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HISTOLOGIA RENAL

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LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
HISTOLOGIA RENAL 
 
 
O rim é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, e seu parênquima é constituído pela zona cortical e pela 
zona medular. 
A zona medular é formada por 10 a 18 pirâmides medulares (pirâmides de Malpighi), cujos vértices fazem saliência nos cálices 
renais menores e cujas bases estão voltadas para a região cortical. Da base de cada pirâmide partem os raios medulares, 
grupos de túbulos que penetram a cortical. As regiões das pirâmides que fazem saliência nos cálices são as papilas renais. A 
superfície de cada papila renal é perfurada por 10 a 25 orifícios, formando a região conhecida por área crivosa. 
 
 
Figura 1: Vista panorâmica do rim, que mostra: a cápsula de tecido conjuntivo denso; a zona cortical, na qual é possível 
identificar corpúsculos renais distribuídos pelo córtex; e a zona medular, subdividida em região medular externa, com vasos 
de maiores calibres, e região medular interna. (Hematoxilina- eosina [HE].) 
 
LOBULAÇÃO DO RIM: 
 
O rim é dividido em lobos. Cada lobo renal é formado por uma pirâmide renal, pelo segmento de córtex que recobre sua 
base e por uma estreita faixa de parênquima cortical situada aos lados da pirâmide. Portanto, em cada rim, há tantos lobos 
quanto pirâmides. Os lobos não têm bordas bem definidas, porque, ao contrário dos lobos existentes em outros órgãos, eles 
não são delimitados por tecido conjuntivo. 
Um lóbulo renal é constituído por um raio medular e pelo tecido cortical que fica ao seu redor, sendo delimitado pelas artérias 
interlobulares. Do mesmo modo que os lobos, os lóbulos não têm limites observáveis em cortes histológicos. 
 
PARÊNQUIMA RENAL: 
 
Denomina-se túbulo urinífero do rim o conjunto formado por dois 
componentes funcionais e embriologicamente distintos, o néfron e o 
túbulo coletor. Em cada rim há cerca de 600 a 800 mil néfrons. O 
néfron é formado por uma parte dilatada, o corpúsculo renal ou de 
Malpighi, e por uma sequência de túbulos: o túbulo contorcido 
proximal, as partes delgada e espessa da alça de Henle e o túbulo 
contorcido distal. O túbulo coletor conecta o túbulo contorcido distal 
aos segmentos corticais ou medulares dos ductos coletores. Cada 
túbulo urinífero é revestido por uma lâmina basal, a qual é envolvida 
pelo escasso tecido conjuntivo do interior do rim que forma o 
componente denominado interstício renal. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Componentes da pirâmide renal e da região cortical 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
CORPÚSCULOS RENAIS E FILTRAÇÃO DO SANGUE: 
 
O corpúsculo renal tem cerca de 200 mm de diâmetro e é formado por um tufo de capilares, o glomérulo renal, que é 
envolvido pela cápsula de Bowman. A cápsula é formada por dois folhetos, um interno, ou visceral, disposto em torno dos 
capilares glomerulares, e outro externo, ou parietal, que reveste internamente o corpúsculo renal. Entre os dois folhetos da 
cápsula de Bowman, existe o espaço capsular (ou espaço de Bowman), que recebe o líquido filtrado através da parede dos 
capilares e do folheto visceral da cápsula de Bowman. 
 
 
Figura 3: Corpúsculo renal 
 
Cada corpúsculo renal tem dois polos: o polo vascular, pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola eferente, e o 
polo urinário, no qual tem início o túbulo contorcido proximal. 
Ao penetrar no corpúsculo renal, a arteríola aferente divide-se em vários capilares, que têm formato de alças. Além disso, há 
conexões diretas entre o vaso aferente e o eferente, pelas quais o sangue pode circular mesmo sem passar pelas alças do 
glomérulo. 
Nos capilares glomerulares circula sangue arterial, cuja pressão hidrostática é regulada principalmente pela arteríola eferente, 
que tem maior quantidade de músculo liso em sua parede do que a aferente. 
O folheto externo ou parietal da cápsula de Bowman é constituído por um epitélio simples pavimentoso, que se apoia na 
lâmina basal e em uma fina camada de fibras. O conjunto constitui uma membrana basal bem visível ao microscópio de luz. 
 
 
Figura 4: Corte do rim mostrando um corpúsculo renal e túbulos renais. 
 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
No folheto interno ou visceral, as células modificam-se durante o desenvolvimento embrionário, adquirindo características 
muito peculiares. Essas células são chamadas de podócitos e formadas por um corpo celular, de onde partem diversos 
prolongamentos primários que dão origem aos prolongamentos secundários. Os podócitos contêm actina, apresentam 
mobilidade e se apoiam sobre a lâmina basal dos capilares glomerulares. Seus prolongamentos envolvem completamente o 
capilar, e o contato com a lâmina basal é feito pelos prolongamentos secundários. Os podócitos estabelecem contato com a 
membrana basal por meio de várias proteínas, dentre as quais se destacam as integrinas. Entre os prolongamentos secundários 
dos podócitos existem espaços denominados fendas de filtração. Essas fendas são fechadas por uma membrana muito 
delgada, com cerca de 6 nm de espessura, constituída por um conjunto de proteínas (p. ex., a nefrina) que se liga, através 
da membrana plasmática, com os filamentos intracitoplasmáticos de actina dos podócitos. 
 
 
Figura 5: Esquema da ultraestrutura do capilar glomerular, formado por células endoteliais fenestradas e revestido pelos 
podócitos que constituem o folheto visceral da cápsula de Bowman. 
 
Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado, sem diafragmas nos poros das células endoteliais. Há uma lâmina basal entre 
as células endoteliais e os podócitos. Essa lâmina basal é eletronegativa e espessa pela fusão das membranas basais do 
endotélio e dos podócitos, sendo um componente importante da barreira de filtração glomerular. Essa característica, impede 
que as proteínas plasmáticas (que possuem carga negativa) sejam filtradas, poupando assim, a eliminação dessas. 
A lâmina basal glomerular humana normal varia de 215 a 430 nm de espessura e, quando vista por microscopia eletrônica de 
transmissão, apresenta três camadas: a lâmina rara interna, que aparece clara nas micrografias eletrônicas, situada próximo às 
células endoteliais; a lâmina densa, mais elétron-densa; e a lâmina rara externa, também clara, localizada mais externamente 
ao lúmen do capilar e, portanto, em contato com os prolongamentos dos podócitos. As lâminas raras contêm fibronectina, 
que estabelece ligações com as células. A lâmina densa é um feltro de colágeno tipo IV e laminina em uma matriz que contém 
proteoglicanos eletricamente negativos (aniônicos). As moléculas com carga elétrica negativa retêm moléculas carregadas 
positivamente, e o colágeno IV com a laminina constituem um filtro de macromoléculas, que atua como uma barreira física. 
Por fim, o filtrado glomerular tem concentrações de cloreto, glicose, ureia e fosfato semelhantes às do plasma sanguíneo, 
porém quase não contém proteínas, pois as macromoléculas não atravessam a barreira de filtração glomerular. 
 
CÉLULAS MESANGIAIS 
 
Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as células mesangiais internas, mergulhadas em matriz 
mesangial. Há locais do glomérulo em que a lâmina basal não envolve toda a circunferência de um só capilar, constituindo 
uma membrana comum a duas ou mais alças capilares. É principalmente nesse espaço entre os capilares que se localizam as 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
células mesangiais, as quais podem também ser encontradas na parede dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais 
e a lâmina basal. 
 
 
Figura 6: Localização das células mesangiais e dos podócitos 
 
As células mesangiais são contráteis e têm receptores para angiotensina II. A ativação desses receptores reduz o fluxo 
sanguíneo glomerular. Contêm ainda receptores para o fator natriurético atrial, produzido pelas células musculares do átrio do 
coração. Esse hormônio é um vasodilatador e relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de sangue que passa pelos 
capilares e a área disponível para filtração. 
As células mesangiais têmainda outras funções: garantir suporte estrutural ao glomérulo, sintetizar a matriz extracelular, 
fagocitar e digerir substâncias normais e patológicas (complexos de antígenos com anticorpos, por exemplo) retidas pela 
barreira de filtração e produzir moléculas biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas. As endotelinas causam 
contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo. 
 
TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL: 
 
No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal da cápsula de Bowman se continua com o epitélio cuboide ou colunar 
baixo do túbulo contorcido proximal. Esse túbulo é mais longo do que o distal. Como suas células são largas, em cada corte 
transversal de um túbulo proximal aparecem apenas três a quatro núcleos esféricos. Os limites entre as células desses túbulos 
são dificilmente observados ao microscópio óptico, pois elas têm prolongamentos laterais que se interdigitam com os das 
células adjacentes. Os túbulos proximais apresentam lumens amplos e são circundados por muitos capilares sanguíneos. 
As células do túbulo proximal têm o citoplasma bastante acidófilo, especialmente no seu polo basal, em razão de numerosas 
mitocôndrias alongadas presentes nessa região. Além disso, as células do túbulo proximal têm prolongamentos laterais que se 
interdigitam com os das células adjacentes. Muitas mitocôndrias se situam no interior desses prolongamentos. A bomba de 
sódio (Na+/K+-ATPase) localiza-se nas porções basolaterais da membrana plasmática e é responsável pelo transporte de íons 
para o interstício renal. 
A superfície apical das células dos túbulos proximais apresenta grande quantidade de microvilos, que formam a orla em escova. 
Nesta superfície, há grande atividade de endocitose de material presente no lúmen dos túbulos; dessa maneira, são 
reabsorvidas pelas células dos túbulos macromoléculas que atravessaram a barreira de filtração glomerular, principalmente 
proteínas com massa molecular abaixo de 70 kDa. As vesículas se fundem com lisossomos, nos quais as macromoléculas são 
digeridas. Resíduos de aminoácidos exocitados para o interstício se difundem até vasos sanguíneos para serem reaproveitados. 
No túbulo contorcido proximal, inicia-se o processo de reabsorção do filtrado glomerular e excreção de substâncias no lúmen 
tubular. Esse segmento do néfron reabsorve a totalidade da glicose e dos aminoácidos contidos no filtrado glomerular, e mais 
de 70% da água, bicarbonato e cloreto de sódio, além dos íons cálcio e fosfato. 
A glicose, os aminoácidos e os íons são reabsorvidos por proteínas transportadoras e por transporte ativo, sendo que a água 
acompanha passivamente o transporte dessas substâncias. O transporte de água depende, em grande parte, de moléculas 
da família das aquaporinas. Desse modo, a osmolaridade do conteúdo do túbulo é mantida ao longo do tubo. Quando a 
quantidade de glicose no filtrado excede a capacidade de reabsorção dos túbulos proximais, a urina se torna mais abundante 
e contém glicose. Todas essas substâncias são transportadas através das células dos túbulos e colocadas no interstício renal 
(o tecido conjuntivo situado entre os componentes dos néfrons), de onde passam para a circulação sanguínea. 
As células são capazes de secretar substancias toxicas, a exemplo a creatinina. 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
 
 
Figura 7: Corte histológico, no centro um túbulo contorcido proximal 
 
ALÇA DE HENLE: 
 
A alça de Henle é uma estrutura em forma de U que consiste em um segmento delgado interposto a dois segmentos 
espessos. Na parte mais externa da medula (próxima à região cortical), o segmento espesso descendente da alça de Henle 
tem um diâmetro externo de 60 μm, estreita-se para um diâmetro de 12 μm e se transforma na parte descendente delgada 
da alça. O lúmen desse segmento do néfron é relativamente amplo, porque a parede da alça é formada por epitélio simples 
pavimentoso. 
A alça de Henle participa da retenção de água. Essa alça cria 
um gradiente de hipertonicidade no interstício medular, que 
influencia a concentração da urina à medida que ela passa 
pelos ductos coletores, produzindo assim uma urina 
hipertônicas, poupando, pois, a água do corpo e evitando a 
necessidade de beber água continuamente. 
Embora o segmento delgado descendente da alça de Henle 
seja completamente permeável à água, o segmento 
ascendente inteiro é impermeável. No segmento espesso 
ascendente, o cloreto de sódio é transportado ativamente 
para fora da alça, a fim de estabelecer o gradiente medular 
já mencionado e que é necessário para concentrar a urina. 
A osmolaridade do interstício renal nas extremidades das 
pirâmides (medula renal) é aproximadamente 4 vezes maior 
do que a do sangue. 
Aproximadamente um sétimo dos corpúsculos renais localiza-
se próximo à junção corticomedular, constituindo os 
chamados néfrons justamedulares. Os outros, situados mais 
próximos da superfície do córtex, são chamados de néfrons 
corticais. Todos os néfrons participam dos processos de 
filtração, reabsorção e secreção. Os néfrons justamedulares 
desempenham o importante papel de estabelecer um 
gradiente de hipertonicidade no interstício da medula renal, 
que é base funcional para os rins produzirem urina 
hipertônica, e têm alças de Henle muito longas, estendendo-
se até a profundidade da medula renal. Essas alças têm 
segmentos espessos curtos e segmento delgado longo, tanto 
descendente quanto ascendente. Por outro lado, os néfrons 
corticais têm alças de segmento delgado descendente muito 
curto, sem segmento delgado ascendente. 
Figura 8: Características ultraestruturais mais relevantes das 
células epiteliais de túbulos renais 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
Obs.: Remédios diuréticos de alça atuam nesse mecanismo do interstício hipertônico, bloqueando a absorção desses sai, que 
por conseguinte, faz com que haja a liberação de uma urina diluída. 
 
TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: 
 
A parte espessa da alça de Henle penetra na região cortical e, após curto trajeto, torna-se tortuosa e passa a se chamar 
túbulo contorcido distal, revestido por epitélio cúbico simples. 
Em cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contorcidos distais e os proximais, ambos encontrados na cortical e 
formados por epitélio simples cúbico, baseia-se nos seguintes parâmetros: as células dos túbulos distais são mais estreitas; 
em consequência, observam-se mais núcleos em cortes transversais desses túbulos. Além disso, suas células não têm orla 
em escova e são menos acidófilas, pois contêm menor quantidade de mitocôndrias. 
No túbulo contorcido distal existe uma troca iônica, desde que haja quantidade suficiente de aldosterona circulante. Ocorre 
ainda absorção de sódio, e potássio é excretado. Esse mecanismo influencia o conteúdo de sais e água no organismo. O 
túbulo distal também secreta os íons hidrogênio e amônia para a urina, atividade essencial para o equilíbrio acidobásico do 
sangue. 
Uma propriedade muito importante dos túbulos distais é o fato de um segmento desses túbulos aproximar-se do corpúsculo 
renal do mesmo néfron, local onde a parede do túbulo se modifica. Suas células tornam-se cilíndricas, altas e com núcleos 
alongados e muito próximos uns dos outros; a maioria delas tem o complexo de Golgi na região basal. Esse segmento 
modificado da parede do túbulo distal, que aparece mais escuro nos cortes corados, devido à proximidade dos núcleos de 
suas células, chama-se mácula densa. A mácula densa é sensível ao conteúdo iônico e ao volume de água no fluido tubular, 
produzindo moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina na circulação. 
 
 
Figura 9: Túbulo contorcido distal e Mácula Densa 
 
TÚBULOS E DUCTOS COLETORES 
 
O conteúdo dos túbulos distais passa para os túbulos coletores, que desembocam em tubos mais calibrosos, os ductos 
coletores, que se dirigem para as papilas renais. Tanto os túbulos como os ductos coletores seguem um trajeto retilíneo. 
Os ductos coletores mais delgados são revestidospor epitélio cúbico e têm um diâmetro de aproximadamente 40 μm. À 
medida que se fundem e se aproximam das papilas, suas células tornam-se mais altas, até se transformarem em cilíndricas. 
Ao mesmo tempo, aumenta o diâmetro do tubo. No local próximo à extremidade das papilas medulares, os ductos coletores 
têm diâmetro de até 200 μm. 
Os tubos coletores são formados por células com citoplasma que se cora fracamente pela eosina e cujos limites intercelulares 
são bem marcados. Ao microscópio eletrônico de transmissão, observa-se que são células pobres em organelas. Os ductos 
coletores da medula participam dos mecanismos de concentração da urina por meio de retenção de água, sob influência do 
hormônio antidiurético (ADH) liberado na pars nervosa da hipófise. 
Ductos coletores são, geralmente, impermeáveis a água, a não ser que haja expressão no ducto coletor de transportadores 
de água chamados de aquaporinas, os quais são regulados pelo ADH. 
 
 
 
LETICIA T SANTOS - MEDICINA 
APARELHO JUSTAGLOMERULAR: 
 
Próximo ao corpúsculo renal, a arteríola aferente (às vezes também a eferente) não tem membrana elástica interna e suas 
células musculares apresentam-se modificadas. Essas células são chamadas justaglomerulares ou células JG e têm núcleos 
esféricos e citoplasma contendo grânulos de secreção. A secreção desses grânulos participa da regulação da pressão 
sanguínea. 
A mácula densa do túbulo distal geralmente se localiza próximo às células justaglomerulares, formando com elas um conjunto 
chamado aparelho justaglomerular. Também fazem parte do aparelho justaglomerular células com citoplasma claro, de função 
pouco conhecida, denominadas células mesangiais extraglomerulares. 
Ao microscópio eletrônico, as células justaglomerulares apresentam características de células secretoras de proteínas, tais 
como retículo endoplasmático rugoso abundante e complexo de Golgi desenvolvido. Os grânulos de secreção medem cerca 
de 10 a 40 nm e reúnem-se em aglomerados que parecem constituir a forma madura da secreção. 
As células justaglomerulares produzem a enzima renina, mas ela não atua diretamente. A renina aumenta a pressão arterial 
e a secreção de aldosterona (um hormônio da cortical da glândula adrenal), por intermédio do angiotensinogênio (uma globulina 
do plasma). Atuando sobre o angiotensinogênio, a renina libera um decapeptídio – a angiotensina I. Uma enzima do plasma 
remove dois aminoácidos da angiotensina I, formando a angiotensina II (octopeptídio). 
Os principais efeitos fisiológicos da angiotensina II são: aumentar a pressão sanguínea e induzir a secreção de aldosterona 
(hormônio que inibe a excreção do sódio pelos rins) pela glândula adrenal. A deficiência em sódio é um estímulo para a 
liberação da renina, que acelera a secreção de aldosterona. Inversamente, o excesso de sódio no sangue deprime a secreção 
de renina, que inibe a produção de aldosterona, aumentando, então, a excreção de sódio pela urina. 
O aparelho justaglomerular exerce, portanto, um importante papel no controle do balanço hídrico (já que água é retida ou 
eliminada junto com o sódio) e do equilíbrio iônico do meio interno. 
 
 
Figura 10: Mácula densa 
 
INTERSTÍCIO RENAL: 
 
O espaço entre os componentes dos néfrons e os vasos sanguíneos e linfáticos se chama interstício renal. Ele é muito 
escasso na cortical, mas aumenta na medular. Além disso, contém pequena quantidade de tecido conjuntivo, com fibroblastos, 
algumas fibras colágenas e, principalmente na medula, uma substância fundamental muito hidratada e rica em proteoglicanos. 
No interstício da medula existem células secretoras chamadas de células intersticiais, que contêm gotículas lipídicas no 
citoplasma e participam da produção de prostaglandinas e prostaciclinas. As células do interstício da cortical renal produzem 
85% da eritropoetina do organismo, um hormônio glicoproteico que estimula a produção de eritrócitos pelas células da medula 
óssea. O fígado sintetiza os 15% restantes da eritropoetina necessária para o bom funcionamento do erítron. Doenças renais 
podem levar a uma profunda anemia decorrente da deficiência de produção de eritropoetina, pois o fígado não tem 
capacidade de suprir, sozinho, as necessidades do organismo. 
 
REFERÊNICA: 
 
JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Histologia básica. In: Histologia Básica. 2017.

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