Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Síndromes Exantemáticas na Infância São doenças infecciosas sistêmica em que manifestações cutâneas acompanham o quadro clínico, gerando dificuldade diagnóstica. Pródromo: sinal ou grupo de sintomas que podem indicar o início de uma doença antes que sintomas específicos surjam. Exantema: aparecimento de erupções cutâneas vermelhas em uma região específica ou por todo o corpo causadas por infecções ou efeito colateral de medicamentos. Rubéola Gênero: Rubivirus; Família: Togaviridae “Togavírus”. Etiologia Rubéola Congênita: Catarata, surdez e cardiopatia congênita; Rubéola Adquirida - Doença Exantemática. Patogênese Epitél. Respirat. Linfonodos Regionais Disseminação Sistêmica. Quadro Clínico Fase Prodrômica Sintomas inespecíficos Linfonodomegalia: suboccipital, retroauricular e cervical posterior. Fase Exantemática Exantema maculopapular Progressão crânio-caudal Não há sinais patognomônicos Diagnóstico Anticorpos IgM Tratamento Sem tratamento específico Bom prognóstico Prevenção Vacina Contraindicada para mulheres grávidas Cuidado: mulheres em idade fértil. Caso Clínico Suspeito Linfadenopatia (suboccipital, retroauricular e cervical posterior) + Exantema Maculopapular (cranocaudal) Confirmação IgM Eritema Infccioso Parvovírus B19 Patogênese ❖ Parvovírus: tropismo pelas células precursoras das hemácias. complicação: anemia aplásica. Quadro Clínico Fase Prodrômica Discreta queda da hemoglobina grave em paciente falcêmicos Sintomas inespecíficos Fase Exantemática (três fases) 1. Eritema Malar (face esbofeteada) 2. Exantema maculopapular 3. Recidiva do exantema (exposição ao sol, calor, estresse ou exercício) Diagnóstico Clínico Tratamento Sem tratamento específico Suporte clínico em anemias graves (hemotransfusão, imunoglobulina) Prevenção Fase de viremia: antes do eritema malar Isolamento: quadro clínico de anemia aplásica Caso Clínico Suspeito Face esbofeteada + exantema + recidiva do exantema Complicação Anemia aplásica Exantema Súbito Herpesvírus (tipo 6 e 7) “Roséola”; Doença típica de lactentes ( < 2 anos); Transmissão: saliva ou secreções (mucosa oral, nasal, conjuntival) Quadro Clínico Fase Prodrômica Febre alta Associada a crise convulsiva febril Desaparecimento repentino da febre (< 72 horas) Fase Exantemática Exantema surge algumas horas após o desaparecimento da febre; Exantema maculopapular. Diagnóstico clínico farmacodermia por antibiótico Obs.: farmacodermia é uma reação cutânea adversa a medicamentos Tratamento Suporte Caso Clínico Suspeito Febre alta que desaparece de forma repentina Exantema maculopapular. Doença de Kawasaki Etiologia doença reumatológica - vasculite predileção pelas artérias coronárias 20% dos pacientes não tratados desenvolvem aneurisma de coronárias Quadro Clínico Presença de 5 critérios clínicos: 1. Febre: presente por, pelo menos, 5 dias; critério obrigatório; 2. Congestão ocular: conjuntivite bilateral sem exsudato; 3. Alterações nos lábios e cavidade oral: eritema, fissura, língua em framboesa; 4. Linfadenopatia cervical; 5. Exantema; 6. Alterações de extremidades: edema de mãos e pés, descamação periungueal. Tratamento objetivo: diminuir incidência de aneurismas coronarianos 1. Imunoglobulina; 2. Aspirina (AAS). Sarampo Doença febril exantematosa aguda; Sem predileção por raça ou gênero; Raro nos primeiros 6 meses de vida; Em mães suscetíveis - transferência placentária de Ac; Importante causa de morbimortalidade infantil em países em desenvolvimento; Notificação compulsória. Etiopatogenia Vírus RNA, gênero Morbillivirus, família Paramyxovirus Transmissão: de pessoa a pessoa - secreções nasofaríngeas (tosse, espirro, fala ou respiração) Obs.: o vírus pode ser transmitido 4-6 dias antes ou depois do surgimento do exantema. Não contagioso na fase descamativa. Permanece no ambiente por até 2h. Sensível ao calor. Período de incubação: 10-14 dias entre infecção e aparecimento de sinais e sintomas; Vírus se replica e propaga no hospedeiro infectado; Entrada nos macrófagos e céls dendríticas no trato respiratório mediado pelo receptor SLAM, permitindo que alcance os tecidos ou órgãos linfóides (SLAM são mais abundantes); Vírus entra facilmente na corrente sanguínea, causando infecção em todos os órgãos, tais como: epitélio oral, pele, pulmões, baço, fígado, timo, linfonodos, mucosa gastrointestinal, respiratória e urinária. Quadro Clínico Fase Prodrômica ou Catarral Coriza hialina abundante e posteriormente purulenta; Mal-estar geral; Febre alta; Tosse seca persistente; Conjuntivite grave com FOTOFOBIA; Dificuldade de ingestão; Sinal de KOPLIK: pequenos pontos brancos e uma zona vermelha, agrupados na mucosa interna das bochechas. Fase Exantemática Piora dos sintomas anteriores; Prostração; Exantema maculopapular (surge inicialmente atrás da orelha e face e estende-se após 2-3 dias ao tronco e extremidades, ficando de 5-6 dias). Fase de Convalescência ou Descamação Manchas escurecem e começa descamação furfurácea (aspecto de farinha); Febre e tosse diminuídas gradualmente. Complicações Infecções respiratórias; Pneumonia; Laringites; Otite média; Diarreia; Encefalites; Panencefalite esclerosante aguda (neurodegenerativa, rara e crônica, devido infecção persistente ou mutação viral); Diagnóstico Clínico Características típicas, principalmente pelo sinal de Koplik (patognomônico) Laboratorial ELISA: detecção de Ac específicos IgM e IgG. Amostras de secreção respiratória ou urina, devem ser coletadas até o início do exantema. Tratamento Sintomáticos: antitérmicos, Hidratação oral, alimentação saudável) Evitar uso de AINES (aspirina) Casos de complicações: de acordo à doença associada. Prevenção Vacina Tríplice Viral (SCR); Dose única aos 12 meses. Reforço com 4 a 6 anos. Varicela Doença viral infecciosa aguda, extremamente contagiosa, alta morbidade e baixa mortalidade Mais comum em crianças (Não vacinadas e/ou que não tiveram a doença). Agente Etiológico: vírus Varicela Zoster, DNA vírus, grupo dos Herpesvírus; Transmissão: ◆ Direta (Aerossóis respiratórios, gotículas, saliva ou contato com líquido das lesões cutâneas) e transplacentária. Período de incubação: 10 a 21 dias Transmissibilidade: 2 dias antes, até 5 dias após o aparecimento das vesículas (enquanto houver lesão ativa) Casos secundários intra-domiciliares são mais graves (maior carga viral e maior tempo de exposição) Prevenção Vacina aos 15 meses Fisiopatologia Colonizacão das VAS pelo vírus; Migram para nódulos linfáticos regionais e após 4-6 dias provocam viremia; Se alojam em órgãos do sistema retículo- endotelial e após 1 semana provocam segunda viremia; Atingem pele e outras vísceras; Quadro Clínico Fase Prodrômica (1-2 dias) Coriza Mal-estar geral Febre baixa Tosse Hiporexia Cefaleia Fase Exantemática (3-7 dias) Distribuição centrípeta com início em face e couro cabeludo. Pruriginoso Estágio: mácula-pápula-vesícula-pústula-crosta Pode acometer mucosas; Polimorfismo Regional A Febre está relacionada ao número de lesões; O surgimento de novas lesões ○ possibilidade de infecção bacteriana secundária Diagnóstico Clínico Sorologia (Ac por imunofluorecência) Métodos específicos quando se suspeita de complicações: Rx de tórax Punção lombar Complicações Pneumonia Comprometimentodo SNC: ○ Ataxia cerebelar aguda (forma mais comum) Ocorre 2-3 semanas após o fim da doença e pode persistir por 2 meses, caracterizado por disritmia e descoordenação, com o sensório preservado (Bom prognóstico) ○ Encefalite ○ Piodermite Fasceíte necrosante Varicela Congênita: ○ Infecção materna no 1 ou 2 trimestre; ○ RCIU, microcefalia, atrofia cortical, atrofia de membros, microftalmia, catarata, coriorretinite, cicatrizes cutâneas. Varicela neonatal ○ Forma grave ○ Infecção materna 5 dias antes – 2 dias após o parto. Pior prognóstico (Não há passagem de Ac pela placenta) Herpes Zóster Persistência do vírus latente nos gânglios sensoriais; Reativação quando há diminuição da imunidade celular específica; Mais comum em crianças que tiveram varicela abaixo de 1 ano de idade; (Quanto mais precoce, maior a incidência); Rash vesicular unilateral que segue o trajeto de um nervo, limitado a 1-3 dermátomos, respeita linha Mediana; Doloroso em crianças > Nevralgia pós-herpética é rara em crianças Tratamento Medidas gerais ○ Analgésicos e antitérmicos (Não usar AAS- SIND REYE: Pcts que fazem uso crônico de AAS em conjunto com infecção viral: acomete fígado e cérebro); ○ Permanganato (prurido) ○ Anti-histamínicos; ○ Antibioticoterapia ○ Aciclovir (imunodeprimidos, risco de doença grave com acometimento visceral, varicela progressiva, recém-nascidos): VO ou EV Escarlatina Doença infecciosa bacteriana aguda; Agente etiológico: Estreptococo B-HEMOLÍTICO grupo A (sem ação direta da bactéria, e sim por hipersensibilidade às substâncias que a bactérias produz); Média de idade: 5 a 15 anos; Transmissão: Direta (gotículas respiratórias, por saliva); Período de incubação: 2 a 5 dias. Quadro Clínico Fase Prodrômica (1-2 dias) Faringite ou piodermite Febre, mal-estar, odinofagia, prostração Fase Exantemática (3-4 dias) Micropapular (aspecto de lixa) Início: pescoço com progressão rápida craniocaudal Descamação em lâminas Sinais Característicos Não são patognomônicos Diagnóstico CLÍNICA E SWAB OROFARINGE (Padrão ouro) Complicações ABSCESSOS / GNDA/ FEBRE REUMÁTICA Tratamento PNC BENZATINA Mononucleose Agente etiológico: Vírus EPSTEIN-BARR (EBV)/ CMV, HIV, TOXO, HERPESVIRUS E HEP B (10%); Média de idade: geralmente assintomática antes dos 4 anos de idade; Transmissão: Direta (gotículas respiratórias, por saliva, contato íntimo. Infectados transmitem o vírus cerca de 6 meses após a doença aguda e de forma intermitente durante toda a vida; Período de incubação: 30 a 50 dias; Início súbito ou gradativo; Duração de 2 a 4 semanas. Epidemiologia Prevalência estimada de 20 – 70/ 100.000 pessoas/ano; Prevalência em adultos jovens 1/1.000 pessoas / ano; Pico de incidência em países desenvolvidos : 15- 20 anos; Não há predomínio sazonal; Não há predomínio por sexo. Manifestações Clínicas Assintomáticos; Fadiga; Mal-estar; Cansaço; Febre aguda/prolongada; Odinofagia; Cefaléia; Náuseas; Dor abdominal; Mialgia; Icterícia e hepatite : raros; Exantema maculopapular: 3-15% dos pacientes mais comum em crianças > 4 anos. 80% dos casos associados ao uso de amoxicilina ou ampicilina. Tríade Clássica Fadiga + faringite + linfadenopatia Exame Físico Linfadenopatia generalizada: Presente em 90% dos casos. Edema palpebral ( Sinal de Hoagland); Faringite; Aumento amigdaliano; Exsudato branco-acinzentado; Petéquias em pálato; Esplenomegalia : 50% dos casos; Hepatomegalia: 10% dos casos; Complicações Obstrução de vias aéreas; Estridor; Cefaléia : Vista em 50% dos casos; Convulsão e ataxia : 1-5 % dos casos; Metamorfopsia (visão distorcida de objetos); Meningite asséptica: raro; Mielite transversa: raro; Guillain – Barré : raro. Anemia hemolítica : 3% dos casos. Rotura esplênica: Raro - 0,5% dos casos; Síndrome de Duncan: Imunodeficiência congênita ligada ao X que cursa com infecção sistêmica e fatal pelo EBV; Trombocitopenia grave; Orquite; Pancreatite; Miocardite. Infecção Congênita pelo EBV Rara; Acometimento da gestante na quinta ou sexta semana pode infectar o concepto gerando: ○ Micrognatia; ○ Criptorquidia; ○ Catarata; ○ Hipotonia; ○ Trombocitopenia; ○ Monocitose persistente; ○ Proteinúria; ○ Metáfise ao nascimento. Diagnóstico Clínico; Hemograma: Linfocitose atípica; TGO; TGP; Cultura. Tratamento Sintomáticos - Paracetamol e dipirona; Repouso; Evitar esportes de contato nas primeiras 2-3 semanas ou até desaparecimento da esplenomegalia; Glicocorticóides.
Compartilhar