedade em nome coletivo pela prevalência do princípio da igualitariedade social ou da homogeneização dos sócios (TOMAZETTE, 2013, p. 333). Isto porque, como estudaremos alhures, a sociedade em nome coletivo apresenta responsabilidade ilimitada e subsidiária para a totalidade dos sócios, não havendo distinções entre eles, tampouco a distribuição proporcional que lhe caracterizava no período medieval. 
Portanto, no que tange à sua responsabilidade, reitera Ramos (2014, p. 344) que “esgotado o patrimônio da sociedade em nome coletivo, seus credores podem executar o restante das dívidas sociais no patrimônio pessoal dos sócios”. O parágrafo único do art. 1.039 do Código Civil, porém, permite a convenção da responsabilidade[footnoteRef:0] dos sócios no contrato social ou em acordo posterior, produzindo efeitos entre estes, p. ex., a limitação da responsabilidade do sócio devedor solidário no exercício do direito de regresso do sócio credor. É importante ressaltar, contudo, que este acordo não é oponível contra terceiros, em respeito ao princípio da relatividade dos contratos. Logo, independentemente da limitação de responsabilidade interna, permanece a integralidade da responsabilidade ilimitada perante os credores da sociedade. Outrossim, em virtude da abrangência da responsabilidade dos sócios do referido tipo societário, não se admite a presença de sócios incapazes. [0: Tomazette (2013, p. 335) ilustra, a título de exemplificação, que “pode-se estipular que um determinado sócio só terá responsabilidade até o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), o que só vale nas relações internas entre os sócios, para os ajustes posteriores. Perante terceiros, a responsabilidade é sempre subsidiária, solidária e ilimitada”.] 
Por sua natureza personalista, a sociedade em nome coletivo será composta somente por pessoas físicas (art. 1.039, CC). Sua regulamentação é vinculada à regência supletiva das normas relativas à sociedade simples (art. 1.040 CC). Como consequência da importância da affectio societatis para o referido tipo, o quadro destas sociedades é predominantemente estável; tendo em vista este fato, evita-se a prática de atos em detrimento do vínculo societário e da preservação da sociedade, a exemplo da penhora das quotas sociais a requerimento do credor, fato que levaria à exclusão do sócio devedor de pleno direito, comprometendo o vínculo societário antes da dissolução da sociedade empresarial (salvo quando a sociedade houver sido prorrogada tacitamente ou, tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de noventa dias, contado da publicação do ato dilatório, como dispõe o art. 1.043, P.U., do Código Civil). Igualmente, neste tipo societário, a cessão da quota social estará condicionada à concordância dos demais (art. 1.003 CC).
De maneira análoga, e em consonância com os preceitos normativos da sociedade simples, a administração da sociedade deverá ser atribuída necessariamente a um sócio, vedando-se a atribuição da gestão social a terceiros (art. 1.042 do Código Civil), uma vez que a administração dos negócios “deve ser mantida na mão daquelas pessoas que inspiraram a confiança suficiente para a constituição da sociedade” (TOMAZETTE, 2013, p. 334). 
No entanto, adverte Fran Martins (2014, p. 192), a gerência referida no dispositivo em questão não se confunde com a gerência administrativa, que pode ser exercida por qualquer pessoa, sócio ou não, desde que autorizada por procuração,atuando na qualidade de preposto da sociedade. Em verdade, segundo lição do ilustre empresarialista, a gestão social referida no Código diz respeito à gerência contratual, que compõe os órgãos da sociedade: “são as pessoas que irão atuar pela pessoa jurídica em todas as relações, como se fosse a própria sociedade que agisse” (MARTINS, 2014, p. 192). São designados pelo contrato social; portanto, estes gerentes só poderão ser sócios e terão poderes para agir “em nome da sociedade em tudo que disser respeito à boa marcha dos negócios; têm o privilégio de usar da firma social, com a qual obrigam a pessoa jurídica” (MARTINS, 2014, p. 193). 
Esta precaução com a entrada de pessoas estranhas ao negócio da empresa se estende, inclusive, aos sucessores do sócio falecido, pois neste tipo societário o direito de ingressar na sociedade depende de cláusula expressa no contrato social que o autorize. A regra na sociedade em nome coletivo, porém, é a imediata liquidação das quotas do sócio falecido (art. 1.028, CC).
O predomínio da natureza intuitu personae também se evidencia na constituição do nome empresarial da sociedade em nome coletivo, pois se exige a presença, na firma social, do nome de um ou mais sócios; a ausência de outros sócios no nome empresarial deverá ser registrada pela utilização de expressão “Cia.”, “e Companhia” ou equivalente (TOMAZETTE, 2013, p. 334). 
Outrossim, no caso de deliberações que importem em mudanças de cláusulas essenciais do contrato social, é necessária a concordância da unanimidade de sócios para que ela se efetive (art. 999, CC).
Por fim, no que tange à dissolução da sociedade em nome coletivo, o Código Civil dispõe em seu art. 1.044 que se dará de pleno direito pelas causas enumeradas no art. 1.033[footnoteRef:1] e também pela declaração da falência. São aplicáveis, também, às causas de dissolução parcial previstas nos arts. 1.028 a 1.030 do Código Civil. [1: Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II - o consenso unânime dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar (BRASIL, 2002).
] 
 
3. SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES
A sociedade em comandita simples originou-se do contrato de commenda ou empréstimo marítimo, prática comercial que data dos séculos X-XI. Tal contrato era caracterizado, segundo Ramos (2014, p. 345) pela dualidade de funções entre os sócios, divididos entre “os que investiam bens ou capital no empreendimento – chamados de comanditários e a quem o direito reservava responsabilidade limitada aos bens ou capital investidos – e os que efetivamente negociavam com esses bens ou capital – que respondiam ilimitadamente”.
No ordenamento jurídico hodierno, o referido tipo societário manteve sua característica mista no que tange à responsabilidade dos sócios, como previsto no art. 1.045 do Código Civil:
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.
A sociedade em comandita simples é regida pelos artigos 1.045 a 1.051, em conjunto com as normas da sociedade em nome coletivo no que lhe forem compatíveis, bem como aos sócios caberão os mesmos direitos e obrigações previstos no tipo societário supracitado (art. 1.046, caput e Parágrafo Único, do Código Civil). Na prática, é também regida em sede de regulamentação supletiva pelas normas da sociedade simples, às quais a sociedade em nome coletivo faz referência. 
Por consequência da regulamentação supletiva da sociedade em nome coletivo, pode-se afirmar que nas sociedades em comandita simples “(i) o comanditado tem que ser pessoa física, (ii) só o comanditado pode administrar a sociedade, (iii) só o nome do comanditado pode constar da firma social e (iv) a responsabilidade do comanditado é ilimitada” (RAMOS, 2014, p. 345). 
O comanditado consiste no sócio detentor de responsabilidade ilimitada, subsidiária e solidária pelas obrigações da sociedade; sua participação integral nos negócios da empresa lhes assegura o monopólio da administração social e a presença exclusiva de seus nomes na firma social, como dispõe o art. 1.157 do Código Civil. Entretanto, será obrigatória a utilização da expressão “e companhia”, por extenso ou abreviadamente, para fazer referência à presença dos sócios comanditários (COELHO, 2011, p. 100).
O comanditário, por sua vez, é a categoria de sócio que detém responsabilidade limitada pelas obrigações sociais, pois compromete apenas parte do seu patrimônio, ao contrário dos sócios comanditados. A obrigação do comanditário na sociedade limita-se a “contribuir com determinada quantia para a formação do capital social, e uma vez realizada sua contribuição, nada mais pode lhe ser exigido em virtude de obrigações da sociedade” (TOMAZETTE, 2013, p. 339); isto é, de maneira análoga ao sócio da sociedade limitada, o comanditário responderá pelas obrigações sociais até o total do capital social não integralizado. Sua função na empresa é de prestar bens e capital à empresa e de participar dos lucros da atividade, não interferindo na gestão social. Mister ressaltar que a presença de nome do sócio comanditário na razão social da empresa acarretará no reconhecimento de sua responsabilidade ilimitada, segundo a redação do parágrafo único do art. 1.157 do Código Civil, acima citado. Embora lhe seja vedado o exercício de atos de gestão, nada impede que o sócio comanditário possa participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, além de poder, ainda, ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais (art. 1.047, caput e parágrafo único, CC).
De maneira análoga à sociedade em nome coletivo, no caso de deliberações que importem em mudanças de cláusulas essenciais do contrato social, indicadas no art, 997 do Código Civil, é necessária a concordância da unanimidade de sócios para que ela se efetive; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de deliberação unânime (art. 999, CC). 
Da mesma forma, a dissolução da sociedade em comandita simples está sujeita a qualquer uma das causas presentes no art. 1.033 do Código Civil e no caso de falência, conforme disposto no art. 1.051 do Código Civil. Porém, o inciso II do mesmo artigo adiciona uma hipótese de extinção da sociedade específica à sua condição de dualidade de sócios: a extinção quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. Isto comprova a exigência de pluralidade e de diversidade de sócios, característica própria de uma sociedade mista. 
Caso a sociedade fique sem nenhum sócio comanditário ou comanditado, a lei concede prazo de 180 dias para que a categoria se recomponha, sob pena de dissolução. Se a categoria de sócio que faltar for a dos comanditados, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante esse período e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração (art. 1.051, parágrafo único, CC).
Por fim, no que tange à resolução da sociedade em relação a um sócio por falecimento, a sociedade em comandita simples apresenta uma peculiaridade que é, igualmente, própria da dualidade de categorias de sócios: no caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente (art. 1.050, CC). Porém, se se tratar de falecimento de sócio comanditado, sua quota será liquidada, salvo se o contrato social expressamenteestipular o ingresso dos sucessores (cc, art. 1.028, I). Segundo entendimento de Fábio Ulhoa Coelho (2011, p. 177), a predominância da natureza personalística ou capitalista da sociedade em comandita simples é, por esta razão, variável “de acordo com a espécie de sócio falecido (...): entre os comanditados, ela é “de pessoas”, salvo se o contrato dispuser em contrário, e, entre os comanditários, é “de capital”, a menos que disposto em sentido diverso no contrato”.
4. SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
A sociedade em comandita por ações é um tipo híbrido: apresenta aspectos da sociedade em comandita simples, como a dualidade de categorias de sócio, e a institucionalidade própria da sociedade anônima, bem como a divisão do capital em ações. Originou-se no Código Comercial francês, e, durante muito tempo, foi considerada uma sociedade irregular e proibida no Brasil, sendo posteriormente admitida e regulamentada na década de 1940 (MARTINS, 2014, p. 310) . De acordo com o art. 1.090 do Código Civil, o referido tipo societário rege-se pela Lei das Sociedades Anônimas (art. 280 da LSA), em conjunto com as normas previstas na Seção relacionada ao mesmo no Código, com a ressalva do art. 284 da LSA, segundo a qual não se aplica à sociedade em comandita por ações as regras sobre conselho de administração, autorização estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição. 
De maneira análoga à sociedade em comandita simples, apenas os sócios acionistas diretores, registrados como tais no estatuto social, serão detentores de responsabilidade ilimitada e poderão exercer atos de gestão da sociedade, como dispõem o art. 1.091 do Código Civil e art. 282 da LSA. Havendo dois ou mais diretores, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais, conforme dispõe o §1º do art. 1.091 do Código Civil. Por serem nomeados no ato constitutivo, os sócios diretores gerenciarão a sociedade por prazo indeterminado, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social (art. 1.091, §2º , CC). Quando destituído ou exonerado, mesmo assim, continua, durante dois anos, a responder pelas obrigações sociais fruto de sua administração (art. 1.091, §3º, CC). 
Neste tipo societário, a Assembleia Geral detém poderes limitados em relação aos diretores, uma vez que, segundo o art. 1.092 do Código Civil, não pode, sem o consentimento dos diretores, mudar o objeto essencial da sociedade, tampouco prorrogar-lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes beneficiárias. A LSA, por sua vez, adiciona uma limitação à lista elencada: aprovar a participação em grupo de sociedade sem a anuência dos diretores. Nas palavras de Fran Martins (2014, p. 313), tal restrição aos poderes da Assembleia Geral se deve ao fato de que “qualquer um dos atos enumerados poderá acarretar maiores responsabilidades para os diretores ou gerentes, em face da responsabilidade subsidiária que os mesmos assumem”. 
Por sua natureza institucional, pode adotar firma ou denominação; se operar por meio de firma, deverá constar do nome civil, por extenso ou abreviado, dos sócios diretores ou administradores detentores de responsabilidade ilimitada. Já no que tange à denominação, prevalece a regra da denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações" (art. 1.161 do Código Civil). Ainda em virtude de sua institucionalidade, explana Fran Martins (2014, p. 311) que: 
[A] entrada ou retirada de um dos acionistas não afeta a pessoa jurídica, podendo, igualmente, os menores e incapazes a ela se associarem. Contudo, não poderão os menores ou incapazes ocupar as funções de gerentes ou diretores, porque nesses casos assumem responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais.
5. CONCLUSÃO
Ante o analisado no presente trabalho, observa-se que, tanto no entendimento doutrinário quanto na prática empresarial, os tipos societários menores, em que pese a sua relevância histórica na evolução das sociedades empresárias e no próprio desenvolvimento do comércio, não mais dispõem de atratividade para o mundo empresarial, uma vez que o regime de sociedade ilimitada é incompatível com a sociedade de risco da era contemporânea, inibindo a formação de novas empresas pelas desvantagens obrigacionais. Alguns autores, entre eles o ilustre Fran Martins, defendem a abolição das mesmas sociedades, dada a sua pouca representatividade tanto no Brasil quanto no direito comparado. 
REFERÊNCIAS
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. Atual. Carlos Henrique Abrão. 37. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de direito empresarial: o novo regime jurídico-empresarial brasileiro. 3. ed. Salvador: JusPODIVM, 2009.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: teoria geral e direito societário, volume 1. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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