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Urgência e Emergência - Vias de administração de medicamentos

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Lorena Bressanini Siqueira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definições 
• Medicamentos: é toda substância que, ao ser introduzida no 
organismo, vai atender a uma finalidade terapêutica, por 
exemplo, se for um comprimido, é todo o comprimido, 
incluindo o princípio ativo e os adjuvantes, ou seja, é um 
produto farmacêutico, uma forma farmacêutica que contém 
o fármaco, geralmente em associação com adjuvantes. 
 
• As finalidades desses medicamentos podem ser: preventiva, 
como vacina; paliativa, como analgésicos; curativa, como 
antibiótico; substitutiva, como insulina; entre outras; 
 
• Fármaco é um sinônimo de princípio ativo. É uma substância 
química conhecida e que possui estrutura química definida, 
sendo dotada de propriedade farmacológica. 
 
Onde agem? 
• Algumas medicações são locais, ou seja, agem no local de 
aplicação. Um exemplo disso é quando temos um corte e 
utilizamos um anestésico local para fazer uma sutura, como a 
lidocaína; 
 
• Algumas podem ter ação geral ou sistêmica, ou seja, circulam 
na corrente sanguínea e seu efeito atinge determinados 
órgãos, tecidos ou todo o organismo. Por exemplo, a lidocaína 
também é considerada um antiarrítmico, então ela também 
pode ser feita por via parenteral, no caso endovenosa, ou 
seja, ela pode ter ação local (como no caso anterior) ou geral 
ou sistêmica. 
A exemplo, também temos o anti-inflamatório que vai agir no 
organismo todo, o diurético, que vai agir no rim, o sedativo, 
que age no SNC, entre outros. 
Farmacocinética 
• Farmacocinética (grego Kinetós = móvel) estuda o caminho 
percorrido pelo fármaco no organismo; 
 
• É o estudo do movimento de uma substância química em 
particular, um fármaco no interior de um organismo vivo, 
pois ele vai ser absorvido, distribuído, metabolizado e 
eliminado. 
 
Processos farmacocinéticos 
 
• Absorção 
(principalmente pela 
via oral ou enteral). 
Nessa etapa, pode 
ocorrer uma interação 
de um fármaco com 
outro, prejudicando, assim, sua absorção. Outro exemplo é 
quando há um paciente na Uti que está fazendo uso de 
substância vasoativa para uma instabilidade hemodinâmica, 
pois ele apresenta um grau de hiperperfusão do intestino e 
de outros locais relacionados com a via oral, o que altera a 
absorção do fármaco. Desse modo, todos esses fatores 
devem ser levados em consideração durante a escolha da 
droga; 
 
• Distribuição, a qual a droga deve chegar no local onde ela vai 
fazer seu efeito; 
 
• Biotransformação ou metabolização. É muito importante, 
pois, quando a droga é utilizada pela via oral, ela pode ter 
efeito de primeira passagem, na qual elas podem ser 
absorvidas no intestino, passar pelo sistema porta-hepático 
Urgência e Emergência - Vias 
de administração de 
medicamentos
Lorena Bressanini Siqueira 
e sofrer uma biotransformação/metabolização, alterando a 
biodisponibilidade desta droga. Por isso que administrar 
morfina via oral ou via endovenosa tem diferença. Pela via 
oral, pode ocorrer essa metabolização, diminuindo a 
biodisponibilidade do princípio ativo dessa droga, fazendo 
com que a dose a ser administrada acabe sendo maior na via 
oral do que na via endovenosa; 
 
• Excreção: o organismo, em geral, no percurso mais natural, 
transforma essas drogas no fígado em substâncias 
hidrossolúveis para serem eliminadas na urina. Entretanto, 
também podem haver outras formas de excreção; 
 
• A fase farmacocinética é “o que o organismo faz na droga”, 
já a fase farmacodinâmica é “o que a droga faz no 
organismo”, ou seja, os efeitos terapêuticos, os efeitos 
adversos e todos os outros efeitos causados pela interação 
da droga com o receptor fazem parte da farmacodinâmica. 
 
 
OBS.: quando a droga é administrada via sublingual, ela não 
apresenta efeito de primeira passagem, pois não passa pelo 
sistema porta-hepático (vai direto para veia cava superior e é 
distribuída para o organismo). Isso aumenta a biodisponibilidade da 
droga. 
 
Absorção 
• Definição → É a transferência de um fármaco desde seu 
local de administração até a circulação sanguínea. Por 
exemplo: um fármaco administrado pela via parenteral não 
sofre absorção, entretanto, pelas vias enterais ele sofre 
absorção; 
 
• A velocidade e a eficiência da absorção vão depender, entre 
outros fatores, da via de administração; 
 
• A absorção pode sofrer interferências de diversas 
substâncias. Exemplo: ferro não pode ser tomado com leite, 
pois o leite é um pouco alcalino e atrapalha na absorção do 
ferro. Outro exemplo são os remédios para hipotireoidismo, 
que devem ser tomados em jejum (30 a 40min antes da 
refeição), porque se eles forem ingeridos junto com a 
refeição, a absorção não ocorre de maneira adequada. 
Locais de absorção de medicamentos 
• Trato gastrointestinal: mucosa bucal, mucosa gástrica, 
mucosa do intestino delgado e mucosa retal; 
 
• Trato respiratório: mucosa nasal, mucosa traqueal e 
brônquica, alvéolos pulmonares; 
 
• Pele; 
 
• Regiões subcutâneas, intramusculares e endovenosa; 
 
• Mucosa geniturinária: mucosa vaginal e mucosa uretral; 
 
• Mucosa conjuntival. 
 
Administração oral 
• Na 
administração oral, 
primeiro o fármaco 
se desintegra e se 
dissolve, liberando o 
princípio ativo → 
depois ele se difunde 
através dos fluidos 
gastrointestinais → 
vão permear a 
membrana → sofrem 
captação no sangue 
ou linfa → ao ir para 
a circulação 
sistêmica, uma 
porcentagem de fármaco pode estar ligada e outra não 
ligada à proteína plasmática. Essa porcentagem que está 
livre, ou seja, que não está ligada à proteína plasmática, vai 
agir no sítio ativo e causar o efeito farmacológico; 
 
• Quando o paciente está com uma disproteinemia, há a 
alteração dos níveis de proteínas plasmáticas, o que 
interfere na biodisponibilidade do fármaco; 
 
• Suco gástrico → alguns fármacos tem que passar “ilesos” 
pelo suco gástrico, por 
isso são encapsulados, 
por exemplo; 
 
• Esvaziamento gástrico → 
pode acontecer, por 
exemplo, da pessoa ter 
um retardo do 
esvaziamento gástrico, fazendo com que a droga permaneça 
lá por muito mais tempo, impedindo que o efeito do fármaco 
seja mais rápido. As vezes, nesses casos, é necessário 
associar com uma droga que acelere o esvaziamento 
gástrico, como uma droga procinética. Esse retardo do 
esvaziamento gástrico pode acontecer, por exemplo, em 
gestantes e em pessoas que fizeram bariátrica; 
 
• Duodeno → o fármaco é absorvido e vai para a circulação 
porta, depois para circulação hepática, para circulação 
sistêmica e causa o efeito. 
Lorena Bressanini Siqueira 
Fatores que afetam a biodisponibilidade 
• pH do trato gastrointestinal → algumas drogas se 
beneficiam de um ambiente ácido, enquanto outras tem que 
“sobreviver” à acidez; 
 
• Velocidade de esvaziamento estomacal; 
 
• Dieta → o que o paciente ingere interfere na absorção de 
certos medicamentos; 
 
• Doenças → por exemplo, a doença de Crohn pode afetar 
diretamente da absorção intestinal; 
 
• Formulação → agentes solubilizantes, lubrificantes, entre 
outros; 
 
• Fatores químicos → reações; 
 
• Fatores físico-químicos → precipitações, complexos, 
polimorfismo; 
 
• Fatores tecnológicos → excipientes, processos de 
fabricação; 
 
• Forma farmacêutica; 
 
• Tamanho das partículas; 
 
OBS.: não é só prescrever, o médico deve pensar em todas essas 
situações antes 
 
Fatores que influenciam a absorção de fármacos 
 
 
Efeito de primeira passagem e circulação entero-hepática 
• As substâncias absorvidas pelo 
TGI na circulação porta-hepática, sendo 
biotransformadas (metabolizadas) pelo 
fígado antes da distribuição. Podem ser 
secretadas pela bile, sendo excretadas 
ou reabsorvidas pelo ciclo entero-
hepático, o que altera a 
biodisponibilidade; 
 
• Biodisponibilidade: fração da droga 
administradapor via oral que alcança a circulação sistêmica 
(quantidade que alcança a circulação sistêmica < quantidade 
administrada pela via oral). 
• Algumas drogas precisam do efeito de primeira passagem 
para fazer efeito. Por exemplo, a codeína, ao passar por 
esse efeito de primeira passagem, vira morfina, entretanto 
algumas pessoas possuem variações genéticas que fazem com 
que esse fármaco seja metabolizado muito rapidamente, o 
que pode levar a complicações fatais. 
 
Distribuição 
• A distribuição é a passagem de um fármaco da corrente 
sanguínea para os tecidos. A distribuição é afetada por 
fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da 
substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, 
possuem baixa capacidade de permear membranas 
biológicas, sofrendo, assim, restrições em sua distribuição. 
Já as substâncias muito lipossolúveis são rapidamente 
distribuídas, entretanto, podem se acumular em regiões de 
tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no 
organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas 
pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o 
acesso a locais de ação intracelular; 
 
• Ou seja, a distribuição nada mais é do que a passagem do 
fármaco da corrente sanguínea para os órgãos e tecidos. 
Ademais, assim como na absorção, certos fatores ligados ao 
fármaco também podem interferir na distribuição deste, por 
exemplo: 
 
➔ Carga elétrica: fármacos ionizados têm dificuldade em 
atravessar o endotélio vascular e, assim, atingir outras 
regiões do organismo; 
 
➔ Estabilidade química: formas instáveis quimicamente podem 
ser biotransformadas em produtos de baixa permeabilidade 
capilar; 
 
➔ pH e pKa: afetam diferentemente o grau de ionização dos 
fármacos, por exemplo, substância ácida em meio alcalino 
tende a ionizar-se, o que dificulta sua passagem pela 
membrana. Além disso, é muito mais fácil um fármaco que 
não está ionizado passar pela membrana, uma vez que 
moléculas lipossolúveis se difundem mais facilmente pelas 
membranas lipídicas. Outro exemplo é que os anestésicos 
locais não tem ação em um tecido inflamado/infeccionado. 
Isso acontece porque esse tecido apresenta-se com uma 
anaerobiose local, o que altera o pH da região, deixando-o 
mais ácido. Como o anestésico local é uma base fraca, ele 
acaba por ionizar-se. Isso acaba dificultando que esse 
fármaco penetre na membrana e exerça seu efeito. 
Portanto, é por esse motivo que um anestésico local não tem 
efeito considerável num tecido inflamado; 
 
➔ Afinidade às proteínas plasmáticas: a taxa de ligação às 
proteínas determina quanto de fármaco vai permanecer livre 
e apto a distribuir-se para outros compartimentos, e quanto 
de fármaco vai permanecer ligado, como fração de reserva 
de proteínas. Por exemplo, um paciente com cirrose ou com 
alguma outra disfunção hepática ou com uma proteinúria 
apresenta menos proteínas plasmáticas presentes, o que 
interfere na biodisponibilidade do fármaco administrado, 
uma vez que quanto menos tivermos uma quantidade deste 
Lorena Bressanini Siqueira 
fármaco ligado a essas proteínas, maior será a 
biodisponibilidade deste e maior será o seu efeito, podendo 
levar a certas complicações. 
 
Modelo de 3 compartimentos: 
 
Esse é um modelo de 3 compartimentos. 
• Consideramos que temos um compartimento central, ou 
rápido (V1), que é composto pelo sangue e pelos órgãos 
nobres (os que são altamente perfundidos, como o cérebro); 
 
• Um compartimento intermediário (V2), que é composto, por 
exemplo, pelos músculos; 
 
• E um compartimento lento (V3), composto, por exemplo, por 
gordura, ossos e pele; 
 
• Exemplo: ao administrar uma droga, como um sedativo, por 
via parenteral na biofase V1, ela vai atingir o cérebro, vai 
realizar o seu efeito, posteriormente ela volta, lentamente, 
a redistribuir-se por V2 e depois por V3. Além disso, quanto 
mais lipossolúvel, mais esse fármaco sofre o efeito de 
redistribuição. 
Distribuição dos fármacos – órgão 1ª fase: 
• Inicialmente, fígado, rins, 
pulmões, cérebro e outros 
órgãos com boa perfusão 
recebem a maior parte do 
fármaco; 
 
• Já a liberação para músculos, 
para a maior parte das 
vísceras, para a pele e a 
gordura ocorre de forma mais 
lenta. 
 
 
Biotransformação ou metabolismo 
• É a transformação do fármaco em outra(s) substância(s) por 
meio de alterações químicas, geralmente sob ação de 
enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre, 
principalmente, no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido 
nervoso; 
 
• Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos 
fármacos estão a idade, a raça e fatores genéticos, além da 
inibição enzimática; 
 
• Além de tudo, na biotransformação e no metabolismo, existe 
um fenômeno chamado de tolerância. Por exemplo, uma 
pessoa com câncer gradualmente vai tendo a dose de 
morfina aumentada. Isso acontece justamente porque 
ocorre uma dessensibilização dos receptores e um aumento 
das proteínas do citocromo p450, o que aumenta a tolerância 
à morfina. Outro exemplo é em pacientes que fazem uso de 
betabloqueadores, porque, nesses casos, como estava 
havendo um bloqueio dos receptores beta adrenérgicos, o 
corpo acaba produzindo mais receptores e expressando-os 
na membrana das células. Com isso, caso haja uma suspensão 
subida desses fármacos, uma quantidade muito maior de 
receptores vai interagir com os neurotransmissores, o que 
pode desencadear vários problemas, como uma taquicardia. 
 
Biotransformação ou metabolismo – definições importantes 
• Indução enzimática → é uma elevação dos níveis de enzimas 
(como o complexo citocromo P450) ou da velocidade dos 
processos enzimáticos, resultantes em um metabolismo 
acelerado do fármaco. Alguns fármacos têm a capacidade de 
aumentar a produção de enzimas ou de aumentar a 
velocidade de reação das enzimas. Como exemplo, podemos 
citar o fenobarbital, um potente indutor que acelera o 
metabolismo de outros fármacos quando estes são 
administrados concomitantemente; 
 
• Inibição enzimática → caracteriza-se por uma queda na 
velocidade de biotransformação, resultando em efeitos 
farmacológicos prolongados e maior incidência de efeitos 
tóxicos do fármaco. Esta inibição, em geral, é competitiva. 
Pode ocorrer, por exemplo, entre duas ou mais drogas 
competindo pelo sítio ativo de uma mesma enzima; 
 
• Metabólito → é o produto da reação de biotransformação de 
um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades 
diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam 
atividade farmacológica reduzida e são compostos mais 
hidrofílicos, portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns 
casos, podem apresentar alta atividade biológica ou 
propriedades tóxicas. Por exemplo, num idoso não se deve 
utilizar Diazepam, pois esse idoso tem o metabolismo mais 
lento e esse fármaco, por sua vez, ao ser biotransformado, 
acaba produzindo metabólitos ativos com meia vida maior 
que o próprio fármaco, o que acaba causando um efeito 
muito prolongado no paciente. 
 
Citocromo P450 
• Principal mecanismo para metabolização de produtos 
endógenos e xenobióticos; 
 
• Importante fonte de variabilidade interindividual no 
metabolismo de drogas; 
 
• Envolvido no mecanismo de interação entre as drogas; 
 
• Relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos; 
Lorena Bressanini Siqueira 
 
• Exemplo: um etilista crônico, ao ingerir algum fármaco, como 
benzodiazepínicos, apresenta efeito menor. Isso acontece 
porque a ingestão crônica de álcool acaba causando uma 
indução enzimática, acarretando numa maior produção de 
citocromo P450, que é a mesma via de metabolização do 
fármaco, o que diminui o efeito do fármaco no organismo 
deste paciente. Portanto, às vezes, uma dificuldade de 
sedação pode acontecer por causa de um vício em alguma 
substância que interfere na mesma via de metabolização do 
fármaco; 
 
1ª e 2ªfase 
 
• Na primeira fase acontece hidrólise, oxidação e redução, o 
que acaba gerando metabólitos ativos e inativos. Esses 
metabólitos ativos vão para o sangue, enquanto que os 
inativos vão para a segunda fase, a qual acabam sofrendo 
excreção. 
 
Excreção ou eliminação 
• É a retirada do fármaco do organismo, seja na forma 
inalterada ou na forma de metabólitos ativos e/ou inativos. 
A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as 
características físico-químicas da substância a ser 
excretada. 
 
Via Oral 
• Vantagens da via oral: facilidade 
na administração do fármaco, 
menor gasto (menos 
dispendiosa); 
• Contraindicação: náuseas, 
vômitos, diarreias, dificuldades 
de engolir, pacientes acamados, entre outros. É necessário 
avaliar o paciente! 
 
Via Sublingual 
• Absorção 
acontece 
devido à 
presença 
de veias 
abaixo da 
língua. 
Dessa forma, o fármaco vai direto para a circulação e não 
sofre o efeito de primeira passagem. Um exemplo disso é o 
uso de: nitratos para angina. 
Vias Parenterais 
O termo parenteral provém do grego “para” (ao lado) e “enteros 
(tubo digestivo), ou seja, significa a administração de 
medicamentos “ao lado do tubo digestivo” ou sem utilizar o trato 
gastrointestinal. As principais vias são: 
• Intradérmica (I.D.); 
 
• Subcutânea (S.C); 
 
• Intramuscular (I.M.); 
 
• Intravenosa ou endovenosa (I.V. OU E.V.). 
 
 
Outras vias parenterais que também temos são: 
• Intra-arterial (I.A.) → usada, por exemplo, no tratamento 
de carcinomas, drogas vasodilatadoras e drogas 
trombolíticas (tratamento embolia); 
 
• Intracardíaca (adrenalina); 
 
• Intra-araquídea (via subaracnóidea - intratecal) – 
Raquianestesia; 
 
• Intraperitoneal; 
 
• Intraóssea; 
 
• Intra-articular; 
 
• Intrasinovial. 
 
Via Intradérmica 
• É uma via muito restrita, pois só pode utilizá-la para 
pequenos volumos, de 0,1 a 0,5 ml. 
Geralmente ela é usada para reações de hipersensibilidade, como: 
• Provas de PPD (tuberculose), 
Schick (difteria) 
• Sensibilidade de algumas alergias 
• Fazer desensibilização e auto 
vacinas 
• Aplicação de BCG (vacina contra 
tuberculose) na inserção inferior 
do músculo deltóide 
Via Subcutânea 
• A medicação é introduzida na tela subcutânea (tecido 
subcutâneo ou hipoderme); 
 
Lorena Bressanini Siqueira 
• Absorção lenta, através dos capilares, de forma contínua e 
segura; 
 
• Usada para administração de vacinas (antirrábica e 
antissarampo, anticoagulantes (heparina) e hipoglicemiantes 
(insulina); 
 
• OBS.: volume não deve exceder 3 mililitros. 
 
Via Intramuscular 
Via muito utilizada devido à absorção rápida (é errática, pois não é 
tão segura quanto a subcutânea – 
não dá para saber ao certo o tempo 
de absorção, por exemplo). 
 
• Músculo escolhido: 
➢ Deve ser bem 
desenvolvido; 
➢ Ter facilidade de acesso; 
➢ Não possuir vasos de grande calibre; 
➢ Não ter nervos superficiais no seu trajeto. 
 
• Volume injetado: 
➢ Região Deltoide - de 2 a 3 ml; 
➢ Região Glútea - de 4 a 5 ml; 
➢ Músculo da coxa - de 3 a 4 ml. 
 
 
Via Endovenosa 
É uma via muito utilizada, principalmente quando se deseja um 
efeito rápido. Nela, a introdução da medicação é diretamente na 
veia (cuidado). 
Aplicação: 
• Membros superiores; 
• Evitar articulações; 
• Melhor local: face anterior 
do antebraço “esquerdo”. 
Indicações: 
• Necessidade de ação 
imediata do medicamento; 
• Necessidade de injetar grandes volumes – hidratação; 
• Introdução de substâncias irritantes de tecidos. 
 
Terapia infusional 
I. Bolus → é a administração de tudo que está na seringa de 
uma vez, o mais rápido que o vaso aguentar; 
Na medicina, refere-se à administração de uma 
medicação com o objetivo de aumentar rapidamente a sua 
concentração no sangue para um nível eficaz. Em termos 
práticos, as medicações administradas em menos de um 
minuto são ditas como “feitas em bolus”. Um exemplo de 
droga que não é recomendado fazer em bolus é a 
Escopolamina, mais conhecida como Buscopan, devido ao 
seu efeito adrenergético, que acaba causando 
taquicardia. 
 
II. Infusão lenta → medicamento deve ser administrado 
conforme recomendado ou 1 mil/min, caso não exista 
informação disponível. Outra coisa é que enquanto na 
administração em bolus os efeitos adversos ocorrem ao 
mesmo tempo e velocidade que os efeitos terapêuticos, 
na administração lenta podemos interromper a 
administração caso seja observada qualquer reação. 
Alguns exemplos são Fenitoína e Diazepam, que são 
administradas em tempo mais prolongado. 
 
III. Infusão rápida → é a administração IV realizada entre 1 
e 30min. Pode-se utilizar a seringa para infusões em 
tempo menores ou a bureta para infusões em tempo 
maior que 10min (a bureta era mais utilizada 
antigamente, hoje em dia são mais usadas as bombas de 
infusão para facilitar esse processo). 
 
IV. Infusão contínua → administração realizada em tempo 
maior que 60min, initerruptamente. 
 
V. Administração intermitente → não contínua, por 
exemplo, de 6 em 6 horas. Para este tipo de terapia é 
importante a preocupação com a manutenção da 
permeabilidade do cateter, que permanecerá fechado nos 
intervalos da medicação. 
 
 
 
Via intraóssea (IO) 
A obtenção de uma via venosa em crianças 
e adultos em estado crítico, tem como 
alternativa a via IO, quando a primeira não 
for estabelecida num curto prazo ou após 
três tentativas. 
Nos ossos longos, os sinusóides da medula 
óssea drenam para canais venosos que 
levam o sangue ao sistema venoso; a 
vantagem anatômica da medula óssea é seu funcionamento como 
uma veia rígida que não colaba em estado de hipovolemia e no 
choque circulatório periférico. Assim, a via IO tem sido usada com 
eficácia como via de emergência na parada cardiorrespiratória, nos 
choques hipovolêmico e séptico, queimaduras graves, estados 
epiléticos prolongados e desidratação intensa, principalmente em 
crianças 
 
Lorena Bressanini Siqueira 
Via subaracnóidea e peridural 
 
 Na definição, tanto a via subaracnóidea quanto a peridural são 
acessos 
raquidianos, 
então, 
teoricamente, o 
termo 
raquianestesia 
engloba 
subaracnóidea e 
peridural. Na 
prática, 
entretanto, é 
utilizado erroneamente o 
termo raquianestesia como 
sinônimo de anestesia 
subaracnóidea. 
Para entrar no espaço 
subaracnóideo, tem que 
passar pela pele, pelo tecido 
subcutâneo, pelo ligamento 
supraespinhal, pelo ligamento 
interespinhoso, pelo ligamento 
amarelo, pela dura-máter e 
pela aracnoide. 
A via peridural, por sua vez, 
penetra-se a agulha por via 
mediana ou paramediana, em 
um ângulo de 90 graus, até 
encontrar a resistência do 
ligamento amarelo. Quando 
essa resistência é vencida (Técnica de Dogliotti), atinge-se o 
espaço peridural. O espaço peridural não existe, ele é virtual, 
portanto, quando ele é atingindo, o ar que estava sendo jogado se 
expande e você sente a perda da resistência, conseguindo 
identificar, assim, esse espaço. A diferença, então, é que na 
peridural a agulha não passa a dura-máter, já a subaracnóidea 
passa por essa meninge e atinge o espaço subaracnóideo. 
Como na peridural os anestésicos não são aplicados em contato 
direto com a medula espinhal, há necessidade de uma maior 
quantidade de solução, além do que, a ação absortiva dos vasos do 
espaço peridural acaba diminuindo a ação do anestésico e 
aumentando os efeitos sistêmicos. Quando aplicado, o anestésico 
sofre dispersão em direção cefálica, caudal e transversal, esta 
última dependendo da permeabilidade dos orifícios pelos quais 
passam os nervos raquidianos que saem do canal vertebral. 
OBS.: a peridural não perfura a dura-máter, apenas a 
subaracnóidea que perfura. Se acontecer de perfurar, é erro de 
punção. Além disso, a dura-máter é colabada com o ligamento 
amarelo, portanto, durante a injeção de ar, vai havendo resistênciae, quando chega no ligamento amarelo, o ar “abre esse espaço” e 
você sente a perda de resistência, conseguindo identificar o 
espaço peridural (que é um espaço virtual).

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