Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TIC’s - Semana 8 Por que a anemia falciforme é mais comum em populações africanas? A expressão doença falciforme é usada para referir síndromes provocadas por uma alteração particular na molécula de hemoglobina, molécula responsável pelo transporte de oxigênio, e é uma das mais abundantes na composição das hemácias. A alteração genética (autossômica recessiva) se traduz na substituição de um aminoácido por outro em uma das cadeias proteicas que formam a hemoglobina (substituição do glutamato por valina, na posição ß6 - Hb S), o que causa mudança na estrutura da molécula. Tal mudança acarreta menor afinidade com a molécula de oxigênio e a formação de longas cadeias de hemoglobinas que acabam por formar feixes intracelulares concentrados nas extremidades da hemácia e fazem com que ela adquira a forma de foice. Acredita-se que a anemia falciforme seja um dos melhores exemplos da seleção natural, pois considera-se que o gene da hemoglobina modificada, chamada Hb S, permaneceu estável durante gerações em virtude da proteção contra a malária que possuem os portadores de traço falciforme. Historicamente, a teoria mais aceita para a mutação da HbS e da HbC foi a de uma proteção seletiva dos heterozigotos contra os efeitos letais da infecção causada por Plasmodium spp., protozoário causador da malária, que foi transferida geneticamente para outras gerações. Os estudos vêm demonstrando a importância dessas hemoglobinas variantes no controle das manifestações clínicas da malária. Em regiões onde a malária é endêmica, como ocorre na África, no Oriente Médio e na Índia, os heterozigotos tem mais chance de sobreviver a essa doença. Pois, os Plasmodium spp. invadem as hemácias, onde vão crescer e se multiplicar até causar o rompimento dessas células. Nesse momento, começam os sintomas causados pela malária. Então, os indivíduos heterozigotos, que contém o traço falciforme, possuem parte e seus glóbulos vermelhos em forma de foice, o que provoca malária de forma leve ou, até mesmo, a evita. Tal situação, levou ao aumento da frequência genética dos heterozigotos nessas populações, devido a seleção natural. Referências: BANDEIRA, Flavia M.G.C. et al. Características de recém-nascidos portadores de hemoglobina S detectados através de triagem em sangue de cordão umbilical. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, p. 167-171. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/99-75-03-167/port.pdf. Acesso em: 16 abr. 2021. CAVALCANTI, Juliana Manzoni; MAIO, Marcos Chor. Entre negros e miscigenados: a anemia e o traço falciforme no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro , v. 18, n. 2, p. 377-406, June 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702011000200007&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Apr. 2021. TELES, Annyelle Figueredo et al . Hemoglobinas de origem africana em comunidades quilombolas do estado do Tocantins, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua , v. 8, n. 1, p. 39-46, mar. 2017 . Disponível em <http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232017000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 abr. 2021.
Compartilhar