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21 CURSO COMPLEMENTAR Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas proximidades NR 10 Manual de Treinamento NR10 Complementar 2 Índice 1.Organização do Sistema Elétrico de Potência – SEP 7 1.1 Aspectos Organizacionais. 7 1.2. Geração ou Produção de Energia Elétrica. 8 1.3. Transmissão. 10 1.4. Distribuição. 13 1.5. Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos. 15 2. Organização do Trabalho. 17 2.1.Planejamento e Programação dos Serviços. 17 2.2. Trabalho em Equipe. 18 2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações. 19 2.4. Métodos de Trabalho. 22 2.4.1. Método ao contato. 22 2.4.2. Método ao potencial 23 2.4.3. Método à distância 23 2.5. Comunicação. 23 2.5.1. Rádio VHF/UHF e Rádio Comunicação. 25 2.5.2. Comunicação e Utilização de Rádio Troncalizado. 26 2.5.3. Método de Operação da Estação (Rádio Troncalizado). 27 2.5.4. Identificação das Estações. 28 2.5.5. Formas de Mensagens. 28 2.5.6. Recomendações 29 3.Aspectos Comportamentais. 30 3.1.Percepção. 30 3.2.Reações Emocionais. 31 3.3.Comunicação Informal. 33 3.4. Barreiras e Distorções na Comunicação. 34 3.5. Recursos que Facilitam a Comunicação. 35 3.6. Cultura da organização. 35 4.Condições Impeditivas para Execução de Serviços no SEP. 37 4.1.Principais Condições Impeditivas. 37 4.2. Instalações Elétricas Desenergizadas e Energizadas. 38 4.3.Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT) 39 21 4.4.Proteção Contra Incêndio e Explosão 39 4.5. Sinalização de Segurança 40 5.5. Riscos Típicos no SEP e sua Prevenção. 41 5.1 Proximidade e Contatos com Partes Energizadas. 41 5.2 Indução. 44 5.3. Descargas Atmosféricas. 45 5.4. Estática. 47 5.5. Campos Magnético e Elétrico. 48 5.5.1. Campo Magnético. 48 5.5.2. Ímã Permanente e Imã Temporário. 50 5.5.3. Campo Elétrico. 51 5.6. Comunicação e Identificação. 52 5.7. Trabalho em Alturas, Máquinas e Equipamentos Especiais. 52 5.7.1. Riscos de Queda. 52 5.7.2. Segurança para Trabalho em Local Elevado. 56 6.6. Técnicas de Analises de Riscos no SEP. 59 6.1.Introdução 59 6.2.Objetivo. 62 6.3.Evolução Histórica. 63 6.4. Gerenciamento de Riscos. 65 6.5. Análise de Riscos. 65 6.6. Análise Preliminar de Risco – APR. 66 6.7.Aplicação. 67 7.Procedimentos de Trabalho – Análise e Discussão. 67 7.1.Procedimento de Trabalho. 67 7.2.1.No gerenciamento dos projetos. 68 7.2.2.No gerenciamento de processos. 68 7.3. Estudo de Caso – APR´s Elaboradas pelos profissionais envolvidos. 69 8.Técnicas de Trabalho – Rede energizada. 69 8.1.Linha Viva. 69 8.1.1. Método à Distância 70 8.2.Ao Potencial. 71 8.3.Em áreas internas – (Segurança na Operação e Manutenção do Sistema Elétrico). 71 8.4.Trabalhos Noturnos. 74 NR10 Complementar 2 9.Equipamentos e Ferramentas de Trabalho – (Escolha, uso, conservação, verificação e ensaios) 79 9.2. NR10 79 9.2. Ferramentais 80 9.3. Cuidados Preliminares. 82 9.4. Serviços específicos. 82 9.5. Transporte de empregados. 89 9.6. Cuidados Especiais. 89 9.7. Especificação dos Equipamentos e Ferramentas. 90 10.Sistemas de Proteção Coletiva. 91 10.1. Conceito de Proteção. 95 10.2. Aterramentos Temporários 97 11.Equipamentos de Proteção Individual – EPI. 109 12.A Postura de Trabalho. 119 12.1.Fisiopatologia do Trabalho Muscular. 119 12.2. A Postura em Pé. 120 12.3. A Posição Sentada. 121 12.4. Ritmo de Trabalho. 122 12.5. Limites de Uma Norma 122 12.6 Critérios. 123 12.7 Conclusão. 123 12.8. Vestuário de Trabalho. 124 13.Segurança com Veículos. 125 14.Sinalização de Segurança. 168 15.Liberação de Instalações e Equipamentos. 174 15.1. Definição de Desenergização. 174 15.2. Desenergização de Circuitos. 174 15.3.Reenergização de Circuitos. 175 15.4. Situação Específica. 177 15.5. Circuitos com Possibilidade de Reenergização. 177 15.6. Anexo. 177 16.Resgate do Eletricista. 179 16.1.Considerações. 180 21 16.2.Definições importantes: 180 16.3.Tipos de Emergência. 181 16.4. Métodos de resgate 182 16.5. Comentários necessários 182 17.Análise de Acidentes. 183 17.1. Conceitos Básicos. 183 17.2. Causa Imediata. 185 17.3. Causa Básica. 185 17.4. Falta de Controle. 185 17.5. Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. 186 17.6. Metodologia Arvore das causas. 186 17.7. Matriz de Severidade. 193 17.8. Exemplo de Arvore das Causas. 194 17.9.Acidentes típicos. 195 18.Responsabilidades. 195 18.1. Responsabilidade Civil e Criminal. 199 NR10 Complementar 2 1.Organização do Sistema Elétrico de Potência – SEP 1.1 Aspectos Organizacionais. No Brasil o poder concedente é federal por força da Constituição Federal. É ele que regula e fiscaliza a geração, transmissão e distribuição de Energia Elétrica. Deste modo, as concessões são de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME) enquanto que a regulação e a fiscalização são exercidas pela ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Além da agência reguladora federal (ANEEL) e das estaduais, existem outros organismos também importantes e vitais para a adequada coordenação da expansão e operação do sistema: ONS – Operador Nacional do Sistema: encarregado de planejar e coordenar a operação elétrica e energética de todo o sistema brasileiro; EPE - Empresa de Planejamento Energético: encarregada de planejar a expansão dos sistemas elétrico e energético; CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica: responsável pelos contratos de compra e venda de energia e pela contabilidade da energia fornecida ou recebida pelas Geradoras, Distribuidoras, Consumidoras livres e Comercializadoras. Para facilitar a descrição e o entendimento das atividades abrangidas por este tópico divide-se em três segmentos que compõem o sistema elétrico de potência, sendo: Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica. Seja também uma pequena abordagem sobre os aspectos da operação de sistemas elétricos no Brasil. 21 Sistema Elétrico de Potência - (SEP) (sentido amplo): é o conjunto de todas as instalações e equipamentos destinados à: Geração, Transmissão, Distribuição e Consumo de energia elétrica até a medição (inclusive). O mercado de energia elétrica experimenta um crescimento da ordem de 4,5% ao ano, como se ultrapassou a casa dos 100 mil MW em 2008. O sistema elétrico brasileiro apresenta como particularidade grandes extensões de linhas de transmissão e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. O mercado consumidor (47,2 milhões de unidades) concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, mais industrializado. A região Norte é atendida de forma intensiva por pequenas centrais geradoras termelétricas (maioria) a óleo diesel. NR10 Complementar 2 1.2. Geração ou Produção de Energia Elétrica. Por Geração ou Produção entende-se a “Conversão de uma forma qualquer de energia em Energia Elétrica”. De acordo com os dados apresentados pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, o Brasil possui o total 1.528 empreendimentos em operação e sua atual Matriz de Energia Elétrica e sua composição é a seguinte: MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL Normalmente as fontes de energia elétrica (ditas convencionais) são as usinas hidrelétricas de grande porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas 21 termelétricas. A geração de energia por usinas hidrelétricas representa mais de 70% de nossa produção, concentrando-se nas Regiões Sul e Sudeste do país. Podem-se definir os seguintes termos, de acordo com a NBR 5460 - Sistemas Elétricos de Potência: Usina (Elétrica) – É a instalação elétrica destinada a gerar energia elétrica em escala industrial, por conversão de outra forma de energia. Usina Hidrelétrica – É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia gravitacional da água. Podem-se encontrar usinas hidrelétricas do tipo: Usina (hidrelétrica) a fio d´água – Usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se apresenta no local. Usina (hidrelétrica) com acumulação - Usina hidrelétrica que dispõe do seu próprio reservatório de regularização. Nas grandes usinas o nível de tensão na saída dosgeradores está normalmente na faixa de 6 a 25 kV. As usinas termelétricas apresentam em geral como característica básica, um menor custo de construção, maior custo de operação e de manutenção e a possibilidade de serem alocadas mais próximas do mercado consumidor. Os Sistemas Isolados Brasileiros, predominantemente térmicos e majoritariamente localizados e dispersos na Região Norte, encontram-se fora do SIN - Sistema Interligado Nacional. Esses sistemas atendem uma área de 45% do território e cerca de 3% da população nacional, ou seja, aproximadamente 1,2 milhão de consumidores. Representam 3,4% da capacidade de produção de eletricidade nacional. Baseados na NBR 5460 alguns termos relacionados a essa forma de geração: Usina Termelétrica – Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são: NR10 Complementar 2 Unidade (Termelétrica) a combustão interna – Unidade termelétrica cujo motor primário é um motor de combustão interna. Unidade (Termelétrica) a gás – Unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a gás. Unidade (Termelétrica) a turbina - Unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a vapor. Usina Nuclear – Usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica. As usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo combustível, gás natural ou nucleares são também classificadas como fontes de energia elétrica convencional, assim como a hidrelétrica. Nestes casos os geradores são do tipo síncrono operando na frequência nominal de 60 Hz, que é a frequência dos sistemas elétricos brasileiros (lei federal). As usinas nucleares (normalmente) são situadas o mais próximo possível dos locais de consumo com o objetivo de minimizar os custos de transmissão. E ainda, dependem dos aspectos de segurança e conservação ambiental. Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de possibilidades, incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se da queima de biomassa (madeira, cana-de-açúcar, por exemplo) e outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés. Estão sendo desenvolvidos estudos para verificação da viabilidade técnica e dos custos associados à transmissão de energia da Amazônia para as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do país. O Brasil têm prazos de maturação de projetos de geração de grandes envergaduras em distâncias superiores a 2000 km, este País tem dimensões continentais. 1.3. Transmissão. Define-se Transmissão como o Transporte de energia elétrica caracterizado pelo valor nominal de tensão: a) entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em que se inicia a subtransmissão. É aí que se alimenta um sistema de distribuição, o que fornece energia elétrica a um grande consumidor ou; 21 b) entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de duas concessionárias, ou áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário. As tensões usuais de transmissão adotada no Brasil em corrente alternada podem variar de 138 kV até 765 kV, incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 440 kV, 500 kV e 750 kV. As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV forma a chamada rede “Básica” de transmissão. Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição. Sistema que normalmente operam em tensões inferiores àquelas dos sistemas de transmissão. Não é incomum operarem com uma tensão também existente nestes sistemas. Nascem nos barramentos das subestações regionais e terminam em subestações abaixadoras locais. Em geral, das subestações regionais saem diversas linhas de subtransmissão tomando rumos diversos. Em um sistema é possível haver também dois ou mais níveis de tensões de subtransmissão, e ainda um subnível de subtransmissão. No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ± 600 kV(DC) . No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras. Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente), e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento. As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente alternada. Mas as estações conversoras apresentam custo elevado. Portanto, a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com frequências diferentes ou para transmissão de energia a grandes distâncias. Sob o ponto de vista físico e elétrico, as linhas de transmissão e de subtransmissão se confundem e os métodos de cálculo são os mesmos. Em algumas empresas as linhas de subtransmissão ficam sujeitas aos seus departamentos de distribuição, que as planejam, projetam, constroem e operam. Em outras empresas elas estão a cargo dos departamentos encarregados das linhas e subestações. É uma opção de organização administrativa. NR10 Complementar 2 Para efeito didático, eis algumas definições da NBR 5460: Subtransmissão – transmissão de energia elétrica entre uma subestação abaixadora de um sistema de transmissão e uma ou mais subestações de distribuição. Subestação – Parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, compreendendo primordialmente as extremidades de linhas de transmissão e/ou de distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo as manobras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também, transformadores, equipamentos conversores e outros equipamentos. Tipos de subestação: Subestação Elevadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é maior que a tensão de entrada. Subestação Abaixadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é menor que a tensão de entrada. Subestação de Manobra (chaveamento) – Subestação cuja finalidade principal é modificar a configuração de um sistema elétrico, mediante modificação das interligações de linhas de transmissão. Subestação Telecontrolada (desassistida) – Subestação não atendida cuja operação é controlada a distância. Linhas – Conjunto de condutores, isoladores e acessórios, destinado a transportar energia elétrica entre dois pontos de um sistema elétrico. Compõem-se basicamente de três partes principais: a) Estruturas (ou suportes) e acessórios; b) Cadeias de isoladores e acessórios; c) Cabos condutores e acessórios. Protegendo este conjunto há a malha ou dispositivo de aterramento compostos de cabos para-raios, fios terra e contrapeso. Em resumo, sob o ponto de vista funcional e operacional a estrutura de um sistema elétrico pode ser dividida em várias subestruturas baseadas nos seus diversos níveis de tensão: Geração, Transmissão, Subtransmissão e Distribuição (primária e secundária), essa última é o objeto de estudo no próximo item. 21 À medida que a demanda de energia aumenta mais fontes necessitam serem exploradas. Novas linhas de transmissão necessitam serem construídas para conectar essas novas estações já existentes, surgindo assim à interligação de sistemas. Essas interligações podem propiciar um melhor aproveitamento das disponibilidades energéticas de regiões com disponibilidades energéticas com características distintas. São economicamente vantajosas e aumentam a confiabilidade do suprimento às cargas, embora implique numa maior complexidade de operação do sistema. Um exemplo é a interligação dos sistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul do Brasil, que apresentam sensíveisdiferenças de recursos hidráulicos em seus rios, uma vez que os períodos chuvosos não são coincidentes nas várias bacias hidrográficas. 1.4. Distribuição. Por definição, “é a transferência de energia elétrica para os consumidores, a partir dos pontos onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição de energia, inclusive”. Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são: •Redes primárias; •Redes secundárias; •Ramais de serviço e entrada; •Medidores; •Transformadores de distribuição; •Capacitores e reguladores de rede. As linhas de transmissão e de subtransmissão convem para as estações de distribuição. Estas subestações chamadas de rebaixadoras alimentam o sistema de distribuição na tensão usualmente no nível de 13,8 kV. Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de distribuição da concessionária ou a de consumidores em tensão primária (13,8 kV). Define-se Sistema Primário (de distribuição) o conjunto dos alimentadores de um dado sistema de distribuição. São linhas de tensões suficientemente baixas que ocupam vias públicas e suficientemente elevadas para assegurarem uma boa regulação, mesmo para potências razoáveis. Às vezes desempenham o papel de linha de subtransmissão em pontas de sistemas. Consumidores cuja carga instalada seja superior a 75 kW serão atendidos em tensão primária, tensão nominal de média ou alta tensão em função de sua demanda. NR10 Complementar 2 Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição há no Brasil: 2,3 kV ; 3,8 kV ; 6,6 kV; 11,9 kV; 23 kV; 34,5 kV. A energia em tensão primária de distribuição é entregue a um grande número de consumidores, tais como: indústrias, centros comerciais, grandes hospitais, etc... Os alimentadores primários suprem um grande número de transformadores de distribuição que abaixam o nível para a tensão secundária para o uso doméstico e de pequenos consumidores comercias. Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários, observam-se os seguintes valores nominais mais frequentes: sistema de 220/127 Volts (entre fases e entre fase e neutro) e o sistema de 380/220 Volts, deriváveis de sistemas trifásicos com neutro, e o sistema de 220/110 Volts derivável de sistemas monofásicos. Esses sistemas incluem os secundários dos transformadores de distribuição pertinentes e os ramais de ligação dos consumidores. Operam com as tensões mais baixas do sistema e em geral seu comprimento não excede de 200 a 300 m. O Centro de Operação da Distribuição – COD (CO) ou (COS): é o órgão destinado a supervisionar e coordenar as atividades operativas do sistema de distribuição. Sua filosofia básica é a de centralização do comando operativo da rede elétrica em um só órgão, e assim, visa proporcionar: •Adequado atendimento aos consumidores; •Controle e análise das interrupções, visando minimizá-las; •Manutenção da configuração planejada; •Melhores condições operativas, diminuindo os riscos; •Dinamização e controle das manutenções. Atualmente, o mercado de distribuição de energia elétrica atende cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores residenciais, em mais de 99% dos municípios brasileiros. Ao longo dos últimos 20 anos o consumo de energia elétrica apresentou índices de expansão elevados devido à expressiva participação das classes de consumo residencial, comercial e rural, enquanto o segmento industrial teve participação menor. 1.5. Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos. Tanto os grandes motores industriais quanto os equipamentos eletrodomésticos são projetados e construídos para trabalharem dentro de certas faixas de tensão e frequência. Fora destas faixas apresentam funcionamentos não satisfatórios ou até mesmo se danificam. 21 Essas exigências básicas impõem à operação dos sistemas elétricos um adequado controle da tensão e da frequência na rede. Todavia está sujeita às mais variadas solicitações de carga, que variam ano a ano, mês a mês e, o mais importante, podendo variar muito durante um único dia. Exemplo a ser dado é a demanda nos horários de pico quando comparada com a da madrugada. Como não é possível armazenar energia elétrica comercialmente deve-se produzir a medida da demanda requerida, a cada instante. Além das variações de carga previstas, há também as de natureza aleatória, tais como a conexão e desconexão de cargas por manutenção ou defeito de instalações da planta industrial ou comercial. Isso tudo ocasiona pequenas alterações na frequência e na tensão da rede. Os defeitos na rede que provocam o desligamento de linhas, geradores, grandes blocos de carga ou de interligações entre sistemas, podem ocasionar oscilações ou variações mais significativas, as quais os equipamentos de controle procuram minimizar. A frequência é controlada automaticamente nos próprios geradores através dos reguladores de velocidade dependendo do aumento ou diminuição da demanda. O controle da tensão pode ser feito remotamente nas usinas, através dos reguladores automáticos de tensão, podendo também ser efetuado em nível de transmissão, de subtransmissão e de distribuição. De um modo geral, o controle junto à carga é bem mais efetivo, uma vez que o controle remoto pode não ser suficiente. Há ainda o controle feito automaticamente por meio de transformadores com controle de tap, ou também, por compensadores síncronos ou compensadores de reativos estáticos e, manualmente, por meio de conexão ou desconexão de bancos de capacitores e/ou reatores em derivação. Além dos aspectos ligados ao controle de tensão e da carga/frequência, na operação das redes interligadas existe o problema de como distribuir as cargas entre as diversas usinas do sistema frente às diversas situações de demanda. À alocação dessa geração dá-se o nome de despacho da geração, de cujo estabelecimento depende muito a operação racional e eficaz do sistema como um todo. É interessante ressaltar também que existem sistemas automáticos de supervisão e controle ou de despacho automático. O controle é feito por algoritmos de simulação/decisão em computador com dados monitorados continuamente sobre o carregamento das linhas de transmissão, as gerações das diversas usinas e o estado da rede de transmissão. NR10 Complementar 2 2.Organização do Trabalho. Entende-se por organização de trabalho duas fases importantes: Planejamento e Programação. 2.1. Planejamento e Programação dos Serviços. Planejar é pensar antes, de agir. Envolve raciocínio (a razão) e, portanto, pode-se entender que o planejamento é um cálculo (racional) que precede (antes) e regula (antes e depois) a ação. É um procedimento que articula o futuro, apoiado por teorias e métodos. Quando se planeja, buscando alcançar objetivos e quando se quer fazê-lo de uma forma participativa, compartilhando diferentes conhecimentos (interdisciplinaridade) e diferentes ações (intersetorialidade). Planejar é definir aonde se quer chegar. É mais importante do que administrar o tempo em termos de metas e serviços, podendo utilizar um ou mais dos quatro modelos de planejamento listado abaixo. Listas do que fazer (lembrete, check list). Metas de atividades: Tomar decisões baseadas em princípios visando satisfazer as necessidades humanas universais; Respeitar as leis naturais de causa e efeito que governa o universo; Priorizar o importante em detrimento do unte; Prioridades e Controles (Planejamento de Processo); Prioridades e princípios (Planejamento Corporativo). Mesmo que diferentes esses modelos de planejamento visam o mesmo objetivo. Dentre os fatores de acidente registrados no setor elétrico, podemos afirmar que os acidentes do trabalho têm como causa mais frequente as falhas de planejamento e supervisão, incluídos os fatores organizacionais em primeiro plano. Programar é definir etapas ou procedimentos ordenados para execução de serviçosem determinado período de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos necessários, tanto pessoais quanto materiais, ferramentas e equipamentos, além de equipamentos de Segurança, minimizando as interferências ao meio ambiente. Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância. Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa. Pensar em quê? •Na maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando complicações ou controles exagerados, mas 21 não se esquecendo dos riscos; No modo mais eficaz de fazer a tarefa; Num procedimento que considera a segurança, a qualidade e a produtividade; Numa forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente, ou seja, que não cause poluição do ar, da água, do solo, etc. Esses itens não podem ser pensados separadamente, todos devem ser pensados juntos para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não prejudique o outro. Além disso, é preciso pensar, também, na quantidade e qualificação das pessoas e dos materiais necessários, na hora e no local das atividades. Quando se faz, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir no trabalho e se reúne o que é necessário para a sua execução, está-se organizando para alcançar bons resultados. Quando um profissional estabelece uma escala de prioridades, onde o desperdício e o retrabalho não têm vez, onde a qualidade é premissa e não consequência, ele está organizando o seu trabalho através de um conjunto de ações, de atividades e de responsabilidades. 2.2. Trabalho em Equipe. Forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma mesma organização ou área de uma organização. O trabalho em equipe pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho, e são interdependentes. Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, o Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados. A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste de metas, otimismo e o estar aberto a mudanças. Todas estas qualidades, quando são acrescidas ao individuo, pode significar o sucesso nas relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso. NR10 Complementar 2 É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descoberto a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo coeso aflora muitas características que até então passavam despercebidas no individual, como à criatividade, as participações, visão de futuro, questionamento de posições e colocações e senso crítico. Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. As atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, melhorando o desempenho na hora de realizar as atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e união, características primordiais para sucesso de cada tarefa. Dicas para o trabalho em equipe: Planeje; Seja paciente; Aceite as ideias dos outros; Valorize os colegas; Saiba dividir as tarefas; Trabalhe; Seja participativo e solidário; Dialogue; 2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações. Pode-se definir prontuário como um sistema organizado de forma a conter uma memória dinâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores. A diferença básica entre o cadastro de um equipamento e o seu prontuário reside no elemento adicionado a esse último para controle, “o tempo” (diário de bordo). Pode-se ainda dizer que o prontuário é o cadastro dinâmico que contém as informações do presente e do passado do equipamento e dos trabalhadores. Isso significa que todas as alterações, especialmente, dos equipamentos devem ficar registradas. Esse material deve conter o registro de todas as informações referentes às instalações e pessoas. O registro das mudanças dentro das instalações atende também a necessidade de consulta das equipes de manutenção e operação que forem trabalhar no local. É muito importante registrar que o passado e o presente são essenciais para a projeção das tendências de comportamento e estado das instalações elétricas e seus equipamentos. Esses prontuários são relevantes para a decisão de substituição de equipamentos ou de mudanças nas instalações. 21 Em todas as instalações elétricas (subestações, usinas, centro de operação entre outras instalações) devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de riscos adicionais, mediante técnicas de análise de riscos, de forma a garantir a segurança, saúde no trabalho, bem como a operacionalidade do sistema elétrico de potência (SEP). As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, tais como políticas corporativas e normas no âmbito da segurança, da saúde e da preservação do meio ambiente de trabalho. Pelo novo texto da Norma Regulamentadora NR-10, as empresas estão obrigadas a manter prontuário com documentos necessários para a prevenção dos riscos, durante a construção, operação e manutenção do sistema elétrico, tais como: Esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos; Especificações do sistema de aterramento dos equipamentos e dispositivos de proteção, entre outros que iremos listar a seguir. Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas. A partir da publicação da nova redação da Norma Regulamentadora NR–10, e com a publicação da Portaria Nº 598 em 07/12/2004 que alterou a redação desta NR, as empresas passaram a ter a obrigação de manter um PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS (item 10.2.4), que por sua vez deve contemplar o Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g) e o Laudo do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas - SPDA. Laudo SPDA é o relatório das inspeções e medições do sistema de aterramento elétrico e do sistema de para-raios, segundo a norma NBR 5419. O Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g), por sua vez, pode ser subdividido em 2 peças técnicas: o Laudo Técnico das Instalações Elétricas e o Diagnóstico dos Requisitos NR-10. Laudo Técnico das Instalações Elétricas: é o relatório emitido após as inspeções e ensaios nas instalações elétricas, atestando sua conformidade com as normas técnicas vigentes (ABNT - NBR 5410, 5418, 5419, 14039 e outras). NR10 Complementar 2 Diagnóstico dos requisitos NR-10: é o relatório da auditoria do sistema de gestão de segurança elétrica da empresa, que verifica o grau de implementação de todos os requisitos da NR-10, conforme enunciado do item 10.2.4.g quando se refere ao: "relatório atualizado com as recomendações, cronogramas de adequações contemplando as alíneas "a" a "f" ". Portanto, são três tipos de Relatórios/Laudos Técnicos exigidos pela nova NR-10 que devem compor o Prontuário das Instalações Elétricas. O não cumprimento sujeita a empresa às multas previstas em lei. Estes deverão ser elaborados por profissional legalmente habilitado (item 10.2.7 NR 10) e devem atestar as condições técnicas das instalações elétricas segundo as Normas Técnicas oficiais (item 10.1.2). Os Laudos devem incluir em seu relato, as não conformidades encontradas, recomendações e cronograma de adequações. Importante destacar que, os Laudos/Relatórios, constituem-se em “documentos técnicos” integrantes do Prontuário Elétrico (conforme item 10.2.4). Portanto as empresas com mais de 75 kW de carga instalada passaram a ter a obrigatoriedade de manter um PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, atualizado,com seus respectivos procedimentos. É importante informar que as empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas "a", "c", "d" e "e", do item 10.2.4 e alíneas "a" e "b" do item 10.2.5 da NR. Multas por Infração à NR 10: Portaria Nº 126 / 2005 do MTE Portaria 143 / 2005 do MTE Fonte: Energy Center. OBS: Valor da UFIR: R$ 1,6049 (2005) Valor da multa é variável em função do nº de trabalhadores. 21 2.4. Métodos de Trabalho. Na execução de qualquer serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de trabalho a ser adotado pela equipe é de fundamental importância para que se evite a ocorrência de acidentes. A natureza do serviço a ser executado exige que o método de trabalho a ser adotado tenha as seguintes características: Todos os envolvidos possuam treinamento especifico para execução da atividade; Procedimentos (passo a passo) e descritos, onde todos os executores conheçam suas características; Controle efetivo dos riscos; Firme comportamento ético e profissional. Os cuidados acima são fundamentais para uma correta e segura execução dos serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais e/ou humanos, por meio de rigorosa observação dos controles de risco. Manutenção com a linha energizada "linha viva". Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e metodologia especifica que garantam a segurança dos trabalhadores. Nesta condição de trabalho as atividades podem ser realizadas mediante os métodos abaixo descritos: 2.4.1. Método ao contato. O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção coletiva adequados à tensão da rede. Características: Equipamento de elevação (cesto aéreo); Plataformas isoladas; Coberturas isolantes; Escadas isoladas; Tensão de 127 V até 23 kV. NR10 Complementar 2 2.4.2. Método ao potencial É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial desta. Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas através de condutor elétrico à rede objeto da atividade. Características: Andaimes isolados; Bastões isolados; Plataformas isoladas; Escadas trapézio; Vestimenta condutiva; Equipamento de Teste (micro amperímetro). 2.4.3. Método à distância É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura através do emprego de procedimentos, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados. Características: Manter distância de segurança adequada com a classe de tensão; Bastões isolados; Equipes com boas habilidades; Alta tensão (estruturas de subtransmissão e transmissão). 2.5. Comunicação. O processo de comunicação vai além da troca de informações e caminha lado a lado com o processo de gestão e trata-se de um processo de estabelecimento de relação entre interlocutores, entre os setores da empresa, entre as equipes de trabalho. O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os a outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem à outra pessoa. Há, então, um emissor 21 e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de comunicação (palavras, gestos, desenhos, símbolos, sinais de trânsito...). Qualquer mensagem precisa de um meio transmissor que chamamos de canal de comunicação e refere-se a um contexto ou a uma situação. A comunicação em todas as formas e sentidos é fator primordial na prevenção de acidentes no setor elétrico. A NR-10 no item 10.7.9 traz que: “Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT (alta tensão), bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP (sistema elétrico de potência) devem dispor de equipamentos que permitam a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço”. Dessa forma, as equipes de trabalho devem dispor de meios de comunicação confiáveis, para manter contatos entre si, com o órgão de manutenção a que estão subordinados, com o Centro de Operação, atentando para área de cobertura dos equipamentos de comunicação. Dentre as formas de comunicação, pode-se citar a Sinalização de Segurança como um agente simples e eficiente para alertar sobre os riscos de origem elétrica, através da comunicação visual. Elas constituem-se de adesivos, placas, luminosos, fitas de sinalização, cartões, faixas, cavaletes, cones, etc..., destinados ao aviso e advertência de pessoas sobre os riscos ou condições de perigo existentes, proibições de ingresso ou de acesso, cuidados, ou ainda aplicadas para identificação dos circuitos ou partes energizadas, travamento e bloqueio de dispositivos de manobras, delimitações de áreas e interdições de circulação, inclusive em vias públicas. Na comunicação visual as cores são os elementos que mais se destacam em importância, contudo outros elementos tais como, os símbolos gráficos, os desenhos, os alarmes sonoros e luminosos entre outros, integram um conjunto capaz de transmitir inúmeras mensagens. Esses tipos de comunicação são padronizados através de normas técnicas ou em procedimentos internos da empresa e devem ser documentados e divulgados para conhecimento de todos. Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR 26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir: a) Identificação de circuitos elétricos; b) Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; c) Restrições e impedimentos de acesso; d) Delimitações de áreas; e) Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas; f) Sinalização de impedimento de energização; g) Identificação de equipamento ou circuito impedido. 2.5.1. Rádio VHF/UHF e Rádio Comunicação. NR10 Complementar 2 Os rádios VHF existentes nos veículos operacionais devem ser utilizados estritamente para os serviços de operação e manutenção das RD’s, LT’s, SE’s, UHE’s e PCH’s, evitando-se tanto quanto possível a ocorrência de congestionamentos durante as manobras. Assuntos diversos à operação, tais como recados referentes a ligações, inspeções, encomendas, etc..., devem ser tratados preferencialmente por telefone. A mensagem, tanto de quem transmite como de quem recebe devem ser claras e objetivas. Todas as ordens recebidas devem ser repetidas ao emissor. Os rádios devem receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhes boa qualidade e confiabilidade durante o uso, além de serem mantidos livres de poeiras e umidade. O sistema de comunicação via rádio é da maior importância, sendo seu desempenho diretamente relacionado com a segurança, qualidade e rapidez dos serviços executados, principalmente aqueles relacionados com a localização e reparo de defeitos e atendimento a consumidores. Não se devem transmitir informações duvidosas ou reter informações por se julgar alheio ao assunto. Os rádios portáteis deverão possuir baterias extras de modo a garantir sua autonomia por toda a jornada, além de eventuais emergências. Exceto em casos emenciais, não se deve sobre modular os colegas, nem utilizar câmbios longos, a fim de não ocupar a frequência além do necessário. As comunicações deverão ocorrer de modo cortês e educado, sendo proibido o uso de gírias, linguajar de baixo nível, palavrões e discussões via rádio. Osusuários devem ser treinados internamente com relação à legislação e conduta ética operacional no serviço de radiocomunicação. É proibido ao condutor de veículo falar ao rádio ou telefone celular enquanto dirige. Caso ocorra algum chamado, e não haja um companheiro ao lado que possa atender à comunicação, o condutor deve procurar o lugar mais conveniente e estacionar o veículo, para aí atender ao rádio ou telefone. 21 Alguns códigos devem ser utilizados pelos usuários para simplificar as mensagens, tais como: 2.5.2. Comunicação e Utilização de Rádio Troncalizado. Rádio Troncalizado: aparelho transmissor e receptor, que opera em Grupos de Comunicação, utilizado para comunicação entre os diversos Órgãos da Empresa. Grupos de Comunicação: área criada por programação software no equipamento, de maneira a agrupar pessoas e equipes a uma mesma área de atuação e/ou serviços e atividades equivalentes. Estação Fixa: trata-se de uma unidade de rádio, instalada num determinado local, geralmente na área de operação em tempo real dos Centros de Operação, Estações Avançadas e Subestações da Empresa, ou nos Serviços de Rede (Serviços da Transmissão), destinada principalmente a comunicações com estações móveis. NR10 Complementar 2 Estação Móvel: trata-se de uma unidade de rádio, instalada em um veículo com programação de grupos que seu órgão necessita, para uma perfeita comunicação interna. Estação Portátil: trata-se de uma unidade de rádio, portátil para comunicações via sistema troncalizado, geralmente utilizada entre o pessoal em serviço no campo e eventualmente em situações de emergência para suprir defeito em estação móvel. A Transmissão: entende-se por transmissão, toda emissão em radio-frequência feita por uma unidade de rádio. A Chamada: é a parte inicial da transmissão, utilizada para estabelecer o contato entre as duas estações. Iniciada com o vocábulo “ATENÇÃO”. A Chamada Individual: estabilização de uma ligação sistema troncalizado entre duas estações de rádios únicas. A Chamada de Emergência: utilizada em casos de extrema urgência, onde a estação tem condições de priorizar o seu chamado, em detrimento de qualquer outra chamada. A Mensagem: entende-se por “mensagem” qualquer conversação ou declaração de uma transmissão de radiofrequência, excluindo-se a chamada e a assinatura. Tendo o sistema de comunicação, uma finalidade eminentemente operacional, sua utilização deve ser restrita a assuntos formais de trabalho, de maneira clara e objetiva. 2.5.3. Método de Operação da Estação (Rádio Troncalizado). O sistema de radiocomunicação utilizado pela é um sistema simplex, onde o transmissor e o receptor operam nas mesmas frequências, não permitindo, portanto a transmissão e a recepção de mensagens ao mesmo tempo. Operação da Estação. Para operar a estação de rádio, uma vez ligada e selecionado o Grupo de Comunicação da área de trabalho, pressione o botão que fica no microfone, pedal ou teclado e aguarde ouvir o BIP para iniciar a transmissão. Faça a chamada para estabelecer o contato com a estação desejada, em seguida solte o botão para poder receber a resposta. Se a chamada não for respondida após 30 segundos, deverá ser repetidas mais vezes em intervalos aproximados de 30 segundos. 21 2.5.4. Identificação das Estações. A identificação para a chamada da estação fixa, instalada nos Centros de Operação, a qual a estação móvel (viatura) deseja se comunicar deverá ser através do prefixo desta estação fixa. A identificação para a chamada da estação fixa, instalada nos Centros de Operação, Estações Avançadas, Subestações ou Serviços da Transmissão, a qual a estação móvel (viatura) deseja se comunicar deverá ser através do nome que identifica esta estação fixa, podendo acrescentar o nome da pessoa com quem se deseja falar. Chamadas e Respostas. Uma estação fixa ou móvel, para chamar outra estação, deverá iniciar sua transmissão com a utilização do vocábulo “ATENÇÃO”, identificando a estação com quem se deseja comunicar e identificando sua própria estação, seguido do vocábulo “CHAMANDO”. 2.5.5. Formas de Mensagens. Todas as mensagens transmitidas em Rádio Troncalizado deverão ser claras, concisas, objetivas, simplificadas e utilizando frases padronizadas, porém sem alterar seu conteúdo. Isso reduzirá o tempo de utilização do recurso correspondente, propiciará a devida objetividade e evitará a ocorrência de mensagens inúteis. Nas mensagens longas, a transmissão deverá ser interrompida por uma curta pausa a cada 30 segundos, a fim de permitir a escuta da outra estação para continuar o recebimento, ou requerer a repetição parcial ou total da mensagem. Chamadas de Emergência. Só são permitidas em casos de extrema urgência, onde a estação tem condições de priorizar o seu chamado, em detrimento de qualquer outra chamada. Chamadas Individuais. Só estão liberadas e são permitidas, a partir de Estações Fixas (rádio base), ou seja, não é permitida a utilização de chamadas individuais entre as estações móveis. NR10 Complementar 2 2.5.6. Recomendações Nas transmissões deverão ser obedecidos os procedimentos estabelecidos e linguagem apropriada, visto que outra estação sintonizada no mesmo grupo de comunicação receberá a mensagem, observando sempre com cuidado no recebimento de uma mensagem, a que grupo de comunicação veio o chamado. Toda estação, quando tiver que operar fora de seu grupo de comunicação habitual deverá fazer, antes, uma transmissão de aviso a todas as estações de sua área, comunicando o novo grupo de comunicação e o período de permanência neste grupo de comunicação. O controle de alto-falante de todas as estações fixas deverá permanecer ativado todo o tempo, e o volume deverão ser regulados de tal maneira que a mensagem possa ser recebida claramente. Em qualquer situação, mesmo nos casos mais estressantes, os interlocutores devem controlar a velocidade de sua fala, buscando falar pausada e suavemente, expressando com clareza cada palavra. A intensidade da voz deve ser controlada, evitando gritar ou sussurrar ao microfone. A voz aguda ou excitada dificulta o entendimento da mensagem. Quando for necessário soletrar alguma palavra de pronuncia duvidosa, deverá ser utilizado o alfabeto fonético internacional conforme apresentado anteriormente. Quando da transmissão da mensagem, deve-se usar o português adequado, evitando gíria, apelidos e jamais se utilizando palavras de baixo calão. Nas mensagens de caráter operacional, utilizar-se de verbos claros, a exemplo de Ligar, Desligar, Abrir, Fechar, Aumentar, Diminuir, etc... Não deixar dúvidas sobre o que fazer como fazer e por que fazer. 21 3.Aspectos Comportamentais. 3.1.Percepção. Define-se a percepção como sendo a interpretação que o indivíduo faz dos estímulos recebidos do meio ambiente através dos sentidos de tato, audição, visão, paladar e olfato. Os estímulos também podem ser internos, tais como a sensação de fome, sede, frio, as emoções, etc. A maneira de perceber o mundo e as situações varia de pessoa para pessoa. As pessoas agem no mundo de acordo com suas percepções. A percepção pode sofrer distorções provocadas por fatores que podem alterar a realidade dos fatos. Dentre eles podemos destacar: Fatores físicos - deficiência nos órgãos receptores dos estímulos. Quem sofre de deficiência auditiva, por exemplo, pode interpretar mal as mensagens que ouve. Emoção - reduz ou impede o raciocínio. Por exemplo: uma pessoa com raiva pode agredir alguém que nada teve a ver com a causa da raiva. Preconceitos - são crenças culturalmente aprendidas que deformam e limitam a percepção. Cultura – tende-se a perceber e emitir juízo de valor de acordo com as crenças do ambiente social no qual se adquiriu a cultura; Crençasevalores – percebe-se melhor o que se acredita ser verdade e o que se considera importante; Atenção – percebe-se mais o que está no foco da atenção; Interesse - o indivíduo focaliza o que é de seu interesse.Por exemplo, quando alguém compra um carro, essa pessoa tende a ver muitos outros carros iguais ao seu, que antes não percebia. Defesa psíquica – tende-se a não perceber o que for considerado desagradável. Percepção do risco. Esse tipo de percepção tem como base à experiência de cada um em relação ao trabalho a ser desenvolvido e o conhecimento do conceito de risco e perigo, aliado a prática preventiva de evitar acidentes. Assim, quando a organização fornece os meios adequados, como, por exemplo, capacitação do empregado e o estímulo ao trabalho de equipe, ela está adotando uma característica preventiva na busca do índice zero em acidentes. Em outras palavras, a atualização dos conhecimentos fortalece a necessidade do ser humano de cuidar de si e dos outros com responsabilidade e o trabalho em equipe representa um estímulo à segurança da decisão que precisa ser tomada, assim como uma oportunidade da equipe de discutir suas práticas diárias, ampliando a percepção do empregado quanto aos assuntos ligados à segurança. 3.2.Reações Emocionais. NR10 Complementar 2 A emoção é um estado sentimental momentâneo em que o indivíduo tem seu organismo excitado. Existem diversos tipos de emoção: medo, cólera, raiva, ciúmes, inveja, alegria, tristeza, piedade, felicidade, remorso, admiração, amor, ódio, culpa, vergonha etc. As emoções podem ser percebidas das seguintes formas: Experiências emocionais - quando o indivíduo sente a emoção; Comportamento emocional - quando é levado, pelo sentimento, a fazer algo. Por exemplo, uma pessoa com sentimento de cólera leva ao ataque, um sentimento de grande tristeza provoca o choro "para desabafar", etc...; Alterações fisiológicas que correspondem ou são provocadas diretamente pela própria emoção: ficar "corado" de vergonha, ficar "branco" de susto, ter batidas do coração aceleradas por causa do medo. Considera-se descontrole emocional o fato de uma pessoa ser dominada pela emoção e não conseguir raciocinar. Popularmente diz-se que a pessoa “perdeu a cabeça” ou “perdeu o juízo”. O descontrole emocional pode levar a pessoa a uma reação emocional explosiva como, por exemplo, um acesso de ira contra um equipamento ao contra outra pessoa. Outras reações emocionais menos intensas como choro, tristeza culpa e etc., podem alterar a atenção/concentração necessária ao bom desempenho do trabalho e provocar acidentes. Algumas das situações que podem fazer surgir ou agravar os estados de tensão emocional no trabalhador são: Fadiga É a sensação de fraqueza, falta de energia e exaustão. A fadiga dificulta a realização das suas atividades diárias. Sensação de incapacidade falta de motivação, lapsos de memória, dificuldade de concentração e diminuição de libido (desejo sexual) também podem ser sintomas de fadiga. Alguns dos motivos que contribuem para a fadiga são: Carga horária de trabalho excessiva; Sedentarismo; Excesso de trabalho; Sono irregular. Deve se atentar para a carga horária do trabalhador evitando excessos que poderão comprometer a qualidade do serviço e provocar o desgaste físico e mental, acarretado assim prejuízos a empresa e ao trabalhador, pois, um empregado exausto pode ser causa de acidentes de trabalho. Estresse físico e psíquico. Estresse pode ser entendido como “conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação” (Hans Selye). O trabalho e o tédio (monotonia) podem ser fontes de estresse. Daí a importância do 21 trabalhador cuidar sempre da saúde física e mental, desenvolvendo hábitos saudáveis, cuidar da alimentação, da harmonia no lar, da manutenção das relações com familiares, do ambiente de trabalho, etc. Por outro lado, a organização deve promover atividades de lazer no ambiente de trabalho, pausas nas atividades, exames periódicos, programas de controle do estresse, e outros, visando o bem-estar físico e psicológico do trabalhador. Equilíbrio X Desequilíbrio A noção de equilíbrio e desequilíbrio nos faz relembrar quando aprendemos a andar de bicicleta. Existe um ponto em que é possível olhar para frente, movimentar a roda, virar o guidão para esquerda e fazer a curva sem cair. No trabalho, o equilíbrio físico e mental é necessário não só como um atributo pessoal, mas também como característica preventiva de acidentes, desde o planejamento até a execução. Os cuidados devem ser redobrados quando na organização existem atividades e condições periculosas. O autocontrole, autodomínio, moderação, prudência são exemplos de atitudes equilibradas que devem ser estimuladas individualmente e nas equipes de trabalho. Limites do corpo humano Tendo um organismo físico dotado de múltiplas inteligências e de ciclos vitais que compreendem várias faixas de idade, o ser humano nasce, vive e morre, assim como os demais seres da natureza. Enquanto força de trabalho, o corpo humano executa atividades que exigem força bruta, condicionamento físico e mental, velocidade, precisão, habilidades motoras, etc... e quando o trabalho é bastante repetitivo e não permite maiores flexibilidades, pode acontecer uma sobrecarga. A empresa precisa sistematizar as rotinas e adotar metodologia apropriada para que o trabalhador produza e, ao mesmo tempo, tenha prazer e motivação no seu trabalho, desenvolvendo formas sadias de atuação, respeitando os seus limites e os limites dos outros. NR10 Complementar 2 3.3.Comunicação Informal. A comunicação humana é um dos aspectos mais importantes na segurança no trabalho. Mensagens mal formuladas ou mensagens não compreendidas corretamente podem ser fatores provocadores de acidentes. Comunicar significa colocar algo em comum. Comunicação refere-se às formas de transmitir e receber mensagens. Comunicar é tornar-se comum com alguém. Isto ocorre quando um indivíduo transmite algo a outro, diminuindo a diferença entre os dois. A base de cada pessoa e de toda a sociedade humana está na capacidade de os indivíduos transmitirem aos outros, as suas ideias, percepções, intenções, desejos e sentimentos. O homem começou a se comunicar através de gestos e sons. O conjunto ordenado e sistemático de sons deu origem à palavra, que se tornou o instrumento básico da comunicação, quer na sua forma sonora (oral), quer na sua forma concreta (escrita). Elementos da Comunicação: Emissor: pessoa que emite a mensagem, diz algo a alguém. Receptor: aquele que recebe a comunicação. Mensagem: o conteúdo da comunicação. Canal: meio de comunicação, a via de transmissão da mensagem. Ruído: os problemas derivados de distorções não intencionais da mensagem. Tipos de Comunicação: Verbal - A mensagem codificada pela palavra. Pode ser constituída pela palavra falada: diálogos, pedidos, etc. Escritas - são caracterizadas pela expressão gráfica: cartas, telegramas, livros, jornais, etc. Comunicação não verbal - A mensagem transmitida através de gestos, mímicas, expressão corporal e facial, olhar, atitudes, símbolos, etc. A comunicação não verbal transmite mensagem continuamente, muitas vezes contradizendo as comunicações verbais. 21 As comunicações podem ser ainda: Intrapessoal: É o diálogo interno. A comunicação que a pessoa faz com ela mesma; Interpessoal: Quando se transmite uma mensagem para alguém. 3.4. Barreiras e Distorções na Comunicação. Uma comunicação nem sempre é realizada de forma clara, de maneira que um fale e o outro entenda corretamente a mensagem. Quando isto acontece, dizemos que houve distorções ou barreiras na comunicação. Essas dificuldades podem ser tanto da pessoa que emite a mensagem como daquele que a recebe: Barreiras Mecânicas: são causadas pelos canais de comunicação. Barreiras de Linguagem: são caracterizados pelas gírias, rodeios, regionalismos, etc. Barreiras Psicológicas: são devidas às diferenças individuais. Entre elas podemos citar: Seletividade: a pessoa só ouve ou lê aquilo que lhe interessa, ou que coincidacom a sua opinião. Egocentrismo: o que nos impede de enxergar o ponto de vista do outro. É a atitude de quem se considera o sabedor de tudo, "dono da verdade". Inibição: a inibição ou timidez de uma pessoa em relação à outra pode causar dificuldade na comunicação. Competitividade: o excesso de sentimento de competição gera a incapacidade de ouvir o outro. Cada um corta a palavra do outro, fazendo questão de se fazer ouvir, tornando a comunicação um diálogo de surdos. Preconceito/ estereótipo: acontece quando há uma distorção da imagem real de uma pessoa transferindo a ela uma imagem geral que é feita para todo um grupo. Este “rótulo" é o que chamamos de estereótipo. A partir daí pode ser criado um sentimento de rejeição pela pessoa, ao qual damos o nome de preconceito. Os estereótipos, a partir das diferenças socioculturais geram insegurança, ansiedade, desconfiança, arrogância e falta da receptividade, causando barreiras na comunicação. Todos somos iguais como seres humanos. Diferença como pobreza e riqueza, muita ou pouca cultura, branco ou preto, subordinado ou chefe, nenhuma delas justifica sentimentos de inferioridade ou superioridade. A falta de reconhecimento das necessidades do outro pode gerar o descaso. A partir daí, a indiferença em relação ao problema do outro e o desrespeito também causam barreiras à comunicação, onde imperam ressentimentos e muitas vezes hostilidade, o que pode provocar acidentes. 3.5. Recursos que Facilitam a Comunicação. NR10 Complementar 2 Sentir-se, constantemente, a necessidade de se relacionar bem com as pessoas com as quais se convive. Não se pode viver isolados dentro do sistema social no qual se está inserido. Devem-se desenvolver certas características e habilidades no comportamento com as outras pessoas para que haja eficiência na comunicação. Uma boa comunicação requer que a pessoa: Melhore a transmissão de pensamentos; Aperfeiçoe a própria recepção; Saber Ouvir: na comunicação existem mensagens não manifestas que se precisa ter a sensibilidade de compreender. Saber ouvir implica um processo intelectual e emocional na busca de significados contidos na mensagem. A capacidade de ouvir, em geral ‚ é pouco desenvolvida. Algumas atitudes podem ajudar: Ouça sem interromper; Concentre-se em ouvir a pessoa que fala. Evite distrair-se; Demonstre desejo de conhecer como pensam os outros; Certifique-se que compreendeu repetindo o que ouviu; Não antecipe o que o outro vai dizer; Esforce-se para compreender o ponto de vista do outro; Abra seu espírito para ouvir o que o outro diz. Empatia: significa, em termos mais simples, colocar-se no lugar do outro. Ao adaptar a mensagem ao vocabulário, interesses, valores e sentimentos da pessoa a quem se transmite uma mensagem, a comunicação tem maior probabilidade de ser eficaz. 3.6. Cultura da organização. Quando uma pessoa ingressa em uma organização, já encontra uma cultura instituída através da definição da visão, missão, objetivos, valores, políticas e programas, etc..., com os quais precisará aprender a conviver, observando os modos de produção e como as pessoas se organizam para realizar as atividades para alcançar os objetivos empresariais. Por outro lado, essa cultura é dinâmica, admitindo-se mudanças para atender às transformações, desejos e expectativas da sociedade, por meio de novas políticas necessárias para a sobrevivência e o crescimento da organização, com foco no mercado e na competição empresarial. A cultura organizacional está sustentada pela interação de quatro fatores que se traduzem em diferentes culturas: 21 As características pessoais e profissionais, A ética da organização, Os direitos e deveres dos empregados A estrutura organizacional. As características pessoais e profissionais dizem respeito aos valores, crenças e princípios que esse indivíduo traz consigo como produto de sua formação, e que são confrontados com aqueles transmitidos culturalmente no ambiente de trabalho, o que corresponde ao poder de influência da organização sobre o indivíduo. Cada organização estabelece os direitos e deveres do empregado, tais como: os limites de sua atuação, o poder que lhe será concedido, como deve se comportar, a quem deve explicações, enfim, construirá a ética da organização, conforme a sua natureza jurídica, finalidade e estrutura concebida. A cultura, o padrão normativo operacional das instituições e variáveis externas a organização definem os procedimentos que orientam a maneira de como as atividades laborais e comportamentais devam ser conduzidas. Ocorre que, nem sempre o que se percebe e aquilo que é levado a termo, condizem com uma realidade específica. Então, como se deve proceder nessas circunstâncias? O correto seria modificar o padrão normativo vigente e/ou a postura comportamental para atender às condições adversas, o que, evidentemente demandaria tempo, esforço e carga cognitiva. Existe um traço cultural no povo brasileiro muito interessante, quando se depara com questões “especiais”. Ele prefere deixar os padrões normativos inalterados e desatualizados, burlando-os com vistas a solucionar um determinado problema específico. O individuo que se comporta dessa maneira corre sério risco para consigo, para com sua equipe, para com o Sistema Elétrico de Potência e para com a sociedade. Em trabalhos de alta periculosidade, não se admite jeitinho. Interrompa imediatamente a atividade e, refaça o planejamento. Lembre-se que, não se devem confundir trabalhos emergenciais com improvisação (jeitinho); todas as atividades emergenciais devem fazer parte de um plano de contingência bem estruturado e redigido de forma clara, objetiva e compreensível. Um plano que traduza a maior parte possível das principais variáveis que eventualmente possam ocorrer em situações anômalas. Assim, os serviços e a Análise de Risco, devem estar sintonizados e amparados pelas determinações normativas da Organização, pois somente a ela cabe responder aos órgãos regulamentadores do Setor Elétrico e à Justiça. (responsabilidades civil e penal). NR10 Complementar 2 4.Condições Impeditivas para Execução de Serviços no SEP. A nova NR-10 visando garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos durante a realização destas atividades. Neste estudo abordam-se cinco aspectos principais que contribuem significativamente para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. São eles: As Principais Condições Impeditivas; Instalações Elétricas Desenergizadas e Energizadas; Trabalhos envolvendo Alta Tensão; Proteção Contra Incêndio e Explosão; e Sinalização de Segurança. 4.1. Principais Condições Impeditivas. A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições abaixo impede o início ou prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar que estas condições são as principais, pois na análise de risco do serviço, podem-se constatar outras situações que possam impedir a execução da atividade: •As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece a Norma Regulamentadora nº10. •Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específica, APR Completa ou APR simplificada. •Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a comunicação com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço. •Falta ou deficiência de EPI´S e ou EPC´S. •Falta de aterramentos temporáriosnecessários para trabalhos em rede desenergizadas. Outros aspectos também devem ser considerados, tais como: Condições Ambientais. Condições climáticas dependendo das características da atividade (Linha Viva); Falta de iluminação natural favorável em Linha Viva; 21 Nem um serviço deve ser iniciado se a integridade física da equipe não for garantida. Condições Pessoais. Antes do inicio das atividades todos os envolvidos deverão fazer uma avaliação das condições físicas e mentais da equipe. 4.2. Instalações Elétricas Desenergizadas e Energizadas. Quando da realização de serviços em instalações elétricas desenergizadas, a NR-10 informa que, somente será considerada desenergizada a instalação elétrica, se os procedimentos apropriados forem obedecidos, conforme a sequência abaixo: a) Seccionamento; b) Impedimento de reenergização; c) Constatação da ausência de tensão; d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. Só depois de constatada que a instalação está realmente desenergizada, é que se deve efetuar a liberação dos trabalhos. Quando houver a necessidade de reenergização, deve haver autorização, com os seguintes passos: a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e e) Destravamento se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento. NR10 Complementar 2 As medidas constantes nestes passos podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas, em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. 1.1. Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT) Na realização de serviços em que os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, zonas estas que estão descritos no anexo II da NR 10. Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, a equipe responsável pela execução do serviço, deve realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicadas ao serviço. Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos (passo a passo), detalhados e assinados por profissional(ais) autorizado(s) ou APR´s Completas. A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, somente pode ser realizada mediante a desativação do religamento, também conhecida como bloqueio dos conjuntos e dispositivos automáticos do circuito, sistema ou equipamento. Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico padronizado. Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se às especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente. 1.2. Proteção Contra Incêndio e Explosão As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão. 21 Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação. Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivo de descarga elétrica. Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. 4.5. Sinalização de Segurança Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação, de forma a atender, dentre outras, as situações a seguir: a) identificação de circuitos elétricos; b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; c) restrições e impedimentos de acesso; d) delimitações de áreas; e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de movimentação de cargas; f) sinalização de impedimento de energização; g) identificação de equipamento ou circuito impedido. NR10 Complementar 2 5.5. Riscos Típicos no SEP e sua Prevenção. 5.1 Proximidade e Contatos com Partes Energizadas. Proteção Contra o Risco de Contato: Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes. As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro. As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos causais, devem ser isoladas por obstáculos que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais. Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sobtensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos. O aterramento das instalações elétricas deve ser executado adequadamente de acordo com o item 10.2.8.3. As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar através de controle à distância, manual e/ou automático. As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indiretos com a água e que possam permitir fuga de corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial quanto à blindagem, isolamento e aterramento. Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (Fase-fase e fase-terra), utilização correta dos EPI’s e EPC’s (ao Contato, ao Potencial e a Distância). As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. 21 É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades. As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida. Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas abaixo. Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nívelde tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados. Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de Risco, Controlada e Livre (volume geométrico estabelecido). NR10 Complementar 2 Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de Risco, Controlada e Livre, com interposição de superfície de separação física adequada e isolante. ZL = Zona livre ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. 21 ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho. PE = Ponto da instalação energizado. SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança. Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores em perigo. Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e respectivos procedimentos de trabalho. O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível. Trabalho em Proximidade: Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona Controlada, ainda que seja com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule. 5.2 Indução. Um corpo carregado com certa carga elétrico, próximo a outro corpo, induz (provoca) aparecimento, nesse outro corpo, de uma carga igual e de sinal contrário (positivo x negativo). Os trabalhos com linhas transversais e/ou paralelas, utilizar o sistema de aterramento tantos quantos necessários. Indução magnética ou densidade do fluxo magnético (B) é o número de linhas de fluxo por unidade de área que permeiam o campo magnético. É uma quantidade vetorial, sendo a sua direção em qualquer ponto do campo magnético a direção do campo naquele ponto. A eletrostática (do grego eletro + statikos = estacionário) é o ramo da física que estuda as propriedades e o comportamento de cargas elétricas em repouso, ou que estuda os fenômenos do equilíbrio da eletricidade nos corpos que de alguma forma se tornam carregados de carga elétrica, ou eletrizados. NR10 Complementar 2 A indução eletrostática é o processo de carregar eletricamente um objeto colocando-o no campo elétrico de outro objeto carregado, às vezes também é chamada de indução elétrica. A eletrostática foi à primeira forma de energia elétrica produzida artificialmente. Um campo elétrico é o campo de força provocado por cargas elétricas (elétrons, prótons ou íons) ou por um sistema de cargas. Cargas elétricas num campo elétrico estão sujeitas a uma força elétrica. 5.3. Descargas Atmosféricas. Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente tem-se que a fricção entre as partículas de água e gelo que formam as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes de forte intensidade, dão origem a uma grande quantidade de cargas elétricas. Verifica-se experimentalmente que as cargas elétricas positivas ocupam a parte superior da nuvem, enquanto que as cargas negativas se encontram na parte inferior, acarretando, consequentemente, uma intensa migração de cargas positivas na superfície da terra para a área correspondente à localização da nuvem. Desta forma, a concentração de cargas elétricas positivas e negativas numa determinada região faz surgir uma diferença de potencial que se denomina gradiente de tensão entre a nuvem e a terra. No entanto, o ar apresenta uma determinada rigidez dielétrica, normalmente elevada, comparada com outros agentes ambientais. O aumento desta diferença de potencial, que se denomina gradiente de tensão, poderá atingir um valor que supere a rigidez dielétrica do ar, interposto entre a nuvem e a terra, fazendo com que as cargas elétricas negativas migrem na direção da terra, um trajeto tortuoso e normalmente cheio de ramificações, cujo fenômeno é conhecido como descarga piloto. É de, aproximadamente, 1 kV/mm o gradiente de tensão para o qual a rigidez dielétrica do ar é rompida. A ionização do caminho seguido pela descarga piloto propicia condições favoráveis de condutibilidade do ar ambiente. Mantendo-se elevado o gradiente de tensão na região entre a nuvem e a terra, su de uma das ramificações da descarga piloto, em função da aproximação com o solo, uma descarga ascendente, constituída de cargas elétricas positivas, denominadas de retorno principal, de grande intensidade, responsável pelo fenômeno conhecido como trovão, que é o deslocamento da massa de ar circundante ao caminhamento do raio, em função da elevação da temperatura e, consequentemente, do aumento do volume. 21 Não se têm como precisar a altura do encontro entre estes dois fluxos de cargas que caminham em sentidos opostos, mas acredita-se que seja a poucas dezenas de metros da superfície da terra. A descarga de retorno atingindo a nuvem provoca numa determinada região da mesma, uma neutralização eletrostática temporária. Na tentativa de manter o equilíbrio dos potenciais elétricos no interior da nuvem, sum nestas, intensas descargas que resultam na formação de novas cargas negativas na sua parte inferior, dando início às chamadas descargas reflexas ou secundárias, no sentido da nuvem para a terra, tendo como canal condutor aquele seguido pela descarga de retorno que em sua trajetória ascendente deixa o ar ionizado. As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em sistemas elétricos causando prejuízos tanto materiais quanto para a segurança pessoal. Com o crescente aumento dessas descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de exposição a que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz de verificar a necessidade de instalação de para-raios. Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo, a segurança pessoal. Devem ser projetados para atender os critérios de segurança, tanto em alta frequência (descargas atmosféricas e telefonia) quanto em baixas frequências (como por exemplo: curtos circuitos em motores trifásicos). Para que o aterramento seja eficaz é necessário que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma invariabilidade nos valores da resistência de terra. Deve-se levar em consideração também a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito à configuração do sistema e o resultado desejado. Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10 Ω (Ohm), mas na prática, este valor pode ser bem variável. Adotando-se o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é manter todo o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho conclui-se a importância do conhecimento de projetos para os sistemas de aterramento e para-raios, de maneira minuciosa ressaltando suas características peculiares. Como sendo um fenômeno da natureza, podemos apenas amenizar os efeitos utilizando métodos seguros de para-raios e aterramento evitando trabalho com o tempo carregado (chuvoso). Descarga atmosférica. Raio, com alta tensão e amperagem, ocorrida por diferença de potencial entre duas cargas elétricas opostas, buscando reequilibrá-las. Descarga atmosférica transversal. Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem diferença de potencial entre as fases, ou fase e neutro, formando um único campo elétrico. Tal caso é pouco frequente na rede elétrica, pois se o equipamento eletroeletrônico alimentado nesta rede não estiver aterrado não será atrativo para a descarga atmosférica. NR10 Complementar 2 O próprio transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo