Buscar

DIREITO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 81 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Penal
Dr Geralcilio J. P Costa Filho
1
Introdução
O fato social é sempre o ponto de partida na formação 
da noção do Direito
fato social contrário à norma
ilícito jurídico
ILÍCITO PENAL
O Estado estabelece normas jurídicas com 
a finalidade de combater esses ilícitos
Conjunto de normas jurídicas
DIREITO PENAL
=
Estudo
- Do crime 
- Da pena
- Do delinqüente
2
Conceito de Direito Penal
Von Liszt define o Direito Penal como “o conjunto das prescrições emanadas do Estado, que ligam ao crime – como fato – à pena, como conseqüência”
Crítica: o direito penal, hoje, não se preocupa somente com a pena. 	Tanto que existem as medidas de seguranças (inimputáveis)
Damásio E. de Jesus dá uma definição mais completa de Direito Penal, afirmando que ele consiste em:
 “Um conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, à pena como conseqüência e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado" 
3
Caracteres do Direito Penal 
O Direito Penal, por regular as relações do indivíduo com a sociedade, pertence ao Direito Público. Isso porque em um dos lados da relação jurídica nascida com a prática do crime temos a figura do Estado, que exercerá o direito de punir e do outro lado teremos o indivíduo, detentor do direito à liberdade. 
prática do crime
faz nascer
relação entre
SUJEITO
que tem o 
Direito à Liberdade
(princípio da legalidade)
ESTADO
que tem o 
Direito de Punir
(“jus puniendi”)
Verifica-se que mesmo nas hipóteses em que a ação se movimenta por iniciativa do particular (AÇÃO PRIVADA), 
o direito de punir continua a pertencer exclusivamente ao Estado
4
Caracteres do Direito Penal
O Direito Penal é ciência cultural, 
normativa, valorativa e finalista
CULTURAL porque pertence à classe das ciências do "dever-ser" e não à do "ser". Ele diz como as coisas, em verdade, deveriam ser.
NORMATIVA, porque tem a finalidade de estudar a norma, ou seja, a regra de conduta.
VALORATIVA porque o Direito coloca uma hierarquia entre as normas, não lhes dando o mesmo valor. 
FINALISTA porque tem como fim a defesa da sociedade, através da proteção de bens jurídicos fundamentais.
É ainda, sancionador porque através da cominação da sanção (previsão de penas), protege outra norma jurídica 
de natureza extra-penal.
E é também é dogmático porque expõe o seu direito através de normas jurídicas, exigindo o seu cumprimento sem reservas.
5
Direito Penal subjetivo e 
Direito Penal objetivo
O Direito Penal tem na sanção 
seu meio de ação
	SUBJETIVO	OBJETIVO
	É o direito de punir do Estado (“jus puniendi”).
Esse direito tem limites no Direito Penal Objetivo (= conjunto de normas), não sendo ilimitado.
	É o próprio ordenamento jurídico-penal, correspondendo, portanto, à sua definição. 
É, justamente, o conjunto de normas colocadas pelo Estado para regular as relações humanas.
6
Direito Penal comum e 
Direito Penal especial
O critério para diferenciação entre o Direito Penal 
COMUM e ESPECIAL reside no órgão encarregado 
de aplicar o direito objetivo
	COMUM	ESPECIAL
	Aplica-se a todos os cidadãos.
Se a aplicação do direito ao caso concreto não demandar jurisdições próprias, sua qualificação será de norma penal comum.
	Tem seu campo de incidência restrito a uma classe de cidadãos conforme qualidades particulares.
Se a norma objetiva somente se aplicar por meio de órgãos especiais constitucionalmente previstos, a norma terá caráter especial.
JUSTIÇA
Comum [Federal e Estadual]
Especial [Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar]
7
Direito Penal material e 
Direito Penal formal
	MATERIAL
(substantivo)	FORMAL
(adjetivo)
	É representado pela Lei Penal, que define as condutas típicas e estabelece as sanções.
	É o Direito Processual Penal que determina as regras de aplicação do Direito Penal substantivo.
 crítica: O Direito Processual Penal não é complemento do Direito Penal material e sim, um Direito autônomo que não pode ser considerado “adjetivo” do Direito Penal
8
 Princípios fundamentais do Direito Penal
9
Introdução
BRASIL
Estado Democrático de Direito
DIREITO PENAL
Princípios Constitucionais
Definição de 
condutas delituosas
Justa interpretação e aplicação da lei
10
Princípio da legalidade
 Princípio da reserva legal
 artigo 5° , XXXIX, da CF
 artigo 1° do CP
 "Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal." 
LEI
CRIME
PENA
Portanto: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito não podem instituir delitos ou penas
11
Princípio da legalidade
Entendimento Jurisprudencial:
 
	“PENAL E PROCESSUAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PENA-BASE ACIMA DO PREVISTO LEGALMENTE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. FIXAÇÃO DA PENA-BASE ACIMA DO PATAMAR ESTABELECIDO NO ART. 8º DA LEI 8.072/90 E DE PENA PECUNIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO STF. ORDEM CONCEDIDA. A aplicação da pena-base fora do patamar estabelecido pela referida norma e a imposição de pena pecuniária aos condenados pela prática do delito de associação para o tráfico de entorpecentes configura constrangimento ilegal, pois viola o princípio da legalidade.” 
12
Princípio da 
anterioridade da lei 
 artigo 5° , XXXIX, da CF
 artigo 1° do CP
 "Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal." 
10/04/04
JOÃO PRATICOU CONDUTA A
20/09/05
ENTROU EM VIGOR A LEI X QUE INCRIMINA A CONDUTA A
 
JOÃO NÃO PODE SER PUNIDO PELA CONDUTA A QUE PRATICOU
13
Princípio da irretroatividade da lei penal mais severa 
 artigo 5° , XL, da CF
 artigo 2° do CP
 “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu." 
10/04/04
JOÃO PRATICOU CONDUTA A CUJA PENA ERA DE 6 A 20 ANOS
20/09/05
ENTROU EM VIGOR A LEI X QUE DETERMINA QUE A CONDUTA A TERÁ PENA DE 15 A 30 ANOS
 ,
A LEI X 
NÃO RETROAGE
JOÃO 
NÃO PODE 
SER PUNIDO 
COM PENA 
DE 15 A 30 ANOS
30/01/06
JULGAMENTO 
DE JOÃO
14
Princípio da irretroatividade da lei penal mais severa
10/04/04
JOÃO PRATICOU CONDUTA B CUJA PENA ERA DE 8 A 12 ANOS
20/09/05
ENTROU EM VIGOR A LEI Y QUE DETERMINA QUE A CONDUTA B TERÁ PENA DE 4 A 6 ANOS
 ,
A LEI Y 
RETROAGE
JOÃO 
SERÁ PUNIDO 
COM PENA 
DE 4 A 6 ANOS
30/01/06
JULGAMENTO 
DE JOÃO
 Diferente se:
15
Princípio da insignificância 
Tal princípio está ligado aos chamados crimes de bagatela 
	(ou delito de lesão mínima)
Segundo ele, o Direito Penal só deve intervir nos casos de lesão de certa gravidade, reconhecendo a atipicidade do fato nas hipóteses de perturbações jurídicas mais leves.
Neste sentido, as seguintes decisões:
“Princípio da insignificância - Aplicabilidade - Descaminho - Aquisição de objetos no exterior em pequena quantidade e de valores reduzidos, sem a devida documentação - Adequação social da conduta.” (RT-753/706)
“Furto - Agente que subtrai uma cédula de um real - Aplicação do princípio da insignificância - Absolvição decretada.” (RT-738/652)
REQUISITOS
DESVALOR
conduta
dano
culpabilidade
16
Princípio da presunção do estado de inocência
 artigo 5° , LVII, da CF
 "Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória." 
PROCESSO
TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTEÇA CONDENATÓRIA
NÃO CABE MAIS NENHUM RECURSO
=
 RÉU CULPADO
 EXECUÇÃO DA PENA
Neste sentido:
 "Rol dos culpados - Lançamento do nome do réu - Impossibilidade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória - Consagração do princípio constitucional da presunção da inocência."(RESE 134.320-3/4 - 4° C., j.20.6.94)
17
Princípio do "ne bis in idem" 
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.
Duplo significado:
PENAL MATERIAL: ninguém pode sofrer duas penas em face de um mesmo crime
PROCESSUAL: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pela mesma conduta.
A
MATA
B
USO DE
EXPLOSIVO
= qualificadora (art. 121,2º, III)= agravante (art. 61, II, d) 
O USO DO EXPLOSIVO NÃO PODERÁ SER LEVADO EM CONTA PARA QUALIFICAR E AGRAVAR A PENA NO MESMO CRIME.
EXEMPLO:
18
Princípio do “in dúbio pro reo” 
O acusado da prática de uma infração penal em seu julgamento final, havendo dúvida deverá ser absolvido. 
Corolário do campo das provas, tal princípio deve ser aplicado toda vez que houver dúvida, a interpretação deve ser feita de maneira mais favorável ao réu. 
HAVENDO DÚVIDA EM RELAÇÃO A QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA 
DO CASO
A DECISÃO TEM QUE SER NO SENTIDO DE FAVORECER O RÉU
19
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
“A República Federativa do Brasil, ... , constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;” (art. 1º, III da CF)
 Este princípio é fundamento da República e do Estado Democrático de Direito assim, o homem, antes de ser considerado como cidadão, vale como pessoa. 
 Defender a dignidade do ser humano significa protegê-lo de ações arbitrárias e indevidas por parte do Estado ou de todos aqueles que detém poder sobre outrem. 
 A intervenção jurídico-penal jamais deve servir-se de instrumento vexatório ou repugnante, mesmo que seja contra o pior dos delinqüentes, devendo a razão estar acima de tudo para tratar a criminalidade. 
20
Convenção Americana de Direitos Humanos (1969)
(Pacto de San José da Costa Rica)
	Preâmbulo 
	
	Os Estados Americanos signatários da presente Convenção, reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime 
de liberdade pessoal e de justiça social, 
fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana (...); 
reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos.
21
 Fontes do Direito Penal
22
Introdução
FONTES
lugar de onde provém 
a norma de Direito
DIREITO PENAL
FONTES DE PRODUÇÃO
(MATERIAL)
FONTES DE CONHECIMENTO
(FORMAL)
23
FONTES DE PRODUÇÃO
FONTE
MATERIAL
=
órgão encarregado da elaboração da norma penal
ESTADO
O Brasil é composto de alguns entes federativos:
 União
 Estados-membros
 Municípios 
 Distrito Federal 
compete à União legislar sobre Direito Penal (artigo 22, I da CF)
Quem é o órgão competente para a produção das leis penais? 
24
FONTES DE CONHECIMENTO 
FONTES
FORMAIS
fonte formal imediata
fonte formal mediatas
LEI
costumes e princípios gerais do direito
Como o direito penal se revela?
25
Fonte Formal IMEDIATA
A única fonte imediata de conhecimento é a lei 
Através dela, o Direito se revela imediatamente, de forma direta.
	NORMA		LEI
	 Mandamento de um comportamento normal, retirado do senso comum da coletividade
 refere-se ao conteúdo 
 pode estar em um ou mais dispositivos legais 		 ato em que se expressa a função legislativa do Estado
 texto 
 simples veículo de norma 
	A lei é o texto como expressão formal. Compõe o dispositivo. A norma é o significado jurídico desta, é a expressão do dever ser jurídico. 
O texto é o veículo, enquanto a norma é o dever ser veiculado.		
26
Classificação 
das normas penais 
As normas penais classificam-se em:
1. normas penais incriminadoras
2. normas penais não incriminadoras: 
permissivas
explicativas 
(ou finais ou complementares)
27
Normas Penais Incriminadoras
descreve uma conduta ilícita (contrária ao direito, ao ordenamento jurídico), impondo uma sanção ao agente.
norma penal incriminadora
preceito primário
preceito secundário
definição do comportamento humano ilícito
exposição da sanção que se associa à conduta
EXEMPLO: o legislador não diz expressamente que "matar é crime". Ele descreve a conduta "matar alguém", estabelecendo determinada sanção. Assim, o princípio imperativo que deve ser obedecido (não matar ninguém) não está de maneira expressa na norma penal.
Somente quando uma conduta se amolda a uma norma penal incriminadora é que o Estado adquire o direito concreto de punir.
=
+
28
Normas Penais 
Não Incriminadoras
PERMISSIVAS: 
	determinam a licitude ou a não punibilidade de certas condutas, embora estas sejam típicas em face das normas incriminadoras. Exemplos: arts. 20 a 27, 28, parágrafo segundo e art. 128 do CP.
A
MÉDICA
PRATICA ABORTO COM CONSENTIMENTO
B
GESTANTE
art. 126
norma penal incriminadora
art. 128, II
norma penal permissiva
TORNA A CONDUTA LÍCITA
gravidez resultante de estupro
29
Normas Penais 
Não Incriminadoras
EXPLICATIVAS:
Também chamadas finais ou complementares
	Esclarecem o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua aplicação
	Exemplos: artigos 4°, 5°, 7°, 10 a 12, 33, 327 do CP.
Peculato - Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
NORMA 
EXPLICATIVA
30
Normas Penais em Branco
Necessitam de complementação (de outro diploma) para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário.
EM SENTIDO GENÉRICO:
são aquelas cujo complemento está contido em norma procedente de outra instância legislativa, como, por exemplo, uma portaria ou decreto. 
EM SENTIDO ESTRITO:
são aquelas em que o complemento da norma é determinado pela mesma fonte formal da norma incriminadora, ou seja, a lei é complementada por outra lei.
31
Normas Penais em Branco
EXEMPLOS:
GENÉRICA:
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória.
O rol de doenças está no Código Sanitário Estadual. 
ESTRITA:
?????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????
Sebastián Soler: “No entanto, a lei penal em branco não pode ser entendida como uma carta branca outorgada a determinado poder para que assuma funções repressivas, e, sim, deve ser entendido como o reconhecimento de uma faculdade meramente regulamentar.”
32
Fonte Formal MEDIATA
Princípios gerais do direito 
o artigo 4° da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro permite que, nas hipóteses em que a lei for omissa, o juiz poderá utilizar-se dos princípios gerais de direito, para solucionar a questão.
No entanto, somente pode suprir as normas penais não incriminadoras. Não pode criar crimes nem cominar penas.
33
 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
34
Introdução
 Interpretar é retirar o significado e a extensão de uma norma em relação à realidade. É buscar o verdadeiro significado e alcance da lei
afim de aplicá-la aos casos concretos da vida real. 
 Por mais clara que seja a letra da lei penal, ela não prescinde de interpretação tendente a explicar-lhe o significado, o justo pensamento, a sua real vontade.
O que se busca com a interpretação? 
A vontade da lei ou do legislador?
Há duas correntes:
A primeira afirma que o intérprete deve perseguir a vontade do legislador. 
	(Escola Exegética).
2. Já a segunda sustenta a busca da vontade da lei.
NOSSO ENTENDIMENTO: A lei independe de seu passado, 
importando apenas o que está contido em seus preceitos.
35
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO 
	QUANTO AO SUJEITO
	QUANTO AO MODO	QUANTO AO RESULTADO
	 autêntica 	 gramatical	 declarativa
	 doutrinária	 lógica	 restritiva
	 jurisprudencial		 extensiva
36
Quanto ao sujeito 
	autêntica 	doutrinária	jurisprudencial
	= legislativa
emana do legislador	 Feita pelos estudiosos do Direito em livros, artigos, teses...
 Doutrina = conjunto de estudos jurídicos de qualquer natureza	= judicialcontextual
Feita no próprio texto da lei (art. 150 e §4º do CP – “casa”) 		Feita pelos Tribunais, mediante a reiteração de seus julgamentos
	 não contextual
Feita por outra lei de edição posterior		
37
Quanto ao modo
	gramatical	lógica
	= literal ou sintática	= teleológica
	 O intérprete deve recorrer ao que dizem as palavras 
 No entanto, a simples análise gramatical, muitas vezes, não é suficiente, porque pode levar a conclusão aberrante 	 Consiste na indagação da vontade e da finalidade da lei
 A interpretação teleológica se vale dos seguintes elementos: 
 "ratio legis“ (razão da lei)
 sistemático
 histórico
 Direito Comparado
 extra penal (político-social)
 extrajurídico 
	Ocorrendo contradição entre as conclusões da interpretação literal e lógica, deverá prevalecer a segunda, uma vez que atende às 
exigências do bem comum e aos fins da lei.	
38
Quanto ao resultado
	declarativa	restritiva	extensiva
	 Dá à lei seu sentido literal – sem extensão, nem restrição.
 Corresponde EXTAMENTE ao intuito do legislador.	 A linguagem da lei diz mais do que o pretendido pela sua vontade. 
 Mostra-se necessária a restrição do alcance das palavras da lei até o seu real significado.	 O texto legal diz menos do que queria dizer.
 Mostra-se necessária a ampliação do alcance das palavras da lei para que a letra corresponda à vontade do texto
39
Princípio "in dubio pro reo" em matéria de interpretação da lei penal 
O que fazer quando persiste a dúvida quanto à vontade da norma?
CAMINHOS
Admitir que a dúvida deva ser resolvida contra o agente ("in dubio pro societate")
Admitir que seja resolvida contra o agente ou contra a sociedade, segundo o livre convencimento do intérprete
Resolver a questão da forma mais favorável ao agente
NOSSO ENTENDIMENTO: no caso de irredutível dúvida entre o espírito e a letra da lei, é força acolher, em matéria penal, irrestritamente, o princípio "in dubio pro reo".
40
Interpretação Progressiva 
= adaptativa ou evolutiva 
Faz-se adaptando a lei às necessidades e concepções do presente. Afinal, não pode o juiz ficar alheio às transformações sociais, científicas e jurídicas.
A lei deve acompanhar as mudanças do ambiente, assim como sua evolução. Ela não pode parar no tempo. Entretanto, não podemos, a todo momento, alterá-la, devendo haver as devidas adequações.
Os limites dessa interpretação, perfeitamente legítima, restam determinados pela interpretação extensiva.
EXEMPLOS
da psiquiatria
"doença mental"
"coisa móvel"
DEVEM SEGUIR OS AVANÇOS
da indústria
41
Interpretação analógica 
A interpretação analógica é permitida toda vez que após uma seqüência casuística segue-se uma fórmula genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados.
EXEMPLO:
Art. 121, §2º, IV, do CP 
Se o homicídio é cometido: 
“à traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou 
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.”
 
Assim, o outro recurso deve ser semelhante à traição, 
emboscada ou dissimulação (caráter insidioso).
Trata-se de uma hipótese de interpretação analógica, em que a própria lei determina que se estenda seu conteúdo.
seqüência casuística
fórmula genérica
42
Analogia
ANALOGIA
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
Aplicar a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um caso semelhante
Na interpretação, o legislador deixa claro que a lei deseja que a norma abranja casos semelhantes aos já descritos
	fundamento da analogia	natureza jurídica da analogia	requisitos da 
analogia
	“ubi eadem legis ratio, ibi eadem legis dispositio”
= onde há a mesma razão, aplica-se o mesmo direito	 forma de auto-integração da lei
 não é fonte mediata do Direito Penal	1. fato analisado não regulado pelo legislador.
2. legislador, no entanto, tenha regulado situação semelhante.
3. semelhança entre a situação regulada e a não prevista.
43
Espécies de Analogia
	“in bonam partem”	“in malam partem”
	= em benefício da parte
no caso de leis penais não incriminadoras é perfeitamente permitido o uso da analogia a favor da parte	= em malefício da parte
não pode ser usada para criar crimes ou penas, os quais o legislador não 
tenha determinado 
(princípio da reserva legal)
Art. 128 do CP - Não se pune o aborto praticado por médico:
II - se a gravidez resulta de estupro (...)
EXEMPLOS:
Também não se pune o médico se a gravidez resulta de atentado violento ao pudor = ANALOGIA in bonam partem
Art. 269 do CP - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória
Se um fisioterapeuta deixar de denunciar nesse caso, ele não pode ser punido
= ANALOGIA in malam partem
44
QUESTÕES para REFLEXÃO
1). É possível a aplicação da analogia às normas incriminadoras quando se vise, na lacuna evidente da lei, favorecer a situação do réu? 
Explique e fundamente. 
2). Posso afirmar que usar ANALOGIA para dar sentença em um caso criminal é a mesma coisa que fazer uma INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA? Por que?
Explique e justifique sua resposta.
45
 APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
EFICÁCIA DA 
LEI PENAL NO TEMPO
46
Introdução
 a LEI PENAL nasce, vive e morre 
sanção
promulgação
publicação
revogação
é o ato pelo qual o Presidente da República aprova e confirma uma lei. Com ela, a lei está completa. Ela transforma um “projeto de lei” em “lei” 
ato pelo qual se atesta a existência da lei e se determina a todos que a observem. Sua finalidade é conferir-lhe autenticidade
ato pelo qual a lei se torna conhecida de todos, tornando-se, assim, seu cumprimento obrigatório
expressão genérica que traz a idéia de cessação da existência de regra obrigatória
47
sanção
promulgação
publicação
revogação
 ab-rogação
a lei se extingue totalmente
 derrogação autoridade da lei cessa em parte
expressa 
a lei, expressamente, determina a cessação da vigência da norma anterior
tácita 
o novo texto é incompatível com o anterior ou regula inteiramente a matéria precedente
Em regra, o fato, para ser punido, deve ser cometido entre o momento em que a lei nasce – tornando-se obrigatória – até o momento em que ela morre – é revogada
"tempus regit actum"
48
Tempo do crime
Em que momento podemos dizer que a infração foi praticada? 
TRÊS TEORIAS
teoria da atividade: momento em que o agente executa a conduta criminosa – ação ou omissão – independentemente do momento do resultado
teoria do resultado: momento da produção do resultado, independentemente do momento da ação ou da omissão. 
teoria da ubiqüidade: tanto o momento da ação ou da omissão quanto o momento do resultado. 
Art. 4°: "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado"
= teoria da atividade
49
Regra de aplicação da Lei Penal no Tempo
ENTRADA EM VIGOR
REVOGAÇÃO
EFICÁCIA DA LEI
FATO
FATO
FATO
NÃO RETROAGE
NÃO ULTRA-AGE
a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu
CONCLUSÃO
salvo para beneficiar o réu 
(art. 5º, XL da CF e art. 2º p. único do CP)
 EXCEÇÃO
"tempus regit actum“
a lei penal NÃO retroage e NÃO ultra-age 
 REGRA
50
Conflitos de lei penal no tempo 
2) a lei nova incrimina fatos antes considerados lícitos, permitidos 
= (novatio legis incriminadora)
3) a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito
= (novatio legis in pejus)
a lei nova suprime normas incriminadoras anteriormente existentes
= (abolitio criminis)
4) a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito
= (novatio legis in mellius)
2005 – LEI “A” = 
conduta “X” deixa de ser crime
“P” não será punido
= abolitio criminis
2004 – LEI “B” = 
conduta “Y” 
passa a ser crime
2002 - “M” pratica 
conduta “Y”
“M” não será punido
= novatio legis incriminadora
2003 – LEI “C” = 
conduta “W” 
pena de 10 a 15 anos
2000 - “J” pratica 
conduta “W” com pena de 4 a 6 anos
“J” será punido com pena de 4 a 6 anos
= novatio legis in pejus
2002 – LEI “D” = 
conduta “Z” 
pena de multa
2001 - “K” pratica 
conduta “Z” com pena de 7 a 9 anos
“K” será punido com 
pena demulta
= novatio legis in mellius
2004 - “P” pratica 
conduta “X”
51
Abolitio Criminis
lei posterior que deixa de considerar um fato como crime 
(art. 2º, caput do CP)
Fundamento:
	A ab-rogação de lei penal incriminadora supõe que o Estado já não mais considera aquele fato contrário aos interesses da sociedade.
 
Natureza jurídica:
	Constitui fato jurídico extintivo da punibilidade (art. 107, III do CP). 
	O Estado, portanto, perde a possibilidade de punir o agente.  
Exclusão de todos os efeitos jurídico-penais:
	1) Se a persecução criminal ainda não foi movimentada, o processo não poderá sequer ser iniciado.
	2) Se o processo estiver em andamento, deverá ser trancado mediante decretação da extinção da punibilidade.
	3) Se já existe sentença condenatória com trânsito em julgado, a pretensão executória não pode ser efetivada.
	4) Se o condenado está cumprindo pena, deve ser decretada a extinção da punibilidade, devendo o sujeito ser solto.
	5) Cessam todos os efeitos da condenação.
52
Novatio Legis in Pejus 
A sanção imposta hoje ao crime é mais grave em qualidade que a da lei precedente.
A sanção imposta hoje, embora da mesma qualidade, é mais severa quanto à maneira de execução.
A quantidade da pena em abstrato é aumentada.
A quantidade da pena em abstrato é mantida, mas a maneira de sua fixação é mais rígida que a determinada pela lei anterior.
Inclusão de qualificadoras antes inexistentes.
Lei nova suprime benefícios determinados pela lei anterior, referente à suspensão ou interrupção da execução da pena.
Lei nova exclui causas de extinção da punibilidade.
Lei nova exclui escusas absolutórias anteriormente existentes.
Lei nova exclui causas de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade. 
ATENÇÃO! todas as vezes que a lei nova prejudica o sujeito, ela não poderá retroagir
53
Novatio Legis in Mellius 
Lei nova inclui circunstâncias que beneficiam o sujeito.
Lei nova cria causas extintivas da punibilidade não reconhecidas pela lei anterior.
Lei nova permite a obtenção de benefícios não permitidos ou facilita sua obtenção.
Lei nova acresce causas de exclusão da ilicitude, da culpabilidade, ou escusas absolutórias, antes inexistentes.
Lei nova exclui a concessão de extradição.
Lei nova que comina penas menos rigorosa (em qualidade, quantidade ou modo de execução).
ATENÇÃO! O princípio da retroatividade da lei mais benéfica é incondicional, podendo aplicar-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado 
(art. 2º, p. único do CP)
54
Lei Intermediária 
2003
Lei “A”
pena de 
3 a 6 anos
2004
Lei “B”
pena de 
1 a 4 anos
2005
Lei “C”
pena de 
9 a 12 anos
FATO
LEI MAIS BENÉFICA
RETROAGE PARA BENEFICIAR O RÉU APLICANDO-SE A FATOS PASSADOS
ULTRA-AGE APLICANDO-SE A FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA
REGRA: VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI “C”
55
Leis Penais 
Temporárias e Excepcionais 
Leis promulgadas em casos excepcionais (calamidade pública, guerras, revoluções, epidemias...) com vigência restrita à duração do caso
EXCEPCIONAIS
Leis com vigência previamente estipulada pelo legislador – com dia determinado para início e fim de sua aplicação
  TEMPORÁRIAS
“A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.“
(art. 3º do CP)
56
Fundamento: Esse dispositivo visa impedir que, tratando-se de leis previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas as suas sanções por expedientes astuciosos no sentido de retardamento dos processos penais.
EXEMPLO:
Lei EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA
FATO
ULTRA-AGE APLICANDO-SE A FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA
JULGAMENTO
Essa LEI (ainda que mais BENÉFICA) não retroagirá para alcançar fatos ocorridos anteriormente a sua vigência.
Nenhuma outra LEI (ainda que mais BENÉFICA) retroagirá para alcançar fatos ocorridos durante a vigência de leis 
excepcionais ou temporárias.
57
Contagem de prazo 
O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. 
	Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. 
	(art. 10 do CP) 
O dia é o lapso temporal entre meia-noite e meia-noite. 
O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês seguinte, terminando às 24 horas, pouco importando quantos são os dias de cada mês.
O ano é contado de certo dia às 24 horas da véspera do dia de idêntico número do mesmo mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles. 
Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia. 
	(art. 11 do CP)
EXEMPLO:
A
condenado a 
3 anos e 20 dias
06
Janeiro
2000
25
Janeiro
2003
A
terá cumprido 
a pena
58
 APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
EFICÁCIA DA 
LEI PENAL NO ESPAÇO
59
Lugar do Crime 
Art. 6°: "Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão , no todo ou em parte , bem como onde se produziu ou devia produzir-se o resultado." 
= teoria da ubiqüidade
EFEITO INTERMÉDIO
CRIME CONSUMADO
CRIME TENTADO
LUGAR DO CRIME
ONDE ACONTECERAM TODOS OS ATOS EXECUTÓRIOS
ONDE ACONTECEU ALGUM DOS ATOS EXECUTÓRIOS
ONDE ACONTECEU O IMPEDIMENTO PARA O RESULTADO
ONDE ACONTECEU O RESULTADO
60
Eficácia da Lei Penal no Espaço
		Princípio da 
territorialidade 	A lei penal somente tem aplicação no território do Estado que a criou.
		Princípio da nacionalidade	A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos, não importando onde eles se encontrem. O que importa é a nacionalidade do sujeito.
		Princípio da defesa 	Tal princípio leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, sem se importar com o local de sua prática ou com a nacionalidade do agente.
		Princípio da justiça penal universal 	Determina o poder de cada Estado punir qualquer crime, pouco importando a nacionalidade do delinqüente e da vítima, ou onde ele foi praticado. 
		Princípio da representação	a lei penal de determinado Estado também é aplicada aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando 
realizados no estrangeiro e aí 
não venham a ser julgados
Princípios
 Existem cinco princípios, previstos no Código, 
para tentar solucionar os conflitos penais no espaço 
61
Princípios adotados pelo CP 
princípio da territorialidade 
ART. 5º CP
REGRA
princípio da proteção 
Art. 7°,I, 
e § 3° do CP
EXCEÇÕES
princípio da justiça universal 
Art. 7°,II, 
“a” do CP
princípio da nacionalidade ativa
Art. 7°,II, 
“b” do CP
princípio da representação
Art. 7°,II, 
“c” do CP
62
Territorialidade 
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
território 
nacional
conceito jurídico: o território abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania 
O solo ocupado pela corporação política com limites reconhecidos
Regiões separadas do solo principal
Rios, lagos e mares interiores
Golfos, baías e portos
A faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa e constitui o "mar territorial“ (= 12 milhas)
Todo espaço aéreo correspondente
Embarcações e aeronaves, em determinadas situações
63
Embarcações e Aeronaves
EMBARCAÇÕES
AERONAVES
SÃO
TERRITÓRIO BRASILEIRO
Em qualquer lugar que estiverem
PÚBLICAS
ou
a serviço do 
GOVERNO BRASILEIRO
EMBARCAÇÕES
AERONAVES
SÃO
TERRITÓRIO BRASILEIRO
Apenas em território nacional
MERCANTES ou de
PROPRIEDADE PRIVADA
Art. 5º, §1º CP
EMBARCAÇÕES
SÃO
TERRITÓRIO BRASILEIRO
Quando estiverem em território nacional
de
PROPRIEDADE PRIVADA
AERONAVES
Art. 5º, §2º CP
64
Extraterritorialidade
Ficam sujeitos à lei brasileira – INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER CONDIÇÃO – embora cometidos no estrangeiro:
INCONDICIONADA – ART. 7º, I 
 Os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
 Os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
 Os crimes contraa administração pública, por quem está a seu serviço;
 O crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
65
Extraterritorialidade
Ficam sujeitos à lei brasileira embora cometidos no estrangeiro:
CONDICIONADA – ART. 7º, II 
 crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
 crimes praticados por brasileiro no estrangeiro;
 delitos praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados;
66
Desde que cumpridas as seguintes CONDIÇÕES:
					 		(TODAS)
Entrar o agente do delito, em território nacional – pouco importando se o ingresso é ou não voluntário, se sua presença é longa ou rápida, se veio a passeio ou a negócio, legal ou clandestinamente. 
Ser o fato punível, também, no país em que foi ele cometido – pouco importando se o ingresso é ou não voluntário, se sua presença é longa ou rápida, se veio a passeio ou a negócio, legal ou clandestinamente. 
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira admite a extradição – A Lei de Estrangeiro (Lei n°xxxxxxx) impede a extradição em alguns casos.
Não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena - se o agente foi absolvido ou cumpriu a pena no estrangeiro, ocorre uma causa de extinção da punibilidade. Se, por sua vez, a sanção foi cumprida parcialmente, novo processo pode ser instaurado no Brasil (art. 8º CP)
Não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, 
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
67
Crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3°) 
Aplica-se a lei brasileira desde que cumpridas as seguintes CONDIÇÕES:
 que não tenha sido pedido ou tenha sido negada a extradição
 que haja requisição do Ministro da Justiça
Cumulativamente com TODAS as CONDIÇÕES anteriores:
Entrar o agente do delito, em nosso território.
Ser o fato punível, também, no país em que foi ele cometido;
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira admite a extradição;
Não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo 
	a lei mais favorável.
68
Pena cumprida no Estrangeiro 
	A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Art. 8º CP)
PENAS
DIVERSAS
PENAS IDÊNTICAS 
ATENUA
 FUNDAMENTO: proibição do "bis in idem" 
COMPUTA
EXEMPLOS:
“A” recebeu pena de multa no estrangeiro e uma pena de reclusão, no Brasil. A pena de multa que foi paga no estrangeiro atenua, obrigatoriamente, a pena privativa de liberdade imposta no Brasil.
“A” recebeu pena de detenção de 2 anos no estrangeiro e uma pena de detenção de 5 anos, no Brasil. A pena de detenção que foi cumprida no estrangeiro é computada, (5 – 2 = 3) obrigatoriamente, na pena de reclusão imposta no Brasil (=DETRAÇÃO).
69
 Teoria Geral do Crime
70
INTRODUÇÃO
CRIME
INFRAÇÃO PENAL
CONTRAVENÇÃO
CONTRAVENÇÃO PENAL = Espécie de INFRAÇÃO PENAL 				de pequeno potencial ofensivo
				(Decreto-Lei 3688/41)
71
CONCEITO DE CRIME
Materialmente tem-se o crime sob o ângulo ontológico. Procura-se explicar porque o legislador colocou determinada conduta como infração, sujeitando-a a uma sanção penal. 
	Para Manzini, no sentido material: “o delito é a ação ou omissão, imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, constituída de determinados elementos e eventualmente integrada por certas condições, ou acompanhada de determinadas circunstâncias previstas em lei.”
Formalmente conceitua-se o crime sob o aspecto da técnica jurídica, do ponto de vista da lei.
CRIME
=
FATO TÍPICO
ILÍCITO
CRIME
FATO TÍPICO
ILÍCITO
=
+
+
OU
+
culpável
72
Requisitos, elementos e circunstâncias do crime 
 Faltando um dos requisitos NÃO há crime.
 São REQUISITOS GENÉRICOS porque estão presentes em todos os crimes.
CIRCUNSTÂNCIAS
ELEMENTOS
VERBO (que descreve a conduta)
OBJETO MATERIAL (bem protegido)
SUJEITO ATIVO e SUJEITO PASSIVO
 São peças que, se retiradas, fazem desaparecer o crime (= atipicidade absoluta) ou o transformam em outro crime (= atipicidade relativa).
dados que aumentam ou diminuem as conseqüências jurídica
 Mexem, portanto, na pena do delito.
73
O CRIME na 
Teoria Geral do Direito 
FATO
NÃO JURÍDICO
JURÍDICO
acontecimento SEM capacidade de produzir EFEITOS JURÍDICOS
acontecimento COM capacidade de produzir EFEITOS JURÍDICOS
NATURAL
AÇÃO HUMANA
NATURAL
AÇÃO HUMANA
com efeito jurídico VOLUNTÁRIO
com efeito jurídico INVOLUNTÁRIO
FENÔMENOS DA NATUREZA
FENÔMENOS DA NATUREZA
ATO JURÍDICO
ATO ILÍCITO
CRIME
74
Sujeito ativo do crime 
CONCEITO
	Sujeito ativo do delito é aquele que pratica o fato descrito na norma penal incriminadora. 
 	Somente o homem pode delinqüir, não podendo ser sujeitos ativos de crimes animais ou coisas.
TERMINOLOGIA
Para o Código Penal = “agente” 
No inquérito = “indiciado” 
Durante o processo = “acusado”, “denunciado” ou “réu”
Aquele que sofreu sentença condenatória = “sentenciado” ou “condenado” 
Na execução da pena privativa de liberdade: “preso”, “recluso” ou “detento” 
Sob o ponto de vista biopsíquico = “criminoso” ou “delinqüente”
75
Sujeito ativo do crime 
PRÁTICA DA CONDUTA PUNÍVEL
ESTADO
SUJEITO ATIVO
 direito concreto de punir 
 obrigação de impor a sanção penal
 agindo de acordo com os moldes determinados em lei
 direito à liberdade 
 presunção de inocência
 obrigação de não obstacularizar a imposição da pena
76
Sujeito ativo do crime 
Capacidade Penal
	Capacidade penal é o conjunto de condições necessárias para que alguém possa tornar-se titular de direitos ou obrigações no campo do Direito Penal. 
CAPACIDADE PENAL
IMPUTABILIDADE
Refere-se a momento anterior ao crime
Verifica-se no momento da prática do delito (tempo da ação/omissão)
Incapacidade Penal
	Ocorre nos casos em que não há a qualidade de pessoa humana viva e quando a lei não se aplica a determinada classe de pessoas.
 
77
Sujeito ativo do crime 
Capacidade Penal das PESSOAS JURÍDICAS
	Duas posições a respeito:
 pessoa jurídica = ser real
 com vontade própria = pode delinqüir
 tendência criminológica especial 
(= possuidora de poderosos meios e recursos)
 personalidade jurídica = ficção legal
 pessoa jurídica não pode cometer crimes = não possui vontade própria
 sua vontade = vontade de seus membros diretores e representantes 
(= penalmente responsáveis pelos crimes cometidos em nome da pessoa jurídica)
Teoria da REALIDADE
Teoria da FICÇÃO
Arts. 173, §5º e 225, §3º da CF
legislação infraconstitucional estabelecesse punições para as pessoas jurídicas
Crimes:
 contra economia popular
 contra a ordem econômica e financeira
 contra o meio ambiente
A Lei de Proteção Ambiental (lei n.9605/98) – arts. 3º e 21 a 24 = responsabilidade penal da pessoa jurídica
78
Sujeito ativo do crime 
Capacidade especial do sujeito ativo
PODE SER PRATICADO POR QUALQUER PESSOA
EXEMPLOS:
 homicídio
 furto
 lesão corporal
CRIME PRÓPRIO
EXIGE DETERMINADA POSIÇÃO JURÍDICA OU DE FATO DO AGENTE
EXEMPLOS:
 peculato
 auto-aborto
 concussão
CAPACIDADE ESPECIAL DO SUJEITO ATIVO
CRIME COMUM
79
Sujeito passivo do crime 
CONCEITO
	Sujeito passivo do delito é o titular do interesse protegido.
 	Assim, deve-se, a priori, perguntar qual o interesse tutelado pela lei penal incriminadora, para depois chegarmos ao seu titular.
ESPÉCIES
 FORMALMENTE
Estado = titular da regra proibitiva desrespeitada 
sujeito passivo constante 
(genérico, formal, geral) 
 MATERIALMENTE
Sujeito = aquele que teve seu bem jurídico lesionado 
passivo eventual 
(particular, acidental ou material) 
Todo homem (criatura viva) pode ser sujeito passivo (incapaz, recém-nascido, menor de idade, demente, ...)  
Também, a pessoa jurídica pode ser sujeito passivo, desde que o tipo não exija a qualidade de pessoa física.
80
Objeto do crimePode haver crime sem objeto material (por exemplo: falso testemunho ou ato obsceno), mas nunca haverá crime sem objeto jurídico.
OBJETO contra o qual se dirige a conduta humana criminosa
objeto jurídico 
bem ou interesse que a norma penal tutela
EXEMPLOS:
 vida
 integridade física
 honra
 patrimônio
objeto material 
coisa ou pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa
EXEMPLOS:
 homem vivo – no homicídio
 coisa – no furto 
 documento – na falsificação
81

Continue navegando