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ATIVIDADE DE DIREITO CIVIL VI 1. Qual é o fundamento para as restrições impostas ao direito de propriedade? O direito de propriedade é garantido como direito fundamental desde a Constituição de 1.824, flagrantemente influenciada pela doutrina liberal, sendo assegurado em todas as Constituições vigentes no Brasil até os dias de hoje. Afinal, trata-se de um direito basilar da ordem econômica, uma vez que constitui um dos elementos que garante a circulação de riquezas. Portanto, atualmente, é, ainda, um direito individual e inviolável, conforme estabelecido no artigo 5º, caput e inciso XXII, da Constituição de 1.988. Constitui, ainda, princípio geral da atividade econômica de acordo com o artigo 170, inciso III, da Constituição da República. Também em relação à propriedade imóvel urbana, a Constituição da República explicita de que forma será cumprida sua função social, determinando, em seu artigo 182, parágrafo 2º que será atendida quando atender às exigências fundamentais de ordenação expressa no plano diretor. 2. O que deve ser levado em conta para classificar o uso da propriedade em normal ou anormal? Dispõe o Código Civil, nos artigos 1277 a 1284, sobre o uso anormal da propriedade que, nas lições de Pablo Stolze, é o uso que viola o princípio da função social da propriedade. Situado no capítulo que trata dos direitos de vizinhança, o uso anormal da propriedade é aquele que perturba a saúde, a segurança e o sossego daqueles que possuem propriedade vizinha.Veja-se, assim, o que dispõe o artigo 1277, in verbis : Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha. Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança. 3. Após a leitura dos artigos 1.282, 1.283 e 1.284, do Código Civil, explique o que são árvores limítrofes e a quem pertencem os frutos caídos das árvores de terreno vizinho. Há presunção de que a árvore que esteja no limite entre os prédios pertence a ambos proprietários dos imóveis. Pode ser chamada também de árvore-meia, ou seja, a metade da árvore pertence a cada vizinho: Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes. Em contrapartida, as raízes e ramos que invadem o imóvel vizinho podem ser cortados, sem necessidade de notificação e de indenização ao proprietário vizinho pois a Lei nada fala sobre assunto. Nesse ponto, em que pese não haja previsão de indenização, o vizinho cuja invasão de raízes e ramos suportou deve agir com boa-fé sob pena de abuso de direito. Pois caso uma raiz seja cortada de forma que ocasione a morte ou a queda da árvore, dependendo do caso concreto caberá indenização, além de responsabilização ante a Lei ambiental. Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido. O código Civil no artigo 1.284 aduz que “ Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular.” Nota-se que aqui o legislador se preocupou em evitar conflitos impedindo que vizinhos invadam terreno do outro vizinho para buscar frutos caídos de sua árvore.