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UMA ANÁLISE DAS APLICAÇÕES E ESTUDOS DA UTILIZAÇÃO DA ESPECTROSCOPIA NA REGIÃO DO UV/VIS IVYNA BARBOSA AURÉLIO COSTA 1 BRUNO POTI E SILVA2 INTRODUÇÃO A espectroscopia na região do ultravioleta/ visível (UV/Vis) é um método de análise (método óptico) quantitativa, sendo um dos métodos mais utilizados na caracterização e identificação de compostos (SKOOG et al., 2006). Essa técnica se torna útil devido a capacidade de complexos e outros compostos de absorverem radiação na faixa do ultravioleta/visível (PERKAMPUS et al., 1992). Historicamente, a espectroscopia teve origem através do estudo de luz visível dispersa por um prisma (Newton, 1666) Os átomos e compostos podem se encontra em um estado normal ou estado fundamental cuja a energia mais baixa, um estado excitado, que corresponde a um estado de energia maior, ou seja, corresponde a um estado de energia em que os elétrons ocuparão orbitais mais afastados do núcleo atômico e um estado fundamental ou estado excitado que requer aplicação de energia suficiente, por meio de eletricidade ou calor, por exemplo. (SKOOG et al., 2006). Átomos ou íons excitados tendem a voltar ao estado fundamental e em virtude disso emitem energia na forma de luz de comprimento de onda característico, por exemplo, na região característica do UV/Vis. (MENDHAM et al., 2002). Mesmo os espectrofotômetros de alta qualidade apresentam resultados em certo número de linhas de absorção muito estreitas para átomos no estado de gás (HARRIS, 2008) Quando um feixe de radiação policromática UV/Vis passa por um meio contendo átomos no estado gasoso, somente poucas frequências são atenuadas por absorção. (SKOOG et al., 2006). Figura 1- Imagem mostrando a região do ultravioleta e espectro visível Nesses equipamentos e nas técnicas conhecidas utilizadas as lâmpadas de deutério e de hidrogênio são frequentemente empregadas para fornecer radiação contínua na região do UV e os diodos de silício como detectores de radiação. (SKOOG et al., 2006). Os fótons UV/Vis possuem características suficientemente energéticas para criação elétrons e vacâncias adicionais quando atingem a camada de depleção da junção pn. As técnicas na região do UV/Vis não são autossuficientes para uma detecção precisa e detalhada de todos os compostos, é necessário, dependendo da intenção dos estudos realizados em cima de uma substancia, átomo ou íon, a utilização de técnicas complementares, como por exemplo, o infravermelho (HARRIS, 2008). As técnicas de espectroscopia na região do UV/Vis mesmo com limitações, abrangem uma vasta detecção de compostos inorgânicos e orgânicos. (BARROS, 2015) METODOLOGIA Inúmeras técnicas são empregadas na detecção de compostos. Recentemente, técnicas espectroscópicas foram introduzidas com uma abordagem de impressão digital, útil na avaliação de alguns tipos de extratos vegetais (Luthriaet al., 2008). A espectroscopia no ultravioleta-visível (UV-Vis) e um exemplos de técnica retratada como alternativas e complementares a confirmação da autenticidade de espécies vegetais (Li et al., 2004; Lonni et al., 2005; Yap et al., 2007. Basílio et al., 2012). Devido à complexidade inerente dos espectros de UV-Vis, a interpretação real pode ser difícil, porém com o auxílio de outros estudos se torna possível. (BARROS, 2015) A aplicação no estudo e interpretação dos espectros de absorção na região do ultravioleta e visível em metais de transição utiliza-se em maior escala da Teoria do Campo Cristalino. O entendimento das relações entre a “cor de um complexo de metal de transição” e a “energia de estabilização em campos cristalinos” é um ponto de grande importância na química dos compostos de coordenação. A Teoria do Campo Cristalino (TCC), permite-se entender de uma maneira simplificada a formação dos compostos de coordenação, possibilitando a visualização dos efeitos das ligações metal-ligante sobre os orbitais, correlacionando-as com a energia de estabilização do Campo Cristalino. Tais compostos de coordenação possuem uma ampla variedade e variação de cores, que para determinações de átomos de centro é essencial. Em estudos recentes dos espectros eletrônicos dos complexos, [Cu(OH2 ) 6 ] +2, [Cu(Edta)]-2, [Cu(en)3 ] +2, [Co(SCN)6 ] +2,[CoCl6 ] +2 e [Co(OH2 ) 6 ] +2 foi possível identificar as cores apresentadas por esta classe de compostos e correlaciona-las com a energia de estabilização do campo cristalino, utilizando a espectroscopia na região do ultravioleta. (SILVA; HARA, 2013). Com o auxilio da espectrometria no UV/VIS é possível caracterizar fisico-quimicamente ácidos húmicos e é possível identificar a presença de sistemas aromáticos por meio dessa técnica, indicando sistemas mais substituído (CANELLAS; SANTOS; MORAES; RUMJANEK; OLIVARES, 2000). A região ultravioleta está contida na faixa de 200 a 400 nm com energia ao redor de 150 a 72 k.cal.mol-1 . A região do visível fica entre 400 a 800 nm com energia ao redor de 72 a 36 k.cal.mol-1. Energias dessa magnitude correspondem, à diferença entre estados eletrônicos de muitas moléculas (MENDHAM et al., 2002). De um ponto de vista prático, o aspecto mais importante do cálculo quântico é a determinação de quanta luz é absorvida pela amostra. Isto é descrito pela lei de BeerLambert. (TERRA, 2020). Esses parâmetros estudados serem de guia para utilização da técnica. (MENDHAM et al., 2002). Nos compostos orgânicos, os que possuem dupla ligação absorvem fortemente no ultravioleta. Os compostos que possuem ligações simples e duplas alternadamente (ligações conjugadas), produzem absorção em comprimentos de ondas maiores. (MENDHAM et al., 2002). A extensão do sistema conjugado está relacionada com a absorção, quanto mais longo for o sistema conjugado, mais longos serão os comprimentos de onda absorvidos (são diretamente proporcionais), podendo chegar à região do visível (SILVA; HARA, 2013). Nos inorgânicos, o comprimento de onda de absorção das transições “d-d” depende do metal envolvido, do número de grupos coordenados, da basicidade, dos átomos doadores e da geometria dos grupos coordenados. (TERRA, 2020). O funcionamento de um espectrofotômetro é, através da luz proveniente de uma fonte contínua, que passa por um monocromador, que depois que seleciona uma estreita faixa de comprimentos de onda do feixe incidente, essa luz “monocromática” passa pela amostra de comprimento b, e a energia radiante da luz emergente é medida. Figura 2- Diagrama esquemático de um experimento espectrofotométrico. O estudo de materiais semicondutores, com propriedades ópticas ativas como, por exemplo, propriedades fotoluminescentes, propriedades fotocatalíticas, eletroluminescência, propriedades ópticas não lineares vem sendo estudado diariamente pela comunidade científica. O tungstato de cálcio (CaWO4), é um exemplo desse material. Para a identificação desses compostos, uma síntese é necessária previamente. Figura 3 - Tungstato de cálcio sintetizado Para o tungstato de cálcio (CaWO4) é possivel identificar três modos de vibração nos espectros: um modo do tipo Eu, um modo do tipo Au e um do tipo [Eu +Au]. Os cristais de CaWO4 ao serem identificados por espectroscopia no UV/Vis, exibem uma sobreposição de duas bandas de absorção muito intensas, do tipoυ3(Au) e υ3(Eu), nas regiões de 796 cm-1a 806 cm-1 ( vibrações antissimétricas do tipo (→O–W–O→) ou vibração de estiramento antissimétrico). RESULTADOS E DISCUSSÃO Como é conhecido, a absorção de radiação UV-Visível se deve ao fato das moléculas apresentarem elétrons que podem ser promovidos a níveis de energia mais elevados mediante a absorção de energia. Em alguns casos a energia necessária é proporcionada pela radiação com comprimentos de onda no visível e o espectro de absorção estará na região visível ou é necessária energia maior, associada à radiação ultravioleta. Analisando o espectro eletromagnetico, em cada região ocorre processos moleculares distintos, a radiação ultravioleta causam transições eletrônicas dentro das moléculas. Na região do ultravioleta, a excitação eletrônica esta em destaque, comoé possível ver na Figura 4. Figura 4- Espectro eletromagnético, mostrando os processos moleculares que ocorrem quando a luz é absorvida em cada região. Um espectro no ultravioleta/visível é um gráfico que relaciona o comprimento de onda (l) de absorção versus a intensidade da absorção (em transmitância ou absorbância). Comprimentos de onda na região do ultravioleta-visível são geralmente expressos em nanometros (1 nm = 10-9 m). A região do ultravioleta próximo é especialmente interessante e estende-se de 190 a 350 nm. A atmosfera é transparente nesta região, o que a torna facilmente acessível com o uso de ótica de quartzo. A absorção atmosférica começa a ser importante abaixo de 200 nm e a região passa a ser acessível apenas sob condições especiais (vácuo). Geralmente, em analises, são excluídos os valores de comprimento de onda acima de 550 nm, por se tratar de uma região típica de interferentes, como clorofilas e carotenoides (SHIPMAN et al., 1976). É simples explicar a coloração de algumas substâncias através de estudos da radiação ultravioleta. Uma solução, por exemplo, contendo Fe(SCN)2+ é vermelha não porque o complexo adiciona radiação vermelha ao solvente, mas porque absorve o verde da radiação branca que penetra no frasco e transmite o componente vermelho de forma inalterada. A cor de uma solução. A luz branca de uma lâmpada ou do sol atinge a solução de Fe(SCN)2+. O espectro de absorção largo mostra um máximo de absorbância na faixa de 460-500 nm. A cor complementar vermelha é transmitida (MENDHAM et al., 2002). Na imagem abaixo, é possível observar um gráfico de absorbância por comprimento de onda do dicromato de potássio, azul de bromofenol e fenolftaleína. Figura 5 - Espectro de absorção visível CONCLUSÃO É possível concluir que a utilização do ultravioleta/visível vem sendo útil como técnica de apoio e proporcionando avanços em áreas pouco exploradas. A radiação Ultravioleta como sendo a radiação de frequência mais alta do que a da luz violeta, proporciona que compostos que absorvem nessa faixa de comprimento de onda inferior a 400 nm. Os estudos relacionados a essa técnica foram crescendo durante as décadas, desde estudos relacionados a a ultilização para detecção e caracterização de compostos propriamente orgânicos a estudos voltados a fotoquímica e a polimerização de resinas ou a presença de quercetina em azaleia por meio da formação do complexo quercetina-alumínio, embebedam-se da utilização da radiação ultravioleta visível (UV/Vis). REFERÊNCIAS BARROS, Yuri Lima de. Aplicação da espectroscopia de absorção no UV-Visível e infravermelho na caracterização de Cissampelos sympodialis Eichl. e Cissampelos glaberrima A. St. Hil., espécies de importância medicinal. 2015. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123 456789/950. Acesso em: 26 mar. 2021. CANELLAS, L. P.; SANTOS, G. A.; MORAES, A. A.; RUMJANEK, V. M.; OLIVARES, F. L.. Avaliação de características de ácidos húmicos de resíduos de origem urbana: i. métodos espectroscópicos (uv-vis, iv, rmn 13c-cp/mas) e microscopia eletrônica de varredura. Revista Brasileira de Ciência do Solo, [S.L.], v. 24, n. 4, p. 741-750, dez. 2000. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0100-06832000 000400006. HARRIS, D. C. Análise química quantitativa. Rio de Janeiro : LTC, 2008. Li, Y. M.; Sun, S. Q.; Zhou, Q.; Qin, Z.; Tao, J. X.; Wang, J.; Fang, X. Identification of American ginseng from different regions using FT-IR and two-dimensional correlation IR spectroscopy. 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Revista Educação, Guarulhos, v. 2, n. 8, p. 1-1, jun. 2013. SKOOG, D. A.; WEST, D. M.; HOLLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de química analítica. São Paulo : Pioneira Thomson Learning, 2006.
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