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LABORATÓRIO CLÍNICO VETERINARIO

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LABORATÓRIO CLÍNICO
COLHEITA DE MATERIAL BIOLÓGICO
A colheita de material biológico é feita para a realização de exames complementares, para isso é necessário preparo do paciente, como por exemplo o jejum, uso de medicamentos no dia da colheita, pois determinados fatores como a própria falta do jejum podem alterar os resultados causando muitas vezes lipemia, que é o excesso de triglicéride no sangue.
O ideal é o que o jejum da colheita seja de 8 a 12 horas, exceto em filhotes que é de 2 a 4 horas. Não se faz o exame se o animal não estiver em jejum.
Outro item importante é o preparo do local da colheita, que deve ser muito tranquilo para não estressar o animal (hormônios do estresse alteram resultados), além da assepsia do local a ser feito a colheita. Em relação a estresse, cuidado principalmente com gatos, pois são bem mais estressados. Deve-se evitar que muitas pessoas contenham o animal, duas na maioria das vezes já são suficientes. Animais muito estressados devem ser atendidos assim que chegarem ao laboratório, não devem ficar aguardando na recepção.
Evitar ao máximo o uso de tranquilizantes/sedação pois os fármacos alteram o resultado, principalmente Acepromazina que sequestra eritrócitos para o baço, fazendo com que o animal pareça anêmico.
Além da preparação do paciente e do local, é necessária a identificação da amostra, com números de registro e não apenas nomes (pois existem vários Bobs por exemplo).
SANGUE
Usado para realização de vários exames. O hemograma é dividido em eritograma (estudo das células vermelhas), Leucograma (contagem de células brancas) e contagem de plaquetas. Logo, quando se pede o hemograma deve vir os três.
A contagem de plaquetas pode ser feita manualmente contando cada plaqueta ou por estatística.
O sangue então pode ser usado para exames como:
· Hemograma: Contagem de leucócitos, eritrócitos e plaquetas.
· Hemogasometria: Dosa gases no sangue como PCO2
· Sorologia: Titulação de anticorpos
· Imunologia: Dosagem de anticorpo, teste de Elisa...
A colheita pode ser feita da veia jugular, cefálica, safena e femoral para sangue venoso e artéria femoral para sangue arterial (usado para Hemogasometria). A escolha vai depender da espécie, risco de acidentes, volume necessário e calibre da veia, que quanto maior melhor. 
Em pequenos animais a jugular é recomendada quando necessários grandes volumes, por ser menos doloroso para o animal. Em gatos a colheita quando não consegue ser feita na jugular recomenda-se que seja feita na veia femoral.
Não colher muito devagar pois o sangue pode coagular, e não pode ser muito rápido para que o sangue não sofra hemólise.
O uso da focinheira deve ser obrigatório, mesmo o animal sendo manso.
A veia jugular pode ser manipulado com o animal deitado ou em pé (melhor para o animal).
Em filhotes se colhe apenas 0,1 ou 0,2 ml, nunca 3 ml, devido risco de anemia. Quando necessário varias colheitas seguidas (internação) usa-se cateter heparinizada.
Nem sempre é necessária a tricotomia, apenas nos casos de coleta de Liquor, centeses, fixação de cateter e facilita a visualização da veia. Porém, a assepsia é obrigatória e feita com clorexidine e não álcool.
Não usar sangue de veia estourada, pois quando a veia estoura reduz-se plaqueta e altera resultados. Assim como tubo de EDTA, altera pois as plaquetas se agregam a parede do tubo. (levado em consideração na hora da leitura).
Sangue arterial é mais vermelho do que o venoso, por ser mais oxigenado e pela presença do ferro que é acidófilo. Artérias pulsam e veia não.
Agulhas
	Cães e Gatos
	Grandes Animais
	Agulha 25 x 7 ou 30 x 7
	Vacutainer
Escalpes: Podem ser usados também, porém com rapidez, pois é um método mais lento então o sangue pode coagular.
ACONDICIONAMENTO
O acondicionamento depende da amostra, só se congela soro e plasma, hemácias não podem ser congeladas, e sim resfriadas, porem num tempo máximo de 12 horas.
Seringas: Seringas muito grande podem causar hemólise, usado quando necessários grandes volumes. Normalmente usa-se a seringa de 3 ou 5 ml. Laboratórios com alta tecnologia consegue fazer o exame com volumes inferiores a 3ml.
Se atentar sempre ao volume que o tubo pede, pois tubos com anticoagulantes especificam a quantidade de sangue necessário, a maioria pede no mínimo 2 ml (para não hemodiluir) e no máximo 5ml (para não coagular).
Tubos:
· Vermelho e Amarelo: São tubos secos, não possuem nenhum tipo de anticoagulante, usado para colheitas de soro e plasma. Não pode ser com anticoagulante pois o sangue precisa coagular para separar o liquido do coágulo. O amarelo é o melhor, a diferença entre eles é que o amarelo possui um gel separador, que fica entre o liquido e o coágulo, e o vermelho não possui esse gel, dificultando a retirada do soro ou plasma.
· Roxo: Possui cálcio EDTA, anticoagulante. O cálcio no organismo é um fator de coagulação que no tubo é inibido por esse cálcio EDTA. Usado normalmente para hematologia, ou seja, para ver os elementos figurados.
· Cinza: Usado apenas para dosagem de glicose. Possui fluoreto de sódio que não deixa a glicose ser consumida e possui também EDTA para não coagular.
· Azul: Usado apenas para avaliar distúrbios de coagulação (tempo de hemostasia), possui citrato de sódio, que também não permite coagulação do sangue.
O sangue é constituído 50% de elementos figurados que são hemácias, plaquetas e leucócitos e 50% de líquidos, líquido esse constituído por ureia, creatinina, hormônios...
Plasma: Parte liquida do sangue não coagulado. Constituído de elementos figurados, fatores de coagulação, fibrinogênio e liquido.
Soro: Não possui nem fatores de coagulação e nem fibrinogênio.
URINA
O método de colheita interfere no resultado. A micção espontânea, sonda e cateterização não são recomendadas para identificação de infecção, pois por envolver uretra pode ocorrer infecção de fora e que não necessariamente o animal esteja com infecção. Sondagem pode causar uretrite, em gatos necessário anestesia. Mais usado em grandes animais.
Temos ainda a compressão manual da bexiga, no qual comprime o abdômen e o animal urina. E a Cistocentese que é a mais recomendada em pequenos animais, nesse método se a bexiga estiver muito inflamada ou cheia pode haver ruptura (sempre alertar o proprietário desse risco). Necessária tricotomia.
Outra maneira é colher direto da caixinha do animal, ao invés de colocar areia, coloca-se pedra de aquário. Não usado para infecção.
O armazenamento pode ser feito na própria seringa (culturas e antibiogramas) ou coletores universais. Necessário no mínimo 3 ml, o ideal é que seja entre 5 a 10 ml. Deve ser conservado refrigerado por no máximo 12 horas. 
Avalia-se sedimento e aspecto físico químico da urina.
FEZES
Exame coproparasitológicos, coleta pode ser direto do reto ou por evacuação espontânea. Deve ser acondicionado em coletores universais ou sacos plásticos. Devem ser refrigerados por no máximo 24 horas, usado para identificar parasitas, avaliar digestibilidade e identificar pequenos sangramentos.
PÊLOS E PELE
Faz-se raspado de pele para procurar ácaros. Além de raspado, tem também o tricograma, no qual se puxa o pelo e manda para cultura de fungos, antibiograma e para avaliar qualidade do pelo, se o mesmo está quebrado a queda se deu por coçadas do animal e se estiver intacto a queda se deu sozinho. Ainda citologia de pele, que é o estudo de células, nos permite ver bactérias, células neoplásicas, processo inflamatório e fungos. Pode ser feito com agulha, bisturi, soab estéril ou cotonete no caso de pavilhão auricular.
LIQUOR
Liquor é o liquido que fica dentro da medula espinhal, responsável em nutrir o SNC, carregar impulsos nervosos, entre outros. Quase não tem célula, nem mesmo de defesa, por isso deve-se ter muito cuidado para que não haja infecção de maneira alguma. Necessária tricotomia, assepsia, luvas estéreis. O volume máximo que pode ser retirado é de 1,0 ml a cada 5 quilos de cão, e de 0,5 a 1,0 ml por gato. Não pode ser feito em animais que possuam pressão intracraniana aumentada.
O líquido pode ser usadopara mielografias (necessário contraste) para procedimentos de descompressão de lesão de coluna por exemplo. Mielografias não são mais tão usadas devido a altas tecnologias dos aparelhos de ressonância e tomografia. (CARO)
O acondicionamento do liquido é feito no tubo estéril e a leitura deve ser feita em no máximo 20 minutos.
LIQUÍDOS CAVITÁRIOS
No acondicionamento sempre será usado o tubo seco e o tubo com EDTA. Colheita feita com cateter, necessária tricotomia e assepsia. Coletas de líquidos cavitário são feitas por meio de centeses que além do diagnóstico é também uma terapia de conforto para o animal.
· Toracocentese: Colheita feita entre o 7º e 8º espaço intercostal. Não deixar entrar ar, para que não ocorra toracopneumonia, devido pressão negativa no dentro do tórax.
· Pericardiocentese: Colheita feita entre o 3º e 5º espaço intercostal. Necessário auxílio de monitor cardíaco, ultrassom...
· Abdominocentese: Feito um dedo abaixo da cicatriz umbilical, a bexiga deve estar vazia.
ANÁLISES CITOLÓGICAS
Feita de linfonodos, aumentos de volume, formações, vaginal, otologia e pele. É indicado pois não é necessário procedimento cirúrgico (abrir o paciente e colher um fragmento). Com a citologia se consegue identificar linfomas. Obrigatório que seja feito em qualquer formação.
Temos por exemplo, citologia da medula óssea, que é feita na escápula, trocanter do fêmur e externo. Feito com citoaspirador. Identifica aplasia medular e leucemias. Necessária anestesia. 
No sangue de medula são encontrados espiculas (bolinhas de células percussoras de outras células) diferente do sangue normal. (Usado para diferenciar).
Para citologia de baço e fígado é necessário saber o tempo de coagulação para que após o exame o animal não fique sangrando.
BIOPSIA 
Feita por agulhas específicas. Temos biópsia incisional no qual se retira um fragmento do tecido e temos a excisional que tira a formação toda. A vantagem da biopsia é a grande quantidade de tecido para o diagnostico.
HEMATOPOIESE
É o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiética pluripotente, célula-tronco ou stem-cell. 
· Eritrócitos: São as células vermelhas do sangue conhecido como hemácias.
· Leucócitos: São os glóbulos brancos como os linfócitos, monócitos, eosinófilos...
· Plaquetas: São trombócitos, cuja função é agregar para coagulação do sangue.
PLASMA: Se colocar a amostra de sangue em um tubo com EDTA e centrifugar, o sobrenadante é o plasma (parte liquida do sangue não coagulado), constituído por elementos figurados, fatores de coagulação, fibrinogênio e liquido.
A parte do meio são os leucócitos. E a parte de baixo é a parte celular, ou seja, hemácias. Aqui num total de células as hemácias é quem predominam devido transporte de O2 necessário para oxigenar as outras células.
SORO: Se colocar a amostra em um tubo sem anticoagulante, a parte liquida que solta do coágulo formado é o soro. O soro não possui nem fibrinogênio e nem fatores de coagulação, pois os mesmos estão no coágulo. 
Proteínas Totais: São as proteínas do sangue, normalmente albumina e globulinas (anticorpos). Podem ser dosadas tanto no soro como no plasma. A proteína total do plasma é maior que a do soro devido presença de fibrinogênio. A síntese de albumina é feita pelo fígado.
Então proteínas totais plasmáticas são formadas por Albumina, Globulina e Fibrinogênio, e as proteínas totais do soro são formadas por albumina e fibrinogênio.
Hematócrito: é a percentagem de volume ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue. É a relação de quando se tem de células.
Na desidratação se perde líquido, tornado a quantidade de hemácias maior que o plasma, logo, significa que o hematócrito está alto (hemoconcentrou). Na desidratação as proteínas totais também aumentam.
O volume sanguíneo corresponde de 6 a 10% do volume corpóreo, varia de acordo com idade, clima e atividade física. O feto de terceiro terço de gestação por exemplo, possui mais células do que liquido, pois a troca gasosa é feita pela mãe. 
Ao nascer à medula para de produzir tanta hemácia, devido alto aporte de O2. Na icterícia o que ocorre é a quebra dessas hemácias em excesso, e o produto dessa quebra é a bilirrubina, (por isso a cor amarela) essa bilirrubina é fotossensível, por isso crianças devem tomar sol, pois ajuda a elimina-la mais rápido.
Idosos podem ter hematócrito baixo, já que a medula não tem mais a mesma capacidade de produção celular. A medula leva de três a cinco dias para se adaptar a mudanças de O2 por exemplo.
Mecanismos de compensação em perdas sanguíneas
Em perdas sanguíneas, não haverá alterações de volume dentro de 24 horas, pois o organismo mantem o volume equilibrando o volume intersticial (tirando o liquido de onde tiver para colocar dentro do vaso). Ainda ocorre contração esplênica (para liberar mais hemácia, aumentando assim volume sanguíneo). 
Essa contração esplênica causa aumento de hematócrito, principalmente em cavalos.
Coletas
Pode ser coletado cerca de 10% do peso do animal. Então, em animais com 10 quilos pode ser coletado até 100 ml / quilo. Em gatos apenas 7 ml por quilo.
Cães para doar sangue devem ter no mínimo 35 quilos, mas o recomendado é que seja de 40 a 50 quilos (cães grandes). E as coletas devem ser feitas num espaço de 40 dias. Se o animal doou hoje, só poderá doar de novo após 40 dias.
Gatos possuem 3 tipos sanguíneos que são o A, B e AB. Cães possuem inúmeros tipos sanguíneos.
FASES DA HEMATOPOIESE
· Fetal
· Jovem
· Senil
Fetal: A gestação é dividida em três fases (três semestres). No primeiro trimestre o saco vitelino produz angioblastos que formam megaloblastos (precursores da medula, fase mesoblástica). Depois da formação do fígado (fase hepática), inicia-se a produção de hemácias, e no ultimo trimestre a formação da medula (fase mielóide).
Jovem: Do nascimento até a puberdade, sistema imune quando nasce é sensível. A medula esta a todo vapor, junto com outros tecidos linfoides para produzir células de defesa. A medula é vermelha e funcionante em todos os ossos. Nessa fase, baço e fígado são aumentados devido alto esforço.
Adulto: Fase chamada de convergência troncular da Hematopoiese, que significa que foi feito muito tecido reserva, então a medula só fica vermelha e funcionante no tórax e nas epífises dos ossos longos. Nos demais ossos, essa medula é substituída por gordura, tornando-a amarelada, porém é reversível, e pode voltar a se tornar vermelha em caso de necessidade.
A medula amarela se torna fibrosa (acinzentada), perde capacidade de reversibilidade, ou seja, não se torna mais vermelha. Nesses animais idosos o fígado e o baço dão um help por serem hematopoiéticos.
Animais idosos possuem hematócrito mais baixo, pois a capacidade de reposição da medula esta reduzida. As hemácias velhas são destruídas no fígado, baço ou circulação.
ORIGEM DAS HEMÁCIAS
As hemácias são sintetizadas a partir da stem cell (célula tronco), essa célula é blástica, plurivalente e indiferenciada. Consegue formar qualquer tipo celular, e ainda forma órgãos. Dentro da medula temos progenitores mielóides e linfoides.
Os progenitores linfoides formam linfócitos T, linfócitos B e NK – Naturais Killers.
Os progenitores mielóides formam mieloblastos que formam Monócitos (macrófagos), Neutrófilos, Eosinófilos, Basófilos, mastócitos, eritrócitos e Megacariócitos que formam plaquetas (trombócitos).
A cura da leucemia é a transfusão de medula.
 A vida média da hemácia:
· Cavalos: 150 dias 
· Vacas: 180 dias 
· Cão: 90 dias
· Gato: 70 dias
A progenitora da hemácia de multiplica em 2-3 dias em rubicito, que vira pró rubicito e depois metarrubicito na medula, a maturação desses metarrubicito também é feito na medula, depois da maturação é chamado Reticulócitos que também está na medula, porém pode ser encontrado também na circulação dependendo da necessidade de novas hemácias, de Reticulócitos passa a sereritrócito (já na circulação) e essa transformação ocorre em 24 a 48 horas. Aqui já se encerrou a síntese da hemácia com suas hemoglobinas. De metarrubicito até Reticulócitos demora cinco dias, então para se ter novas hemácias no sangue demora cerca de sete dias.
Em quadros de anemia o Reticulócitos vai ser liberado em excesso pela medula, antes mesmo de se tornarem eritrócitos. A anemia se da quando a taxa de perda é maior que a taxa de reposição das hemácias.
Quanto mais jovem for à célula mais basófila serão (azulada). Quando já é hemácia é acidófilo (vermelho). A fase Reticulócitos seria um vermelho pingado de azul. Quanto mais jovem maior será a célula (pois ainda não terminou de dividir), assim como sua capacidade de reprodução. E estará em menor quantidade no sangue.
Hipóxia
Qualquer alteração de volume sanguíneo pode ser considerada hipóxia e não apenas a falta de oxigênio. A Hematopoiese se da pela hipóxia, ou seja, numero, afinidade e concentrações de hemoglobina alterada. O primeiro a sentir é o rim que libera o fator eitropoiético renal, assim como o fígado que libera eritropoitinogênio. Ambos se unem e formam a eritropoietina que avisa a stem cell para produzir mais hemácias.
A eritropoietina corresponde a 90%, porém outros hormônios também participam como o TSH (tireoestimulante) ACTH (adrenocorticotrópico) GH (crescimento), gônadas com testosterona e progesterona. O estrógeno é uma exceção e ao invés de estimular, inibe a medula.
Para a medula conseguir se dividir e maturar são necessários fatores que agem diretamente na síntese de DNA como ácidos fólicos, complexo B, cobalto, niacina e acido nicotínico. E ainda fatores que agem da síntese da hemoglobina como ferro, proteína conjugada heme + globina (proteína agregada e Ac), em cada hemácia temos cerca de 400 milhões de hemoglobinas, vitamina B6, acido pantotênico e cobre.
A globina é uma proteína sintetizada no citoplasma pelo ferro, a heme é sintetizada na mitocôndria, no citoplasma se junta com a globina e forma a hemoglobina.
 O ferro vem da alimentação, e é transformado por proteínas (nessa fase são chamados transferrina) e são armazenados no fígado (estocado com ferritina). O ferro pode ser reciclado. O ferro pode ser reciclado.
Hemocaterese 
Pode ser tanto intravascular (feito na circulação) ou extravascular (feito no baço e no fígado). O heme – ferro e a globina vai para o fígado, e a porfirina vira bilirrubina.
CLASSIFICAÇÃO
Coloração
· Hemoglobina normal: Normocromia
· Hemoglobina Baixa / Pálida: Hipocromia
Policromasia: Várias cores, em baixa quantidade são normal, devido presença de hemácias novas e velhas.
Tamanho
· Anisocitose: Diferença de tamanho das hemácias.
· Macrocitose: Predominância de hemácias grandes.
· Microcitose: Predominância de hemácias pequenas, e pode ser causado por doenças genéticas, deficiência de cálcio e outros.
Gatos possuem mais Macrocitose.
Formato
· Bicôncava: Normal
· Poiquilocitose: Várias hemácias deformadas podem estar presentes em anemias, e pode ocorrer quando o baço esta removendo hemoglobinas da circulação.
· Esferócitos: Hemácia redonda, pequena que foi fagocitadas por macrófagos, difícil visualização, dada por alterações hemolíticas como doenças hemolíticas – autoimune, onde o organismo destrói suas próprias hemácias. Tratado com cortisona.
· Equinócitos: Hemácias espiculadas feito pelo EDTA, CIVID, uremia...
· Acantócitos: Projeções irregulares.
· Esquisócitos: Fragmentos de hemácia.
· Leptócitos: Hemácia em formato de alvo pode ser causada por deficiência de ferro.
· Dacriócitos: Formato de gota.
· Crenação: Formato de engrenagem.
Inclusões
· Ponteado Basófilo
· Corpúsculo Howel Jolly
· Corpúsculo de Heinz: Precipitação da hemoglobina que fica na parede. Ocorre porque a hemácias tem radicais sulfidrilas na parede, que protegem da oxidação (formação de radicais livres). Hemácias de gatos são mais sensíveis a oxidação, quando esses radicais sulfidrilas se ligam em radicais livres causa uma precipitação, se transforma em metahemoglobina que já não carreia mais O2, qualquer doença pode causar aumento de radicais livres, assim como cebola, dipirona...
CONTAGEM DE RETICULÓCITOS
Hemácias jovens são contadas frente a anemias, para saber se esta sendo produzidas muitas hemácias jovens, o que é comum em anemias agudas.
São vistos com azul cresil brilhante a 1% ou azul de metileno. 
Essa contagem é pedida para avaliar a medula, no caso sua atividade regenerativa, que se houver será considerada anemia aguda, e se sua atividade estiver não regenerativa será considerada anemia crônica.
Cães e gatos liberam 0,1 a 1% , suínos 2% e equinos, bovinos, caprinos e ovinos não liberam.
Depois de ocorrer o estimulo demora cerca de 4 a 5 dias para liberação com pico em 10 dias, portando o exame deve ser repetido.
Os Reticulócitos podem ser agregados (mais novo) ou ponteado (mais velho). Nos gatos devemos observar os agregados.
ERITROGRAMA
O eritrograma é a parte que olha as células vermelhas e proteínas totais plasmáticas. Necessária amostra com anticoagulante, consiste no numero total de hemácias (contado através de contadores automáticos ou por câmera de newbawer) e número total de hemoglobinas (feito com contadores automático ou uso de cianeto para quebrar as hemácias).
É considerado para o eritrograma o hematócrito ou também chamado de volume globular (VG), onde se vê o quanto tem de liquido e o quanto tem de células. Os valores variam entre as espécies.
Então, o eritrograma avalia Proteínas totais (Pt) dada em d/dL, numero total de hemácias dada em mm3, hematócrito dado em porcentagem e hemoglobina, dado em g/dL.
O eritrograma possui índices hematimétricos que devem ser observados em caso de anemia (baixo hematócrito). 
Índices Hematimétricos
· VCM: Volume corpuscular médio, é o tamanho médio das hemácias.
· HCM: Hemoglobina corpuscular média
· CHCM: Concentração de hemoglobina corpuscular média, tanto HCM quanto CHCM vê a quantidade de hemoglobina na hemácia.
Reticulócitos é a última etapa antes de virar hemácia, célula nova, não aparece no eritrograma. Se houver muito Reticulócitos o patologista vai colocar que há Policromasia por exemplo, e não Reticulócitos. A contagem de Reticulócitos é feita em anemias, e é necessário um pedido especifico de contagem de Reticulócitos .
Eritroblastos e metarrubicito são mais jovens que eritrócitos. Dificilmente aparecem, só aparecem em casos muito agudos. São células muito grandes que acabam sendo contadas como leucócitos, visto em seguida pelo patologista que acaba corrigindo o valor, isso pode ocorrer por anemias muito agudas e regenerativas.
Os índices hematimétricos podem ser alterados por:
· Hemólise de colheita – Aumenta CHCM
· Lipemia – Aumenta CHCM
· Concentração excessiva de EDTA – Amostra fica hemodiluída
· Amostra velha, com mais de 24 horas – Diminui CHCM e aumenta VCM 
Contagem de Reticulócitos
Corrige os valores em porcentagem.
Proteínas totais plasmáticas
· Albumina
· Globulina
· Fibrinogênio
Podem ser aumentada, normal ou diminuída. São sintetizadas pelo fígado. Em desidratações aumenta hematócrito e aumenta proteínas totais. Em caso de perda sanguínea diminui hematócrito e proteínas totais. Toda doença crônica causa anemia.
POLICITEMIAS
Muitas células, contrário de anemia. Não tem classificação por índices hematimétricos. As policitemias podem ser relativas ou absolutas (absoluta ainda dividida em primaria ou secundaria).
· Policitemias relativas: Não são verdadeiras, ou seja, não houve aumento na quantidade de células produzidas pela medula e sim diminuição do liquido em desidratações por exemplo (hemoconcentração do sangue). Podem ser causada por vômitos, diarreias, sudorese, desvio de líquidos para o espaço intersticial, contração esplênica, estresse e dor em cavalos.
· Policitemias absoluta primária: Na absoluta, a medula realmente produz mais células. Na primária ou vero a medula esta “louca”, colocando células a mais sem necessidade e sem explicação. Estudos indicam a possibilidade de uma neoplasia de medula. Nessa situaçãohematócrito pode chegar a 70 – 80%. O turbilhonamento desse sangue grosso é inadequado, gera obstrução de capilares, podem causar AVC, tromboembolismo, força o coração a trabalhar mais... A vida média e a morfologia dessas hemácias são normais.
Essa policitemia absoluta primaria também podem ser causadas por neoplasias renais. O tratamento é feito retirando o sangue desse animal e colocando esse mesmo animal na fluidoterapia para hemodiluir o sangue.
· Policitemias absoluta secundária: É causada por aumento dos valores do eritograma em decorrência de resposta da medula frente à hipóxia, por doenças endócrinas que estimulam a medula, por doenças respiratórias, cardíacas. Também aumenta viscosidade sanguínea, aumentando chances de tromboembolismos, AVC. Deve-se tratar a causa base. Aqui raramente há o aumento de proteínas plasmáticas.
Se perder liquido, tudo no sangue aumentará exceto leucócito e plaqueta.
ANEMIAS
Diminuição do sangue. Definida como a presença de eritrócitos, concentração de hemoglobina e hematócrito abaixo dos valores normais de referencias. Raramente corresponde a doenças primarias, normalmente são secundárias de um processo generalizado como doenças hemorrágicas, hemolíticas e hipoplásicas. As manifestações clínicas estão relacionadas a incapacidade de carrear o oxigênio. São classificadas por meio da avaliação morfológica e índices hematimétricos.
INDICES HEMATIMÉTRICOS
Então as anemias podem ser classificadas quanto ao:
· VCM: Anemia macrocítica, anemia normocítica e anemia microcítica
· CHCM: Anemia normocrômica e anemia hipocrômica
· Regeneração da medula: Regenerativa ou Arregenerativa
As anemias sempre serão classificadas pelo tamanho da hemácia e quantidade de hemoglobina.
Anemia Macrocítica Normocrômica: Causada por deficiência de fatores de reprodução (não conseguiu se dividir por falta de nutrientes) por falta de B12 em humanos, DII-folato em cães e bovino e cobalto em bovinos.
Anemia Macrocítica Hipocrômica: Causada por intensa resposta medular em PERDAS AGUDAS DE SANGUE, Hemorragia ou hemólise. Consegue-se encontrar depois de 72-96 horas após episódio inicial. Causa Reticulocitose então é considerada REGENERATIVA. Avaliar proteínas ajuda a diferenciar hemólise de perda sanguínea. Em perdas sanguíneas diminui proteínas já na hemólise não diminui.
Anemia Normocítica Normocrômica: Medula Ineficaz, logo ARREGENERATIVA. Pode ser causada por depressão ou exaustão medular, anemias hipoplásicas ou aplásica, radiações, medicamentos como sulfas, doenças crônicas (metabólicas), neoplasias e agentes infecciosos.
Anemia Microcítica Hipocrômica: Deficiência dos fatores de maturação como Ferro, cobre, Vitamina B6, ainda falha da síntese de hemoglobina, hemorragias crônicas – ARREGENERATIVA, ecto e endoparasitas hematófagos, dietas deficientes em Fe e cobre, também chamada de “anemia ferropriva”.
· Anemia macrocítica Normocrômica então é causada por deficiência de cobalto, B12, Ácido fólico...
· Anemia macrocítica Hipocrômica pode ser causada por hemólises e hemorragias.
· Anemia normocítica normocrômica é comum em anemias crônicas, processos inflamatórios crônicos, hemólise, perda sanguínea...
· Anemia normocítica hipocrômica pode ser causada por neoplasias medulares, deficiência de ferro para fase inicial.
· Microcítica hipocrômica pode ocorrer quando síntese demora muito e a hemácia acaba se dividindo de novo, ou ainda deficiência de ferro e hemorragia crônica. 
Apresentação clínica
· Mucosas pálidas (hipocorada)
· Mucosas ictéricas
· Taquipneia
· Taquicardia
· Intolerância a exercícios
· Prostração
· Síncopes 
· Febre
Mucosas ictéricas significam processo de hemólise, anemia regenerativa aguda.
EXERCICIOS
Resposta: As hemácias quando tempo superior a 24 horas no EDTA “incham” gerando aumento do hematócrito e VCM enquanto não há aumento dos valores de hemoglobina. CHCM queda – razão entre concentração de hemoglobina e hematócrito. Sem alterações no eritrograma.
 
Resposta: Hematócrito alto, hemoglobina alta, hemácias alta. Policitemia relativa por desidratação.
 
Resposta: Hematócrito baixo, hemoglobina baixa, hemácias baixas, VCM normal, CHCM normal, proteínas totais altas. Anemia normocítica normocrômica Arregenerativa (Reticulócitos baixo). As observações apontam para um parasitismo no sangue, logo a tendência é se torne macrocítica hipocrômica regenerativa. 
 Resposta: Hematócrito baixo, hemoglobina baixa, hemácias baixa, VCM normal, CHCM baixo, proteína total baixo.
Anemia normocítica hipocrômica. Por perda de ferro causado pela melena. Se continuar com melena pode evoluir para microcítica hipocrômica pois vai faltar ferro e hemoglobina. Animal pode ser doente renal, nesses casos será necessário suplementar com eritropoietina e ferro.
Resposta: Hematócrito alto, hemoglobina alta, hemácias alta, VCM ok, HCMC Ok.
Policitemia absoluta secundária por cardiopatia.
LEUCOGRAMA
Leucócitos são células brancas. Leucograma avalia todas as células brancas. Se vê mais percussores de neutrófilos e neutrófilos adultos (chamados segmentados), pois são a primeira linha de defesa. É a que esta em maior quantidade no organismo.
A resposta leucocitária é dinâmica e rápida. Pois os leucócitos fazem reservas em tecidos e vasos. O maior estímulo para que a medula produza mais são as citocinas liberadas na morte dos leucócitos.
Os leucócitos podem ser granulares (Polimorfonucleares) e agranulares (Mononucleares). Os granulares são os neutrófilos, eosinófilos e basófilos, já os agranulares são os monócitos (macrófagos com tropismo para pus, necrosem fazem fagocitose de inflamação crônica) e os linfócitos.
Todos são derivados da stem cell. Na medula existe uma unidade formadora de colônia granulocítica – monocítica que é a percussora dos leucócitos. As interleucinas e interferons estimulam a ação e os corticoides inibem a ação desses leucócitos.
Temos compartimentos proliferativos que por mitose formam os leucócitos mieloblastos, pró mielócitos e meilócitos, esses leucócitos seguem para o compartimento de maturação onde são maturados em Metamielócitos e bastonetes e depois seguem para o compartimento de reserva que são baço, fígado (em maior quantidade) e em todos os outros tecidos e vasos (em menor quantidade). Nesses compartimentos de reservas os leucócitos já não são mais jovens, são neutrófilos maduros e um pouco de bastonetes.
O animal possui cerca de 20x o valor de leucócitos circulantes. A vida media desses leucócitos na circulação varia em mais ou menos 12 horas, nos tecidos podem durar até 500 dias. Quanto mais jovem for a célula, menor será sua capacidade de combate.
Na medula a produção de neutrófilos demora de 2 a 3 dias e chegam no tecido em 5 a 7 dias onde serão armazenados. Metamielócitos e mielócitos não devem ser encontrados na circulação, devem ficar apenas na medula. Já os bastonetes podem ser encontrados em pouca quantidade na circulação.
Escalonamento da medula
O nome do neutrófilo maduro é segmentado (encontrado na circulação), antes dele temos o bastonete (pouco encontrado na circulação, cerca de 300), o bastonete na circulação se transforma em segmentado depois de 24 horas. Depois mielócitos e Metamielócitos que só são encontrados na circulação.
Na circulação os segmentados seguem parte para os tecidos, parte fica margeando os vasos (nesse caso são chamados de pool marginais) e a outra parte fica na circulação (chamados pool circulantes) e fazem a ronda por toda a circulação. 
A proporção entre pool marginal e pool circulante nos cães é de 1:1, e nos gatos é de 3 marginais para 1 circulante.
No Leucograma de um animal normal é avaliado os pools circulante. O cortisol e a adrenalina causam liberação dos pools marginais. Mais visível no gato que fazem leucocitose por estresse. 
Propriedades dos leucócitos:
· Diapedese (capacidade de penetrar em células e tecidos)
· Quimiotaxia (Liberação de citocinas pró-inflamatória)
· Inflamação (Gera processos inflamatórios até acabar com o agente)
· Fagocitose
A função do Neutrófilo é a fagocitose emorte dos microorganismos, quimiotaxia. O Aumento é chamado neutrofilia e a diminuição é chamada neutropenia.
A função do Eosinófilo é a resposta inflamatória aguda, inativando histamina liberada pelo mastócito, comum em processos alérgicos, parasitismo intestinal. Se liga no IgE. O Aumento é chamado eosinofilia e a diminuição é chamada eosinopenia
Os Basófilos são comuns no sangue apenas em processos de anafilaxia caso contrário ficam nos tecidos. Possuem grânulos ricos em histamina e heparina. Quando estão nos tecidos são chamados mastócitos. O Aumento é chamado basofilia. Não tem diminuição.
Monócitos ou macrófagos fazem fagocitose, e são encontrados mais nos tecidos. Monócitos possuem tropismo a pus e necrose. O aumento é chamado monocitose e a diminuição é chamada de monopenia.
Linfócitos são produzidos na medula óssea, órgãos linfoides e timo. São responsáveis pela produção de anticorpos. O aumento pode ser chamado de linfocitose e a diminuição linfopenia. Pode ser fisiológica em gatos, pode ser dada por vacinação recente e idade em animais jovens.
Leucograma: O Leucograma é feito com câmara de newbawer, com liquido de Turk que tira todas as hemácias e deixa só leucócitos (todas as células), chamada contagem global. Para saber quantidade de cada leucócito individualmente (eosinófilos, neutrófilos...) é feito a contagem diferencial, através do esfregaço de 100 células. A partir daí faz-se proporção. Exemplo: 
12.000 leucócitos na contagem global
· 65 neutrófilos (65% valor relativo) = 7.800 (valor absoluto)
· 2 Eosinófilos (2% valor relativo) = 240 (valor absoluto)
· Linfócitos (25% valor relativo) = 3000 (valor absoluto)
· Basófilos (1% valor relativo) = 120 (valor absoluto)
· Monócito (7% valor relativo) = 840 (valor absoluto)
Soma de todos eles deve ser correspondente a contagem global (12.000)
RESPOSTAS LEUCOCITÁRIAS
· Fisiológicas: Leucocitose, ocorre pela liberação de adrenalina que libera pools marginais e de tecido. Não libera células jovens. Normalmente é uma resposta aguda. Libera também linfócitos. E ocorre também pela liberação do cortisol, o cortisol diferente da adrenalina lisa o linfócito e o eosinófilo causando linfopenia e eosinopenia, o que não é lizado é mandado para o tecido. Também libera neutrófilos causando neutrofilia e monocitose em cães. Não libera células jovens. Resposta comum em doenças como Hiperadrenocorticismo. Causa desvio a direita.
· Temos desvio (aumento da célula) a direita e a esquerda. A direita são células velhas, fora da medula. A esquerda são células jovens de dentro da medula. Toda vez que aumenta leucocitose sem células jovens é desvio a direita. Em leucocitose por neutrofilia há predomínio de segmentados. Pode ser processo recente, de baixa gravidade. Geralmente processo inflamatório crônico, e respostas ao cortisol.
· Já os desvios a esquerda são mais intensos, a medula pode estar ou não muito bem, mesmo frente a infecções graves a mesma deve seguir o escalonamento (deve ter mais segmentados do que jovens) quando ela segue esse escalonamento é chamado de leucocitose regenerativa, quando manda mais jovens do que segmentados é chamado degenerativa.
Nos bovinos a resposta inicial é lenta, pool marginal é lento, pode ter leucopenia degenerativa. O que ajuda no bovino é a dosagem do fibrinogênio (presente em processos inflamatório agudo).
Alterações morfológicas:
· Granulação tóxica, comum em processos supurativos ou tóxicos. Aspecto de pó.
· Vacuolização citoplasmática
· Multissegmentados, comum em processos crônicos e células velhas
· Basofilia citoplasmática
· Corpúsculo de Dohle
Valores de referencias
EXERCÍCIOS
Resposta 1: Leucócitos aumentados (Leucocitose), aumento de bastonetes, logo o desvio é a esquerda regenerativa (porque não desvia do numero total de segmentados), aumento de segmentados (neutrofilia), aumento de monócitos (monocitose). Logo é uma leucocitose por neutrofilia e monocitose com desvio a esquerda, regenerativo.
Resposta 2: Leucócitos aumentados (leucocitose), segmentados aumentados (neutrofilia) desvio a direita pois não temos células jovens, diminui linfócitos (linfopenia), aumento de monócitos (monocitose) diminuição de eosinófilos (eosinopenia).Logo é uma leucocitose de estresse por neutrofilia e monocitose com desvio a direita
Resposta 3: Leucócitos aumentados (Leucocitose), aumento de segmentados (neutrofilia) e aumento de linfócitos (linfocitose). Logo leucocitose por neutrofilia, linfocitose com desvio a direita por estresse.
Resposta 4: Aumento de leucócito (leucocitose), aumento de bastonete, logo desvio a esquerda regenerativa, aumento de segmentados (neutrofilia), aumento de linfócitos (linfocitose), aumento de monócitos (monocitose) e diminuição de eosinófilos (eosinopenia).
Logo, leucocitose por neutrofilia, linfocitose, monocitose com desvio a esquerda regenerativo.
Resposta 5: Diminuição de leucócito (leucopenia), aumenta de bastonete, logo, desvio a esquerda degenerativa, diminuição de linfócitos (linfopenia). Fibrinogênio 1200. Logo processo aguda, pois acompanha linfopenia.
EXERCICÍOS
1 - Uma cliente encontrou um gato perdido há 2 meses. O paciente apresenta aproximadamente 4 anos de idade, escore de condição corporal inadequado (caquexia) e mucosas hipocoradas. Foi então solicitado um hemograma. 
Resposta: Anemia normocitica normocrômica arregenerativa, com leucocitose por linfocitose e desvio a esquerda regenerativa. Por leucemia ou linfoma
Hematócrito baixo (anemia), hemoglobina baixa, hemácias baixa, VCM normal (normocistica), CHCM normal (normomocrômica), Leucócitos alto (Leucocitose), Bastonete alto (desvio a esquerda), segmentados baixo (neutropenia), eosinófilos baixo (eosinopenia), linfócitos alto (linfocitose), monócitos OK, Basófilos OK, Proteínas plasmáticas altas.
Nas observações vemos discreta hipocromia (ou seja, pouca hemoglobina), que pode ser dada por células velhas, ou por pouca hemoglobina devida falta de ferro logo é arregenerativa, é pouca hemoglobina e não síntese incompleta, pois a hemácia esta de tamanho normal, e se fosse síntese incompleta ela estaria macrocitica. Se fosse por síntese incompleta seria regenerativa. O ferro pode cair por processos inflamatórios ou infecciosos crônicos que sequestram ferro, ainda por neoplasias, perda crônica de sangue (pode ser hemorragia do trato digestório por parasitismos intestinais que absorvem o ferro da alimentação). Nessa última opção as proteínas totais também cairiam, o que não é o caso.
As proteínas totais podem aumentar por processos inflamatórios ou infecciosos e ainda por desidratação + anemia e síndrome das células paraneoplasicas, ou seja neoplasias.
Se tiver neutropenia ou segmentados normais automaticamente será degenerativa, a neutropenia se dá em casos com gravidade alta, significa muitos neutrófilos morrendo.. A linfocitose pode ser causada por doenças imunomediadas, vacinação, neoplasias. Tumor, linfomas e leucemias. 
A observação linfócitos atípicos com núcleo bizarro é típico de neoplasias.
2- Um felino SRD apresentou área alopécica e eritematosa por toda face e dorso. O paciente apresenta prurido intenso e puliciose.
Resposta: Leucocitose por neutrofilia, eosinofilia, basofilia, com desvio a esquerda regenerativo. Causado por processos alérgicos como DAP e piodermite por exemplo.
Hematócrito, hemoglobina, hemácias, VCM, CHCM normais, leucócito alto (leucocitose), bastonete alto (desvio a esquerda), segmentados alto (neutrofilia), eosinófilos alto (eosinofilia), linfócitos e monócitos normais, basófilo alto (basofilia) e proteínas plasmático alto devido processo inflamatório infeccioso. Eosinofilia e basofilia se dão em processos alérgicos e parasitas intestinais e neutrofilia se da em processos inflamatórios infecciosos.
3- Cão, Cocker, macho, de 6 anos está apresentando hematêmese, melena, mucosas hipocoradas e ictéricas, colúria e desidratação moderada.
Resposta: Anemia macrocitica normocrômica regenerativa, com leucocitose por neutrofilia e monocitose com desvio a esquerda regenerativo. Por anemia hemolíticaHematócrito baixo (anemia), hemoglobina baixa, hemácias baixa, VCM alto (macrocitica), CHCM normal (normocrômica), leucócitos alto (leucocitose), metamielócito e bastonetes alto (desvio a esquerda regenerativa), segmentado alto (Neutrofilia), Eosinofilo baixo (eosinopenia), linfócitos normal, monócitos alto (monocitose), basófilos normais e proteínas plasmáticas altas. Hemólise é sempre regenerativo. As hemácias estão se rompendo por isso a icterícia. Em hemólises agudas ocorre hipóxia, fazendo então necrose celular, sentido pelo qual o TGI fará melena. Com isso o TGI se torna fonte de infecção atraindo monócitos pela necrose. A urina se torna escura devido bilirrubina ou sangue. Por ser macrocitica ainda não terminou as divisões, porém o CHCM está quase acima do normal, o que não corresponderia com macrocitica, o que ocorre é que estão sendo contadas as hemoglobinas soltas pela hemólise e não apenas as que estão nas hemácias. A proteína pode estar elevada devido desidratação + anemia e processo inflamatório intenso.
Após cortisona, fluido e antibiótico. Hematócrito baixo (anemia), hemoglobina e hemácias baixa, VCM alto (macrocitica), CHCM normal (normocrômica), leucócitos alto (leucocitose), bastonetes alto (desvio a esquerda regenerativa), segmentado alto (Neutrofilia), Eosinófilo e basófilo normal, Monócitos alto, e proteínas plasmáticas normais.
4- Cadela, Golden, 5 anos com histórico de apatia, mucosas hipocoradas e ixodidiose.
Resposta: Anemia normocitica hipocromica arregenerativa, com leucopenia por neutropenia e linfopenia, com desvio a direita degenerativo. Causado por neoplasia que sequestram ferro (por isso hipocromica)
Hematócrito baixo (anemia), hemoglobina baixa, hemácias baixa, VCM normal (normocitica), CHCM baixo (hipocromica), reticulócitos normal, leucócitos baixo (leucopenia), bastonete normal, segmentados baixo (neutropenia), eosinófilos normal, linfócitos baixo (linfopenia), monócitos e basófilos normais e proteínas totais altas.
Logo, plaquetas, hemácias e leucócitos estão baixos, essa alteração é chama PANCITOPENIA.
Como proteínas estão elevadas podemos ter neoplasias ou processos infecciosos. Já a pancitopenia pode ser doenças por doenças medulares como neoplasias, septicemias, animais em fase terminal, parasitas da medula óssea como erliquia. Sabe-se que é crônico.
5- Cadela, Poodle, 12 anos apresentando poliúria, polidipsia, polifagia, aumento de volume abdominal e lesões dermatológicas.
Resposta: Policitemia absoluta secundária com leucocitose por neutrofilia e monocitose regenerativa. Com desvio a direita. Leucograma de estresse causado pelo cortisol. Nesse caso pode Hiperadrenocorticismo. Se fosse por adrenalina teríamos linfocitose.
Hematócrito alto (Policitemia), hemoglobina e hemácias altas, leucócitos alto (leucocitose), Segmentados alto (neutrofilia), eosinófilos baixo (eosinopenia), linfócitos baixo (linfopenia), monócitos alto (monocitose) e proteínas totais altas.
Temos neutrofilia porque o cortisol libera pools marginais. Eosinopenia porque diminui histamina circulante. Linfopenia porque lisa os linfócitos e redistribui os mesmos. Proteínas altas porque quando libera o cortisol o organismo aumenta fibrinogênio.
6- Felino, macho com 2 anos de idade apresentando caquexia, letargia, diarreia. Sem histórico do paciente, foi resgatado há 2 semanas. Exame físico: Mucosas hipocoradas, Pelame sem brilho, Desidratação 6% e Alças intestinais espessadas.
Resposta: Anemia microcitica hipocromica arregenerativa com eosinofilia. Pode ser por parasitismo necessário suplementação com ferro e vermífugo.
Hematócrito baixo (anemia), hemoglobina e hemácias baixas. VCM baixo (microcitica), CHCM normal (normocrômica), Leucócitos normais, eosinófilos altos (eosinofilia) e proteínas totais baixas. 
Microcitica, pequena com pouca hemoglobina, por falta de ferro. Pode ser causado nesses casos por perda de sangue crônica ou parasitismo intestinal, pois proteínas totais estão baixas. Eosinofilia pode ser por reações alérgicas ou parasitismo. 
7- Cão, Boxer, macho, não castrado de 12 anos com queixa de episódios febris (39,8 a 40,1C), letargia, disquesia e colúria. Ao exame físico apresentava dor abdominal e presença de estrutura tubular em região hipogástrica.
Resposta: Leucocitose por neutrofilia e monocitose. Animal com Hiperplasia prostática benigna, podendo gerar abcessos prostáticos.
Leucócitos altos (leucocitose), bastonete alto (desvio a esquerda), segmentados alto (neutrofilia), eosinófilos baixo (eosinopenia), linfócitos baixo (linfopenia), monócitos alto (monocitose) e proteínas totais alto.
Monocitose pode ser processo inflamatório crônico com pus e necrose. Logo é um processo inflamatório, infeccioso de maior gravidade. Necessário antibiótico até descobrir onde é a necrose.
8- Cão macho, não castrado, Teckel, com 16 anos de idade, apresentando halitose, fraqueza muscular, poliúria e polidipsia. Ao exame físico encontra-se com desidratação de 7%.
Resposta: Anemia normocitica normocrômica arregenerativa. Animal doente renal. Poderia ser hepatopata (provavelmente teria icterícia)
Hematócrito baixo (anemia), hemoglobina e hemácias baixas, VCM e CHCM normais.
Doente renal faz sequestro de ferro necessário então suplementar com ferro e eritropoietina,
9- Gato macho, castrado de 8 anos, com quadro de paralisia de membros pélvicos, dispneia, cianose e ausência de pulso femoral com extremidade de membros apresentando hipotermia.
Resposta: Policitemia absoluta secundária, com leucocitose por neutrofilia com desvio a esquerda regenerativo. Por falta de oxigenação – hipóxia, tendência a tromboembolismo - óbito.
Hematócrito alto (Policitemia), leucócitos alto (leucocitose), bastonetes alto (desvio a esquerda), segmentados alto (neutrofilia).
Cardiopatia hipertrófica do miocárdio. Quando contrai o sangue sai com maior pressão tendendo a fazer turbilhonamento que bate nas plaquetas do endotélio fazendo com que seja produzido mais plaquetas que agregam e formam trombos, causando embolia e entupimento femoral.
HEMOSTASIA
Hemo = Sangue e Tasia = parada, logo hemostasia é a parada de sangramentos. Necessária para a manutenção da fluidez sanguínea dentro dos vasos. Controla efeitos hemorrágicos e trombóticos.
A hemostasia pode ser dividida em três:
· Hemostasia primária: Primeira que chega, envolve vasos, plaquetas e fatores de agregação.
· Hemostasia secundária: Envolvem fatores de coagulação.
· Hemostasia terciária: Remove tudo que foi formado pela primaria e secundária
HEMOSTASIA PRIMÁRIA
Envolve elementos imediatos. Acontece uma lesão no vaso, imediatamente esse vaso sofrerá vasoconstrição para tentar parar o sangramento, a vasoconstrição atrai plaquetas, ainda o leito vascular lesionado expõe o colágeno que atrai mais plaquetas, que na lesão se aderem e liberam mais mediadores. A vasoconstrição é perpetuada atraindo mais plaquetas. Esse processo é mais eficiente em vasos de menor calibre. As plaquetas se ligam ao fator de Von Willebrand. Plaquetas são cheias de grânulos sem núcleo. Na lesão a plaqueta se contrai liberando esses grânulos que liberam fatores inflamatórios, atraindo plaquetas, formando plug plaquetário primário, esse plug não é estável e pode ser facilmente destruído, então a hemostasia secundária traz maior resistência a esse plug através do fibrinogênio. 
As plaquetas são elementos produzidos na medula óssea, cujo precursor são os megacariócitos. Não há reserva na medula óssea, logo demoram a ser repostas. Na medula os megacariócitos ficam próximos da circulação sinusóide que fragmenta esses megacariócitos em plaquetas. Demoram entre 3 e 7 dias para serem produzidos. Megacariócitos são as maiores células da medula.
Hemorragias por hemostasias primárias causam hemorragias puntiformes, petéquias 	e equimoses (conjunto de petéquias).
Patogênese dos distúrbios de hemostasia primaria podem envolver:
· Diminuição das plaquetas
· Alterações vasculares
· Alterações vasculares Alterações de Von Willebrand
As alterações plaquetárias quantitativas mais comuns são as trombocitopenias(diminuição das mesmas). Cuidado com pseudotrombocitopenia que são as trombocitopenias falsas causadas por má colheita onde há agregação de plaquetas, e ainda, gatos também agregam muita plaqueta. 
As trombocitopenias verdadeiras podem ocorrer por:
· Déficit de produção 
· Consumo 
· Destruição
· Sequestro dessas plaquetas. (esplenomegalia)
A erliquiose causa todos esses efeitos acima citados.
Temos também trombocitoses (aumento) comum em:
· Hiperadrenocorticismo, pois não permite que plaquetas velhas sejam degradadas e ainda estimulam a produção de mais plaquetas. 
· Processos inflamatórios iniciais que atraem plaquetas.
· Esplenectomia: Pois o baço é responsável por tirar células velhas do organismo, inicialmente na retirada desse baço haverá o acumulo dessas plaquetas velhas no sangue, mas depois o fígado e a medula assumem esse papel.
· Anemia ferropriva e leucemias de megacariócitos que liberam plaquetas.
Laboratorialmente o que se faz é a contagem de plaquetas e mielogramas.
As alterações plaquetárias qualitativas podem ser congênitas ou adquiridas. As congênitas podem ser por deficiência de mediadores, e ainda por deficiência de receptores de membrana, e sem esses receptores as plaquetas não conseguem se ligar ao fator de Von Willebrand. Já as adquiridas podem ser dadas pelo uso de antinflamatórios não esteroidais que agem na cadeia do acido araquidônico, inibindo mediadores que atraem plaquetas e ainda inibem produção de prostaglandina.
Laboratorialmente para se avaliar é feito Tempo de sangria onde na mucosa oral, com lanceta de glicôsimetro faz-se uma lesão no vaso e avalia quanto tempo demora em parar de sangrar. Deve durar cerca de três minutos. Ainda avalia agregação plaquetárias, que é quanto tempo demora a agregar. O fibrinogênio deve ser dosado bioquimicamente. E ainda tempo de retração do coágulo. Tempo levado para a contração das plaquetas.
As alterações vasculares como vasculite causam pequenas hemorragias formando petéquias. Hemorragias essas espontâneas. 
As alterações por Von Willebrand (Produzido pelas células endoteliais) podem ser:
· Tipo I: Deficiência parcial do fator
· Tipo II: Deficiência dos multímetros de von Willebrand
· Tipo III: Ausência total do fator.
HEMOSTASIA SECUNDÁRIA
É o “Cimento” do plug primário. Envolve os fatores de coagulação que tiram o cálcio para a cascata e a cascata de coagulação que é dividida em via intrínseca e extrínseca. Ao final ambas as vias formam a fibrina.
A via intrínseca é ativada pela plaqueta e a extrínseca pela lesão e ambas resulta na fibrina. A cascata é uma série de eventos que ocorrem para tornar ativos fatores que estão inativos. Essa ativação depende do cálcio e de vitamina K. A síntese desses fatores inativados é feito pelo fígado, logo, hepatopatas terão distúrbios de coagulação.
Patogênese dos distúrbios de hemostasia secundário envolvem fatores de coagulação e podem ser:
· Alterações congênitas
· Alterações adquiridas
As alterações congênitas podem ser hemofilia A que é a deficiência do fator VIII ligada ao sexo, comum m raças definidas e hemofilia B que é a deficiência do fator IX. Normalmente ocorre em vasos maiores e causa hemorragia provocada.
As alterações adquiridas geralmente ocorrem por hepatopatias grave normalmente acompanhado de icterícia, e ainda intoxicações por rodenticida (veneno de rato) que impede que vitamina K2 seja convertida em K1 para a cascata da coagulação.
É muito importante que se leve em consideração o histórico do animal, epistaxe (sangramento nasal) normalmente é a transição entre distúrbios de hemostasias primarias para secundárias.
Laboratorialmente para avaliar hemostasia secundária é feito tempo de coagulação ou método de lee White.
Para avaliar cada via da cascata temos:
· Tempo de trombina TP (avalia via extrínseca)
· Tempo de tromboplastina parcial ativada TTPA (avalia via intrínseca)
· Tempo de trombina (via comum)
A coleta é feita no tubo azul com citrato.
HEMOSTASIA TERCIÁRIA
Tira o coagulo e mantem fluidez fora da lesão endotelial. O mecanismo é ativado por feed back e envolvem plasminas, antitrombina III e proteínas C e S.
Geralmente os distúrbios são secundários a algum processo como:
· Síndrome nefrótica
· Anemias hemolíticas imunomediadas
· Hiperadrenocorticismo
· Acidentes ofídicos por jararaca
· CIVD: Coagulação intravascular disseminada secundária a septicemias. O que ocorre é o consumo dos fatores de hemostasia primaria e secundária mesmo sem lesão vascular e a terciaria já remove esses fatores. Nessa fase já é tarde, pois o que ocorreu antes é mais grave. Quadro grave principalmente da fase de sangramentos.
Para avaliar laboratorialmente são dosados produtos de degradação da fibrina e dosagem de dímeros.
URINÁLISE
Urina é o líquido com tudo que será excretado pelo rim. Proteínas não são eliminadas e quem as segura é o néfron. Os túbulos fazem reabsorção de água e íons. A urina possui cor amarelada que pode variar entre claro e escuro, é constituída 95% de água 5% de outras substancias como uréia e creatinina.
A urinalise é um exame simples, fácil e de baixo custo. Usado para avaliar trato urinário e detecção precoce de doença renal. A urinalise é dividida em físico, químico e analise do sedimento urinário.
O método de colheita influencia muito no resultado. Em cistite a micção espontânea não é recomendada. Nesses casos usa-se a Cistocentese. 
Métodos de colheita
· A micção natural ou espontânea é usada em grandes animais. Pode-se fazer massagem vesical para estimular a micção. Normalmente deve-se desprezar o primeiro jato da amostra, por causa de detritos vindo da uretra.
· O cateterismo pode causar uretrite e infecções iatrogênicas (contaminações), também usadas em femeas de grandes animais. Esse método não é recomendado para gatos. Nos animais que possuem recomendação é necessário que seja feito com luva estéril, evitando ao máximo a contaminação.
· Cistocentese: Usado para cães e gatos de pequeno porte. Pode-se palpar a bexiga, ou pode ser feito com ultrassom (bexiga deve estar cheia). É o melhor para cultura e antibiograma. Necessária assepsia e tricotomia. Contra indicado nos casos de atonia de bexiga (não contrai) pode causar extravasamento de urina para cavidade, ainda tumor de bexiga e organomegalia. Toda vez que punciona bexiga pode causar hematúria por trauma iatrogênico, ou seja, a agulha pode acertar algum vasinho. Necessário deixar o proprietário ciente dessa possibilidade.
Acondicionamento
Muito importante que se seja levado em consideração, pois se mal acondicionada pode causar alterações. Em culturas e antibiogramas usa-se a seringa ou tubo vermelho. Caso não seja cultura ou antibiograma pode-se usar coletor universal. Devem ser mantidos fora do alcance da luz, devido presença de bilirrubina e urobilinogênio que são sensíveis à luz. O processamento não pode passar de 12 horas mas o melhor é que seja de 2 a 6 horas, deve ser mantido refrigerado, porém na analise deve-se estar em temperatura ambiente. Sempre informar ao laboratório o método de colheita que foi usado.
Propriedades Físicas 
· Volume
· Cor
· Odor
· Aspecto
· Densidade Urinária
Volume: Teoricamente é quanto o animal produz de urina em 24 horas, porem na pratica é impossível de avaliar o animal por esse período, logo o volume é o que chega ao laboratório , e varia de acordo com dieta, ingestão hídrica, temperatura, umidade relativa do ar, atividade, tamanho e peso. O débito deve ser de 2 ml/ Kg / hora. Caso seja menor que dois será considerado Oligúria e quando a ingestão de liquido for maior que 100 ml / Kg / 24hs será considerado poliúria. Deve ser enviado ao laboratório cerca de 10 ml.
Cor: Esta associado a densidade e volume urinário. A coloração normal é amarela que varia em palha (claro) ou âmbar (escuro). Em equinos o mais comum é a coloração âmbar. A do gato, normalmente é escura, pois são animais desérticos, que bebem menos água, e o túbulo assim como nos camelos ainda reabsorve bem mais água do que outras espécies. Com isso a urina do gato é bem mais concentrada. Se tiver diluídao túbulo pode não estar funcionando adequadamente e pode ser que o animal seja um doente renal. Urina muito escura é chamada colúria.
· Amarelo claro: Urina diluída, avaliar, poliúria.
· Amarelo âmbar: Urina concentrada, Oligúria.
· Alaranjado âmbar: Presença de bilirrubina, bilirrubinúria.
· Avermelhado: Por hemoglobina ou hemácias, hematúria.
· Marrom: Por hemoglobina ou mioglobina, mioglobinúria.
Odor: Suis Generis (característico de urina) ou normal. Em carnívoros o odor é aliáceo já em herbívoro o odor é mais amoniacal. A urina do gato normalmente apresenta um odor bem forte.
· Odor pútrido: Pode se dar por necrose tecidual de vias urinarias, piúria.
· Adocicado: Pode se dar por Glicosúria.
· Amoniacal: Pode ser dar por infecções bacterianas.
· Cetônico: Pode se dar por presenças de corpos cetônicos, cetonúria.
Aspecto: Normalmente a urina é límpida. Quando turva pode ser aumento leucócitos, hemácias e células de descamação.
Densidade: Representa a concentração dos sólidos em solução urinaria. Em urina diluída a densidade é baixa e em urina concentrada a densidade é alta. Camelo e gato possuem densidade altíssima. Nas desidratações a densidade aumenta. A densidade é medida com refratômetros, que são os mesmos usados na avaliação das proteínas totais. Deve-se sempre avaliar dieta, grau de hidratação e ingestão hídrica recente.
Referencias:
· Cão: 1,018 a 1,045 (1,001 a 1,060)
· Gato: 1,020 a 1,050 (1,001 a 1,080)
A densidade pode ser denominada como:
· Hiperestenúria: Urina tem maior concentração de solutos que o filtrado glomerular, nada mais é do que a urina normal. Termo pouco usado.
· Isoestenúria: Concentração igual a densidade do plasma, o que esta entrando esta saindo em seguida, significa que o túbulo não esta bem.
· Hipoestenúria: É quando a urina é mais diluída que o sangue. Comum em doenças endócrinas, diabetes insitus. O rim não consegue segurar liquido algum.
Propriedades Químicas
· PH
· Proteínas
· Glicose
· Corpos Cetônicos
· Bilirrubina
· Urobilinogênio 
· Sangue Oculto
PH: Todas as propriedades químicas são testadas com fitas reagentes. O PH é influenciado pela dieta, onde proteínas deixam o PH acido, como é o caso dos carnívoros como cão e gato. Já os herbívoros tendem a ter o PH urinário mais alcalino. Existem dietas especificas que melhora precipitação de cristais, evitando a formação de cálculos. Em cristais alcalinos usam-se dietas com acidificantes e em cristais ácidos usam-se dietas com alcalinizantes. Outras dietas já defendem o PH equilibrado.
A urina com PH ácido se da por:
· Dieta a base de carne
· Administração de agentes acidificantes
· Acidose metabólica
· Acidose respiratória
· Catabolismo proteico 
A urina com PH alcalino se da por:
· Dieta a base de vegetais
· Urina exposta a temperatura ambiente
· Infecções do trato urinário com uréase uma cruz 
· Contaminação da amostra
· Administração de agentes alcalinizantes
· Alcalose metabólica
Proteínas: Totalmente reabsorvidas pelo glomérulo, principalmente albumina. Células são formadas por proteínas, então nesses casos pode acontecer de passar algumas “proteínas”. O PH urinário pode interferir , ou seja, pode causar mais proteinúria na fita, o que é um resultado errado.
Causas de proteínas na urina
· Convulsões: Pré-renal, não esta no rim o problema, o que acontece é que esta chegando muitas proteínas para o glomérulo que não consegue filtrar adequadamente. Como doenças não renais, hemoglobinúria e mioglobinúria.
· Exercícios musculares: Renal, o problema ocorre no glomérulo. Como em nefrites, nefroses, glomerulonefrite e pielonefrites. 
· Ingestão excessiva de proteínas: Pós-renal, o problema ocorre depois do rim, ou seja na porção inferior do trato urinário, como bexiga por exemplo. Pode ser infecção do trato urinário, uretrite, vaginite, postite e outros
O resultado pode vir como:
· Negativo
· Traços (10 mg / dl)
· 1 + (30 mg / dl)
· 2 + (100 mg / dl)
· 3 + (300 mg / dl)
· 4 + (1000 mg / dl)
O normal é ter de negativo a traços de proteínas.
Glicose: Completamente reabsorvida pelo túbulo e normalmente não esta presente na urina, só passa se tiver muita glicose no sangue, ultrapassando limiar de reabsorção.
Há um limiar de reabsorção renal para as diferentes espécies:
· Bovinos: Glicemia > 100 (mg/dl)
· Caninos: Glicemia > 180 (mg/dl)
· Felinos: Glicemia > 280 (mg/dl)
· Equino: Glicemia > 100 (mg/dl)
Se passar dos valores determinados essa glicose começara a sair na urina. Podem ocorrer falsos positivos nos casos do uso de sulfas, crescimento bacteriano e urina refrigerada.
Causas de Glicosúria:
· Diabetes Mellitus – comum
· Estresse e excitação em gatos
· Administração de glicose IV
· Síndrome de Fanconi (doença do túbulo que impede reabsorção de glicose)
· Lesão tubular por lesão renal aguda e por doença renal crônica.
Corpos cetônicos: São decorrentes de jejuns prolongados principalmente, ainda em diabéticos onde a glicose que esta em excesso não entra na célula, fazendo com o organismo pense que não tem essa glicose suficiente, logo o mesmo começa metabolizar gordura e o produto final são os corpos cetônicos. Temos três corpos cetônicos que são o beta hidroxibutirato, considerado o mais toxico dos três, ainda o acido aceto acético e acetona. Nessas condições o animal apresenta vomito, diarreia e alterações nervosas. A presença de corpos cetônicos causam cetonúria. Os corpos cetônicos podem também estar presentes em hepatopatias.
Bilirrubina: Qualquer causa hepática terá bilirrubina na urina, assim como hemólise e vesícula. Equinos não possuem vesícula, logo bilirrubina é normal na urina de equinos (até duas cruzes ++). Já nos gatos há a reabsorção completa de bilirrubina, logo não deve aparecer na urina. No cão também é normal aparecer até dias cruzes (++). Pode ser hepático ou pós-hepático.
Causas de bilirrubinúria:
· Hemólise
· Anemia Hemolítica imunomediadas
· Metabolismo da hemoglobina em bilirrubinas (cães)
· Doença hepática 
· Obstrução das vias biliares extra-hepáticas
· Hipertermia
Urobilinogênio: É a bilirrubina metabolizada por bactérias do intestino. Não levado muito em consideração.
Sangue oculto: A fita é sensível tanto à hemoglobina quanto a mioglobina. Deve-se fazer a diferenciação para saber se tem muita hemoglobina livre por hemólise ou se tem mesmo hemácias.
Causas de hemoglobinúria:
· Anemia hemolítica imunomediadas
· Reações transfusionais
· Parasitas sanguíneos
· CIVD
· Hipofosfatemia em gatos
· Insolação
Hipofosfatemia só ocorre em gatos em jejuns prolongados. E insolação causa desnaturação proteica gerando coagulação intravascular disseminada.
As causas de mioglobinúria:
· Inflamação aguda do músculo
· Lesão por esmagamento
· Exercícios prolongados
· Crises convulsivas
· Intoxicações
· Veneno de cobra
Analise do sedimento urinário
Para analise deve-se centrifugar a amostra (5 a 10 ml), desprezar sobrenadante, colocar uma gota no microscópio e em seguida avaliação. 
As hemácias podem aparecer ocasionalmente, e os limites vão variar de acordo com o método de colheita:
· Micção espontânea: de 0 a 8 por campo
· Cateterização: de 0 a 5 por campo
· Cistocentese: de 0 a 3 por campo.
Deve-se avaliar se a origem dessa hemácia é urinária ou não urinaria como nos casos de doenças de próstata, contaminação peniana, vaginal, vestibular ou vulvar, cio, Piometra e endometrite.
Causas de hematúria do trato urinário:
· Traumas do trato urinário (biópsias)
· Urolitiases
· Neoplasia do trato urinário
· Infecções do trato urinário
· Lesões químicas por ciclofosfamida
· Intoxicação por Warfarin
· CIVID
· Trombocitopenia
· Parasitas Renais
Leucócitos: Ocasionais são considerados normais no sedimento de urina, em micção espontânea pode ter mais que Cistocentese. Acima do aceitável é chamado piúria que pode ser causado por inflamação do trato urinário (Urolitiases), infecção do trato urinário (ITU) e contaminação ou inflamação do trato genital (útero, vagina e pênis)
Celularidades: As células epiteliais são do trato genital, as de transição são da parede da bexiga, essas são comuns de aparecer no sedimento.O que não pode aparecer são as epiteliais renais, se aparecer é porque esta descamando demais, sendo considerada então uma alteração renal.
· Células epiteliais: Comum nas coletas por micção espontânea e cateterismo. Podem ser encontradas durante o estro. Sem significância diagnostica.
· Células epiteliais de transição: Podem ser encontradas normalmente. Aumento de quantidade no exame pode estar associado a infecção, Urolitiases, inflamação e neoplasias.
· Células epiteliais renais: Podem ser da pelve dos túbulos, a sua presença na urina é anormal, geralmente associado com alterações, isquemia ou nefrotóxicas e infecciosas.
Cilindros: Estão relacionadas ao glomérulo, onde muco e proteína passaram pelo glomérulo e foram para o túbulo, esses mucos proteínas são redondinhos e no túbulo se tornam cilíndricos, esses cilindros arrastam tudo que está presente no túbulo. Pode ser Pré-renal ou renal, nas pré-renais geralmente é quando só passa proteína pura pelo glomérulo, quando é renal o cilindro acaba levando células, leucócitos e hemácias por exemplo. Cilindros lesam o glomérulo e o túbulo. Dificilmente se formam em PH alcalino. Alteração importante que deve ser levada em consideração. Não pode haver cilindúria. É avaliado com a densidade urinária.
A gravidade vai depender se a urina esta diluída ou concentrada. Diluída com uma cruz de cilindro é pior do que concentrada com duas cruzes de cilindros.
Tipos de cilindros:
· Hialino: São compostos por muco proteína + proteína. Pode ser causado por febre, congestão e doenças renais.
· Hemático: São compostos por muco + Hemácias. Pode ser causado por hemorragias glomerulares e tubulares, nefropatias agudas ou crônicas.
· Leucocitário: São compostos por muco + leucócitos. Pode ser causado por inflamação renal, pielonefrite e abcessos renais.
· Epiteliais: São compostas por muco + células epiteliais. Pode ser causado por inflamação renal.
· Granulosos: São compostos por muco + demais estruturas celulares. Pode ser causado por degeneração e necrose tubular.
· Céreos: Angulares. Pode ser devido grande permanência tubular e lesão tubular crônica.
A febre altera permeabilidade dos poros do néfron, permitindo assim a entrada de proteínas. E céreos é quando o túbulo não consegue sair, o cilindro se torna crônico.
Bactérias: Deve-se avaliar o método de colheita. Se houver exposição da amostra pode causar falsa bacteuria. Animais com diabetes mellitus, hiperadreno ou recebendo tratamento imunossupressor podem apresentar bactérias na urina sem piúria. Felinos com doença renal crônica podem apresentar infecção do trato urinário sem piúria. A ausência de bactérias não exclui a possibilidade de infecção do trato urinário. Por isso a necessidade da cultura e antibiograma.
Cristais: São comumente observadas na urina em animais normais. A persistência de cristalúria é um fator de risco para o desenvolvimento de Urolitiases e obstrução uretral. Mas não necessariamente quem tem cristal vai ter calculo. Podem ser formados durante a estocagem e refrigeração. Nesses casos PH ficam mais alcalinos. São dependentes da dieta e de doenças sistêmicas como Shunt porto sistêmico e hipercalcêmia.
Os principais cristais ácidos encontrados são:
· Urato
· Cistina
· Oxalato de Cálcio
E o principal cristal alcalino é a estruvita, também chamado de fosfato amônio magnesiano.
Outros achados
· Filamentos de muco por processos inflamatórios, podendo causar plug uretral por muco + cristais. A parede da bexiga forma muco para evitar que a urina entre em contato com a sua parede.
· Espermatozoides, é uma alteração normal em cães machos quando a colheita foi feita por Cateterismo ou micção espontânea, não são encontrados em Cistocentese.
· Fungos e leveduras: Por contaminação ou infecção fúngicas
· Gordura: Não possuem significado algum.
· Ovos e parasitas como stephanurus spp. em suínos, diactophyme renale em cães, capilária spp. em cães e gatos e Microfilárias em cães. – RARO
FUNÇÃO RENAL
A função do rim é a hematopoiese, pois o rim produz eritropoitina. O rim filtra tudo que vem do sangue. Filtra pelo glomérulo. O filtrado possui a mesma composição do plasma. O rim não deixa passar proteína. 60% da uréia do sangue são excretados pela urina. O rim faz o equilibro acido básico, ativa vitamina D e ainda mantém o controle da pressão arterial pela liberação da renina. 
O rim possui mecanismo de contra corrente, onde parte do túbulo é permeável a água e parte não são permeáveis. Tudo isso para manter PH sanguíneos, potássio, fósforo e sódio dentro  da normalidade. O nefron é a unidade funcional do rim. O numero de nefrons varia entre as espécies. O rim dos gatos tem cerca de 190 mil nefrons, os cães possuem o dobro disso, os bovinos cerca de 4 milhões. O glomérulo é a parte que faz a filtração do sangue, principalmente por dois mecanismos, uma por que o glomérulo é uma rede de capilar, ou seja, vasos sanguíneos que possuem poros, poros pequenos para quando o sangue passar substancia não sejam perdidas e sim reabsorvidas, e ainda é recoberto por células epiteliais e tem capsula de bowman. O glomérulo tem carga negativa então tudo que tiver carga negativa será repelido, o que mantém a taxa de filtração é a pressão sanguínea. Se chegar menos sangue a taxa de filtração fica reduzida acumulando substancias dentro do sangue. O sistema tubular é onde tem excreção e reabsorção da maioria das substancias. Temos ramos ascendentes e descendentes, 25% do debito cardíaco chega pelas arteríolas aferentes gerando a filtração.
A filtração do glomérulo, principalmente é dada pelas cargas negativas e a outra é a seletividade por tamanho (devido poros). A permeabilidade do glomérulo é maior que dos ouros capilares do organismo, porque ele precisa segurar e filtrar diversas substancia. Ele é impermeável as proteínas. Então o glomérulo seleciona pelo tamanho ou pela carga negativa. A função é de reter componentes celulares e proteínas de alto e médio peso molecular como albumina. Após isso há a formação do filtrado glomerular que é semelhante a densidade do plasma.A taxa de filtração glomerular é um parâmetro de avaliação da função renal.
As lesões renais se iniciam no glomérulo que podem evoluir para uma lesão tubular. Muitas vezes só se consegue perceber lesão renal depois que 75% do rim estiverem lesionados.
Os fatores que alteram a taxa de filtração glomerular são volemia que pode ser alterado por desidratação, quando tem baixa volemia o organismo mantém essa volemia (volume intravascular). Os vasos sanguíneos possuem reflexos miogênicos, ou seja, fazem vasoconstrição para chegar mais sangue ao rim, e ainda o rim libera renina, para melhorar perfusão renal, a renina é metabolizada em angiotensina I e depois II que ativa sistema renina angiotensina, que faz vasoconstrição em todas as arteríolas, menos a arteríola aferente que é quem nutre o rim. O Rim então libera prostaglandina para vasodilatar as arteríolas do rim. Esse é um mecanismo para manter a taxa de filtração glomerular.
Outro mecanismo é a liberação de aldosterona que retém sódio e excreta potássio, que aumenta reabsorção de água aumentando volemia. As células da macula densa é quem sente as alterações de pressão, que se necessária ativa a liberação de renina. 
O sistema renina angiotensina aldosterona é ativado quando há diminuição da perfusão renal (por queda de pressão, hipovolemia, desidratação e hemorragia) o rim libera renina, o fígado libera angiotensinogenio que se liga no fígado com a renina e forma angiotensina I que no pulmão é metabolizada por enzimas em angiotensina II que estimula glândula pituitária que libera ADH (hormônio antidiurético) que age nos ductos coletores, fazendo reabsorção de água, faz vasocontrição arteriolar para aumentar pressão, no córtex libera aldosterona, para reabsorver sódio e ainda estimulo simpático para melhorar freqüência cardíaca.
Mecanismo de contra corrente: O filtrado depois de passar pelo glomérulo vai para o túbulo, onde no proximal terá reabsorção de água e o íon responsável pela reabsorção é o sódio.
NoTúbulo contorcido proximal geralmente há a absorção de 50 a 65% da uréia 100% da glicose 100% de aminoácidos, 60% de água, 60 a 85% de bicarbonato. Na alça de henle há a absorção de água. No túbulo contorcido distal há a reabsorção de sódio, cloreto, potássio, cálcio e magnésio. Já no ducto coletor há a reabsorção e excreção de água, sódio, potássio e cloreto.
99% do filtrado é reabsorvido pelos túbulos. Glicose e aminoácidos são 100% reabsorvidos. Glicose não sai na urina, exceto se tiver muito, assim como proteína, que se passar pelo glomérulo ainda será reabsorvido pelo túbulo. Potássio e íons h+ são eliminados, pois o potássio é um neurotransmissor e se tiver em excesso pode ficar estimulando e irritando a bexiga. A uréia ainda permanece no liquido tubular, e ainda há a reabsorção da insulina e solutos. A creatinina deve ser totalmente eliminada. O ducto coletor é responsável principalmente pelo PH sanguíneo.
A avaliação da função renal é feita pelo metabolismo da uréia e creatinina, e outras provas da função renal, tanto para diagnóstico como tratamento.
O aumento da uréia e creatinina não necessariamente significam doença renal, pode ser dada, por exemplo, por desidratação, que concentra essas substancia no sangue. E se não estiver urinando também não será eliminado essas substancias acumulando-as no sangue, ou seja o problema pode não ser no rim. Quem ajuda a identificar se é lesão renal , pré renal ou pós renal é a urinálise. Na pós - renal ainda usa-se os exames de imagem.
Pode dosar uréia e creatinina tanto do plasma como do soro. Cuidado com hemólise ou lipemia, pois podem ter falsos resultados, pois geralmente aumenta valor de uréia e creatinina. 
A uréia vem do metabolismo protéico, produzida pelo fígado, a partir do metabolismo da arginina e da amônia. O fígado metaboliza uréia e amônia que são metabolizados pelo rim. A uréia será excretada pelo glomérulo e 25% será reabsorvida pelo túbulo. Se o animal ingerir muito líquido e urinar muito em um rim normal a tendência é que se passar em uma velocidade maior não dará tempo de reabsorver, baixando a taxa no sangue. No doente renal a taxa e a velocidade de filtração são diminuídas logo haverá maior reabsorção de uréia. Que será acumulado no sangue. Necessário dar soro para o paciente renal para que dilua e force a velocidade de filtração. 
Dietas com muito aminoácidos resultam em mais uréia. Doentes hepáticos não formam uréia e acabam concentrando amônia. Creatinina não sofre influencia da alimentação nem de reabsorção tubular. Por isso é o melhor parâmetro.
Se diminuir volemia também diminui taxa de filtração glomerular. A uréia que tava diluída concentra, acumulando uréia, o problema aqui não é renal. Então pode ter aumento da uréia e o problema não ser do rim. 
Causas de elevação da uréia sanguínea:
· Extra Renal: Onde há o aumento da síntese da uréia, causado por ingestão excessiva de proteínas ou ainda em hemorragias do Trato gastrointestinal.
· Pré – Renais: É dada pela diminuição do fluxo sanguíneo, diminuição da pressão glomerular. Hipotensão e choque, insuficiência cardíaca, aumento da pressão oncótica e desidratação.
· Renal: Onde ¾ do nefron esta afuncional.
· Pós – Renal: Se dá por obstruções no trato urinário.
Em doenças que gerem catabolismo como febre, cortisona, faz com que se use a proteína do corpo como fonte de energia, é como se tivesse comendo mais proteína. Em lesões renais, três quartos, ou seja, 75% dos nefrons já estão lesionados.
Só não aumenta os dois (uréia e creatinina) em causas extras renais (que só aumenta uréia), nos demais haverá alteração tanto de uréia como de creatinina. A creatinina vem do metabolismo da creatinina muscular, não é afetado pela dieta. E é totalmente excretada pelos glomérulos e não é reabsorvido pelos túbulos. Logo é o melhor parâmetro para avaliar filtração glomerular.
Azotemia: É o aumento das concentrações séricas de uréia e creatinina. Pode ser pré - renal, renal e pós- renal. O que ajuda a diferencia se é pré – renal, renal ou pós renal é a densidade urinaria. 
· Pré - renal: Em desidratações de rins normais vai haver Azotemia, e o organismo vai ativar os mecanismos de compensação. A densidade urinaria vai estar elevada. Pode ocorrer por Desidratação, perda de sangue, febre, insuficiência cardíaca congestiva e hipovolemia. O rim tem que segurar água e a densidade urinaria tem que aumentar. Amarelo escuro, odor forte.
· Renal: Em pacientes renais, o rim não consegue concentrar a urina, independente de vomito ou diarréia. Animal com aumento de uréia e creatinina terá urina diluída e densidade baixa. Pois não se consegue reabsorver liquido. Paciente terá isostenuria e hipostenuria. Dada por doenças renais.
· Pós – renal: Se da por obstrução, não se consegue saber a densidade, mas pode estar normal ou alta. A urina que deveria ser eliminada volta pro rim causando hidronefrose, podendo inclusive causar doença renal aguda. Podendo perder o rim.
Uremia: Síndrome decorrente da doença renal, apenas terá em doentes renais ou ainda pós - renais que fizeram lesão renal. Terá presença de vomito, diarréia, halitose, ulcera na cavidade oral poliúria e polidipsia.
	VALORES DE REFERÊNCIA
	ESPÉCIE
	Cães
	Gatos
	Eqüinos
	Bovinos
	URÉIA mg/dL
	20 – 60
	40 – 60
	20 – 60
	40 - 60
	CREATININA mg/dL
	0,5 – 1,5
	0,8 – 1,8
	1,2 – 1,9
	1 - 2
Como creatinina vem do metabolismo muscular em um animal atrofiado esse valor de creatinina poderá ser ativado, ou seja, será menor do que seria mesmo elevado. Pois não terá massa muscular para o metabolismo da creatinina muscular, Se o bovino se alimentar de uréia o valor de uréia será alterado.
PROTEINÚRIA
É sempre avaliada junto com a densidade específica. Se tiver cilindro em urina concentrada pode significar uma coisa e se tiver em urina diluída é outra coisa. Toda vez que tiver muita proteinúria numa urina diluída é pior. Em condições normais a quantidade de proteína é bem pequena. 
A proteína de bence jones é uma imunoglobulina que só é procurada quando se quer saber se o animal tem plastocitoma (tumor de plasmocito). a proteinúria é avaliado por métodos semi - quantitativos como a fita reativa (inespecífica) e ainda analise quantitativa da proteinúria. 
Causas de proteinúria fisiologia: Exercícios musculares excessivo, convulsão, febre e ingestão excessiva de proteínas. A febre dilata o poro do capilar e permite a passagem de determinadas proteínas. 
As causas patológicas: 
· Pré - renal (doença primaria não renal como hemoglobinúria dada por hemólise urina fica vermelha ou castanha ou mioglobinuria dada por esmagamento de tecido, exercício intenso, inflamação aguda do músculo, espasmos prolongados, toxinas, medicamentos e reação de alimentos, cobre, menadiona, mercúrio, azul de metileno, acetaminofeno, zinco, cebolas e ainda picada de cobra. Urina fica preta).
· Causas de proteinúria renal: Geralmente lesão glomerular ou tubular, a lesão começa no glomérulo. Dependendo do que ele levar vai ter um cilindro especifico. Podem ter presença de sangue e exsudato inflamatório renal. Podem ser causados por nefrose, nefrite, cistos renais, glomerulonefrites, neoplasias, doenças renais crônicas e agudas.
· Causas pós - renais: Obstrução por cálculos (urolitiase), infecções do trato urinário e hematúria pós – renal,
Outras formas alem da fita é a análise quantitativa da proteinúria, onde é visto relação de creatinina urinaria e proteína. Se tiver aumento da proteína, deve-se ver se é renal ou pré - renal. Não pedir esse exame em casos de cistite. É usada inclusive para classificar o doente renal, nos seus estágios de proteinúria. Feito apenas depois de ter sido feito a urina 1.
IRIS site que ajuda a estagiar a doença renal. (international renal interest society).
Quanto mais proteinúria maior será a progressão da doença renal..
Quando é analisado o sedimento urinário, o sedimento muito ativo com muita hemácia, leucócitos e bactérias é pós - renal. Em sedimento inativo é avaliado proteínas séricas que se for baixa terá proteinúria renal e se for aumentando

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