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Conceitos sociologicos basicos - SC

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SOCIOLOGIA DA COMUNICAÇÃO
Prof. Fernando Perillo da Costa
CONCEITOS SOCIOLÓGICOS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DO PROCESSO E PAPEL DA COMUNICAÇÃO SOCIAL NA SOCIEDADE ATUAL
Alguns conceitos sociológicos são fundamentais para que se possa melhor compreender o processo de comunicação social e o papel dos meios de comunicação de massas na sociedade atual. Quando de uma utilização destes conceitos é comum serem erroneamente confundidos, como o caso do conceito de classes sociais e o de camadas sociais. Pode ainda, haver a confusão entre o conceito de categorias sociais profissionais com classes sociais. Estes conceitos, entretanto, devem ser entendidos relacionados à constante alteração da realidade social, como a atual, e não apreendê-los de maneira meramente formal. 
Destacamos os seguintes conceitos sociológicos:
1. Estrutura social
A expressão estrutura sempre aparece relacionada a uma trama de aspectos, devidamente articulados, que fornecem sustentação e base a determinadas situações específicas. Por exemplo, quando falamos sobre a estrutura de um edifício, ou seja, nos referimos ao conjunto de aspectos específicos e que fornece ao edifício estabilidade e sustentação, assim como quando nos referimos a um conjunto de aspectos do corpo humano que fornece estabilidade e sustentação, permitindo nós estarmos eretos.
Em relação à estrutura social de uma sociedade o raciocínio é bem próximo, pois ela é sustentada e mantida por uma conjunção de aspectos que a mantém mais estável. Não são todos os aspectos que fazem parte de uma sociedade e que garantem a sua sustentação básica. São aspetos fundamentais, encontrados em qualquer sociedade, época e realidade histórica e social. 
Uma estrutura social é composta por três complexos universos, dimensões ou estruturas particulares, a saber: a econômica, a política e a cultural, que aparecem articulados e são interdependentes. A dimensão econômica está basicamente relacionada ao processo de produção material (e suas decorrências em outras práticas econômicas) e à prática de serviços. A dimensão política à manifestação das relações de poder e a dimensão cultural, ou seja, à produção simbólica de uma sociedade.
Há uma variação de estrutura social dependendo da dinâmica dos processos sociais, ou seja, na Idade Média a estrutura social era marcada pelo feudalismo e em nosso mundo ocidental atual é a predominância da estrutura capitalista. Em cada momento histórico deve-se verificar qual das três dimensões estruturais exerce uma espécie de condicionamento ou determinação em última instância sobre as demais. Na realidade capitalista há um claro predomínio da estrutura econômica sobre as dimensões política e cultural. Alguns autores utilizam-se, ainda, de outra explicação, como: a dimensão econômica é denominada de infraestrutura da sociedade e nela é que encontramos todas as atividades direta ou indiretamente relacionadas à produção e as práticas materiais. As atividades políticas e as culturais estão relacionadas à denominada supraestrutura.
Dessa maneira, sempre deve-se relacionar as práticas culturais, incluindo o mundo da comunicação social, seus processos, seus meios específicos e os seus veículos de atuação à dimensão cultural, mas não podem ser desvinculados da devida articulação e interdependência das dimensões econômica e política.
2. Classes sociais
De forma, sociologicamente mais precisa e completa, as classes sociais dizem respeito aos agentes sociais coletivos em decorrência de sua posição diante da propriedade ou não dos meios materiais de produção de uma sociedade. 
Trata-se, portanto, de coletividades capazes de determinadas transformações sociais significativas, constituindo-se, pois, como específicas forças sociais, relacionadas às relações de produção econômica, de poder, de saber e de consumo e caracterizadas por determinadas situações de contradições antagônicas entre elas.
O que, de fato, define uma classe social de uma pessoa? É definido pelo lugar que esta pessoa ocupa em relação à propriedade ou não dos meios materiais de produção. Trata-se, portanto, de uma característica qualitativa e não quantitativa.
Na atual realidade social capitalista, desde a solidificação do modo de produção capitalista em função da afirmação da revolução industrial, basicamente são encontradas as seguintes classes sociais: 
a) a classe social trabalhadora, que não é proprietária de nenhum meio material de produção, constituindo-se na maioria da sociedade, que é assalariada (no Brasil atual compõem mais de 78% da sociedade); 
b) a classe empresarial (derivada da anterior burguesia), que é proprietária de básicos meios materiais de produção, industriais, agrícolas, extrativistas, comerciais, financeiros, simbólicos e de determinados serviços;
c) a classe social dos executivos, ou gestores, como os diretores, gerentes e chefes de importantes setores administrativos de fundamentais empresas e que apesar de não serem basicamente proprietários de meios materiais de produção, são trabalhadores indiretos e possuem uma posição social mais elevada que os da classe trabalhadora direta. 
d) Há ainda a classe social dos pequenos proprietários dos mais variados e diversos pequenos negócios, em inúmeras atividades, que podem ser facilmente encontradas em nossa realidade social. 
e) classe social dos autônomos, que são proprietários ou donos de seus próprios negócios, em inúmeras atividades e práticas.
À cada classe social, propriamente dita, correspondem faixas de rendimentos, salários e ganhos que não podem ser confundidas com as corretas e específicas classes sociais. São, na realidade, estratos sociais ou classes econômicas que aparecem, por vezes, denominadas de classes médias e outras. Veja o item 4, abaixo, sobre este conceito.
Em relação aos meios de comunicação social de massa e o papel destes meios sempre deve-se procurar relacioná-los ao fatores exercidos por determinada classe social, tanto em relação aos processos culturais, como sobre o poder político ideológico.
3. Categorias sociais
São também, agentes sociais coletivos, mas não se caracterizam por relações sociais antagônicas, porém pelas relações não antagônicas. As categorias sociais são diferenciadas por diversas características qualitativas. São agrupamentos sociais com características comuns aos seus componentes. As mais importantes categorias sociais são:
a) raciais – brancos, negros e pardos; 
b) categorias ocupacionais, caracterizando as diversas profissões existentes. Um médico pertence a uma categoria profissional, mas pode ocupar diferente posição de classe social, pois pode ser um trabalhador assalariado de um hospital, pode ser o empresário dono deste hospital e ainda pode ser um pequeno proprietário de uma clínica; 
c) categorias sexuais, constituídas por homens e por mulheres (hoje, já se incluem os transexuais);
d) categorias geracionais: crianças, jovens, adultos e idosos: categorias conjugais: solteiros, casados ou com união estável, divorciados e viúvos; 
e) categorias religiosas: católicos, pentecostais, evangélicos, kardecista, umbandista, ateus e agnósticos, entre outros;
f) categorias de preferências sexuais: heterossexuais, homossexuais, bissexuais e transexuais.
4. Camadas ou estratos sociais
São camadas sociais marcadas por aspectos quantitativos dentro de uma determinada escala. As mais significativas camadas sociais são: classificadas por rendimentos e faixas socioeconômicas (de acordo com proventos individuais ou familiares). Neste sentido é que uma determinada população possui uma estratificação de acordo com faixas de rendimentos, chegando-se de acordo com certos critérios, por exemplo, às “classes baixas”, que recebem aproximadamente entre 0 a 5 salários familiares, “classes médias”, entre 6 a 30 salários familiares, somando todos os rendimentos familiares e, às “classes altas”, que recebem acima de 30 salários mínimos. 
Com base em estudos próximos das camadas sociais é que se chega aos denominados estratos socioeconômicos, chegando-se por meio da aplicação de claroscritérios quantitativos, como o cruzamento do grau de instrução do chefe da família e diversos itens de posse e conforto encontrado na residência da pessoa e a capacidade de compra de bens e serviços. Esta distribuição é que nos fornece as “classes” A,B.C,D e E, que na realidade são classes socioeconômicas, como aparece quando se aplica o conhecido Critério Brasil, largamente utilizado nas mais diversas pesquisas de opinião, de mercado e de audiência, mas não classes sociais, propriamente ditas.
5. Aplicação da lógica dialética.
Ao contrário da lógica e reflexão cartesiana a denominada lógica ou forma de reflexão dialética trabalha com os aspectos que aparecem com determinado grau de contradição, procurando revelar os fatores que se opõem diante de determinados aspectos. Procura-se chegar aos aspectos que estão em antagonismo e trabalhar com eles para melhor se chegar ao resultado ou síntese deste confronto. A dialética surgiu na reflexão filosófica, procurando trabalhar com os argumentos em confronto: a tese e a antítese, para se chegar à síntese do caso em questão. (filosofia de Hegel)
Do ponto de vista social a dialética foi associada às questões da realidade social, procurando destacar os diferentes aspectos econômicos, políticos e culturais que estão em confronto. Este é o caso dos interesses e das contradições sociais encontradas entre as classes sociais, nestes três planos.
O que é importante ser destacado é que a constatação de uma contradição social percebida pela aplicação da lógica dialética é parte integrante de uma determinada realidade social e não atua fora dela, ou seja, faz parte explicativa desta realidade, inclusive historicamente caracterizando-a. Vejamos, por exemplo, que apesar do Brasil estar entre as 9 ou 10 maiores economias do mundo, possui contraditória e dialeticamente uma das piores distribuições de renda do mundo. Este fato revela uma situação que só pode ser melhor compreendida se for levada em consideração a dialética existente entre as diferenças e desigualdades sociais entre as classes sociais no Brasil. Isto explica a nossa realidade a as contradições que, infelizmente, fazem parte dela e caracterizam melhor o que é o nosso país.

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