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– 1. Antes de iniciar o exame físico estarei higienizando minhas mãos através da técnica correta e realizando a assepsia dos instrumentos que utilizarei durante o exame. Feito isso, irei me dirigir ao paciente, me apresentarei, dizendo nome e função, explicarei para ele o procedimento e seus objetivos e pedirei autorização para realizar o exame. 2. Nesse caso, os instrumentos utilizados serão: estetoscópio e esfignomanometro. - Deve-se estabelecer um diálogo com o paciente por pelo menos 15 minutos antes do exame, após momentos de relaxamento, deve-se verificar a pressão arterial. *Inspeção (em decúbito dorsal com tórax exposto): Observa-se: - Nível de consciência: uma das primeiras manifestações da diminuição do débito cardíaco é justamente a alteração da consciência, em virtude do hipofluxo cerebral. - Formato do tórax, presença de abaulamentos... - Tipo morfológico: se é típico de alguma doença pois problemas cardíacos importantes costumam ser encontrados em portadores de síndromes como Marfan, Turner, Down... - Condições de pele e mucosas: coloração, turgescência, umidade, temperatura e textura, e as características das mucosas, segundo a coloração e a hidratação. - Observar se há presença de estase jugular. - Observar se o abdome é globoso. - Se há edemas - complementada na palpação pelo sinal de Godet. Se já amanhece com MMII edemaciados. - Veias Adoecidas: varizes. - Ictus cordis: encontra-se no 5º espaço intercostal esquerdo, sobra a linha hemiclavicular. É observado com maior facilidade nos homens. Palpação: - Ictus Cordis: pode ser feita juntamente com a inspeção, a fim de determinar a presença de pulsações normais e anormais. Ele deve ser procurado no quinto espaço intercostal, na linha hemiclavicular esquerda e pode ser medido por meio das polpas digitais que localizam o choque de ponta. A posição lateral esquerda também pode ser usada, pois permite que o coração se desloque para mais próximo da parede torácica. Essa posição acentua os movimentos precordiais e certos ritmos cardíacos. - O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia de ventrículo esquerdo, como ocorre na hipertensão arterial e insuficiência aórtica, por exemplo. * Palpação: (decúbito dorsal e decúbito lateral esquerdo): - Pulso: o pulso é verificado utilizando-se a polpa dos dedos indicador e médio, por meio da palpação de uma artéria, geralmente a artéria radial, contando-se durante um minuto o número de batimentos e verificando-se suas características: intensidade (pode ser cheio ou filiforme), ritmicidade (pode ser regular ou irregular) e simetria (iguais em ambos os membros). Forem verificadas alterações nos pulsos ou sinais de comprometimento vascular (diminuição de perfusão e alterações na cor e na temperatura), deve-se realizar a medida também nos membros inferiores, observando se há variações (a diferença de PA entre membros superiores e inferiores pode ser sugestiva de aneurismas de aorta). Pulso carotídeo, braquial, radial, tibial posterior e poplíteo. Valores de referência: 60 a 100 batimentos por minuto (bpm) – Normocardico; - Testar o tempo do enchimento capilar: ao soltar, a cor embaixo da unha deverá voltar ao normal (corado) em 2 segundos. - Precordio: pode-se verificar, ainda, a presença de frêmitos, que representam o fluxo turbulento de sangue pelas valvas cardíacas. A pesquisa dos frêmitos deve ser feita com a mão espalmada sobre o precórdio, usando, de preferência, a palma da mão para melhor sentir as vibrações. A presença do levantamento sistólico do precórdio e de pulsações epigástricas ou supraesternais é confirmada na palpação, que permite uma avaliação mais precisa de sua intensidade. - Avaliação de Gânglios Linfáticos: circulação linfática (responsáveis por filtrar a linfa, recolhendo vírus, bactérias e outros organismos que podem provocar doenças. Uma vez nos gânglios linfáticos, esses micro-organismos são eliminados pelos linfócitos, que são células de defesa importantes do organismo). Pescoço: estão mais concentrados nas laterais do pescoço, ficando inchados quando existe garganta inflamada ou uma infecção em um dente, por exemplo; Clavícula: geralmente ficam aumentados devido a infecções nos pulmões, mamas ou pescoço; Axilas: quando inflamam podem ser sinal de uma infecção na mão ou no braço ou indicar problemas mais sérios como câncer de mama; Virilha: surgem inflamados quando há uma infecção na perna, no pé ou nos órgãos sexuais. * Ausculta: É o método semiológico que oferece informações valiosas acerca dos sons cardíacos, que são chamados de bulhas cardíacas, do enchimento ventricular e do fluxo sanguíneo pelas valvas cardíacas, bem como do ritmo. A ausculta cardíaca é realizada em pontos do tórax nos quais é captado o ruído das valvas. Essas áreas, chamadas de focos de ausculta, são: - Foco mitral: corresponde ao choque de ponta e está localizado no cruzamento do quinto espaço intercostal esquerdo com a linha hemiclavicular; - Foco tricúspide: localizado na base do apêndice xifoide; - Foco aórtico: no segundo espaço intercostal à direita, junto ao esterno; - Foco pulmonar: no segundo espaço intercostal à esquerda, junto ao esterno. - Avaliar: 1. Presente ou Ausente 2. Frequência: conta-se os batimentos em um minuto. Em adultos: < 60: bradicardia, > 100: taquicardia. Entre 60 e 100 normocárdico. 3. Normal: Duas Batidas (Bulhas). B1 e B2, normofonéticas. Observar a intensidade das bulhas cardíacas (normo, hipo ou hiperfonéticas); se há desdobramentos ou presença de 3ª ou 4ª bulha; 4. Descrever ritmicidade (ritmo regular, ritmo de galope, ritmo irregular). 5. Ruídos adventícios: - Sopros: aparecerem quando o fluxo sanguíneo se torna turbulento. Pode ser causado por um defeito valvar (estreitamento, má formação) ou pelo aumento do fluxo sanguíneo, como ocorre em indivíduos com febre alta ou em mulheres grávidas. Os sopros podem ser classificados de acordo com sua intensidade, variando de 1 (um) a 6 (seis). Os sopros classificados como de grau 1 são muito fracos, podendo não ser auscultados em todas as posições. A escala prossegue até o grau 6, quando o sopro pode ser ouvido sem o estetoscópio afastado da parede torácica. Os frêmitos normalmente se associam aos sopros de graus quatro, cinco e seis. Sopros: se presente, localizar qual foco é mais audível e em seguida se é sistólico ou diastólico. - Galopes: ocorrem quando existe algum empecilho para que aconteça o enchimento ventricular durante a diástole. Desse modo, durante a diástole ocorre uma vibração passageira parecida com o som das bulhas cardíacas. Assim, na ausculta, os sons aparecem multiplicados, como se fosse produzido o som de um “cavalo galopando”. Pode ser identificado em indivíduos que apresentam insuficiência cardíaca congestiva ou outras doenças miocárdicas. - Estalidos ou cliques: ocorrem quando as valvas apresentam alguma alteração, sofrendo um desdobramento abrupto para a passagem do sangue. Deste modo, verifica-se um som curto, de alta frequência, parecido com um “clique”. Este tipo de som é detectado em pessoas que possuem estenose de valva mitral e aórtica, por exemplo. - Atrito: causado pelo atrito (som áspero, de fricção entre duas superfícies) entre as superfícies do pericárdio, durante os ciclos cardíacos, isto é, tanto na sístole como na diástole. Normalmente este tipo de ruído adventício é encontrado em clientes que apresentam pericardite. - Após o término do exame, fazer as anotações de enfermagem, agradecer ao paciente, higienizar as mãos, organizar o ambiente e higienizar novamente minhas mãos.
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