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História da Filosofia

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Filosofia Contemporânea 
Disciplina: História da Filosofia 
Pedagógico do Instituto Souza 
atendimento@institutosouza.com.br 
Modalidade de Curso 
Curso Livre de Capacitação Profissional 
 
Página 1 de 75 
 
 
 
 
Caro (a) aluno (a), parabéns pela escolha! Começamos agora uma jornada de 
sucesso e muito aprendizado, lembrando que você já é um vencedor, pois o 
conhecimento é um bem que melhora nossa autoestima, nossa vida profissional e, 
principalmente, enriquece a nossa alma sem que ninguém possa tirá-lo de nós, ou 
seja, uma vez adquirido é um tesouro atemporal em nossa existência. 
Seu curso é composto de quatro disciplinas e uma avaliação de dez questões 
que pode abordar um resumo do conteúdo das quatro ou de uma delas por 
uma questão metodológica. Esteja atento (a) e leia as apostilas com muita 
atenção. Seja bem-vindo(a) e bons estudos! 
 
 
 
(Professora Mestre, Liliana Martino) 
 
 
 
História da Filosofia 
 
 
Caro aluno nessa disciplina você vai conhecer as origens da Filosofia, busque fazer 
as leituras e as reflexões propostas pelo material didático. Bons Estudos. 
 
 
1 - Filósofo - Amigo da Sabedoria 
 
O termo “filósofo” significa “amigo do saber” ou “amante do saber”, aquele que busca 
a sabedoria, o conhecimento do mundo, da natureza ou da condição humana. A 
filosofia mudou de tempos em tempos, devido ao contexto histórico dos filósofos. 
Página 2 de 75 
 
 
 
 
A filosofia é a tentativa de proporcionar um sentido pessoal ou social para a vida, 
que possa opor-se a certas ideias previamente estabelecidas. Portanto a filosofia 
não é uniforme, mas cheia de tendências distintas. 
 
Apesar do homem já se debruçar sobre tais questões desde o tempo das cavernas, 
foram os gregos que criaram o método daquilo que chamamos de filosofia, quando 
estabeleceram um conjunto de respostas para suas questões pessoais e sociais, 
apesar desta filosofia ser bastante mitológica. 
 
O auge da filosofia antiga está no período socrático (século IV a.C.), com Sócrates, 
Platão e Aristóteles. Mas é na mitologia e poesia mesopotâmica que podemos 
encontrar os primeiros traços filosóficos, já anteriores a 2000 a.C. 
 
Claro que para estes povos, assim como para os egípcios e persas, a filosofia era 
extremamente atrelada à religião e sem uma regra própria ou status próprio. Os 
hebreus, que assim como outros povos da antiguidade tiveram sua origem no 
crescente fértil, também possuem em seus textos sagrados, principalmente na Torá 
(atual Antigo Testamento das Bíblias cristãs) além de outras obras, muitas 
discussões filosóficas, principalmente sobre a origem do mundo, do mal, sobre a 
recompensa dos atos, etc. 
 
Já os gregos tiveram sua mitologia transcrita em muitas obras, mas principalmente 
nas obras de Homero, na qual se estabeleciam temas morais e religiosos, sem 
porém pretender-se tornar um texto sagrado-dogmático. Isto facilitou a 
reinterpretação e a discussão sobre tais conceitos por parte da emergente filosofia, 
sem que esta sofresse sérias restrições por parte de religiosos. 
Dos pensadores pré-socráticos não temos muitos documentos que sobreviveram ao 
tempo. Apenas citações em obras de socráticos ou minúsculos fragmentos. Estes se 
preocupavam com a organização dos astros e do mundo, se perguntavam sobre a 
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composição das coisas, sobre como o mundo se transformava, e já nesta fase 
buscavam hipóteses em respostas nem sempre teológicas. 
 
2 - Mitologia grega 
 
É o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas com os mitos dos gregos 
antigos, dos seus significados, da relação entre gregos e cristãos — narrativas 
essas consideradas, com o advento do cristianismo, como meras ficções 
alegóricas.[1] 
Para muitos estudiosos modernos, entender os mitos gregos é o mesmo que lançar 
luz sobre a compreensão da sociedade grega antiga e seu comportamento, bem 
como suas práticas ritualísticas.[2] Os mitos gregos ilustram as origens do mundo, os 
modos de vida, as aventuras e desventuras de uma ampla variedade de deuses, 
deusas, heróis, heroínas e de outras criaturas mitológicas. 
Ao longo dos tempos esses mitos foram expressos através de uma extensa coleção 
de narrativas, que constituem a literatura grega e também na representação de 
outras artes, como a pintura da Grécia Antiga e a cerâmica de figuras 
vermelhas.[3] Inicialmente divulgados em tradição oral-poética,[4][5] atualmente esses 
mitos são tratados apenas como parte da literatura grega.[6] Essa literatura abrange 
as mais conhecidas fontes literárias da Grécia Antiga: os poemas 
épicos Ilíada e Odisseia (ambos atribuídos a Homero e que focam sobre os 
acontecimentos em torno da Guerra de Troia, destacando a influência de deuses e 
de outros seres), e também a Teogonia e Os Trabalhos e os Dias, ambos 
produzidos por Hesíodo.[7] 
Os mitos também estão preservados nos hinos homéricos, em fragmentos de 
poemas do Ciclo Épico, na poesia lírica, no âmbito dos trabalhos das tragédias 
do século V a.C., nos escritos de poetas e eruditos do período helenístico e em 
outros documentos de poetas do império Romano, como Plutarco e Pausânias. A 
principal fonte para a pesquisa de detalhes sobre a mitologia grega são as 
evidências arqueológicas que descobrem e descobriram decorações e outros 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-sacconimitologia-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ritual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-2
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_criaturas_mitol%C3%B3gicas_gregas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_da_Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica_de_figuras_vermelhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica_de_figuras_vermelhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o_oral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-4
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-6
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_%C3%A9pica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_%C3%A9pica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%ADada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Odisseia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Troia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teogonia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Trabalhos_e_os_Dias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-BritanGrek-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hinos_hom%C3%A9ricos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_%C3%89pico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_l%C3%ADrica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Plutarco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paus%C3%A2nias_(ge%C3%B3grafo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Decora%C3%A7%C3%A3o
Página 4 de 75 
 
 
 
artefatos, como desenhos geométricos em cerâmica, datados do século VIII a.C., 
que retratam cenas do ciclo troiano e das aventuras de Hércules. Sucedendo os 
períodos Arcaico, Clássico e helenístico, Homero e várias outras personalidades 
aparecem para completar as provas dessas existências literárias.[7] 
A mitologia grega tem exercido uma grande influência na cultura, nas artes e na 
literatura da civilização ocidental e permanece como parte da herança e da 
linguagem do Ocidente.[8] Poetas e artistas desde os tempos antigos até o presente 
têm se inspirado na mitologia grega e descoberto que os temas mitológicos lhes 
legam significado e relevância em seu contemporâneo.[9] 
Seu patrimônio também influina ciência, como no caso dos nomes dados 
aos planetas do Sistema Solar em estudos teóricos, acadêmicos, psicanalíticos, 
antropológicos e muitos 
outros,[10][11][12][13] além de nos dias de hoje tradições neo-pagãs como 
a Wicca serem influenciadas por ela e outras como o dianismo, a Stregheria e 
principalmente o dodecateísmo (ou neopaganismo helênico) tenham tentado 
resgatar suas crenças. 
 
Num contexto acadêmico, a palavra "mito" significa basicamente 
qualquer narrativa sacra e tradicional, seja verdadeira ou falsa.[14][15] O sufixo "-logia", 
derivado do radical grego "logo",[16][17] representa campo de estudo sobre um 
assunto em particular.[17] Com a junção de ambos os termos, "mitologia grega" seria, 
basicamente, o estudo dos mitos gregos, ou seja, os que fazem parte da cultura da 
Grécia.[1] Sendo assim, o termo não só alude ao estudo dos mitos como também aos 
próprios mitos. Como escreve o professor e escritor português Carlos Ceia, "termo 
de dupla significação, indica, por um lado, o conjunto dos mitos ou narrativas míticas 
relativas a seres sobrenaturais, fantásticos ou de valor super humano e, por outro 
lado, o estudo ou interpretação dos mitos."[18] 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9rcules
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_arcaico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-BritanGrek-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_ocidental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidental
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-UolEdGregOci-8
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Planeta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Solar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acad%C3%AAmico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psican%C3%A1lise
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-madness-10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-madness-10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-12
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-12
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neopaganismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wicca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dianismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stregheria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dodecate%C3%ADsmo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Narrativa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sagrado_(religi%C3%A3o)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tradi%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-14
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-14
https://pt.wiktionary.org/wiki/-logia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-16
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-16
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-TeraNicola209-17
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-sacconimitologia-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Ceia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Carlos_Ceia-18
Página 5 de 75 
 
 
 
 
Hércules e Atena 
Cerâmica grega antiga, 480–470 a.C. 
 
As dafnefórias. Eram um festival dedicado a Apolo celebrado pelos gregos a cada 
nove anos, em Tebas,Beócia.[19]Óleo sobre tela de Frederic Leighton, 1876 
 
 
É um termo crítico moderno e, portanto, os próprios gregos e romanos antigos não 
se referiam a suas crenças como "mitos" ou "mitologia", mas como religião (ver 
capítulo Interpretação), o que ainda hoje em dia ocorre com os neopaganistas 
helênicos, embora estes vivam um acontecimento moderno diferente de resgate e 
preservação e mesmo certos grupos de adeptos entendam o papel dos mitos 
como arquétipos ou símbolos (ver seção Neopaganismo e resgate).[1] 
Para mais informações sobre o histórico de interpretação dos mitos gregos, dirija-se 
até as sub-seções: Concepções greco-romanas einterpretações modernas. É 
importante ressaltar que, nesse artigo, as palavras "mitologia" e "mito" são usadas 
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9rcules
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atena
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tebas_(Gr%C3%A9cia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Be%C3%B3cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-19
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frederic_Leighton
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#Introdu.C3.A7.C3.A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dodecate%C3%ADsmo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dodecate%C3%ADsmo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arqu%C3%A9tipo
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#Influ.C3.AAncia.23Neopaganismo_e_resgate
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-sacconimitologia-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#Concep.C3.A7.C3.B5es_greco-romanas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#Interpreta.C3.A7.C3.B5es_modernas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Athena_Herakles_Staatliche_Antikensammlungen_2648.jpg
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:1876_Frederic_Leighton_-_Daphnephoria.jpg
Página 6 de 75 
 
 
 
para as narrativas tradicionais e sagradas das culturas clássicas, sem qualquer 
implicação de que esta ou aquela seja verdadeira ou falsa.[1] 
 
2.1 - Mito e sociedade 
A mitologia grega era assunto principal nas aprendizagens das crianças da Grécia 
Antiga, como meio de orientá-las no entendimento de fenômenos naturais e em 
outros acontecimentos que ocorriam sem o intermédio dos homens.[20] Os gregos 
antigos atribuíam a cada fenômeno natural uma criatura ou deus diferente.[21] Certos 
estudiosos modernos dizem que, quando passaram a inventar meios de calcular o 
tempo e quando criaram mecanismos de datação como o calendário, seus mitos 
declinaram (ver seção Declínio logo abaixo).[21] Os poetas atribuíam esses estados 
térmicos, como também as relações e as características humanas, aos deuses e a 
outras histórias lendárias, e elas serviram durante um bom tempo como cultos 
ritualísticos na sociedade da Grécia antiga.[20] 
Além das crianças serem educadas através dos mitos, as famílias aristocráticas da 
Grécia, assim como os reis, e também profissionais, como os médicos, possuíam a 
tradição de se ligarem genealogicamente a antepassados míticos, geralmente 
divinos, ou até mesmo heroicos.[20] Os comerciantes também cultuavam deuses, 
como Hermes, sempre em tentativa de deixá-lo satisfeito e assim conseguir bons 
resultados em suas vendas.[22] Além de serem habituados aos sacrifícios de animais 
e às orações, os gregos antigos adotavam um deus particular ou um grupo deles 
para sua cidade, e os cidadãos construíam templos e o(s) venerava(m). Essas 
cidades não possuíam qualquer organização religiosa oficial, mas honravam os 
deuses em lugares determinados, como Apolo exclusivamente em Delfos.[23] 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-sacconimitologia-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregIntro-20
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Marilena200537-21
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#Decl.C3.ADnio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Marilena200537-21
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregIntro-20
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genealogia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregIntro-20
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-22
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacrif%C3%ADcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ora%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apolo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Delfos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-MonteOlimpoAdoraCren-23
Página 7 de 75 
 
 
 
 
Mulher ajoelhada diante de um altar. Cerâmica de figuras vermelhas,ca. 510-500 
a.C. Antigo Museu Ágora de Atenas 
 
Muitos festivais religiosos eram realizados na Grécia antiga. Alguns eram 
especificadamente dedicados a uma deidade particular ou cidade-estado. 
A Lupercália, por exemplo, era comemorada na Arcádia e dedicada a Pã. Existiam 
também os jogos que eram realizados anualmente em locais diferentes, e que 
culminaram nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, realizados a quatro anos e 
dedicados a Zeus. Os gregos, frequentemente, encontravam desígnios dos deuses 
em muitas características da natureza. Os adivinhos, por exemplo, acreditavam 
haver mensagens divinas contidas no voo das aves e nos sonhos. Nas cidades, os 
oráculos — locais sagrados — eram usados por um sacerdote que, tomado 
por êxtase ou loucura divina, servia de intermédio entre o diálogo de um fiel e seu 
deus de adoração.[24] 
Nas primeiras eras em que a recente filosofia vivia ao lado da tradicional mitologia, 
para o povo grego a sabedoria plena e completa pertencia aos deuses, mas os 
homens poderiam desejá-la e amá-la, tornando-se filósofos (philo= amizade, amor 
fraterno, respeito; sophia= sabedoria).[25] 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica_de_figuras_vermelhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora_de_Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luperc%C3%A1lia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arc%C3%A1dia
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_Ol%C3%ADmpicos_da_Antiguidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Or%C3%A1culo
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Axtase
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregMitoReli-24
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabedoria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fil%C3%B3sofo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-OlhoMundoTrabalho-25
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AGMA_Kylix_femme_autel.jpg
Página 8 de 75 
 
 
 
 
 
2.2 - Mito e religião 
 
 
Cena de sacrifício grego Cerâmica de figuras vermelhas do século V a.C. Museu 
Arqueológico de Espanha. 
 
É preciso haver um esclarecimento acerca da diferença entre mito e religião. Hoje, 
todas as mitologias de todos os povos são entendidas como conjunto de crenças 
enraizadas em relatos modernamente tidos como fictícios e imaginados pelos 
poetas, enquanto a religião propõe-se a criar rituais ou práticas com a finalidade de 
estabelecer vínculos com a espiritualidade.[20] 
 
"Mitologia" é um termo indiscutivelmente técnico e moderno e nunca utilizado pelos 
próprios gregos ou romanos.[24] Seus cultos compreendiam uma religião politeísta da 
qual os especialistas de hoje agrupam no que se chama "mitologia grega", 
analisando as narrativas poéticas como legados da literatura antiga, ao passo que 
os próprios gregos, sobretudo antes da fama da filosofia, acreditavam serem reais. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o_na_Gr%C3%A9cia_Antiga#Sacrif.C3.ADcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica_de_figuras_vermelhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Arqueol%C3%B3gico_de_Espanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Arqueol%C3%B3gico_de_Espanha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritualidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregIntro-20
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregMitoReli-24
https://pt.wikipedia.org/wiki/Polite%C3%ADsmo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bell-krater_sacrifice_scene_MAN_n2.jpg
Página 9 de 75 
 
 
 
Pode-se dizer que "mito" é todo o conjunto que nós compreendemos hoje o que em 
suas épocas os gregos chamavam "religião".[20] 
 
 
Para ficar mais claro, podemos dizer que os textos sacros dos gregos são o que 
chamamos agora de mitologia ou literatura da Grécia antiga. 
A Teogonia e Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo, a Ilíada e 
a Odisseia de Homero e as Odes de Píndaro estão entre as obras que os gregos 
consideravam sacros. Estes são os principais textos que foram considerados 
inspirados pelos deuses e geralmente incluem no prólogo uma invocação 
às musas para que elas auxiliem o trabalho do poeta.[26] 
Os gregos faziam cultos os deuses do Olimpo, realizados em templos comuns ou 
em altares e, também, culto aos heróis históricos, realizados em suas 
respectivas tumbas.[24] Dedicados a um deus ou a um herói, os templos, decorados 
com esculturas (de deuses ou heróis) em relevo entre o teto e o topo das colunas, 
eram constituídos de pedras nobres como o mármore, usadas no alto da 
acrópole.[27] Os antigos teatros gregos, também, eram construídos para determinada 
figura mitológica, deuses ou heróis, como o teatro de Dioniso no Santuário de Apolo 
em Delfos.[28] 
Além da religião ter sido praticada através de festivais, nela se acreditava que os 
deuses interferiam diretamente nos assuntos humanos e que era necessário 
acalmá-los por meio de sacrifícios.[24] Estes rituais de sacrifício desempenharam um 
papel importante na formação da relação entre o homem e o divino.[29] Um dos 
conceitos mais importantes quanto a moral para os gregos era o medo de 
cometer húbris (arrogância), o que constitui muitas coisas, do estupro à profanação 
de um cadáver.[30][31] 
 
A mitologia grega é conhecida nos dias de hoje através da literatura grega e de 
expressões artísticas visuais como a cerâmica grega que datam do Período 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregIntro-20
https://pt.wikipedia.org/wiki/Texto_sagrado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teogonia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Trabalhos_e_os_Dias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%ADada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Odisseia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Odes
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%ADndaro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Musa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-26
https://pt.wikipedia.org/wiki/Olimpo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Templo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Altar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tumba
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregMitoReli-24
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coluna
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rmore
https://pt.wikipedia.org/wiki/Acr%C3%B3pole
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-TemploArquitet-27
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_na_Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dioniso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Delfos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-28
https://pt.wikipedia.org/wiki/Festival
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sacrif%C3%ADcio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-GregMitoReli-24
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%BAbris
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estupro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-30
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-30
https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica_grega
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Geométrico[nota 1]em diante. O objetivo deste capítulo é entender como nós, 
contemporâneos, tivemos a oportunidade de arrecadar hoje em dia informações tão 
antigas quanto são os mitos gregos.[32] 
 
2.3 - Fontes literárias 
A narração mítica desempenhou um papel importante em quase todos os gêneros 
da literatura grega. No entanto, o único manual mitográfico que sobreviveu da Grécia 
Antiga foi a famosa Biblioteca Mitológica, do escritor denominado Pseudo-
Apolodoro,[33] que tenta conciliar os contos contraditórios dos poetas e fornece um 
resumo da mitologia grega e suas lendas históricas.[34] O verdadeiro Apolodoro viveu 
entre c. 180-120 a.C., escreveu sobre muitos destes temas e seus escritos podem 
ter formado a base para a coleção dessa obra, porém a Biblioteca aborda eventos 
que ocorreram muito tempo após sua morte,daí o nome Pseudo-Apolodoro.[34] 
 
Ilíada 
Livro VIII, linhas 245-53, manuscrito grego, final do século V e começo do VI 
 
Entre as fontes literárias da primeira era, destacam-se os dois poemas 
épicos de Homero – Ilíada e Odisseia. Completando esse ciclo épico, temos escritas 
de poetas cujos documentos foram perdidos ao longo do tempo. Apesar da sua 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-32
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-F.Graf-33
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biblioteca_(obra_liter%C3%A1ria)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pseudo-Apolodoro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pseudo-Apolodoro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-34
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-HardRoutled-35
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apolodoro_de_Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-HardRoutled-35
https://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%ADada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poema_%C3%A9pico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poema_%C3%A9pico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Il%C3%ADada
https://pt.wikipedia.org/wiki/Odisseia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Iliad_VIII_245-253_in_cod_F205,_Milan,_Biblioteca_Ambrosiana,_late_5c_or_early_6c.jpg
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denominação tradicional, os Hinos homéricos, hinos em coral da primeira fase da 
então-denominada poesia lírica,[35] não possuem relação alguma com 
Homero.[36] Hesíodo, possível contemporâneo de Homero, produziu Teogonia, o 
documento mais recente sobre mitos gregos, que elabora a genealogia dos deuses 
e explica a origem dos titãs e dos gigantes. 
 
Os Trabalhos e os Dias, também de Hesíodo, é um poema didático sobre a vida da 
agricultura que apresenta os mitos de Pandora e da era dos homens. O poeta dá 
conselhos sobre a melhor maneira de ter sucesso em um mundo perigoso tornado 
ainda mais arriscado por esses deuses.[7] Os Trabalhos e os Dias também apresenta 
o mito de Prometeu, que, mais tarde, constituiu na base de uma trilogia de tragédias, 
possivelmente iniciada por Ésquilo, que são: Prometeu Acorrentado, Prometeu 
Desacorrentado e Prometeu, o Condutor do Fogo.[nota 2] 
Os poetas líricos direcionaram por vezes seus temas aos mitos, todavia esse 
tratamento ficou cada vez menor, enquanto que suas alusões à narrativa cresceu. 
Os poetas líricos gregos, como Píndaro e Simónides de Ceos, e os poetas 
bucólicos, incluindo Teócrito, forneceram incidentes mitológicos individuais. Além 
disso, o mito foi tema central no drama Ateniense: os dramaturgos 
trágicos Eurípides, Sófocles e Ésquilo produziram seus enredos envolvendo a era 
heroica e a Guerra de Troia. Muitas das grandes históricas trágicas (ou 
seja, Agamenão e seus filhos, Édipo, Jasão e Medeia, etc.) Trouxeram em sua 
forma clássica estas peças trágicas.[37] 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hinos_hom%C3%A9ricos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_l%C3%ADrica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Miles-36
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-greciaantigahinoshomericos-37
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADodo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teogonia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Genealogia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gigantes_(mitologia_grega)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Trabalhos_e_os_Dias
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandora
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-BritanGrek-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89squilo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu_Acorrentado
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-38
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%ADndaro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%B3nides_de_Ceos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Te%C3%B3crito
https://pt.wikipedia.org/wiki/Drama
https://pt.wikipedia.org/wiki/Atenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eur%C3%ADpides
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3focles
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89squilo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Troia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agamen%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89dipo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jas%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medeia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Klatt-39
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O poeta romano Virgílio, aqui retratado no manuscrito do século XV Vergilius 
Romanus, preservou muitos detalhes da mitologia grega em suas composições 
 
Os historiadores Heródoto e Diodoro Sículo, e os geógrafos Pausânias e Estrabão, 
que viajaram ao redor do mundo grego e anotaram as histórias que ouviram, 
forneceram numerosos mitos locais, apresentando diversas vezes versões 
alternativas pouco conhecidas dos mitos.[37] Heródoto, especialmente, procurou as 
várias tradições apresentando e encontrando as raízes históricas ou mitológicas no 
conflito entre a Grécia e o Oriente. Heródoto procurou conciliar as origens e a 
mistura de diferentes conceitos culturais.[38] 
A poesia das eras helenística e romana, que embora tenha sido composta mais 
como literatura do que um exercício de culto aos mitos, contém muitos detalhes 
importantes que de outra forma seriam perdidos. Essa categoria inclui: os poetas 
romanos Ovídio,Sêneca e Virgílio; os poetas gregos da Antiguidade tardia: Antonino 
Liberal e Quinto de Esmirna; os poetas gregos do período helenístico: Apolónio de 
Rodes, Calímaco, Eratóstenes e Partênio.[39] 
Em contrapartida com o gênero lírico, os escritores em 
prosa Apuleio, Petrônio, Longo e Heliodoro também fazem referências mitológicas 
em períodos semelhantes ao dos poetas citados acima.[40] Além disso, a Fábulas e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Virg%C3%ADlio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vergilius_Romanus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vergilius_Romanus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Her%C3%B3doto
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diodoro_S%C3%ADculo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paus%C3%A2nias_(ge%C3%B3grafo)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrab%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-Klatt-39
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-40
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roma_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ov%C3%ADdio
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%AAneca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Virg%C3%ADlio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antiguidade_tardia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonino_Liberal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonino_Liberal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinto_de_Esmirna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Per%C3%ADodo_helen%C3%ADstico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apol%C3%B3nio_de_Rodes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apol%C3%B3nio_de_Rodes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cal%C3%ADmaco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Erat%C3%B3stenes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Part%C3%AAnio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-MitoFontes-41
https://pt.wikipedia.org/wiki/Apuleio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B4nio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Longo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heliodoro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-42
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:RomanVirgilFolio014rVergilPortrait.jpg
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a Astronômica, ambas atribuídas ao escritor romano Higino, são duas composições 
não-poéticas importantes como fontes literárias.[39] As obras Imagens e descrições, 
de Filóstrato e Calístrato (respectivamente), também se mostram úteis para o estudo 
dos mitos gregos. 
Finalmente, vários autores bizantinos, como Arnóbio, João Tzetzes, Hesíquio de 
Alexandria, Eustácio de Tessalônica e o autor dasuda, providenciaram importantes 
detalhes dos mitos, derivados em grande parte de fontes gregas completamente 
perdidas. Importante notar, no entanto, que a atitude bizantina é a de 
frequentemente abordar os mitos sob uma perspectiva moral cristã. 
 
2.4 - Fontesarqueológicas 
 
Aquiles (esq.) Mata um prisioneiro de Troia diante de Caronte 
Pintura-vermelha etrusca, realizada no fim do século IV e início do século III a.C. 
 
 
A descoberta da civilização micênica pelo arqueólogo amador alemão Heinrich 
Schliemann no século XIX, e a descoberta da Civilização Minoica em Creta pelo 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Higino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-MitoFontes-41
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fil%C3%B3strato
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cal%C3%ADstrato&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bizantino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arn%C3%B3bio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Tzetzes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADquio_de_Alexandria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hes%C3%ADquio_de_Alexandria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eust%C3%A1cio_de_Tessal%C3%B4nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Suda
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquiles
https://pt.wikipedia.org/wiki/Troia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caronte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Registro_de_pintura_vermelha_em_cer%C3%A2mica_grega
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etruscos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Micenas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arque%C3%B3logo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Schliemann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Schliemann
https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o_Minoica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Creta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Akhilleus_Charun_Cdm_Paris_2783_full.jpg
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arqueólogo britânico sir Arthur Evans no século XX, ajudaram a esclarecer muitas 
dúvidas a respeito dos épicos de Homero e outras questões da mitologia, como as 
crenças em deuses e em heróis. A evidência sobre os mitos e os rituais nos sítios 
arqueológicos das civilizações micênica e minoica é inteiramente monumental, uma 
vez que a linear B (método de escrita antigo, encontrado em Creta e na Grécia 
continental) era usada principalmente para o registro de inventários, embora os 
nomes de deuses e de heróis tenham sido dificilmente revelados.[7] 
Schliemann começou seu trabalho em 1870, com o intuito de averiguar se as 
histórias que ouvia de seu pai quando criança, a respeito dos épicos homéricos, 
eram verdadeiras; numa madrugada, juntamente com sua esposa, conseguiu 
encontrar dois diademas de ouro, 4 066 plaquetas, 16 estatuetas, 24 colares de 
ouro, anéis, agulhas, pérolas (total de 8 700 artefatos) e pesquisas posteriores 
deixaram certezas de que a mítica cidade de Troia existiu no local há milênios. 
Existem desenhos geométricos em cerâmica datados do século VIII a.C. Que 
retratam o Ciclo de Troia, como também as aventuras de Hércules.[7] Por dois 
motivos, essas representações visuais dos mitos possuem enorme importância: em 
primeiro lugar, muitos mitos gregos foram comprovados em desenhos de vaso antes 
do que na literatura escrita – das doze elaborações sobre Hércules, por exemplo, 
somente a aventura de Cérbero é apresentada pela primeira vez em um texto 
literário[46] – e, em segundo lugar, as fontes visuais muitas vezes fornecem cenas 
míticas que não são apresentadas em quaisquer fontes literárias existentes. Em 
alguns casos, a primeira representação conhecida de um mito na arte geométrica 
antecede, em questão de muitos anos e séculos, a sua primeira aparição conhecida 
na poesia arcaica.[32] Nos períodos arcaico (750–c. 500 a.C.), clássico (480–323 
a.C.), e helenístico, Homero e várias outras personalidades surgem para completar 
as evidências literárias da existência da mitologia grega.[32] 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Evans
https://pt.wikipedia.org/wiki/Arqueologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linear_B
https://pt.wikipedia.org/wiki/Invent%C3%A1rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-BritanGrek-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Diadema
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Plaqueta_(arqueologia)&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estatueta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colar
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anel_(ourivesaria)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Agulha
https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A9rola
https://pt.wikipedia.org/wiki/Troia
https://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9rcules
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-BritanGrek-7
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vaso_(objeto)
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rbero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-48
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-F.Graf-33
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega#cite_note-F.Graf-33
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3 - Filosofia pré-socrática 
 
Vários foram os pré-socráticos e os estudiosos mas os separamos em escolas: 
 
3.1 - Escola Jônica 
 
Tales de Mileto: Para este solteirão a água era o elemento principal de todas as 
coisas, e assim sua origem. Ele também, entre outras concepções, percebia em 
“Deus” a inteligência que regia todo o universo, para ele Deus é o “começo e o fim”. 
 
Anaxímandro de Mileto: Escreveu três livros sobre a natureza. Criou a ideias de um 
elemento indeterminado, que daria forma a tudo. Ele também produziu uma certa 
ideias de evolução entre as espécies. 
 
Anaxímenes de Mileto: Para ele o ar era o elemento principal. Tudo vinha do ar e 
no ar tudo se resolvia. 
 
3.2 - Escola Jônica Nova 
 
Heráclito de Éfeso: para ele o fogo era o elemento de principal constituição de toda 
a natureza. Para ele “tudo flui e nada permanece”. Também afirmava que os 
homens e os deuses têm a mesma natureza, pois seriam sujeitos às mesmas regras 
cósmicas, que chamava de Lógus. 
 
Empédocles de Agrigento: Elegeu a água, o ar, o fogo e a terra como as “raízes” 
da natureza, às quais eram disputadas por duas forças opostas, o amor e o ódio. 
Tentou também atribuir lógica à idéia evolucionista ao aplicar certo pensamento de 
seleção do mais apto. 
 
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Anaxágoras de Clazomena: Para ele todos os corpos são compostos por partículas 
homogêneas que são ordenadas por uma partícula inteligente: o “nous”. Os astros 
são rochas incandescentes e não deuses. 
 
3.3 - Escola Pitagórica 
 
Eram influenciados pelas religiões orientais. 
 
Pitágoras de Samos: junto de seus seguidores, principalmente de Filolau de 
Crotona, estabeleceram ideias sobre o movimento da Terra sobre o próprio eixo, 
sobre os números, sobre a vivência diária em comunidade, dentre outras coisas. 
Matemática, astronomia e as ciências de forma geral faziam parte da filosofia 
pitagórica. Para eles o mestre tinha um papel preponderante, como se fosse alguém 
“inspirado”. A matéria é má e o espírito é bom. O espírito se aperfeiçoa no contato 
com a matéria, que geraria sofrimento, castigo. Trazem certa ideia de reencarnação. 
 
3.4 - Escola Eleática 
 
Xenófones: Para ele a natureza é ordenada pelo “Ser”, que para ele é Uno, Eterno, 
Imutável, Infinito, é Deus. Este Ser, porém não se parecia com os homens, ao 
contrário das ideias mitológicas, ele era na verdade “tudo”. 
 
Parmênides de Eléia: para ele o ser é objeto da inteligência, tal qual o sentir é 
objeto do sentido. O “ser” se opõe ao “nada”. Tudo teria origem no quente e no frio, 
que seriam fogo e terra. 
 
Zenão de Eléia: Era um sofista, para ele o “ser” era imutável. Assim como 
Parmênides, ele defendia o ser como objeto específico da inteligência. 
 
 
 
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3.5 - Escola Atomista 
 
Leocipo é o fundador, criou um profundo sistema de ideias. 
 
Demócrito: sua obra principal foi “Mega diacósmus”. Não são forças opostas que 
geram as coisas. Apenas existem os átomos, partículas imutáveis e indivisíveis, que 
movem-se no vazio formando todas as coisas. Existe apenas átomos e vazio. Este, 
porém, não é um materialismo propriamente mecanicista, pois não parte de uma 
explicação científica, e sim de uma especulação filosófica. 
 
3.6 - Escola Sofista 
Eram chamados de “Filósofos céticos” e Sócrates oscriticava por receberem 
salários. Deram proeminência a temas como: 
- Conhecimento; 
- Lógica; 
- Linguagem; 
- Moral; 
- Política; 
Tiraram, assim o foco das especulações acerca da natureza. 
 
Protágoras: é um dos protagonistas da lógica. Para ele não existiam leis naturais 
para a vida e para a sociedade. São conveniências e poderes dos mais fortes que 
prevalecem. 
 
Gorgias: Era relativista e sensista. Acreditava na mutabilidade de tudo. Para ele “o 
ser não existe”. 
 
Antifon de Atenas: Para ele as leis humanas podem ser transgredidas, mas as leis 
naturais não. 
 
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Pródicos de Ceos: Falava de “virtude”, como pré-requisito para os bens da vida. 
Desmistificava os deuses. 
 
4 - Período Socrático 
 
 
Morte de Sócrates, obrigado a beber cicuta, veneno letal. 
 
 
Sócrates: Era um homem simples de Atenas, foi soldado e político. Por fim foi 
condenado à morte por suas posturas contra ideias tradicionais. Nada escreveu, 
tudo que sabemos foi-nos passado por Xenofonte, Platão e Aristóteles. 
Para ele: 
- a inteligência era específica e não sensorial; 
- a alma era substancial, espiritual, preexistente e eterna; 
- Deus existia, mas não era como os homens, divergindo da mitologia; 
- O foco estava nas questões morais e não na natureza. Antes de mais nada o 
homem precisava conhecer-se; 
- Haviam ideias inatas que poderiam ser redescobertas através da maiêutica, 
método para ensinar através de perguntas; 
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- Ética é a arte de agir para o bem. 
 
Platão (discípulo de Sócrates) 
 
 
Imagem de Michelangelo, 1512. 
 
Ele era Intelectualista, racionalista radical, politicamente absolutista. Acreditava na 
dualidade alma-espírito e nas ideias inatas, que teriam origem em vidas passadas. 
Defendia o universalismo arquétipo e via a ciência como a redescoberta das ideias 
inatas por meio dos sentidos. Acreditava também na existência de um Deus infinito. 
 
Desenvolveu também uma trilogia a acerca da realidade. Acreditava que existia o 
campo das Ideias Arquétipas, o Demiurgo (Deus, o artista) e a matéria eterna. O 
artista divino projeta as coisas no campo das ideias arquétipas e as materializa na 
matéria eterna. Deus é quem põe para funcionar o motor do universo, gerando as 
primeiras ações que geraram todas as outras em cadeia. 
 
Politicamente Platão aceitava a desigualdade conforme a capacidade a não 
conforme o nascimento. 
 
Aristóteles de Pela - É o responsável pela formalização do pensamento lógico. 
Dividiu as operações mentais em três: Ideia, Juízo e Raciocínio. Desenvolveu 
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também a teoria da potência: “das coisas não existentes, algumas existem em 
potência, por não existirem em atos.” Politicamente tolerava a escravidão, 
argumentando que alguns indivíduos seriam destinados naturalmente para isto, 
devido a sua incapacidade para atividades intelectuais. 
 
5 - Filosofia Helênico Romana 
 
Trata-se do período pós-socrático da filosofia da Idade Antiga. Foram muitas as 
mudanças que ocorreram com o crescimento do Império Romano. Este dominou 
praticamente todo o mundo da época, gerando um caldeirão de culturas e ideias. A 
cultura grega, porém, teve espaço especial no mundo romano que surgia. 
 
Desde o final de período da filosofia socrática (IV a.C.) até cerca de II d.C. 
desenvolveram-se de forma mais ou menos linear algumas escolas bastante 
inspiradas nas escolas pré-socráticas e socráticas. Epicurismo e estoicismo, ao lado 
do crescimento do cristianismo parecem as grandes novidades deste período. 
Haviam também os Cínicos, que seriam os anarquistas da antiguidade, pois eram 
contra qualquer forma de distinção pó sexo, raça, classe e ainda desacreditavam 
das instituições. 
 
Os epicureus eram chamados de “filósofos do jardim”, pois reuniam-se em um jardim 
que no portal de entrada tinha a seguinte inscrição: “forasteiro, aqui te sentirás bem, 
aqui o bem supremo é o prazer.” Esse era o foco do ensinamento dos epicureus: é 
possível afastar o sofrimento e o medo: aproveitar a vida, vivendo sem sofrer. 
Epícuro Também ensinava a “viver em reclusão”, ou seja, em meio a correria da 
sociedade dizia que as pessoas deveriam afastar-se de tudo e aproveitar a vida. 
 
Outro enfoque de seus ensinamentos era a ideia de não preocupar-se com os 
deuses, ou com os possíveis castigos dos mesmo, pois para ele a vida terminava 
por aqui mesmo, não estendendo-se ao pós-morte. Isso, ele justificava pela teoria do 
átomo, desenvolvida por Demócrito, pela qual o menor elemento fundamental de 
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todas as coisas é o átomo, que constituiria tudo. Segundo Epícuro, quando 
morremos o que ocorre na verdade é o desmonte de nossos átomos que espalham-
se para dar origem a outras coisas. Inclusive, para ele, os átomos da alma também 
se espalham. 
 
Já os estóicos, acreditavam que cada pessoas era um mundo em miniatura, um 
mini-cosmos. Todos fazem parte de um todo harmônico (Kosmos), que se completa. 
Para eles o universo é um deus, que se ordena sozinho, e o homem, também divino, 
faz parte desse todo. 
 
Não há espírito, alma, matéria, tudo é uma coisa só, na concepção estóica. Para 
eles é preciso viver liberto do luxo, em harmonia com o universo, para poder se 
suportar em paz os sofrimentos, que seriam inevitáveis à vivência. Os estóicos 
buscavam da relação com o outro e com o todo, através de suas ações e sua ética, 
alcançar uma vida boa. 
 
Estas duas linha filosóficas já eram bastante conhecidas em todo território de 
domínio romano quando do surgimento do cristianismo. Talvez um dos primeiros 
encontros entre filósofos destas duas linhas e pregadores cristãos seja o que está 
relatado no Livro de Atos, na Bíblia, quando o apóstolo Paulo vai a Atenas e começa 
a ensinar em uma praça, sendo contrariado dos defensores destas duas linhas que 
ali debatiam entre si há tempos. 
 
6 - Filosofia Cristã – Patricismo e Escolástica 
 
6.1 - Santo Agostinho (354-430). 
O cristianismo estava consolidado nessa época: embora tivesse apenas 
quatrocentos anos, era considerado a verdade irrefutável. Apesar disso, Santo 
Agostinho, que nasceu no norte da África, numa cidade chamada Tagaste, nem 
sempre foi cristão. Fez os primeiros estudos na cidade natal e, com a ajuda de um 
amigo, foi para Cartago, aos dezesseis anos, completar os estudos superiores. Não 
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foi um bom aluno. Na juventude, detestava estudar grego. Interessou-se por filosofia 
ao ler uma obra de Cícero. 
Quando criança era cristão, mas depois passou por outras religiões, como a dos 
maniqueus, que formavam uma seita e dividiam o mundo entre o bem e o mal, 
trevas e luz, espírito e matéria. Acreditavam que com o seu espírito, o homem pode 
transcender a matéria. O maniqueísmo contém uma visão dualista radical, bem e 
mal são tomados como princípios absolutos. Posteriormente, Agostinho combateu 
essa doutrina, que foi criada por Manes. De início ele recusava a ler a Bíblia, por 
considerá-la vulgar. Teve um caso de amor, envolto em paixões mundanas, e 
nasceu um filho, que falecido ainda adolescente. Com vinte anos, perdeu o pai e 
ficou sendo o responsável pelo sustento de duas famílias. Foi professor de retórica 
em Cartago, mas depois mudou-se para Roma. Sua mãe foi contra a mudança e 
Agostinho teve de enganá-la na hora da viagem. De Roma foi para Milão, lecionar 
retórica. Muito influenciado pelos estóicos, por Platão e o neoplatonismo, também 
estava entre os adeptos do ceticismo. Abandonou o maniqueísmo, que critica. 
 
Converteu-se então à fé cristã, depois de conhecer a palavra do apóstolo Paulo, e 
batizou-se aos trinta e dois anos de idade. Desistiu do cargo de professor e voltou a 
Tagaste, onde fundou uma comunidade monástica, disposto a fundamentar 
racionalmente a fé, como foi comum na Idade Média. Mostrou que, sem a fé, a razão 
não é capaz de levar à felicidade.A razão, para Agostinho serve de auxiliar a fé, 
esclarecendo e tornando inteligível aquilo que intuímos. Ele tinha tomado contato 
com o pensamento neoplatônico onde a natureza humana contém parte da essência 
divina. Demonstrou que há limites para a racionalidade. Receberemos um saber que 
está além do natural. Com o cristianismo, uma luz inundou seu coração, sua alma 
encontrou a paz. Virou vigário aos trinta e seis anos, praticando a vida ascética. 
Santo Agostinho escreveu Contra os Acadêmicos, direcionado à filosofia cética e 
expôs a teoria de que os sentidos dizem algo verdadeiro. O erro provém do juízo 
que fazemos das sensações, e não delas próprias. A sensação não é falsa, o que é 
falso é querer ver nelas uma verdade externa ao próprio sujeito. Virou Bispo de 
http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml
http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml
http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml
http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml
http://www.consciencia.org/santo_agostinho.shtml
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Hipona. Agostinho ficou conhecido por “cristianizar” Platão, fazendo vários paralelos 
entre a parte espiritualista dele (que diz existir um mundo transcendente) e as 
Sagradas Escrituras. Faz a distinção entre o corpo, sujeito à sorte do mundo, e a 
alma, que é atemporal, e com a qual se pode conhecer Deus. Antes de Deus ter 
criado o mundo a partir do nada as Ideias eternas já existiam na sua mente. Deus é 
a bondade pura. 
Ele já conhece o que uma pessoa vai viver antes dela viver. Assim, apesar da 
humanidade ter sido amaldiçoada depois do pecado original, alguns alcançarão a 
verdade divina, a salvação. Isso depende do uso que fazemos do livre arbítrio, a 
faculdade que o indivíduo tem de determinar de acordo com a sua própria 
consciência a sua conduta, livre da Divina Providência, enquanto está vivo. Seria o 
ato livre de decisão, de opção. Durante um diálogo, Agostinho chega a conclusão 
que o mal não provém de Deus, mas sim do mau uso do livre arbítrio. De fato, para 
ele não existe mal, apenas a ausência de Deus. (com isso ele refuta de vez a 
doutrina dos maniqueus). Essa teoria encontra-se no livro O livre arbítrio. 
Com uma vida errada, a alma fica presa ao corpo, porém a relação correta é a 
inversa. Os órgãos sensoriais sentem a ação dos elementos exteriores, a alma não. 
Deus é a fonte dos conhecimentos perfeitos e não o homem. A experiência mística 
leva à iluminação divina. Assim se chega às verdades eternas, e o intelecto então é 
capaz de pensar corretamente a ordem natural divina. A unidade divina é plena e 
viva, e guarda a multiplicidade. O amor de Deus é infinito. A graça e a liberdade 
complementam-se. 
Na obra a Cidade de Deus, Agostinho faz oposição entre sensível e inteligível, alma 
e corpo, espírito e matéria, bem e mal e ser e não ser. Acrescenta a história à 
filosofia, interpretando a história da humanidade como o conflito entre a Cidade de 
Deus, inspirada no amor à Deus e nos valores que Cristo pregou, presentes na 
Igreja, e a Cidade humana, baseada nos valores imediatos e mundanos. Essas 
cidades estariam presentes na alma humana, e no final a Cidade de Deus triunfaria. 
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Outra obra importante são as Confissões, que é autobiográfica. Essa obra faz dele 
um precursor de Descartes, Rousseau e o existencialismo. Acredita na verdade 
contida nos números, que fazem parte da natureza. 
 
6.1.1 - Algumas obras de Santo Agostinho: 
 Da Doutrina Cristã (397-426) 
Confissões (397-398) 
A Cidade de Deus (413-426) 
Da Trindade (400-416) 
Retratações 
De Magistro Conhecendo a si mesmo 
 
6.1.2 - Frases e Pensamentos de Santo Agostinho 
"Se dois amigos pedirem para você julgar uma disputa, não aceite, pois você irá 
perder um amigo. Porém, se dois estranhos pedirem a mesma coisa, aceite, pois 
você irá ganhar um amigo." 
"Milagres não são contrários à natureza, mas apenas contrários ao que entendemos 
sobre a natureza." 
"Certamente estamos na mesma categoria das bestas; toda ação da vida animal diz 
respeito a buscar o prazer e evitar a dor." 
"Se você acredita no que lhe agrada nos evangelhos e rejeita o que não gosta, não é 
nos evangelhos que você crê, mas em você." 
"Ter fé é acreditar nas coisas que você não vê; a recompensa por essa fé é ver 
aquilo em que você acredita." 
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"A pessoa que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar." 
"A confissão das más ações é o passo inicial para a prática de boas ações." 
"A verdadeira medida do amor é não ter medida." 
"Orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas 
não é sadio." 
 
6.2 - São Tomás de Aquino 
6.2.1 - Primeiros anos 
Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos 
sábios. Nasceu em março de 1225 no castelo de Roca-Sica, perto da cidade de 
Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu pai, conde de 
Landulfo d’Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino. Aí iria ser educado 
pelos sábios monges beneditinos, ordem religiosa fundada por Bento de Núrsia 
exatamente naquele local. 
Tomás fez com raro brilhantismo os primeiros estudos. Mais tarde frequentou a 
Universidade de Nápoles. Conheceu então os frades dominicanos, seguidores de 
Domingos de Gusmão, fundador da ordem dita dos pregadores. Tinha dezoito anos 
e resolveu fazer-se dominicano. Seus pais e irmãos ficaram decepcionados, pois 
Tomás era genial e tinha uma carreira fulgurante pela frente. Não queriam que ele 
fosse um frade de uma ordem mendicante. 
 
Como a família o importunasse no Convento de Nápoles, Tomás foi transferido para 
Paris. 
À força foi de lá retirado e trazido de volta ao castelo paterno. Tudo fizeram para lhe 
tirar da cabeça a ideia de ser padre. Nada o convencia: nem rogos, nem promessas 
de uma existência com tudo que uma família rica pode oferecer. 
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 6.2.2 - A tentação e a vitória 
 
Seus irmãos imaginaram armar-lhe uma cilada. Foi um plano realmente diabólico. 
Introduziram no seu quarto uma mulher bonita, charmosa, jovem, mas sem moral. 
Pensaram eles que Tomás não resistiria. Entregar-se-ia a ela. Desistiria de sua 
vocação eclesiástica. A provocação era de baixo nível. Grande a tentação. Ao entrar 
a moça no quarto, Tomás compreendeu que deveria agir sem demora. O perigo era 
iminente. Então ele que estava entregue a uma piedosa leitura, imediatamente se 
levantou. Arrancou um tição da lareira. Com ele na mão, como uma espada de fogo, 
pôs a mulher em fuga. 
A moça gritou e sumiu. Deve ter pensado que estava a lidar com um louco furioso 
agitando chamas, ameaçando, na aparência, deitar fogo à casa. Tomás, logo que 
ela saiu foi correndo até à porta, a fechou e a trancou. Num impulso natural 
esmurrou o tição incandescente na porta e traçou nela com o carvão um grande 
sinal da cruz. Jogou o que sobrou do carvão no fogo. Sentou-se de novo na sua 
cadeira e voltou a estudar. 
Após dois anos, sua mãe Teodora concordou em libertá-lo. Deixou-se seguir para o 
convento de Nápoles em 1245. Acompanhado pelo Superior Geral, João o 
Teotônico, Tomás partiu para Paris. Dali foi para Colônia na Alemanha. Foi discípulo 
de Santo Alberto Magno com o qual logo se afinou culturalmente. Os estudantes de 
Colônia eram ávidos de discussões filosóficas. Nelas Tomás tomava parte 
ativamente. 
Grande o proveito que tirou das sábias preleções de filosofia e teologia de Alberto 
Magno, cujos conhecimentos eram enciclopédicos. Com ele Tomás aprendeu que a 
verdadeira vida de um ser racional é fazer de sua inteligência uma ascensão 
contínua até chegar aos mais altos conhecimentos inteligíveis, atingindo a ciência da 
alma e a ciência de Deus. Ótimo discípulo, Tomás se distinguiu entre os colegas, 
obtendo fama pelo seu talento indiscutível. 
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6.2.3 - O boi mudo 
 
Tomás forados momentos de debates acadêmicos e das conversações atinentes a 
assuntos sérios, era calado, reservado. Além disto não apreciava perder tempo com 
conversas inúteis. Por isto um de seus colegas o chamou de “o boi mudo”. 
Este companheiro, certo dia, levou a Alberto Magno uns apontamentos de Tomás. 
Foi nesta ocasião que Alberto proferiu a frase que se tornou célebre, pois era uma 
profecia que se realizou: “Chamais Tomás de “o boi mudo”, mas vos asseguro que 
seus mugidos ouvir-se-ão por toda a terra”. De fato, até hoje são inúmeros os 
seguidores de Tomás de Aquino, chamados tomistas. 
 
Muito provavelmente foi porque deram a ele o apelido de “o boi mudo” que um dia os 
frades resolveram brincar com Tomás. Este estava, como sempre, andando no 
claustro, ou seja, no pátio interior do convento, meditando sobre profundos assuntos 
referentes a Deus. 
Alguém o chamou, dizendo: “Vem ver um boi voando”! Tomás, imediatamente, o 
acompanhou e se pôs a olhar para o alto ao som das gostosas gargalhadas de seus 
confrades. Estes então lhe perguntaram como, sendo tão inteligente, ele podia 
pensar que um boi estivesse voando. A resposta de Tomás foi uma lição 
maravilhosa: “Olhei porque deve ser mais fácil um boi voar do que um frade mentir”. 
Nunca mais brincaram com ele, respeitando seus instantes de funda reflexão. 
 
6.2.4 - Seus famosos escritos 
Em 1252 Tomás em Paris ensinava como bacharel. Segundo o método da época, 
deste modo poderia alcançar o título de mestre e doutor. Escreveu neste período 
comentários ao livro de Sentenças de Pedro Lombardo, obra composta entre 1150 
e 1152. Comentou também o Profeta Isaías e o Evangelho de São Mateus. 
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Passados quatro anos era doutor e escrevia a Suma contra os Gentios, na qual faz 
uma exposição da crença cristã para uso dos missionários. São quatro livros dos 
quais os três primeiros tratam de verdades acessíveis à razão e o quarto livro das 
verdades de fé propriamente ditas. 
Em 1268 iniciou a Suma Teológica, sua principal produção. Consta ela de três 
partes, subdivididas em questões e artigos. As duas primeiras partes datam dos 
anos de 1266 a 1272. A terceira, iniciada em 1272, ficou incompleta. Foi 
complementada pelo companheiro e amigo fiel de Tomás, Reginaldo de Piperno. 
Esta parte se chama Suplemento. 
Além destes trabalhos citados, Tomás escreveu inúmeras Questões como sobre a 
Verdade, a Alma, o Mal, a Beatitude e vários Opúsculos Filosóficos sobre assuntos 
diversos como O Ente a Essência, Sobre as Falácias. Deixou ainda comentários a 
respeito das obras de Aristóteles e outros escritos filosófico-sociais. 
 
6.2.5 - Morte Imprevista 
Quando Tomás de Aquino tinha cinquenta e três anos, a 7 de março de 1274, foi 
surpreendido pela morte no mosteiro cisterciense de Fossanova. Estava a caminho 
de Lião onde, por ordem do Papa Gregório X, iria participar do Concílio de Lião. 
Ainda no leito de morte encontrou forças para falar aos monges sobre o livro da 
Bíblia denominado Cântico dos Cânticos. 
 
Após seu falecimento ele entrou para a História com o título de Doutor Angélico, 
dada a culminância espiritual que atingiu e a perfeição de sua existência. 
 
Conta-se que certa ocasião, diante de um Crucifixo, Tomás ouviu de Jesus estas 
palavras: “Bem escrevestes sobre mim, Tomás, que prêmio quereis”? Respondeu 
ele: “Nada senão a Ti mesmo, Senhor”. Prestes a morrer pronunciou estas palavras, 
após receber a Eucaristia: “De ti, Senhor, me veio o preço da redenção da minha 
alma! Todos os meus estudos, vigílias e trabalhos foram por teu amor”. 
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Conta-se que naquele dia 7 de março de 1274 Alberto Magno que se achava em 
Colônia, na Alemanha, com lágrimas nos olhos comunicou aos frades: “O irmão 
Tomás de Aquino, meu filho em Cristo, luz da Igreja, morreu. Deus acaba de me 
revelar isto”. Teve, portanto, a longa distância a percepção do falecimento de seu 
discípulo exemplar. 
O corpo de Tomás de Aquino repousa na Catedral de Tolosa, na França. Foi 
declarado Santo pelo Papa João XXII que o canonizou em 1323. Paulo V em 1567 o 
declarou Doutor da Igreja e Leão XIII o proclamou em 1879 padroeiro de todas as 
escolas católicas. Venera-se sua memória a 28 de janeiro, dia em que seu corpo foi 
transladado para Tolosa, em 1369. 
 
6.2.6 - Ensinamentos de Tomás de Aquino 
Tomás de Aquino acentuou a diferença entre a Filosofia, que estuda todas as coisas 
pelas últimas causas através da luz da razão, e a Teologia, ciência de Deus à luz da 
revelação. 
Mostrou que o homem é o ponto de convergência de toda a criação e que nele se 
encerram, de certo modo, todas as coisas. Ensinou que há uma união substancial 
entre a alma e o corpo. Isto é o fundamento maior da dignidade da pessoa humana. 
Esta é um corpo que está enformado por uma alma ou uma alma a enformar um 
corpo. Defendeu o livre arbítrio, ou seja, a liberdade da vontade humana para aderir 
ao bem ou ao mal, donde a responsabilidade moral do homem. Daí a sanção da lei: 
prêmio para as boas ações e punição para os atos maus. 
Para ele a morte determina para sempre a alma humana quer na desordem e na 
infelicidade, quer na ordem e na felicidade, como está na Bíblia.O conhecimento, 
ensinava Tomás, tem a primazia sobre a ação, pois nada pode ser amado se não for 
conhecido primeiro. 
 
6.2.7 - Os cinco caminhos 
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Por cinco vias Tomás prova magistralmente a existência de Deus. Com notável 
clareza expôs ele a prova tirada do movimento, partindo do pressuposto de que 
“tudo o que se move é movido por outro”. Raciocina então: “se aquilo pelo qual é 
movido por sua vez se move, é preciso que também ele seja movido por outra coisa 
e esta por outra. Mas não é possível continuar ao infinito; do contrário, não haveria 
primeiro motor e nem mesmo os outros motores moveriam como, por exemplo, o 
bastão não move se não é movido pela mão. 
 
Portanto, é preciso chegar a um primeiro motor que não seja movido por nenhum 
outro, e por este todos entendem Deus”1. 
A segunda via é a da causa primeira universal. Eis o texto de Tomás de Aquino 
na Suma Teológica: “Constatamos no mundo sensível a existência de causas 
eficientes. É, entretanto, impossível que uma coisa seja sua própria causa eficiente, 
porque, se assim fosse, esta coisa existiria antes de existir, o que não tem nenhum 
sentido. 
Ora, não é possível proceder até o infinito na série de causas eficientes, porque, em 
qualquer série de causas ordenadas, a primeira é causa intermediária e esta é 
causa da última, quer haja uma ou várias causas intermediárias. 
Com efeito, se suprimirdes a causa, fareis desaparecer o efeito: portanto, se não há 
causa primeira, não haverá nem última, nem intermediária. Ora, se fosse regredir até 
o infinito dentro da série de causas eficientes, não haveria causa primeira, e, assim, 
não haveria também nem efeito, nem causas intermediárias, o que é evidentemente 
falso. Portanto, é preciso, por necessidade, colocar uma causa primeira que todo o 
mundo chama Deus”2. 
 
Por este texto se percebe a clareza com que Tomás de Aquino expõe o seu 
raciocínio. Com rara habilidade intelectual ele procura o motivo da existência da 
causalidade no mundo. Assim se chega infalivelmente a uma causa que produz e 
não é produzida, ou seja, a causa eficiente primeira que é Deus. 
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Em terceiro lugar vem a prova da contingência. Em sentido amplo, contingência 
significa a possibilidade de um objeto qualquer de não ser, de não existir. 
 
É tudo aquilo que pode ser como não ser. É contingente o fato de cada um de nós 
existirmos. Poderíamos não ter existido. A contingência metafísica significa que 
contingente é todo ente ao qual a existência não é essencialmente necessária. 
 
Eis como Josef de Vries resume esta prova da existência de Deus proposta por 
Tomás de Aquino: “a prova cosmológica, baseando-se no nascimentoe 
desaparecimento das coisas, conclui a contingência das mesmas, e partindo da 
mutabilidade própria também dos elementos constitutivos fundamentais cuja origem 
não pode ser mostrada experimentalmente, infere sua natureza também 
contingente, provando dessa maneira que o mundo todo é causado por um Ser 
Supramundano”3. 
 
Este é o Ser Necessário que existe por sua própria natureza e não pode nunca 
deixar de existir. As criaturas nascem, crescem e morrem, são possíveis, não 
necessárias, ou seja, existem, mas não necessariamente. Se em algum tempo não 
tivesse havido nada de existente, teria sido impossível para qualquer coisa começar 
a existir, e, deste modo, também neste caso nada existiria o que seria um absurdo. 
Existe, portanto, um Ser Necessário que é Deus. 
 
A quarta via para provar a existência do Ser Supremo é tirada dos graus dos seres. 
Na Suma Teológica assim se expressa Tomás de Aquino: 
 
“Verificamos que alguns seres são mais ou menos verdadeiros, mais ou menos 
bons, etc. ora, diz-se o mais e o menos de coisas diversas segundo a sua 
aproximação diferente de um máximo. Existe, pois, alguma coisa que é o mais 
verdadeiro, o melhor, por conseguinte, o mais ser. Ora, o que é o máximo num 
gênero é a causa de tudo que pertence a este gênero. Existe, portanto, um ser que é 
http://www.consciencia.org/tag/metafisica
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para todos os outros causa de ser, de bondade, de perfeição total, e este ser é 
Deus:”4. 
Deus possui o ser de modo absoluto, ao passo que as criaturas têm um grau diverso 
de ser. Isso significa que tal fato não lhes deriva em virtude de suas respectivas 
essências, caso em que seriam sumamente perfeitos e não em determinados graus. 
Ora, se não deriva de suas respectivas essências, isso, é lógico, significa que o 
receberam de um ser que concede tudo sem receber, que permite a participação 
sem ser ao mesmo tempo partícipe. 
 
Este ser é a fonte de tudo aquilo que existe de algum modo. Ele é a perfeição 
infinita, absoluta. É um ser perfeito sob todos os aspectos que se possam imaginar. 
Nele se realizam com perfeição suprema todas as possibilidades do ser. 
 
O quinto caminho apontado por Tomás de Aquino como prova da existência de Deus 
é o do finalismo, ou seja, do governo do mundo. 
Jolivet resume esta quinta via deste modo: “No conjunto das coisas naturais 
verificamos uma ordem regular e estável. Ora, toda ordem exige uma causa 
inteligente, que adapta os meios aos fins e os elementos ao bem do todo. Portanto, 
a ordem do mundo é obra de uma Inteligência ordenadora, transcendente a todo o 
universo”5. Esse Ordenador é Deus. 
 
De fato, quando se analisa o que ocorre no mundo se verifica que tudo age e opera 
como se tendesse a um fim. Não se trata de uma ideia mecanicista do universo, 
como se Deus interviesse juntando partes como acontece com o relojoeiro para 
constituir um relógio. Trata-se de se perceber a finalidade inata em algumas coisas, 
coisas que mostram em si mesmas um princípio de finalidade e total unidade. As 
exceções que se podem atribuir ao acaso não invalidam este raciocínio. O que se 
busca é a causa da regularidade, da ordem e da finalidade visíveis em alguns seres. 
Esta causa não pode ser identificada com os próprios seres em si. É preciso, pois, 
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remontar a um Ordenador que esteja em condições de dar ser aos seres e, na 
verdade, daquele modo específico no qual de fato eles operam. 
 
6.2.8 - As leis segundo Tomás 
Segundo Tomás de Aquino, por ser racional, o homem conhece a lei natural, ou 
seja, está plenamente capacitado para saber que “se deve fazer o bem e evitar o 
mal”. Trata-se da participação da lei eterna pelo homem dotado de inteligência. A lei 
eterna outra coisa não é senão o plano racional de Deus, isto é, a ordem existente 
no universo todo. Por esta lei dirige tudo para o seu fim específico. 
 
Além desta lei eterna e da lei natural, Tomás fala da lei humana, ou seja, jurídica. 
São normas feitas pelos homens para impedir que se pratique o mal. É a ordem 
promulgada por quem tem a responsabilidade pela comunidade. 
 
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino considera o Estado como uma necessidade 
natural. É que o homem é um ser social e precisa de orientações para viver em 
sociedade. Entretanto, Tomás de Aquino deixa claro que as leis humanas não 
podem contradizer a lei natural. 
Aliás, no pensamento dele as normas do direito positivo existem para que os que 
são propensos aos vícios e neles se obstinam sejam persuadidos, a bem da ordem 
pública, a evitar tais desvios. Insiste Tomás na função pedagógica das leis humanas 
e nas sanções que podem e devem incluir. O objetivo é a convivência pacífica entre 
os homens. 
 
6.2.8 - Tomás de Aquino e a Filosofia Grega 
Tomás de Aquino repensou Aristóteles, o grande filósofo grego do século V antes de 
Cristo. Deu diretrizes novas ao pensamento de Platão, outro grande filósofo daquele 
século. Deus é para Tomás o Criador de tudo, noção não atingida pela filosofia 
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grega. O dualismo inexplicável entre o mundo ideal e o mundo fenomenal, entre 
Deus e a matéria foi inteiramente superado por Tomás de Aquino. A ética de 
Aristóteles é sem obrigação e sem sanção, mas não assim a moral exposta pelo 
Aquinate. Na lógica, parte da filosofia que trata da lei do raciocínio correto, Tomás 
de Aquino expôs e comentou os ensinamentos de Aristóteles, dado que a lógica 
aristotélica é perfeita. O filósofo grego foi o pioneiro que investigou cientificamente 
as leis do pensamento e as formulou com exatidão. Kant, filósofo alemão, afirmou 
que os filósofos posteriores nada acrescentaram ao que Aristóteles ensinou neste 
aspecto da filosofia6. 
Entretanto, a teodicéia de Aristóteles, ou seja, a parte que trata de Deus, é 
incomparavelmente inferior à de Tomás de Aquino. Como Aristóteles, porém, Tomás 
de Aquino na política, acertadamente, ensina que a bondade de um governo, sua 
eficiência, não dependem de sua forma, mas da honestidade, 
da competência com que se dedica ao bem comum, ao bem estar dos cidadãos. 
Seja monarquia, república ou outra forma qualquer, melhor será, concretamente, a 
que mais se ajustar às necessidades do povo. 
 
6.2.9 - Leão XIII e Tomás de Aquino 
Leão XIII que foi considerado o papa dos operários escreveu uma encíclica7, isto é, 
uma carta circular, solene, sobre a filosofia, em 1879. Neste documento a figura de 
Tomás de Aquino é objeto de especiais considerações. 
 
Diz o texto que Tomás de Aquino foi quem com maior perfeição uniu a inteligência, a 
razão, à fé. Fala na excelência e perfeição da doutrina tomista. A confirmação desta 
importância é atestada pelo valor em si do que ele ensinou, pelos aplausos das 
Academias e Escolas e até pelos que não são católicos. 
Odilon Moura deste modo resumiu o plano da referida encíclica: “Há necessidade de 
se instaurar uma Filosofia que harmonize a razão com a fé, para implantação da 
ordem na sociedade (números 1-20); ora, a Filosofia de Tomás é a que melhor 
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atende aos requisitos para a harmonia entre a razão e a fé (números 21-27); logo, 
deve ser instaurada a Filosofia de Santo Tomás (números 28-37)”8. 
Um dos trechos mais expressivos da referida encíclica é este: “Entre todos os 
doutores escolásticos, brilha como astro fulgurante, e como príncipe e mestre de 
todos Tomás de Aquino, o qual, como observa o Cardeal Caetano, “por ter venerado 
profundamente os santos doutores que o precederam, herdou, de certo modo, a 
inteligência de todos”. O termo escolástica empregado acima significa filosofia 
ensinada nas escolas medievais do Ocidente Europeu. 
Diz ainda Leão XIII: “Tomás reuniu suas doutrinas, como membros dispersos de um 
mesmo corpo; reuniu-as, classificou-as com admirável ordem, e de tal modo as 
enriqueceu, que tem sido considerado, com razão, como o próprio defensor e a 
honra daIgreja”. 
Este trecho a seguir retrata admiravelmente quem foi Tomás de Aquino: “De espírito 
dócil e penetrante, de fácil e segura memória, de perfeita pureza de costumes, 
levado unicamente pelo amor da verdade, cheio de ciência divina e humana, 
justamente comparado com o sol, aqueceu a terra com a irradiação de suas virtudes 
e encheu-a com o resplendor de sua doutrina”. 
Sobre seu espírito filosófico Leão XIII atesta: “Não há ponto da filosofia que não 
tratasse com tanta penetração como solidez. As leis do raciocínio, Deus e as 
substâncias incorpóreas, o homem e as outras criaturas sensíveis, os atos humanos 
e seus princípios, são objeto das teses que defende, nas quais nada falta, nem a 
abundante colheita de investigações nem a harmoniosa coordenação das partes, 
nem o excelente método de proceder, nem a solidez dos princípios”. Quem se 
interessa por obter outras análises de Leão XIII sobre Tomás de Aquino encontra 
nesta encíclica inúmeras outras considerações que mostram o valor deste filósofo 
extraordinário. 
 
 
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6.2.10 - Tomás de Aquino hoje 
Os discípulos, os seguidores de Tomás de Aquino neste final do século XX são 
incontáveis. Filósofos talentosos das mais diversas nações encontram em Tomás de 
Aquino elementos valiosos para suas pesquisas. Sertillanges, Maritain, Gilson, 
Garrigou-Lagrange, De Finance, Caturelli são alguns entre muitos que manifestam a 
presença vigorosa do tomismo em nossos dias. 
 
No Brasil Fernando Arruda Câmara, notável filósofo brasileiro, lançou o livro 
“Tomismo Hoje”, no qual mostra o grande número de tomistas em nossa pátria, entre 
os quais, se destaquem Maurílio Teixeira Leite Penido, Leonardo Van Acker, 
Henrique Cláudio de Lima Vaz, Alexandre Correia. 
A reelaboração do tomismo efetuada pelos filósofos de nossos dias tem como 
característica um estudo direto dos textos de Tomás de Aquino. Além disto se nota 
uma fidelidade absoluta às teses fundamentais estabelecidas por ele. Percebe-se 
diálogo aberto com as outras correntes filosóficas atuais. Há ainda uma 
preocupação dos tomistas de hoje de investigar em profundidade a cultura moderna, 
contemporânea. Tais discípulos de Tomás de Aquino são chamados neotomistas 
que tentam responder às profundas perguntas que se colocam ao homem de hoje, 
cristãos ou não-cristãos. Há sobretudo um apelo à Verdade e ao Amor Criador que 
precisam penetrar no íntimo da realidade humana. 
À cultura moderna e contemporânea influenciada pela técnica e pela ciência, 
endeusadas erroneamente, o tomismo traz uma contribuição admirável. Leva o ser 
racional ao encontro de Deus e dos valores perenes, sem os quais é impossível a 
verdadeira felicidade. Trata-se de libertar o homem da escravidão do materialismo 
com todas as suas terríveis consequências. 
Chesterton, pensador inglês afirmou: “Neste momento atual, tão pouco esperançoso, 
não há homens tão esperançosos como aqueles que consideram agora Santo 
Tomás como guia em uma centena de perguntas angustiosas respeitante às artes, à 
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propriedade e à ética econômica. Há inegavelmente um tomismo esperançoso e 
criador em nossa época”9. 
É também deste autor esta frase luminosa: “Que o tomismo seja a filosofia do bom 
senso, o mesmo bom senso o proclama”10. O erro seria considerar o tomista como 
quem entende Tomás de Aquino de modo estático, medieval. Nada disto. Através de 
um estudo maduro, de uma reflexão atenta, o tomista procura pinçar o que está 
latente nos escritos de Tomás de Aquino. 
Como observou Dino Staffa: “Nenhuma das maravilhosas conquistas da ciência 
física são inconciliáveis com a doutrina tomista, senão que a integram e iluminam”11. 
Há, de fato, uma perfeita harmonia entre os ensinamentos de Tomás de Aquino e as 
descobertas científicas de hoje. 
Jean Ladrière recentemente declarou: “A atualidade do pensamento de Santo 
Tomás de Aquino é a presença contínua de uma força inspiradora capaz de assumir, 
em suas figuras cambiantes, o destino da razão, a consciência que ela tomou de 
suas conquistas como de seus limites, o pressentimento que ela traz consigo daquilo 
que lhe pode dar absolutamente seu sentido”12. 
Wolfgang Kluxen situou, com rara felicidade, a posição do tomismo ao escrever que 
este “não é a última palavra da razão e isto segundo seus próprios princípios. Basta, 
porém, que seja uma palavra real, séria, verdadeira; e, como tal, ele permanecerá 
sempre atual, contemporâneo a todas as épocas”13. 
O reencontro da juventude de hoje com Tomás de Aquino significa libertação e 
renovação cultural forte. Tomás de Aquino é um convite ao afastamento de tudo que 
degrada o ser humano. Ele inspira segurança para que se ande nos caminhos do 
bem e dos verdadeiros valores. Enche de esperança o coração juvenil. 
 
6.2.11 - João Paulo II e Tomás de Aquino 
Realizou-se em Roma em 1990 o nono Congresso Tomista Internacional. João 
Paulo II, o atual papa, recebeu em audiência os participantes deste Congresso 
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promovido pela Pontifícia Academia de Santo Tomás. Na oportunidade falando aos 
tomistas ali reunidos o papa recordou que em 1880 havia chamado Tomás de 
Aquino de “Doutor da Humanidade”. Tal título era baseado no muito que Tomás de 
Aquino escreveu dignificando a natureza humana com suas colocações filosóficas e 
teológicas. Lembrou o papa os ensinamentos do Aquinate nas obras “Sobre 
Homem” e “Sobre Deus Criador” nas quais ele ensina que “enquanto o homem é 
obra das mãos de Deus, traz em si a imagem de Deus e tende, por natureza, a uma 
semelhança com Deus cada vez mais plena”14. 
Depois de outras profundas considerações João Paulo II assim se expressou: 
“Deve-se, portanto, desejar e favorecer de todos os modos o estudo constante e 
aprofundado da doutrina filosófica, ética e política que Santo Tomás deixou em 
herança às escolas católicas e que a Igreja não hesitou em fazer própria, de modo 
especial no que diz respeito à capacidade, à perfectibilidade, à vocação, à 
responsabilidade do homem quer na esfera pessoal quer na social…” 
 
Quanto à atualidade da doutrina tomista assim se expressou o papa: “Santo Tomás 
não podia certamente prever um mundo cultural e religioso tão vasto e complexo e 
articulado como nós hoje conhecemos. Nem podia, portanto, ditar soluções 
concretas para a grande quantidade de problemas específicos que nós hoje 
devemos enfrentar”. 
Prossegue, porém, o papa: “Mas dado que seu maior cuidado foi colocar-se e 
manter-se da parte da verdade universal, objetiva e transcendente [...] traçou um 
método de trabalho missionário que é hoje substancialmente válido também no 
plano das relações ecumênicas e inter-religiosas, assim como no confronto com 
todas as culturas antigas e novas”. Portanto, a doutrina de Tomás de Aquino é apta 
para a aproximação dos cristãos entre si e para o entendimento das culturas 
passadas e recentes. 
De fato, o amor à verdade que fulgiu, brilhou, em Tomás de Aquino conduz à 
sociabilidade é à solidariedade, à liberdade que, segundo João Paulo II, firmado no 
Aquinate, não pode ser real se não está fundamentada nesta verdade. A crise moral 
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do mundo de hoje lembra no seu discurso o papa “depende do enfraquecimento do 
sentido da verdade nas inteligências e nas consciências, que perderam a 
referência à fundação última da verdade mesma”. É aí, precisamente, que se deve 
ver a importância capital do contato com a doutrina de Tomás de Aquino. 
 
6.2.12 - Tomás de Aquino e Francisco de Assis 
Dada a popularidade de Francisco de Assis, melhor se pode ter uma ideia de Tomás 
de Aquino, fazendo-se uma comparação entre ambos. 
Francisco de Assis era magro, de baixa estatura, vibrante, um corisco. Vivia atrás de 
seus pobres. Era um andarilho de Deus. Caminhava pelas estradas para ajudar os 
necessitados. Andava modestamente pelas ruas edificando a todos. Tomás de 
Aquino era corpulento,

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