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1 Patologia / Raquel Nunes É um fenômeno bioquímico caraterizado pela deposição de sais minerais de cálcio em qualquer parte do corpo. A deposição normal de cálcio acontece no momento da formação dos tecidos mineralizados (ossos e dentes). As calcificações patológicas ocorrem por conta das alterações no metabolismo celular, levando a uma deposição anormal de cálcio e outros minerais em locais não comuns de deposição. Vale ressaltar que para uma biodisponibilidade natural e norma do nosso organismo e necessário a existência dessas substancias como o cálcio que esta presente nos dentes e ossos. O esqueleto contem 99% do Ca do organismo e funciona como uma reserva, no qual sua concentração no sangue (calcemia) deve ser constante, para o bom funcionamento do organismo. Há um intercambio contínuo entre o Ca do sangue e o dos ossos. O cálcio do sangue que é absorvido pela alimentação faz com que as taxas desse íon aumentem no organismo, e é absorvido rapidamente nos ossos. Mas, o Ca dos ossos originalmente e mobilizado, ou seja, sai dos ossos quando diminui a concentração no sangue. Exemplo: comeu um alimento derivado de cálcio – Leite - esse alimento vai para o TGI onde será absorvido 30% pelo Intestino. Essa parte absorvida cai na corrente sanguínea e é entregue aos ossos. Porém, nem todo esse Ca será absorvida pelos ossos, ficando uma quantidade no sangue onde será excretado por urina ou fezes. Isso porque o organismo sob sorve 30% do Calcio ingerido. 2 Patologia / Raquel Nunes No entanto, toda essa transição de cálcio entre o sangue, os ossos e o rim e dependente de hormônios (PTH). Hormônios nutricionais e sanguíneos Íons de Calcio e Fosfato Frações de Bicarbonato, Magnésio e Potássio O osso é constituído aproximadamente por 70% de minerais, 20% de matriz orgânica e cerca de 10% de água, o que faz com que os ossos se diferenciem de outros tecidos conjuntivos menos rígidos, que são formados por colágeno principalmente. A matiz mineral ou inorgânica é formada principalmente por cálcio e potássio na forma de cristais de hidroxiapatita Ca3(PO4)2, formando aproximadamente 60 a 70% do peso do osso e é responsável pelas propriedades como rigidez e resistência a compressão. Outros minerais são 13% de carboidrato, de Ca e 2% de fosfato de magnésio. Estes minerais dos ossos são constantemente trocados com os minerais constituintes do plasma. Descoberta em 1919 Em 1976 foi descoberto o metabolito ativo da vitamina Sua função e basicamente estimular a absorção do Ca e P na luz intestinal. A vitamina D atua sobre a paratireoide, estimulando a liberação do PTH (paratormônio) Estimula a reabsorção de Ca e P no Rim. 3 Patologia / Raquel Nunes A conversão da vitamina D para seu metabolito ativo se da pelo sol. Não há uma razão cientifica para deficiência de vitamina D e patologia humana. Exemplos de fatores que possibilitam a patologia e a obesidade e o sedentarismo, sabendo que pessoas obesas tem maior predisposição a deficiência de vitamina D. No entanto, não há dados brasileiros nesse sentido. A sociedade Brasileira de Pediatria estabelece que seja necessária a suplantação no primeiro ano de vida de 400UI/dia e dos 12 aos 24 meses de 600 UI/dia, bem como quando os níveis de vitamina D sérica estiverem abaixo de 20 mg/ml. Secretado pela glândula paratireoide Atua n aumento da calcemia sendo que secreção do PTH promove a dismineralização óssea, aumentando os níveis de Ca no sangue. Atua também sobre os Rins diminuindo a excreção de Ca e estimula a síntese de vitaminas D ativa. Cerca de 50% do Ca sangue está ligado a proteínas, principalmente (70%) a fração albumina, e o 50% restantes encontra-se difusa (ionizada). 4 Patologia / Raquel Nunes O principal fator regulador da secreção do PTH pelas paratireoides são os níveis sanguíneos de Ca. A secreção do hormônio varia inversamente com a concentração sérica de Ca. É um peptídeo com 32 aminoácidos descoberta no início dos anos 60. Trata-se de um hormônio sintetizado nas células parafoliculares ou célula C da tireoide. A calcitonina e degradada na própria tireoide, no fígado, rins e tecido ósseo. Sua vida média no sangue e curta e sua principal via de secreção e renal. Paratormônio → Estimulado pela Hipocalcemia Aumento da reabsorção óssea elevando o Ca++ plasmático Aumento da excreção de fósforo renal Aumento da solubilidade da relação Ca2+/ PO4HO2- no plasma Aumento da absorção de cálcio intestinal Retardo na mineralização do osteóide Calcitonina → Estimulada pela Hipercalcemia 1. Diminuição na reabsorção óssea, reduzindo o Ca2+ plasma 2. Estimulação na mineralização do osteóide (matriz extracelular). 5 Patologia / Raquel Nunes Imagens axiais de TC de crânio com janelas de partes mole, sem uso de meio de contraste, montando calcificações fisiológicas em plexos coroides e pienal/habênulas (setas em A) e foice cerebral (seta B). As deposições naturais de Calcio no SN não faz mal e nem bem e depende da idade – fechamento da placa de crescimento. Na tomográfica as partes calcificadas aparecem na coloração branca. Plexo coroide Pienal -> 10 anos Habênulas Globos pálidos Tentório Ligamento petroclinóideo Foice cerebral Dura máter Distróficas / locais: afeta tecidos lesados e não dependente dos níveis plasmáticos de cálcio e fosforo. O tecido sofre injuria e cria um ambiente propício para cálcio Metastática: a hipercalcemia resulta no aumento e disseminação de sais em tecidos normais ❖ Macroscopicamente: ✓ Sítio da lesão possui consistência firme, pétrea ou aurenosa. ✓ E resistente ao corte – ‘’ranger da faca’’ ✓ Coloração esbranquiçada ou acinzentada. 6 Patologia / Raquel Nunes ❖ Microscopicamente: ✓ Quando corada apresenta-se de coloração intensamente basofílica (rosada) diferente das demais e invariavelmente de aspecto amorfo. ✓ Pode ocorrer da formação de lamelas de deposição concêntricas caracterizando os chamados ‘’corpos psanamatosos’’. ✓ Mas para dar uma certeza mais especifica de que existe calcificação patológica no cérebro e feito a coloração diferencial – Von Kossa, onde o cálcio depositado apresenta cor negra. Infecções Problemas Vasculares Distúrbios metabólicos e endócrinos Síndromes neurocutâneas Síndrome neurometabólicas Lesões cancerígenas Má-formação fetal Calcificações Distróficas Mais frequentemente e localizada Geralmente ocorre onde há área necrosada ou no interior de tecido degenerado. ✓ Inflamação crônica e presença de microrganismos criam um ambiente onde o cálcio pode ser facilmente depositado. Os níveis de cálcio e fosfato do sangue são normais. Normalmente este tipo de calcificação não produz sinais e sintomas, porém, induzem ocasionalmente ao edema e a ulceração dos tecidos. 7 Patologia / Raquel Nunes ➢ Fosfatase alcalina: Comumente observada nos processos normais de calcificação. Nos tecidos lesados é aumentada a sua liberação, o que facilita a formação de fosfato de cálcio. ➢ Alcalinidade: nos tecidos necrosados, a alcalinidade está aumentada, provocando uma diminuição da solubilidade do carbonato de cálcio. Este, agora menos solúvel, precipita-se mais facilmente. ➢ Presença de proteínas extracelulares: acredita-se que algumas proteínas, como o colágeno, possuem afinidade pelos íons cálcio, principalmente nos processos normais de calcificação. Em tecidos necrosados, essas proteínas podem estar "descobertas", mais livres para associação com o cálcio, estimulando a deposição destes sobre essa matriz proteica. 1. Arteriosclerose pode ocorrer nas artérias musculares grandes e médias (coronárias, carótidase artérias das extremidades inferiores) e das artérias elásticas. 2. A lesão básica é o ateroma ou placa fibrogordurosa que consiste em uma placa focal elevada dentro da camada íntima 3. Com o aumento do tamanho as placas progressivamente invadem a luz da artéria e em consequência compromete o fluxo arterial. A calcificação ocorre em lesões antigas por hialinização do tecido fibroso e deposição de sais de cálcio. 4. Alguns fatores de risco podem aumentar esse acúmulo de gorduras, o tabagismo, a hipertensão, a alta taxa de colesterol e exposição a radiação ionizante na área de cabeça e pescoço. 5. O ateroma pode também anteceder alguma patologia como acidente vascular cerebral (AVC), e problemas cardíacos. 8 Patologia / Raquel Nunes ➢ A calcificação é uma alteração que acontece devido ao acúmulo de cálcio no interior da artéria, o que diminui a elasticidade da artéria e dificulta a passagem do sangue ➢ O risco de calcificação da aorta aumenta com o passar da idade e suas causas principais causas são: ✓ Acúmulo de cálcio na aorta devido à suplementação excessiva de cálcio ✓ Febre reumática, que pode levar a uma diminuição do tamanho da aorta, dificultando a passagem do sangue ✓ Complicações de doenças cardíacas genéticas, como defeitos na válvula aórtica ✓ Insuficiência renal ✓ Presença de placas de ateroma, que são placas formadas pelo acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos ✓ Pessoas que têm o colesterol alto, excesso de peso, que fumam ou consomem bebidas alcoólicas de forma exagerada também possuem um maior risco de desenvolver calcificação na aorta. O osteossarcoma é um tumor agressivo, de crescimento rápido e que metastatiza precocemente. Caracteriza-se pela existência de células malignas do estroma com formação osteóide neoplásico, podendo também estar presente tecido cartilaginoso ou fibroso. Ocorre mais comumente na metáfise dos ossos longos, com predileção para ossos próximos ao joelho, mas pode acometer ossos da face, esqueleto axial e pelve. O osteossarcoma incide mais entre os 10 e 25 anos, tendo um segundo pico por volta dos 60 anos em condições predisponentes Ao diagnóstico, os pacientes apresentam-se com dor, no início intermitente e de leve intensidade, tornando-se contínua e intensa, aumento visível e anômalo do osso, ou com fratura patológica. 9 Patologia / Raquel Nunes Metástases estão presentes em cerca de 10 a 20% dos pacientes ao diagnóstico, sendo que 85% delas localizam-se nos pulmões, constituindo-se o osso o segundo local preferencial. O sucesso do manejo do osteossarcoma requer cuidadosa coordenação de estudo do estadiamento, biópsia, cirurgia adequada, quimioterapia pré e pós-operatória e algumas vezes radioterapia. Os teratomas são tumores de células germinativas, com áreas que, quando visualizadas sob o microscópio, se parecem com cada uma das 3 camadas de um embrião em desenvolvimento Este tumor tem uma forma benigna e outra cancerosa, denominadas teratoma maduro e teratoma imaturo, respectivamente. O teratoma maduro é o tumor de ovário de células germinativas mais comum. É um tumor benigno que geralmente afeta mulheres em idade reprodutiva. É muitas vezes chamado de cisto dermoide. Estes tumores ou cistos podem conter diferentes tipos de tecidos benignos, incluindo, osso, cabelo e dentes. As pacientes são curadas com a retirada cirúrgica do cisto. 10 Patologia / Raquel Nunes Cisticercose é a infecção pela forma larvária metacestoide do parasita Taenia solium, que desencadeia reações inflamatórias em diversos órgãos e apresenta tropismo pelo sistema nervoso central. A infecção para o desenvolvimento da cisticercose faz-se pela ingestão de ovos ou proglótides gravídicos por meio de água ou alimentos contaminados. Após os cisticercos se estabelecerem no tecido nervoso, são atacados pelo sistem imune do hospedeiro, sofrendo graus variados de degeneração, que são: ✓ Estágio vesicular ✓ Vesicular colloidal ✓ Granular nodular ✓ Nodular calcificado, que é o estágio final A ressonância magnética é o método de imagem capaz de diferenciar esses estágios larvais. É uma estrutura vestigial e um remanescente embrionário Cordão fibroso ligado ao ápice da bexiga ao umbigo Pode ocorrer escape de urina em bebês 1. Mais disseminada 2. Decorre da hipercalcemia ✓ Absorção abundante de cálcio no tubo gastrointestinal por intoxicação com vitamina D. 11 Patologia / Raquel Nunes ✓ Mobilização excessiva de Cálcio dos ossos, consequência de imobilização prolongada, de osteólise (mielomas ou metástases ósseas); e do hiperparatireoidismo primário ou secundário (renal, nutricional ou por síndrome paraneoplásica) Pode ocorrer em qualquer local do corpo, mas com predileção por: ✓ Válvula aórtica na sua túnica média ✓ Coração no interstício muscular ✓ Rins no epitélio tubular e interstício renal. Raro no glomérulo ✓ Pulmão na parede dos alvéolos ✓ Mucosa gástrica na túnica própria e membrana basal das glândulas ê c ✓ Os depósitos geralmente não causam disfunção clínica ✓ Podem produzir imagens radiológicas marcantes no pulmão. ✓ Depósito intenso no rim determina Nefrocalcinose → Que pode causar dano renal A condição que determina a hipercalcemia é mais importante que a calcificação em si. Ocasiona um excesso de produção do hormônio da paratireoide (PTH), aumentando a remodelação óssea, em consequência existe um aumento de cálcio plasmático e a presença das calcificações. 12 Patologia / Raquel Nunes É uma doença rara, presente em aproximadamente 1% da população adulta. Aumenta para 2% ou mais após os 55 anos e é de duas a três vezes mais comuns em mulheres que homens. Não responde à regulação dos níveis de cálcio circulantes e mantêm sua produção de forma autônoma. Nos ossos a retirada de cálcio em excesso leva ao estabelecimento da osteoporose e de cistos ósseos. Pode ser provocado por tumores benignos (Adenomas), hiperplasia ou muito raramente por tumores malignos das glândulas paratireóides. Participa na regulação do Cálcio e do Fósforo → Favorecendo a absorção do cálcio. A Vitamina D é lipossolúvel → Difícil eliminação pelo organism Aumento da absorção de Cálcio dos alimentos no intestino, após ligação com proteína de transporte na mucosa intestinal Cálculos (Latim calculus – pedra de contar) ou Concreções (Latim concretione – material endurecido) ou ainda Litíase (Grego lithos – pedra). Massas esferoidais, ovoides ou facetadas, sólidas, concretas e compactas, de consistência argilosa ou pétrea que se formam no interior de órgãos ocos (bexiga, vesícula biliar), cavidades naturais (peritoneal, vaginal, testicular), condutos naturais (ureter, colédoco, ducto pancreático ou salivar) ou no interior de vasos. https://drasuzanavieira.med.br/2017/12/11/modulacao-hormonal/ 13 Patologia / Raquel Nunes Termo designativo do local de origem + Sufixo LITÍASE - Cálculos Biliares – Colelitíase - Cálculos Urinários – Urolitíase - Cálculos Brônquicos – Broncolitíase - Cálculos Salivares – Sialolitíase Cálculos Vasculares – Flebólitos (formados a partir de trombos) Fecalomas – Material fecal dessecado, endurecido em consequência de constipação intestinal crônica. Não deve ser confundidas com os verdadeiros enterolitos, que são mais raros. Cálculos renais são depósitos minerais cristalinos que se formam em cristais microscópicos na alça de Henle, nos túbulos distais ou no duto coletor. Geralmente, isso ocorre em resposta a níveis elevados de solutosurinários como cálcio, ácido úrico, oxalato e sódio, bem como a níveis reduzidos de inibidores de cálculo como citrato e magnésio. Volume de urina baixo e pH urinário anormalmente baixo ou alto também contribuem nesse processo. Tudo isso pode deriver da supersaturação da urina com sais formadores de cálculos e subsequente formação de cálculos. Nucleação → formação da menor unidade de um cristal, o primeiro passo na formação de um cálculo. Agregação → processo em que ocorre a junção dos cristais, resultante de forças intermoleculares e que leva ao apa- recimento de grandes partículas que podem ficar retidas no sistema coletor. 14 Patologia / Raquel Nunes Retenção → formação do cálculo é necessário a retenção do cristal. Se cristais que sofreram nucleação e agregação forem eliminados com o fluxo urinário, um cálculo clinicamente evidente não se formará. ã 1. Hipótese da partícula livre → o processo de nucleação ocorreria dentro da luz do túbulo. Com deslocamento do cristal pelos túbulos renais, ocorreria rápida agregação e formação de uma estrutura grande o suficiente para ficar retida em nível das papilas renais. 2. Hipótes → preconiza que após lesão química no urotélio, que normal- mente atua impedindo a aderência do cristal, ocorreria aderência de cristais num ponto do sistema coletor renal, prolongando o tempo de exposição à urina supersaturada e facilitando a agregação e o crescimento do cálculo.
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