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Aula 2_Diagnóstico laboratorila do Diabetes Mellitus

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Profa. Dra. Regiane Priscila Ratti
Diagnóstico Laboratorial do 
Diabetes Mellitus
Disciplina: Bioquímica Clínica
Regulação da taxa de glicose
Fonte:www.expeienciasdeumtecnicodeenfermagem.com
O que é Diabetes Mellitus (DM)???
Distúrbio metabólico de etiologias heterogêneas, caracterizado por HIPERGLICEMIA
persistente e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras,
resultantes de defeitos na secreção de insulina e/ou sua ação.
Quais os sintomas de Hiperglicemia???
❑Poliúria (↑ volume da urina) e polidpsia (↑da sede);
❑Polifagia (↑ apetite)
❑Perda de peso inexplicada
❑Visão turva
Classificação Diabetes Mellitus
DM Tipo I 
Classificação Diabetes Mellitus
❑ Abrupta→ acomete principalmente crianças e adolescentes sem excesso de peso;
❑ Hiperglicemia é acentuada → evoluindo rapidamente para cetoacidose, 
especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse.
❑ Destruição das células β → deficiência absoluta de insulina
❑ Administração de insulina → previne a cetoacidose
Cetoacidose (degradação de lipídios → acidose por formação de corpos cetônicos)
DM Tipo 2
❑ 90-95% dos casos;
❑ Início insidioso e sintomas mais brandos;
❑ Atinge qualquer idade (+ comum após 40 anos): excesso de peso e história familiar 
de DM tipo 2;
❑ Epidemia de obesidade: observa-se aumento da incidência em jovens, crianças e 
adolescentes
❑ Deficiência relativa na secreção de insulina → há um estado de resistência à ação de 
insulina, associado a um defeito na sua secreção, o qual é menos intenso do que 
observado no DM1
Classificação Diabetes Mellitus
DM Tipo 2
❑ DM2 pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para o controle;
❑ Seu uso não visa evitar a cetoacidose, mas um controle do quadro glicêmico
❑ Cetoacidose é rara (a insulina esta presente para a evitar a degradação de gordura →
corpos cetônicos);
❑ Relacionada a fatores genéticos (história familiar) e ambientais ( obesidade e 
sedentarismos);
❑ Hiperglicemia desenvolve-se lentamente, permanecendo assintomática por vários anos;
❑ Tratamento primário: perda de peso, exercícios, agentes hipoglicemiantes orais, insulina.
Classificação Diabetes Mellitus
Classificação Diabetes Mellitus
❑ Estado de hiperglicemia, menos severo que o DM1 e 2, detectado pela 1ª vez na gestação;
❑ Tolerância diminuída aos carboidratos, diagnosticado durante a gravidez, podendo ou não
persistir após o parto;
❑ Fatores de risco: idade superior a 25 anos; ganho excessivo de peso; baixa estatura;
crescimento fetal excessivo; hipertensão ou pré-eclampsia; antecedentes de aborto
espontâneo.
❑ Diagnóstico→ 1ª consulta pré-natal (glicemia de jejum)
▪ 20ª semana: glicemia de jejum (< 85 mg/dL)
▪ 24ª a 28ª semana: TOTG
▪ 6 semanas após o parto as mulheres devem ser reavaliadas →reclassificação do seu
estado metabólico
DM Gestacional 
Classificação Diabetes Mellitus
DM Gestacional 
Quando deve ser realizado o rastreamento de Diabetes mellitus???
A cada 3 anos (pacientes > 45 anos ou que apresentam fatores de risco).
Fatores de risco:
❑ Excesso de peso;
❑ Histórico familiar;
❑ Hipertensão arterial
❑ Historia de Diabetes gestacional ou recém-nascidos com mais de 4 Kg;
❑ Dislipidemias: hipertrigliceridemia (>250mg/dL) ou HDL baixo (<35 mg/dL)
❑ Exame prévio de Hb glicada > 5,7%, tolerância diminuída a glicose ou 
glicemia de jejum alterada;
❑ Obesidade severa, Acanthosis nigricans
❑ Síndrome de ovários poliscísticos;
❑ Historia de doença cardiovascular;
❑ Sedentarismo
❑ Idade > 45 anos.
Descompensação Diabetes Mellitus
DIABETES
AGUDA CRÔNICA
HIPERGLICEMIA 
> 250 mg/dL
HIPOGLICEMIA 
< 70 mg/dL
CETOACIDOSE SINDROME 
HIPEROSMOLAR
MICROVASCULARES MACROVASCULARES
RETINOPATIA 
DIABÉTICA
NEFROPATIA E 
NEUROPATIA DIABÉTICA
Descompensação Diabetes Mellitus
CETOACIDOSE
❑ É uma emergência endocrinológica decorrente da deficiência absoluta ou relativa de
insulina, potencialmente letal em torno de 5%;
❑ Ocorre principalmente em pacientes com DM tipo 1
❑ DM tipo 2, que mantém reserva pancreática de insulina, raramente desenvolve esta
complicação
❑ Fatores precipitantes: infecção, má aderência ao tratamento (não usar insulina, abuso
alimentar), uso de medicações hiperglicemiantes e outras intercorrências graves (AVC,
IAM ou trauma);
❑ Indivíduos em mau controle glicêmico são vulneráveis a essa complicação.
Descompensação Diabetes Mellitus
CETOACIDOSE
Quais são os sintomas da cetoacidose???
Vômitos
❑ HIPERGLICEMIA
❑ DESIDRATAÇÃO E PERDA DE 
ELETRÓLITOS
❑ ACIDOSE
❑ CETONÚRIA
Descompensação Diabetes Mellitus
CETOACIDOSE
Como diagnosticar cetoacidose???
Corrigir desidratação e perda de eletrólitos, corrigira acidose
Complicações:
❑ Choque;
❑ Distúrbio hidroeletrolítico
❑ Insuficiência renal
❑ Pneumonia de aspiração
❑ Síndrome de angústia 
respiratória do adulto
❑ Edema cerebral em criançasComo corrigir cetoacidose???
❑ Hiperglicemia: > 250 mg/dL
❑ Cetonemia
❑ Acidose metabólica (pH<7,3 e 
bicarbonato < 15 mEq/l)
Diagnóstico
Quais exames devem ser realizados para detectar Diabetes mellitus???
❑ Glicemia de Jejum
❑ TOTG (teste oral de tolerância glicose) → sobrecarga de glicose por via oral (75 g 
dextrose)
❑ Glicemia casual
❑ Glico-hemoglobina ou Hemoglobina Glicada → não deve ser usada como teste 
diagnóstico
Diagnóstico
Adultos e crianças: Confirmar no dia subsequente.
A confirmação não é necessária em pacientes com sintomas típicos e glicemia de jejum > 200mg/dL
Crianças: TOTG (1,75 g de glicose/Kg), sendo máximo de 75 g
Diagnóstico
Quais exames devem ser realizados para detectar Diabetes mellitus???
Vantagens:
❑ Economia
❑ Fácil execução
❑ Execução em um maior número de pessoas
Associação Americana de Diabetes (ADA):
Método de diagnóstico → glicose plasmática de jejum
TOTG → não deve ser realizado rotineiramente (náuseas)
Diagnóstico
Quais exames devem ser realizados para detectar Diabetes mellitus???
Organização Mundial de Saúde (OMS):
Método de diagnóstico → glicose plasmática de jejum
TOTG → usado como método diagnóstico de Diabetes e das alterações de tolerância a glicose
Glicose em jejum: >110 e < 126mg/dL
Pacientes com idade maior que 65 anos;
Gestantes
Diagnóstico
Diagnóstico
Aspectos laboratoriais da medida de glicose plasmática
Amostra: plasma livre de hemólise
Diagnóstico
Aspectos laboratoriais da medida de glicose plasmática
Glicose no sangue total sofre glicólise a uma velocidade considerável (7mg/dL/h) a temperatura 
ambiente → amostra deve ser centrifugada imediatamente e separada das células sanguíneas 
(estável por 3 dias).
Fluoreto de sódio → impede a glicólise (estável por 8 horas)!!!
E se não for possível???
Análise do dia!!!
Diagnóstico
Aspectos laboratoriais da medida de glicose plasmática
Jejum: 8 horas
Métodos Químicos → estão em desuso
Método de análise enzimático → glicose oxidase, hexoquinase e glicose desidrogenase
Vantagens:
Exatos;
Precisos;
Baratos;
Podem ser facilmente automatizados!!!
Métodos dosagem da glicemia
Método da glicose-oxidase
Diagnóstico
Métodos laboratoriais usados para classificar o tipo de Diabetes
Testes imunológicos: Medida de Auto-Anticorpos
❑ Detecção de Auto-Anticorpos→ são marcadores do processo auto-imune;
❑ Destruição das células β pancreáticas;
❑ Detecção de auto Anticorpos: Diabetes Tipo 1A
Anticorpos
Anti-ilhota (ICA)
Anti-insulina (IAA)
Anti-desidrogenase do ácido glutâmico (GAD) 
Anti-insulinoma (IA2)
Importância: definir o tipo de Diabetes e diagnóstico precoce
Diagnóstico
Avaliação da reserva pancreática de insulina
Métodos laboratoriais usados para classificar o tipo de Diabetes
❑ Peptídeo C:
▪ Avalia capacidade secretória do pâncreas;
▪ pâncreas produz a pró-insulina, quando a pró-insulina é jogada na corrente sg ela é 
clivada liberando a insulina e o peptídeo C.
▪ A quantidade de insulina é proporcional a quantidade de peptídeo C.
▪ A dosagem de peptídeo C é importante para saber quanto eu tenho de insulina no 
pâncreas, verifica se o pâncreastem ou não insulina. 
▪ Baixo peptídeo C ou ausência → falta de insulina no pâncreas. 
▪ Alta quantidade de peptídeo C: pâncreas esta produzido insulina em grandes 
quantidades.
Diagnóstico
Avaliação da reserva pancreática de insulina
❑ Medida da insulina após estímulo da glicose endovenosa:
▪ Medida de insulina: quantidade de insulina na corrente sg
▪ Método caro. 
❑Curva glicêmica
❑Curva insulínica (futuramente, primeira tem que ter uma curva glicêmica alterada). 
Tem quantidade suficiente ou não de insulina. O pâncreas esta liberando e produzindo 
no tempo certo? Demora na liberação: pre-diabetes
OBS: pedir a curva insulínica junto com a curva glicêmica é muito correto, porém é caro. 
Ex: curva glicêmica normal e curva insulínica alterada → individuo pre-diabético
❑ Verifica o comportamento da glicemia nos
últimos 3 meses.
❑ Pacientes controlados → realizar testes
duas vezes/ano;
❑ Pacientes não controlados → realizar
testes entre 3 a 4 meses;
❑ Monitoramento Diabetes gestacional
(cada 4 semanas)
❑ Quanto > [glicose] e período de contato
→ > % de GHb
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Glico-Hemoglobina (GHb) ou Hemoglobina Glicada
A glicose se liga com o nitrogênio terminal do resíduo de 
valina na cadeia beta da Hb. 
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Glico-Hemoglobina (GHb) ou Hemoglobina Glicada
Qual o método que dosa HB glicada?
cromatografia liquida de alta performance
Sociedade Brasileira de endocrinologia e Metabologia e a sociedade 
Brasileira de Diabetes:
Pacientes diabéticos: 2 vezes/ano
Pacientes com mudanças de esquema terapêutico: a cada 3 meses
Interferências na determinação da Hemoglobina glicada:
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Glico-Hemoglobina (GHb) ou Hemoglobina Glicada
Patologias que alteram a vida média do eritrócito
ANEMIA HEMOLÍTICA
Reduzem a vida 
média
ANEMIA FERROPRIVA
Aumentam a vida 
média
Pessoas com eritrócitos anormais, dosa-se a frutosamina!!! 
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Frutosamina
❑ Proteína ligada a glicose, constituída principalmente de albumina;
❑ Reflete o controle glicêmico: 1-2 semanas (meia-vida da albumina (14-20 dias);
❑ Pacientes portadores de Hemiglobinopatias→ teste de escolha é a determinação da 
frutosamina
❑ Não era solicitado, mas o índice de pacientes com disfunção hematológico levou os 
médicos a solicitarem a dosagem de frutosamina.
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Frutosamina
Patologias que afetam a dosagem de frutosamina
Doença hepática
Diminuem ou 
aumentam os níveis 
de albumina
Inflamação cronica
Aumentam as 
proteínas plasmáticas
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Glicose Pós-Prandial
❑ Jejum e 2 horas após refeição (75 g de glicose);
❑ Resultado de 120 minutos seja próximo ao resultado de jejum.
❑ Até 140 mg/dL: diabetes controlado
❑ De 140 a 200 mg/dL: não esta bem controlado
❑ Acima de 200 mg/dL: diabetes descontrolado
Tratamento com corticoides tem glicose alterada (glicose alta) →vai desenvolver 
diabetes no futuro (pessoas com tratamento crônico com corticoides – após 5 anos)!!!
❑ Auto-monitorização da glicose capilar: recomendado a todos pacientes tratados com 
insulina ou agentes anti-hiperglicemiantes orais;
▪ Diabetes tipo 1: 3 ou mais testes/dia
❑ Glicosúria: baixo custo
▪ Concentração sérica > 180 mg/dL: glicosúria
❑ Cetonúria
▪ Grave distúrbio metabólico → intervenção imediata
▪ Teste : evitar o aparecimento de cetoacidose diabética
▪ 30% de indivíduos sadios durante jejum: apresentam corpos cetônicos na primeira 
urina da manha;
▪ Resultados falso-positivos: medicamento captopril
▪ Resultados falso-negativos: urina exposta ao ar por longo período de tempo ou urina 
ácida (ingestão de grandes quantidades de vitamina C)
Avaliação do controle glicêmico do paciente Diabético
Avaliação da glicemia

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