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21
CURSO COMPLEMENTAR
Segurança no Sistema 
Elétrico de Potência
(SEP) e em suas proximidades 
NR 10
Manual de Treinamento
NR10 Complementar
 
2
Índice
1.Organização do Sistema Elétrico de Potência – SEP 7
1.1 Aspectos Organizacionais. 7
1.2. Geração ou Produção de Energia Elétrica. 8
1.3. Transmissão. 10
1.4. Distribuição. 13
1.5. Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos. 15
2. Organização do Trabalho. 17
2.1.Planejamento e Programação dos Serviços. 17
2.2. Trabalho em Equipe. 18
2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações. 19
2.4. Métodos de Trabalho. 22
2.4.1. Método ao contato. 22
2.4.2. Método ao potencial 23
2.4.3. Método à distância 23
2.5. Comunicação. 23
2.5.1. Rádio VHF/UHF e Rádio Comunicação. 25
2.5.2. Comunicação e Utilização de Rádio Troncalizado. 26
2.5.3. Método de Operação da Estação (Rádio Troncalizado). 27
2.5.4. Identificação das Estações. 28
2.5.5. Formas de Mensagens. 28
2.5.6. Recomendações 29
3.Aspectos Comportamentais. 30
3.1.Percepção. 30
3.2.Reações Emocionais. 31
3.3.Comunicação Informal. 33
3.4. Barreiras e Distorções na Comunicação. 34
3.5. Recursos que Facilitam a Comunicação. 35
3.6. Cultura da organização. 35
4.Condições Impeditivas para Execução de Serviços no SEP. 37
4.1.Principais Condições Impeditivas. 37
4.2. Instalações Elétricas Desenergizadas e Energizadas. 38
4.3.Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT) 39
 
21
4.4.Proteção Contra Incêndio e Explosão 39
4.5. Sinalização de Segurança 40
5.5. Riscos Típicos no SEP e sua Prevenção. 41
5.1 Proximidade e Contatos com Partes Energizadas. 41
5.2 Indução. 44
5.3. Descargas Atmosféricas. 45
5.4. Estática. 47
5.5. Campos Magnético e Elétrico. 48
5.5.1. Campo Magnético. 48
5.5.2. Ímã Permanente e Imã Temporário. 50
5.5.3. Campo Elétrico. 51
5.6. Comunicação e Identificação. 52
5.7. Trabalho em Alturas, Máquinas e Equipamentos Especiais. 52
5.7.1. Riscos de Queda. 52
5.7.2. Segurança para Trabalho em Local Elevado. 56
6.6. Técnicas de Analises de Riscos no SEP. 59
6.1.Introdução 59
6.2.Objetivo. 62
6.3.Evolução Histórica. 63
6.4. Gerenciamento de Riscos. 65
6.5. Análise de Riscos. 65
6.6. Análise Preliminar de Risco – APR. 66
6.7.Aplicação. 67
7.Procedimentos de Trabalho – Análise e Discussão. 67
7.1.Procedimento de Trabalho. 67
7.2.1.No gerenciamento dos projetos. 68
7.2.2.No gerenciamento de processos. 68
7.3. Estudo de Caso – APR´s Elaboradas pelos profissionais envolvidos. 69
8.Técnicas de Trabalho – Rede energizada. 69
8.1.Linha Viva. 69
8.1.1. Método à Distância 70
8.2.Ao Potencial. 71
8.3.Em áreas internas – (Segurança na Operação e Manutenção do Sistema Elétrico).
71
8.4.Trabalhos Noturnos. 74
NR10 Complementar
 
2
9.Equipamentos e Ferramentas de Trabalho – (Escolha, uso, conservação, 
verificação e ensaios) 79
9.2. NR10 79
9.2. Ferramentais 80
9.3. Cuidados Preliminares. 82
9.4. Serviços específicos. 82
9.5. Transporte de empregados. 89
9.6. Cuidados Especiais. 89
9.7. Especificação dos Equipamentos e Ferramentas. 90
10.Sistemas de Proteção Coletiva. 91
10.1. Conceito de Proteção. 95
10.2. Aterramentos Temporários 97
11.Equipamentos de Proteção Individual – EPI. 109
12.A Postura de Trabalho. 119
12.1.Fisiopatologia do Trabalho Muscular. 119
12.2. A Postura em Pé. 120
12.3. A Posição Sentada. 121
12.4. Ritmo de Trabalho. 122
12.5. Limites de Uma Norma 122
12.6 Critérios. 123
12.7 Conclusão. 123
12.8. Vestuário de Trabalho. 124
13.Segurança com Veículos. 125
14.Sinalização de Segurança. 168
15.Liberação de Instalações e Equipamentos. 174
15.1. Definição de Desenergização. 174
15.2. Desenergização de Circuitos. 174
15.3.Reenergização de Circuitos. 175
15.4. Situação Específica. 177
15.5. Circuitos com Possibilidade de Reenergização. 177
15.6. Anexo. 177
16.Resgate do Eletricista. 179
16.1.Considerações. 180
 
21
16.2.Definições importantes: 180
16.3.Tipos de Emergência. 181
16.4. Métodos de resgate 182
16.5. Comentários necessários 182
17.Análise de Acidentes. 183
17.1. Conceitos Básicos. 183
17.2. Causa Imediata. 185
17.3. Causa Básica. 185
17.4. Falta de Controle. 185
17.5. Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. 186
17.6. Metodologia Arvore das causas. 186
17.7. Matriz de Severidade. 193
17.8. Exemplo de Arvore das Causas. 194
17.9.Acidentes típicos. 195
18.Responsabilidades. 195
18.1. Responsabilidade Civil e Criminal. 199
NR10 Complementar
 
2
1.Organização do Sistema Elétrico de Potência – 
SEP 
1.1 Aspectos Organizacionais. 
No Brasil o poder concedente é federal por força da Constituição Federal. É ele que 
regula e fiscaliza a geração, transmissão e distribuição de Energia Elétrica. Deste 
modo, as concessões são de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME) 
enquanto que a regulação e a fiscalização são exercidas pela ANEEL - Agência 
Nacional de Energia Elétrica. 
Além da agência reguladora federal (ANEEL) e das estaduais, existem outros 
organismos também importantes e vitais para a adequada coordenação da expansão e 
operação do sistema: 
ONS – Operador Nacional do Sistema: encarregado de planejar e coordenar a 
operação elétrica e energética de todo o sistema brasileiro; 
EPE - Empresa de Planejamento Energético: encarregada de planejar a expansão 
dos sistemas elétrico e energético; 
CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica: responsável pelos 
contratos de compra e venda de energia e pela contabilidade da energia fornecida ou 
recebida pelas Geradoras, Distribuidoras, Consumidoras livres e Comercializadoras. 
Para facilitar a descrição e o entendimento das atividades abrangidas por este tópico 
divide-se em três segmentos que compõem o sistema elétrico de potência, sendo: 
Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica. Seja também uma pequena 
abordagem sobre os aspectos da operação de sistemas elétricos no Brasil. 
 
21
Sistema Elétrico de Potência - (SEP) (sentido amplo): é o conjunto de todas as 
instalações e equipamentos destinados à: Geração, Transmissão, Distribuição e 
Consumo de energia elétrica até a medição (inclusive). 
O mercado de energia elétrica experimenta um crescimento da ordem de 4,5% ao ano, 
como se ultrapassou a casa dos 100 mil MW em 2008. 
O sistema elétrico brasileiro apresenta como particularidade grandes extensões de 
linhas de transmissão e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. 
O mercado consumidor (47,2 milhões de unidades) concentra-se nas regiões Sul e 
Sudeste, mais industrializado. A região Norte é atendida de forma intensiva por 
pequenas centrais geradoras termelétricas (maioria) a óleo diesel. 
NR10 Complementar
 
2
1.2. Geração ou Produção de Energia Elétrica. 
Por Geração ou Produção entende-se a “Conversão de uma forma qualquer de energia 
em Energia Elétrica”. 
De acordo com os dados apresentados pela ANEEL – Agência Nacional de Energia 
Elétrica, o Brasil possui o total 1.528 empreendimentos em operação e sua atual Matriz 
de Energia Elétrica e sua composição é a seguinte: 
MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA DO BRASIL
Normalmente as fontes de energia elétrica (ditas convencionais) são as usinas 
hidrelétricas de grande porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas 
 
21
termelétricas. A geração de energia por usinas hidrelétricas representa mais de 70% de 
nossa produção, concentrando-se nas Regiões Sul e Sudeste do país. 
Podem-se definir os seguintes termos, de acordo com a NBR 5460 - Sistemas Elétricos 
de Potência: 
Usina (Elétrica) – É a instalação elétrica destinada a gerar energia elétrica em escala 
industrial, por conversão de outra forma de energia. 
Usina Hidrelétrica – É a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por 
conversão da energia gravitacional da água. 
Podem-se encontrar usinas hidrelétricas do tipo: 
Usina (hidrelétrica) a fio d´água – Usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão 
do rio, tal como se apresenta no local. 
Usina (hidrelétrica) com acumulação - Usina hidrelétrica que dispõe do seu próprio 
reservatório de regularização. 
Nas grandes usinas o nível de tensão na saída dosgeradores está normalmente na 
faixa de 6 a 25 kV. 
As usinas termelétricas apresentam em geral como característica básica, um menor 
custo de construção, maior custo de operação e de manutenção e a possibilidade de 
serem alocadas mais próximas do mercado consumidor. 
Os Sistemas Isolados Brasileiros, predominantemente térmicos e majoritariamente 
localizados e dispersos na Região Norte, encontram-se fora do SIN - Sistema 
Interligado Nacional. Esses sistemas atendem uma área de 45% do território e cerca de 
3% da população nacional, ou seja, aproximadamente 1,2 milhão de consumidores. 
Representam 3,4% da capacidade de produção de eletricidade nacional. 
Baseados na NBR 5460 alguns termos relacionados a essa forma de geração: 
Usina Termelétrica – Usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão 
da energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são: 
NR10 Complementar
 
2
Unidade (Termelétrica) a combustão interna – Unidade termelétrica cujo motor 
primário é um motor de combustão interna. 
Unidade (Termelétrica) a gás – Unidade termelétrica cujo motor primário é uma 
turbina a gás. 
Unidade (Termelétrica) a turbina - Unidade termelétrica cujo motor primário é uma 
turbina a vapor. 
Usina Nuclear – Usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica. 
As usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo combustível, gás natural ou 
nucleares são também classificadas como fontes de energia elétrica convencional, 
assim como a hidrelétrica. Nestes casos os geradores são do tipo síncrono operando 
na frequência nominal de 60 Hz, que é a frequência dos sistemas elétricos brasileiros 
(lei federal). 
As usinas nucleares (normalmente) são situadas o mais próximo possível dos locais de 
consumo com o objetivo de minimizar os custos de transmissão. E ainda, dependem 
dos aspectos de segurança e conservação ambiental. 
Como fontes alternativas de energia elétrica existem uma gama de possibilidades, 
incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se da queima de 
biomassa (madeira, cana-de-açúcar, por exemplo) e outras fontes menos usuais como 
as que utilizam a força das marés. 
Estão sendo desenvolvidos estudos para verificação da viabilidade técnica e dos 
custos associados à transmissão de energia da Amazônia para as regiões Nordeste, 
Sudeste e Centro-Oeste do país. 
O Brasil têm prazos de maturação de projetos de geração de grandes envergaduras 
em distâncias superiores a 2000 km, este País tem dimensões continentais. 
1.3. Transmissão. 
Define-se Transmissão como o Transporte de energia elétrica caracterizado pelo valor 
nominal de tensão: 
a) entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em 
que se inicia a subtransmissão. É aí que se alimenta um sistema de distribuição, o que 
fornece energia elétrica a um grande consumidor ou; 
 
21
b) entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de duas 
concessionárias, ou áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário. 
As tensões usuais de transmissão adotada no Brasil em corrente alternada podem 
variar de 138 kV até 765 kV, incluindo neste intervalo as tensões de 230 kV, 345 kV, 
440 kV, 500 kV e 750 kV. 
As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV forma a chamada rede 
“Básica” de transmissão. 
Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 
34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição. Sistema 
que normalmente operam em tensões inferiores àquelas dos sistemas de transmissão. 
Não é incomum operarem com uma tensão também existente nestes sistemas. 
Nascem nos barramentos das subestações regionais e terminam em subestações 
abaixadoras locais. Em geral, das subestações regionais saem diversas linhas de 
subtransmissão tomando rumos diversos. Em um sistema é possível haver também 
dois ou mais níveis de tensões de subtransmissão, e ainda um subnível de 
subtransmissão. 
No Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com 
nível de tensão de ± 600 kV(DC) . 
No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é 
constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de 
transmissão, estações seccionadoras e estações transformadoras abaixadoras. 
Na transmissão em corrente contínua a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo 
apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para 
retificação da corrente), e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) 
pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento. 
As linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas 
em corrente alternada. Mas as estações conversoras apresentam custo elevado. 
Portanto, a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação 
de sistemas com frequências diferentes ou para transmissão de energia a grandes 
distâncias. 
Sob o ponto de vista físico e elétrico, as linhas de transmissão e de subtransmissão se 
confundem e os métodos de cálculo são os mesmos. Em algumas empresas as linhas 
de subtransmissão ficam sujeitas aos seus departamentos de distribuição, que as 
planejam, projetam, constroem e operam. Em outras empresas elas estão a cargo dos 
departamentos encarregados das linhas e subestações. É uma opção de organização 
administrativa. 
NR10 Complementar
 
2
Para efeito didático, eis algumas definições da NBR 5460: 
Subtransmissão – transmissão de energia elétrica entre uma subestação abaixadora 
de um sistema de transmissão e uma ou mais subestações de distribuição. 
Subestação – Parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, 
compreendendo primordialmente as extremidades de linhas de transmissão e/ou de 
distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo 
as manobras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também, 
transformadores, equipamentos conversores e outros equipamentos. 
Tipos de subestação: 
Subestação Elevadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é 
maior que a tensão de entrada. 
Subestação Abaixadora – Subestação transformadora na qual a tensão de saída é 
menor que a tensão de entrada. 
Subestação de Manobra (chaveamento) – Subestação cuja finalidade principal é 
modificar a configuração de um sistema elétrico, mediante modificação das 
interligações de linhas de transmissão. 
Subestação Telecontrolada (desassistida) – Subestação não atendida cuja operação 
é controlada a distância. 
Linhas – Conjunto de condutores, isoladores e acessórios, destinado a transportar 
energia elétrica entre dois pontos de um sistema elétrico. Compõem-se basicamente de 
três partes principais: 
a) Estruturas (ou suportes) e acessórios; 
b) Cadeias de isoladores e acessórios; 
c) Cabos condutores e acessórios. 
Protegendo este conjunto há a malha ou dispositivo de aterramento compostos de 
cabos para-raios, fios terra e contrapeso. 
Em resumo, sob o ponto de vista funcional e operacional a estrutura de um sistema 
elétrico pode ser dividida em várias subestruturas baseadas nos seus diversos níveis 
de tensão: Geração, Transmissão, Subtransmissão e Distribuição (primária e 
secundária), essa última é o objeto de estudo no próximo item. 
 
21
À medida que a demanda de energia aumenta mais fontes necessitam serem 
exploradas. Novas linhas de transmissão necessitam serem construídas para conectar 
essas novas estações já existentes, surgindo assim à interligação de sistemas. 
Essas interligações podem propiciar um melhor aproveitamento das disponibilidades 
energéticas de regiões com disponibilidades energéticas com características distintas. 
São economicamente vantajosas e aumentam a confiabilidade do suprimento às 
cargas, embora implique numa maior complexidade de operação do sistema. 
Um exemplo é a interligação dos sistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul do Brasil, que 
apresentam sensíveisdiferenças de recursos hidráulicos em seus rios, uma vez que os 
períodos chuvosos não são coincidentes nas várias bacias hidrográficas. 
1.4. Distribuição. 
Por definição, “é a transferência de energia elétrica para os consumidores, a partir dos 
pontos onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição 
de energia, inclusive”. Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição 
são: 
 •Redes primárias; 
 •Redes secundárias; 
 •Ramais de serviço e entrada; 
 •Medidores; 
 •Transformadores de distribuição; 
 •Capacitores e reguladores de rede. 
As linhas de transmissão e de subtransmissão convem para as estações de 
distribuição. Estas subestações chamadas de rebaixadoras alimentam o sistema de 
distribuição na tensão usualmente no nível de 13,8 kV. 
Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos 
transformadores de distribuição da concessionária ou a de consumidores em tensão 
primária (13,8 kV). 
Define-se Sistema Primário (de distribuição) o conjunto dos alimentadores de um dado 
sistema de distribuição. São linhas de tensões suficientemente baixas que ocupam vias 
públicas e suficientemente elevadas para assegurarem uma boa regulação, mesmo 
para potências razoáveis. Às vezes desempenham o papel de linha de subtransmissão 
em pontas de sistemas. 
Consumidores cuja carga instalada seja superior a 75 kW serão atendidos em tensão 
primária, tensão nominal de média ou alta tensão em função de sua demanda. 
NR10 Complementar
 
2
Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição há no Brasil: 2,3 kV ; 3,8 kV ; 
6,6 kV; 11,9 kV; 23 kV; 34,5 kV. 
A energia em tensão primária de distribuição é entregue a um grande número de 
consumidores, tais como: indústrias, centros comerciais, grandes hospitais, etc... 
Os alimentadores primários suprem um grande número de transformadores de 
distribuição que abaixam o nível para a tensão secundária para o uso doméstico e de 
pequenos consumidores comercias. 
Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários, observam-se os 
seguintes valores nominais mais frequentes: sistema de 220/127 Volts (entre fases e 
entre fase e neutro) e o sistema de 380/220 Volts, deriváveis de sistemas trifásicos com 
neutro, e o sistema de 220/110 Volts derivável de sistemas monofásicos. Esses 
sistemas incluem os secundários dos transformadores de distribuição pertinentes e os 
ramais de ligação dos consumidores. Operam com as tensões mais baixas do sistema 
e em geral seu comprimento não excede de 200 a 300 m. 
O Centro de Operação da Distribuição – COD (CO) ou (COS): é o órgão destinado a 
supervisionar e coordenar as atividades operativas do sistema de distribuição. Sua 
filosofia básica é a de centralização do comando operativo da rede elétrica em um só 
órgão, e assim, visa proporcionar: 
•Adequado atendimento aos consumidores; 
•Controle e análise das interrupções, visando minimizá-las; 
•Manutenção da configuração planejada; 
•Melhores condições operativas, diminuindo os riscos; 
•Dinamização e controle das manutenções. 
Atualmente, o mercado de distribuição de energia elétrica atende cerca de 47 milhões 
de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores residenciais, em mais de 
99% dos municípios brasileiros. Ao longo dos últimos 20 anos o consumo de energia 
elétrica apresentou índices de expansão elevados devido à expressiva participação das 
classes de consumo residencial, comercial e rural, enquanto o segmento industrial teve 
participação menor. 
1.5. Aspectos sobre a Operação de Sistemas Elétricos. 
Tanto os grandes motores industriais quanto os equipamentos eletrodomésticos são 
projetados e construídos para trabalharem dentro de certas faixas de tensão e 
frequência. Fora destas faixas apresentam funcionamentos não satisfatórios ou até 
mesmo se danificam. 
 
21
Essas exigências básicas impõem à operação dos sistemas elétricos um adequado 
controle da tensão e da frequência na rede. Todavia está sujeita às mais variadas 
solicitações de carga, que variam ano a ano, mês a mês e, o mais importante, podendo 
variar muito durante um único dia. Exemplo a ser dado é a demanda nos horários de 
pico quando comparada com a da madrugada. Como não é possível armazenar 
energia elétrica comercialmente deve-se produzir a medida da demanda requerida, a 
cada instante. 
Além das variações de carga previstas, há também as de natureza aleatória, tais como 
a conexão e desconexão de cargas por manutenção ou defeito de instalações da 
planta industrial ou comercial. Isso tudo ocasiona pequenas alterações na frequência e 
na tensão da rede. 
Os defeitos na rede que provocam o desligamento de linhas, geradores, grandes 
blocos de carga ou de interligações entre sistemas, podem ocasionar oscilações ou 
variações mais significativas, as quais os equipamentos de controle procuram 
minimizar. 
A frequência é controlada automaticamente nos próprios geradores através dos 
reguladores de velocidade dependendo do aumento ou diminuição da demanda. 
O controle da tensão pode ser feito remotamente nas usinas, através dos reguladores 
automáticos de tensão, podendo também ser efetuado em nível de transmissão, de 
subtransmissão e de distribuição. De um modo geral, o controle junto à carga é bem 
mais efetivo, uma vez que o controle remoto pode não ser suficiente. 
Há ainda o controle feito automaticamente por meio de transformadores com controle 
de tap, ou também, por compensadores síncronos ou compensadores de reativos 
estáticos e, manualmente, por meio de conexão ou desconexão de bancos de 
capacitores e/ou reatores em derivação. 
Além dos aspectos ligados ao controle de tensão e da carga/frequência, na operação 
das redes interligadas existe o problema de como distribuir as cargas entre as diversas 
usinas do sistema frente às diversas situações de demanda. À alocação dessa geração 
dá-se o nome de despacho da geração, de cujo estabelecimento depende muito a 
operação racional e eficaz do sistema como um todo. 
É interessante ressaltar também que existem sistemas automáticos de supervisão e 
controle ou de despacho automático. O controle é feito por algoritmos de 
simulação/decisão em computador com dados monitorados continuamente sobre o 
carregamento das linhas de transmissão, as gerações das diversas usinas e o estado 
da rede de transmissão. 
NR10 Complementar
 
2
2.Organização do Trabalho. 
Entende-se por organização de trabalho duas fases importantes: 
Planejamento e Programação. 
2.1. Planejamento e Programação dos Serviços. 
Planejar é pensar antes, de agir. Envolve raciocínio (a razão) e, portanto, pode-se 
entender que o planejamento é um cálculo (racional) que precede (antes) e regula 
(antes e depois) a ação. É um procedimento que articula o futuro, apoiado por teorias e 
métodos. 
Quando se planeja, buscando alcançar objetivos e quando se quer fazê-lo de uma 
forma participativa, compartilhando diferentes conhecimentos (interdisciplinaridade) e 
diferentes ações (intersetorialidade). 
Planejar é definir aonde se quer chegar. É mais importante do que administrar o tempo 
em termos de metas e serviços, podendo utilizar um ou mais dos quatro modelos de 
planejamento listado abaixo. 
Listas do que fazer (lembrete, check list). 
Metas de atividades: 
 Tomar decisões baseadas em princípios visando satisfazer as necessidades 
humanas universais; 
 Respeitar as leis naturais de causa e efeito que governa o universo; 
 Priorizar o importante em detrimento do unte; 
 Prioridades e Controles (Planejamento de Processo); 
 Prioridades e princípios (Planejamento Corporativo). 
Mesmo que diferentes esses modelos de planejamento visam o mesmo objetivo. 
Dentre os fatores de acidente registrados no setor elétrico, podemos afirmar que os 
acidentes do trabalho têm como causa mais frequente as falhas de planejamento e 
supervisão, incluídos os fatores organizacionais em primeiro plano. 
Programar é definir etapas ou procedimentos ordenados para execução de serviçosem 
determinado período de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos 
necessários, tanto pessoais quanto materiais, ferramentas e equipamentos, além de 
equipamentos de Segurança, minimizando as interferências ao meio ambiente. 
Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância. 
Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa. Pensar em quê? 
•Na maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando complicações ou controles 
exagerados, mas 
 
21
não se esquecendo dos riscos; 
 No modo mais eficaz de fazer a tarefa; 
 Num procedimento que considera a segurança, a qualidade e a produtividade; 
 Numa forma de trabalho que não prejudique o meio ambiente, ou seja, que não 
cause poluição do ar, da água, do solo, etc. 
Esses itens não podem ser pensados separadamente, todos devem ser pensados 
juntos para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não prejudique o 
outro. 
Além disso, é preciso pensar, também, na quantidade e qualificação das pessoas e dos 
materiais necessários, na hora e no local das atividades. 
Quando se faz, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir no 
trabalho e se reúne o que é necessário para a sua execução, está-se organizando para 
alcançar bons resultados. 
Quando um profissional estabelece uma escala de prioridades, onde o desperdício e o 
retrabalho não têm vez, onde a qualidade é premissa e não consequência, ele está 
organizando o seu trabalho através de um conjunto de ações, de atividades e de 
responsabilidades. 
2.2. Trabalho em Equipe. 
Forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre 
profissionais de uma mesma organização ou área de uma organização. O trabalho em 
equipe pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma 
tarefa ou um determinado trabalho, e são interdependentes. 
Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, o 
Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é determinante nas 
relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados. 
A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores 
de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste 
de metas, otimismo e o estar aberto a mudanças. Todas estas qualidades, quando são 
acrescidas ao individuo, pode significar o sucesso nas relações pessoais, o que forma 
um círculo virtuoso. 
NR10 Complementar
 
2
É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior 
volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, 
colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descoberto a cada novo 
dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo coeso aflora muitas 
características que até então passavam despercebidas no individual, como à 
criatividade, as participações, visão de futuro, questionamento de posições e 
colocações e senso crítico. 
Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. As atividades 
desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, melhorando o desempenho na hora de 
realizar as atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e união, características 
primordiais para sucesso de cada tarefa. 
Dicas para o trabalho em equipe: 
 Planeje; 
 Seja paciente; 
 Aceite as ideias dos outros; 
 Valorize os colegas; 
 Saiba dividir as tarefas; 
 Trabalhe; 
 Seja participativo e solidário; 
 Dialogue; 
2.3. Prontuário e Cadastro das Instalações. 
Pode-se definir prontuário como um sistema organizado de forma a conter uma 
memória dinâmica de informações pertinentes às instalações e aos trabalhadores. 
A diferença básica entre o cadastro de um equipamento e o seu prontuário reside no 
elemento adicionado a esse último para controle, “o tempo” (diário de bordo). Pode-se 
ainda dizer que o prontuário é o cadastro dinâmico que contém as informações do 
presente e do passado do equipamento e dos trabalhadores. Isso significa que todas 
as alterações, especialmente, dos equipamentos devem ficar registradas. 
Esse material deve conter o registro de todas as informações referentes às instalações 
e pessoas. O registro das mudanças dentro das instalações atende também a 
necessidade de consulta das equipes de manutenção e operação que forem trabalhar 
no local. É muito importante registrar que o passado e o presente são essenciais para a 
projeção das tendências de comportamento e estado das instalações elétricas e seus 
equipamentos. 
Esses prontuários são relevantes para a decisão de substituição de equipamentos ou 
de mudanças nas instalações. 
 
21
Em todas as instalações elétricas (subestações, usinas, centro de operação entre 
outras instalações) devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco 
elétrico e de riscos adicionais, mediante técnicas de análise de riscos, de forma a 
garantir a segurança, saúde no trabalho, bem como a operacionalidade do sistema 
elétrico de potência (SEP). 
As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, 
tais como políticas corporativas e normas no âmbito da segurança, da saúde e da 
preservação do meio ambiente de trabalho. 
Pelo novo texto da Norma Regulamentadora NR-10, as empresas estão obrigadas a 
manter prontuário com documentos necessários para a prevenção dos riscos, durante 
a construção, operação e manutenção do sistema elétrico, tais como: 
 Esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus 
estabelecimentos; 
 Especificações do sistema de aterramento dos equipamentos e dispositivos de 
proteção, entre outros que iremos listar a seguir. 
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter 
o Prontuário de Instalações Elétricas. 
A partir da publicação da nova redação da Norma Regulamentadora NR–10, e com a 
publicação da Portaria Nº 598 em 07/12/2004 que alterou a redação desta NR, as 
empresas passaram a ter a obrigação de manter um PRONTUÁRIO DAS 
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS (item 10.2.4), que por sua vez deve contemplar o 
Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g) e o Laudo do Sistema de Proteção 
contra Descargas Atmosféricas - SPDA. 
Laudo SPDA é o relatório das inspeções e medições do sistema de aterramento 
elétrico e do sistema de para-raios, segundo a norma NBR 5419. 
O Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g), por sua vez, pode ser subdividido em 
2 peças técnicas: o Laudo Técnico das Instalações Elétricas e o Diagnóstico dos 
Requisitos NR-10. 
Laudo Técnico das Instalações Elétricas: é o relatório emitido após as inspeções e 
ensaios nas instalações elétricas, atestando sua conformidade com as normas técnicas 
vigentes (ABNT - NBR 5410, 5418, 5419, 14039 e outras). 
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2
Diagnóstico dos requisitos NR-10: é o relatório da auditoria do sistema de gestão de 
segurança elétrica da empresa, que verifica o grau de implementação de todos os 
requisitos da NR-10, conforme enunciado do item 10.2.4.g quando se refere ao: 
"relatório atualizado com as recomendações, cronogramas de adequações 
contemplando as alíneas "a" a "f" ". 
Portanto, são três tipos de Relatórios/Laudos Técnicos exigidos pela nova NR-10 que 
devem compor o Prontuário das Instalações Elétricas. O não cumprimento sujeita a 
empresa às multas previstas em lei. 
Estes deverão ser elaborados por profissional legalmente habilitado (item 10.2.7 NR 
10) e devem atestar as condições técnicas das instalações elétricas segundo as 
Normas Técnicas oficiais (item 10.1.2). Os Laudos devem incluir em seu relato, as não 
conformidades encontradas, recomendações e cronograma de adequações. 
Importante destacar que, os Laudos/Relatórios, constituem-se em “documentos 
técnicos” integrantes do Prontuário Elétrico (conforme item 10.2.4). 
Portanto as empresas com mais de 75 kW de carga instalada passaram a ter a 
obrigatoriedade de manter um PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, 
atualizado,com seus respectivos procedimentos. 
É importante informar que as empresas que realizam trabalhos em proximidade do 
Sistema Elétrico de Potência devem constituir prontuário contemplando as alíneas "a", 
"c", "d" e "e", do item 10.2.4 e alíneas "a" e "b" do item 10.2.5 da NR. 
Multas por Infração à NR 10: 
 Portaria Nº 126 / 2005 do MTE 
 Portaria 143 / 2005 do MTE 
Fonte: Energy Center. 
OBS: Valor da UFIR: R$ 1,6049 (2005) 
Valor da multa é variável em função do nº de trabalhadores. 
 
21
2.4. Métodos de Trabalho. 
Na execução de qualquer serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de 
trabalho a ser adotado pela equipe é de fundamental importância para que se evite a 
ocorrência de acidentes. 
A natureza do serviço a ser executado exige que o método de trabalho a ser adotado 
tenha as seguintes características: 
 Todos os envolvidos possuam treinamento especifico para execução da atividade; 
 Procedimentos (passo a passo) e descritos, onde todos os executores conheçam 
suas características; 
 Controle efetivo dos riscos; 
 Firme comportamento ético e profissional. 
Os cuidados acima são fundamentais para uma correta e segura execução dos 
serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais e/ou humanos, por meio de rigorosa 
observação dos controles de risco. 
Manutenção com a linha energizada "linha viva". 
Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e metodologia 
especifica que garantam a segurança dos trabalhadores. Nesta condição de trabalho 
as atividades podem ser realizadas mediante os métodos abaixo descritos: 
2.4.1. Método ao contato. 
O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da 
rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de 
proteção individual e equipamentos de proteção coletiva adequados à tensão da rede. 
Características: 
 Equipamento de elevação (cesto aéreo); 
 Plataformas isoladas; 
 Coberturas isolantes; 
 Escadas isoladas; 
 Tensão de 127 V até 23 kV. 
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2.4.2. Método ao potencial 
É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo 
potencial desta. Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que 
garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser 
utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas 
através de condutor elétrico à rede objeto da atividade. 
Características: 
 Andaimes isolados; 
 Bastões isolados; 
 Plataformas isoladas; 
 Escadas trapézio; 
 Vestimenta condutiva; 
 Equipamento de Teste (micro amperímetro). 
2.4.3. Método à distância 
É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância 
segura através do emprego de procedimentos, equipamentos, ferramentas e 
dispositivos isolantes apropriados. 
Características: 
 Manter distância de segurança adequada com a classe de tensão; 
 Bastões isolados; 
 Equipes com boas habilidades; 
 Alta tensão (estruturas de subtransmissão e transmissão). 
2.5. Comunicação. 
O processo de comunicação vai além da troca de informações e caminha lado a lado 
com o processo de gestão e trata-se de um processo de estabelecimento de relação 
entre interlocutores, entre os setores da empresa, entre as equipes de trabalho. 
O homem, na comunicação, utiliza-se de sinais devidamente organizados, emitindo-os 
a outra pessoa. A palavra falada, a palavra escrita, os desenhos, os sinais de trânsito 
são alguns exemplos de comunicação, em que alguém transmite uma mensagem à 
outra pessoa. Há, então, um emissor 
 
21
e um receptor da mensagem. A mensagem é emitida a partir de diversos códigos de 
comunicação (palavras, gestos, desenhos, símbolos, sinais de trânsito...). Qualquer 
mensagem precisa de um meio transmissor que chamamos de canal de comunicação e 
refere-se a um contexto ou a uma situação. 
A comunicação em todas as formas e sentidos é fator primordial na prevenção de 
acidentes no setor elétrico. A NR-10 no item 10.7.9 traz que: “Todo trabalhador em 
instalações elétricas energizadas em AT (alta tensão), bem como aqueles envolvidos 
em atividades no SEP (sistema elétrico de potência) devem dispor de equipamentos 
que permitam a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com 
o centro de operação durante a realização do serviço”. 
Dessa forma, as equipes de trabalho devem dispor de meios de comunicação 
confiáveis, para manter contatos entre si, com o órgão de manutenção a que estão 
subordinados, com o Centro de Operação, atentando para área de cobertura dos 
equipamentos de comunicação. 
Dentre as formas de comunicação, pode-se citar a Sinalização de Segurança como um 
agente simples e eficiente para alertar sobre os riscos de origem elétrica, através da 
comunicação visual. Elas constituem-se de adesivos, placas, luminosos, fitas de 
sinalização, cartões, faixas, cavaletes, cones, etc..., destinados ao aviso e advertência 
de pessoas sobre os riscos ou condições de perigo existentes, proibições de ingresso 
ou de acesso, cuidados, ou ainda aplicadas para identificação dos circuitos ou partes 
energizadas, travamento e bloqueio de dispositivos de manobras, delimitações de 
áreas e interdições de circulação, inclusive em vias públicas. 
Na comunicação visual as cores são os elementos que mais se destacam em 
importância, contudo outros elementos tais como, os símbolos gráficos, os desenhos, 
os alarmes sonoros e luminosos entre outros, integram um conjunto capaz de transmitir 
inúmeras mensagens. Esses tipos de comunicação são padronizados através de 
normas técnicas ou em procedimentos internos da empresa e devem ser 
documentados e divulgados para conhecimento de todos. 
Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de 
segurança, destinada à advertência e à identificação, obedecendo ao disposto na NR 
26 – Sinalização de Segurança, de forma a atender, dentre outras, as situações a 
seguir: 
a) Identificação de circuitos elétricos; 
b) Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; 
c) Restrições e impedimentos de acesso; 
d) Delimitações de áreas; 
e) Sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de 
movimentação de cargas;
f) Sinalização de impedimento de energização; 
g) Identificação de equipamento ou circuito impedido. 
2.5.1. Rádio VHF/UHF e Rádio Comunicação. 
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Os rádios VHF existentes nos veículos operacionais devem ser utilizados estritamente 
para os serviços de operação e manutenção das RD’s, LT’s, SE’s, UHE’s e PCH’s, 
evitando-se tanto quanto possível a ocorrência de congestionamentos durante as 
manobras. 
Assuntos diversos à operação, tais como recados referentes a ligações, inspeções, 
encomendas, etc..., devem ser tratados preferencialmente por telefone. A mensagem, 
tanto de quem transmite como de quem recebe devem ser claras e objetivas. Todas as 
ordens recebidas devem ser repetidas ao emissor. 
Os rádios devem receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhes boa qualidade 
e confiabilidade durante o uso, além de serem mantidos livres de poeiras e umidade. 
O sistema de comunicação via rádio é da maior importância, sendo seu desempenho 
diretamente relacionado com a segurança, qualidade e rapidez dos serviços 
executados, principalmente aqueles relacionados com a localização e reparo de 
defeitos e atendimento a consumidores. 
Não se devem transmitir informações duvidosas ou reter informações por se julgar 
alheio ao assunto. Os rádios portáteis deverão possuir baterias extras de modo a 
garantir sua autonomia por toda a jornada, além de eventuais emergências. Exceto em 
casos emenciais, não se deve sobre modular os colegas, nem utilizar câmbios longos, 
a fim de não ocupar a frequência além do necessário. As comunicações deverão 
ocorrer de modo cortês e educado, sendo proibido o uso de gírias, linguajar de baixo 
nível, palavrões e discussões via rádio. 
Osusuários devem ser treinados internamente com relação à legislação e conduta 
ética operacional no serviço de radiocomunicação. 
É proibido ao condutor de veículo falar ao rádio ou telefone celular enquanto dirige. 
Caso ocorra algum chamado, e não haja um companheiro ao lado que possa atender à 
comunicação, o condutor deve procurar o lugar mais conveniente e estacionar o 
veículo, para aí atender ao rádio ou telefone. 
 
21
Alguns códigos devem ser utilizados pelos usuários para simplificar as mensagens, tais 
como: 
2.5.2. Comunicação e Utilização de Rádio Troncalizado. 
Rádio Troncalizado: aparelho transmissor e receptor, que opera em Grupos de 
Comunicação, utilizado para comunicação entre os diversos Órgãos da Empresa. 
Grupos de Comunicação: área criada por programação software no equipamento, de 
maneira a agrupar pessoas e equipes a uma mesma área de atuação e/ou serviços e 
atividades equivalentes. 
Estação Fixa: trata-se de uma unidade de rádio, instalada num determinado local, 
geralmente na área de operação em tempo real dos Centros de Operação, Estações 
Avançadas e Subestações da Empresa, ou nos Serviços de Rede (Serviços da 
Transmissão), destinada principalmente a comunicações com estações móveis. 
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Estação Móvel: trata-se de uma unidade de rádio, instalada em um veículo com 
programação de grupos que seu órgão necessita, para uma perfeita comunicação 
interna. 
Estação Portátil: trata-se de uma unidade de rádio, portátil para comunicações via 
sistema troncalizado, geralmente utilizada entre o pessoal em serviço no campo e 
eventualmente em situações de emergência para suprir defeito em estação móvel. 
A Transmissão: entende-se por transmissão, toda emissão em radio-frequência feita 
por uma unidade de rádio. 
A Chamada: é a parte inicial da transmissão, utilizada para estabelecer o contato entre 
as duas estações. Iniciada com o vocábulo “ATENÇÃO”. 
A Chamada Individual: estabilização de uma ligação sistema troncalizado entre duas 
estações de rádios únicas. 
A Chamada de Emergência: utilizada em casos de extrema urgência, onde a estação 
tem condições de priorizar o seu chamado, em detrimento de qualquer outra chamada. 
A Mensagem: entende-se por “mensagem” qualquer conversação ou declaração de 
uma transmissão de radiofrequência, excluindo-se a chamada e a assinatura. 
Tendo o sistema de comunicação, uma finalidade eminentemente operacional, sua 
utilização deve ser restrita a assuntos formais de trabalho, de maneira clara e objetiva. 
2.5.3. Método de Operação da Estação (Rádio Troncalizado). 
O sistema de radiocomunicação utilizado pela é um sistema simplex, onde o 
transmissor e o receptor operam nas mesmas frequências, não permitindo, portanto a 
transmissão e a recepção de mensagens ao mesmo tempo. 
Operação da Estação. 
Para operar a estação de rádio, uma vez ligada e selecionado o Grupo de 
Comunicação da área de trabalho, pressione o botão que fica no microfone, pedal ou 
teclado e aguarde ouvir o BIP para iniciar a transmissão. 
Faça a chamada para estabelecer o contato com a estação desejada, em seguida solte 
o botão para poder receber a resposta. Se a chamada não for respondida após 30 
segundos, deverá ser repetidas mais vezes em intervalos aproximados de 30 
segundos. 
 
21
2.5.4. Identificação das Estações. 
A identificação para a chamada da estação fixa, instalada nos Centros de Operação, a 
qual a estação móvel (viatura) deseja se comunicar deverá ser através do prefixo desta 
estação fixa. 
A identificação para a chamada da estação fixa, instalada nos Centros de Operação, 
Estações Avançadas, Subestações ou Serviços da Transmissão, a qual a estação 
móvel (viatura) deseja se comunicar deverá ser através do nome que identifica esta 
estação fixa, podendo acrescentar o nome da pessoa com quem se deseja falar. 
Chamadas e Respostas. 
Uma estação fixa ou móvel, para chamar outra estação, deverá iniciar sua transmissão 
com a utilização do vocábulo “ATENÇÃO”, identificando a estação com quem se deseja 
comunicar e identificando sua própria estação, seguido do vocábulo “CHAMANDO”. 
2.5.5. Formas de Mensagens. 
Todas as mensagens transmitidas em Rádio Troncalizado deverão ser claras, 
concisas, objetivas, simplificadas e utilizando frases padronizadas, porém sem alterar 
seu conteúdo. Isso reduzirá o tempo de utilização do recurso correspondente, 
propiciará a devida objetividade e evitará a ocorrência de mensagens inúteis. 
Nas mensagens longas, a transmissão deverá ser interrompida por uma curta pausa a 
cada 30 segundos, a fim de permitir a escuta da outra estação para continuar o 
recebimento, ou requerer a repetição parcial ou total da mensagem. 
Chamadas de Emergência. 
Só são permitidas em casos de extrema urgência, onde a estação tem condições de 
priorizar o seu chamado, em detrimento de qualquer outra chamada. 
Chamadas Individuais. 
Só estão liberadas e são permitidas, a partir de Estações Fixas (rádio base), ou seja, 
não é permitida a utilização de chamadas individuais entre as estações móveis. 
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2.5.6. Recomendações 
Nas transmissões deverão ser obedecidos os procedimentos estabelecidos e 
linguagem apropriada, visto que outra estação sintonizada no mesmo grupo de 
comunicação receberá a mensagem, observando sempre com cuidado no recebimento 
de uma mensagem, a que grupo de comunicação veio o chamado. 
Toda estação, quando tiver que operar fora de seu grupo de comunicação habitual 
deverá fazer, antes, uma transmissão de aviso a todas as estações de sua área, 
comunicando o novo grupo de comunicação e o período de permanência neste grupo 
de comunicação. 
O controle de alto-falante de todas as estações fixas deverá permanecer ativado todo o 
tempo, e o volume deverão ser regulados de tal maneira que a mensagem possa ser 
recebida claramente. 
Em qualquer situação, mesmo nos casos mais estressantes, os interlocutores devem 
controlar a velocidade de sua fala, buscando falar pausada e suavemente, 
expressando com clareza cada palavra. 
A intensidade da voz deve ser controlada, evitando gritar ou sussurrar ao microfone. A 
voz aguda ou excitada dificulta o entendimento da mensagem. 
Quando for necessário soletrar alguma palavra de pronuncia duvidosa, deverá ser 
utilizado o alfabeto fonético internacional conforme apresentado anteriormente. 
Quando da transmissão da mensagem, deve-se usar o português adequado, evitando 
gíria, apelidos e jamais se utilizando palavras de baixo calão. 
Nas mensagens de caráter operacional, utilizar-se de verbos claros, a exemplo de 
Ligar, Desligar, Abrir, Fechar, Aumentar, Diminuir, etc... Não deixar dúvidas sobre o 
que fazer como fazer e por que fazer. 
 
21
3.Aspectos Comportamentais. 
3.1.Percepção. 
Define-se a percepção como sendo a interpretação que o indivíduo faz dos estímulos 
recebidos do meio ambiente através dos sentidos de tato, audição, visão, paladar e 
olfato. Os estímulos também podem ser internos, tais como a sensação de fome, sede, 
frio, as emoções, etc. A maneira de perceber o mundo e as situações varia de pessoa 
para pessoa. As pessoas agem no mundo de acordo com suas percepções. 
A percepção pode sofrer distorções provocadas por fatores que podem alterar a 
realidade dos fatos. Dentre eles podemos destacar: 
Fatores físicos - deficiência nos órgãos receptores dos estímulos. Quem sofre de 
deficiência auditiva, por exemplo, pode interpretar mal as mensagens que ouve. 
Emoção - reduz ou impede o raciocínio. Por exemplo: uma pessoa com raiva pode 
agredir alguém que nada teve a ver com a causa da raiva. 
Preconceitos - são crenças culturalmente aprendidas que deformam e limitam a 
percepção. 
Cultura – tende-se a perceber e emitir juízo de valor de acordo com as crenças do 
ambiente social no qual se adquiriu a cultura; 
Crençasevalores – percebe-se melhor o que se acredita ser verdade e o que se 
considera importante; Atenção – percebe-se mais o que está no foco da atenção; 
Interesse - o indivíduo focaliza o que é de seu interesse.Por exemplo, quando alguém 
compra um carro, essa pessoa tende a ver muitos outros carros iguais ao seu, que 
antes não percebia. 
Defesa psíquica – tende-se a não perceber o que for considerado desagradável. 
Percepção do risco. 
Esse tipo de percepção tem como base à experiência de cada um em relação ao 
trabalho a ser desenvolvido e o conhecimento do conceito de risco e perigo, aliado a 
prática preventiva de evitar acidentes. Assim, quando a organização fornece os meios 
adequados, como, por exemplo, capacitação do empregado e o estímulo ao trabalho 
de equipe, ela está adotando uma característica preventiva na busca do índice zero em 
acidentes. Em outras palavras, a atualização dos conhecimentos fortalece a 
necessidade do ser humano de cuidar de si e dos outros com responsabilidade e o 
trabalho em equipe representa um estímulo à segurança da decisão que precisa ser 
tomada, assim como uma oportunidade da equipe de discutir suas práticas diárias, 
ampliando a percepção do empregado quanto aos assuntos ligados à segurança. 
3.2.Reações Emocionais. 
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A emoção é um estado sentimental momentâneo em que o indivíduo tem seu 
organismo excitado. Existem diversos tipos de emoção: medo, cólera, raiva, ciúmes, 
inveja, alegria, tristeza, piedade, felicidade, remorso, admiração, amor, ódio, culpa, 
vergonha etc. 
As emoções podem ser percebidas das seguintes formas: 
Experiências emocionais - quando o indivíduo sente a emoção; 
Comportamento emocional - quando é levado, pelo sentimento, a fazer algo. Por 
exemplo, uma pessoa com sentimento de cólera leva ao ataque, um sentimento de 
grande tristeza provoca o choro "para desabafar", etc...; 
Alterações fisiológicas que correspondem ou são provocadas diretamente pela 
própria emoção: ficar "corado" de vergonha, ficar "branco" de susto, ter batidas do 
coração aceleradas por causa do medo. 
Considera-se descontrole emocional o fato de uma pessoa ser dominada pela emoção 
e não conseguir raciocinar. Popularmente diz-se que a pessoa “perdeu a cabeça” ou 
“perdeu o juízo”. O descontrole emocional pode levar a pessoa a uma reação 
emocional explosiva como, por exemplo, um acesso de ira contra um equipamento ao 
contra outra pessoa. Outras reações emocionais menos intensas como choro, tristeza 
culpa e etc., podem alterar a atenção/concentração necessária ao bom desempenho do 
trabalho e provocar acidentes. Algumas das situações que podem fazer surgir ou 
agravar os estados de tensão emocional no trabalhador são: 
Fadiga 
É a sensação de fraqueza, falta de energia e exaustão. A fadiga dificulta a realização 
das suas atividades diárias. Sensação de incapacidade falta de motivação, lapsos de 
memória, dificuldade de concentração e diminuição de libido (desejo sexual) também 
podem ser sintomas de fadiga. Alguns dos motivos que contribuem para a fadiga são: 
 Carga horária de trabalho excessiva; 
 Sedentarismo; 
 Excesso de trabalho; 
 Sono irregular. 
Deve se atentar para a carga horária do trabalhador evitando excessos que poderão 
comprometer a qualidade do serviço e provocar o desgaste físico e mental, acarretado 
assim prejuízos a empresa e ao trabalhador, pois, um empregado exausto pode ser 
causa de acidentes de trabalho. 
Estresse físico e psíquico. 
Estresse pode ser entendido como “conjunto de reações que o organismo desenvolve 
ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação” (Hans Selye). O 
trabalho e o tédio (monotonia) podem ser fontes de estresse. Daí a importância do 
 
21
trabalhador cuidar sempre da saúde física e mental, desenvolvendo hábitos saudáveis, 
cuidar da alimentação, da harmonia no lar, da manutenção das relações com 
familiares, do ambiente de trabalho, etc. Por outro lado, a organização deve promover 
atividades de lazer no ambiente de trabalho, pausas nas atividades, exames 
periódicos, programas de controle do estresse, e outros, visando o bem-estar físico e 
psicológico do trabalhador. 
Equilíbrio X Desequilíbrio 
A noção de equilíbrio e desequilíbrio nos faz relembrar quando aprendemos a andar de 
bicicleta. Existe um ponto em que é possível olhar para frente, movimentar a roda, virar 
o guidão para esquerda e fazer a curva sem cair. No trabalho, o equilíbrio físico e 
mental é necessário não só como um atributo pessoal, mas também como 
característica preventiva de acidentes, desde o planejamento até a execução. Os 
cuidados devem ser redobrados quando na organização existem atividades e 
condições periculosas. O autocontrole, autodomínio, moderação, prudência são 
exemplos de atitudes equilibradas que devem ser estimuladas individualmente e nas 
equipes de trabalho. 
Limites do corpo humano 
Tendo um organismo físico dotado de múltiplas inteligências e de ciclos vitais que 
compreendem várias faixas de idade, o ser humano nasce, vive e morre, assim como 
os demais seres da natureza. Enquanto força de trabalho, o corpo humano executa 
atividades que exigem força bruta, condicionamento físico e mental, velocidade, 
precisão, habilidades motoras, etc... e quando o trabalho é bastante repetitivo e não 
permite maiores flexibilidades, pode acontecer uma sobrecarga. A empresa precisa 
sistematizar as rotinas e adotar metodologia apropriada para que o trabalhador produza 
e, ao mesmo tempo, tenha prazer e motivação no seu trabalho, desenvolvendo formas 
sadias de atuação, respeitando os seus limites e os limites dos outros. 
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3.3.Comunicação Informal. 
A comunicação humana é um dos aspectos mais importantes na segurança no 
trabalho. Mensagens mal formuladas ou mensagens não compreendidas corretamente 
podem ser fatores provocadores de acidentes. 
Comunicar significa colocar algo em comum. 
Comunicação refere-se às formas de transmitir e receber mensagens. 
Comunicar é tornar-se comum com alguém. Isto ocorre quando um indivíduo transmite 
algo a outro, diminuindo a diferença entre os dois. A base de cada pessoa e de toda a 
sociedade humana está na capacidade de os indivíduos transmitirem aos outros, as 
suas ideias, percepções, intenções, desejos e sentimentos. 
O homem começou a se comunicar através de gestos e sons. O conjunto ordenado e 
sistemático de sons deu origem à palavra, que se tornou o instrumento básico da 
comunicação, quer na sua forma sonora (oral), quer na sua forma concreta (escrita). 
Elementos da Comunicação: 
 Emissor: pessoa que emite a mensagem, diz algo a alguém. 
 Receptor: aquele que recebe a comunicação. 
 Mensagem: o conteúdo da comunicação. 
 Canal: meio de comunicação, a via de transmissão da mensagem. 
 Ruído: os problemas derivados de distorções não intencionais da mensagem. 
Tipos de Comunicação: 
 Verbal - A mensagem codificada pela palavra. Pode ser constituída pela palavra 
falada: diálogos, pedidos, etc. 
 Escritas - são caracterizadas pela expressão gráfica: cartas, telegramas, livros, 
jornais, etc. 
 Comunicação não verbal - A mensagem transmitida através de gestos, mímicas, 
expressão corporal e facial, olhar, atitudes, símbolos, etc. A comunicação não 
verbal transmite mensagem continuamente, muitas vezes contradizendo as 
comunicações verbais. 
 
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As comunicações podem ser ainda: 
 Intrapessoal: É o diálogo interno. A comunicação que a pessoa faz com ela 
mesma; 
 Interpessoal: Quando se transmite uma mensagem para alguém. 
3.4. Barreiras e Distorções na Comunicação. 
Uma comunicação nem sempre é realizada de forma clara, de maneira que um fale e o 
outro entenda corretamente a mensagem. Quando isto acontece, dizemos que houve 
distorções ou barreiras na comunicação. Essas dificuldades podem ser tanto da pessoa 
que emite a mensagem como daquele que a recebe: 
 Barreiras Mecânicas: são causadas pelos canais de comunicação. 
 Barreiras de Linguagem: são caracterizados pelas gírias, rodeios, regionalismos, 
etc. 
 Barreiras Psicológicas: são devidas às diferenças individuais. Entre elas podemos 
citar: 
 Seletividade: a pessoa só ouve ou lê aquilo que lhe interessa, ou que coincidacom 
a sua opinião. 
 Egocentrismo: o que nos impede de enxergar o ponto de vista do outro. É a atitude 
de quem se considera o sabedor de tudo, "dono da verdade". 
 Inibição: a inibição ou timidez de uma pessoa em relação à outra pode causar 
dificuldade na comunicação. 
 Competitividade: o excesso de sentimento de competição gera a incapacidade de 
ouvir o outro. Cada um corta a palavra do outro, fazendo questão de se fazer ouvir, 
tornando a comunicação um diálogo de surdos. 
 Preconceito/ estereótipo: acontece quando há uma distorção da imagem real de 
uma pessoa transferindo a ela uma imagem geral que é feita para todo um grupo. 
Este “rótulo" é o que chamamos de estereótipo. A partir daí pode ser criado um 
sentimento de rejeição pela pessoa, ao qual damos o nome de preconceito. Os 
estereótipos, a partir das diferenças socioculturais geram insegurança, ansiedade, 
desconfiança, arrogância e falta da receptividade, causando barreiras na 
comunicação. Todos somos iguais como seres humanos. Diferença como pobreza e 
riqueza, muita ou pouca cultura, branco ou preto, subordinado ou chefe, nenhuma 
delas justifica sentimentos de inferioridade ou superioridade. A falta de 
reconhecimento das necessidades do outro pode gerar o descaso. A partir daí, a 
indiferença em relação ao problema do outro e o desrespeito também causam 
barreiras à comunicação, onde imperam ressentimentos e muitas vezes hostilidade, 
o que pode provocar acidentes. 
3.5. Recursos que Facilitam a Comunicação. 
NR10 Complementar
 
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Sentir-se, constantemente, a necessidade de se relacionar bem com as pessoas com 
as quais se convive. Não se pode viver isolados dentro do sistema social no qual se 
está inserido. 
Devem-se desenvolver certas características e habilidades no comportamento com as 
outras pessoas para que haja eficiência na comunicação. 
Uma boa comunicação requer que a pessoa: 
 Melhore a transmissão de pensamentos; 
 Aperfeiçoe a própria recepção; 
 Saber Ouvir: na comunicação existem mensagens não manifestas que se precisa 
ter a sensibilidade de compreender. Saber ouvir implica um processo intelectual e 
emocional na busca de significados contidos na mensagem. A capacidade de ouvir, 
em geral ‚ é pouco desenvolvida. 
Algumas atitudes podem ajudar: 
 Ouça sem interromper; 
 Concentre-se em ouvir a pessoa que fala. Evite distrair-se; 
 Demonstre desejo de conhecer como pensam os outros; 
 Certifique-se que compreendeu repetindo o que ouviu; 
 Não antecipe o que o outro vai dizer; 
 Esforce-se para compreender o ponto de vista do outro; 
 Abra seu espírito para ouvir o que o outro diz. 
 Empatia: significa, em termos mais simples, colocar-se no lugar do outro. Ao 
adaptar a mensagem ao vocabulário, interesses, valores e sentimentos da pessoa a 
quem se transmite uma mensagem, a comunicação tem maior probabilidade de ser 
eficaz. 
3.6. Cultura da organização. 
Quando uma pessoa ingressa em uma organização, já encontra uma cultura instituída 
através da definição da visão, missão, objetivos, valores, políticas e programas, etc..., 
com os quais precisará aprender a conviver, observando os modos de produção e 
como as pessoas se organizam para realizar as atividades para alcançar os objetivos 
empresariais. 
Por outro lado, essa cultura é dinâmica, admitindo-se mudanças para atender às 
transformações, desejos e expectativas da sociedade, por meio de novas políticas 
necessárias para a sobrevivência e o crescimento da organização, com foco no 
mercado e na competição empresarial. 
A cultura organizacional está sustentada pela interação de quatro fatores que se 
traduzem em diferentes culturas: 
 
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 As características pessoais e profissionais, 
 A ética da organização, 
 Os direitos e deveres dos empregados 
 A estrutura organizacional. 
As características pessoais e profissionais dizem respeito aos valores, crenças e 
princípios que esse indivíduo traz consigo como produto de sua formação, e que são 
confrontados com aqueles transmitidos culturalmente no ambiente de trabalho, o que 
corresponde ao poder de influência da organização sobre o indivíduo. 
Cada organização estabelece os direitos e deveres do empregado, tais como: os 
limites de sua atuação, o poder que lhe será concedido, como deve se comportar, a 
quem deve explicações, enfim, construirá a ética da organização, conforme a sua 
natureza jurídica, finalidade e estrutura concebida. 
A cultura, o padrão normativo operacional das instituições e variáveis externas a 
organização definem os procedimentos que orientam a maneira de como as 
atividades laborais e comportamentais devam ser conduzidas. Ocorre que, nem 
sempre o que se percebe e aquilo que é levado a termo, condizem com uma realidade 
específica. 
Então, como se deve proceder nessas circunstâncias? O correto seria modificar o 
padrão normativo vigente e/ou a postura comportamental para atender às condições 
adversas, o que, evidentemente demandaria tempo, esforço e carga cognitiva. 
Existe um traço cultural no povo brasileiro muito interessante, quando se depara com 
questões “especiais”. Ele prefere deixar os padrões normativos inalterados e 
desatualizados, burlando-os com vistas a solucionar um determinado problema 
específico. 
O individuo que se comporta dessa maneira corre sério risco para consigo, para com 
sua equipe, para com o Sistema Elétrico de Potência e para com a sociedade. 
Em trabalhos de alta periculosidade, não se admite jeitinho. Interrompa imediatamente 
a atividade e, refaça o planejamento. Lembre-se que, não se devem confundir 
trabalhos emergenciais com improvisação (jeitinho); todas as atividades emergenciais 
devem fazer parte de um plano de contingência bem estruturado e redigido de forma 
clara, objetiva e compreensível. Um plano que traduza a maior parte possível das 
principais variáveis que eventualmente possam ocorrer em situações anômalas. 
Assim, os serviços e a Análise de Risco, devem estar sintonizados e amparados pelas 
determinações normativas da Organização, pois somente a ela cabe responder aos 
órgãos regulamentadores do Setor Elétrico e à Justiça. (responsabilidades civil e 
penal). 
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4.Condições Impeditivas para Execução de 
Serviços no SEP. 
A nova NR-10 visando garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou 
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, 
estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos durante a realização destas 
atividades. 
Neste estudo abordam-se cinco aspectos principais que contribuem significativamente 
para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 
São eles: As Principais Condições Impeditivas; Instalações Elétricas Desenergizadas e 
Energizadas; Trabalhos envolvendo Alta Tensão; Proteção Contra Incêndio e Explosão; 
e Sinalização de Segurança. 
4.1. Principais Condições Impeditivas. 
A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições abaixo impede o início ou 
prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar 
que estas condições são as principais, pois na análise de risco do serviço, podem-se 
constatar outras situações que possam impedir a execução da atividade: 
•As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em 
corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser 
realizadas por trabalhadores que atendam ao que estabelece a Norma 
Regulamentadora nº10. 
•Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que 
interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço 
específica, APR Completa ou APR simplificada. 
•Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles 
envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a 
comunicação com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante 
a realização do serviço. 
•Falta ou deficiência de EPI´S e ou EPC´S. 
•Falta de aterramentos temporáriosnecessários para trabalhos em rede 
desenergizadas. 
Outros aspectos também devem ser considerados, tais como: 
Condições Ambientais. 
Condições climáticas dependendo das características da atividade (Linha Viva); Falta 
de iluminação natural favorável em Linha Viva; 
 
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Nem um serviço deve ser iniciado se a integridade física da equipe não for garantida. 
Condições Pessoais. 
Antes do inicio das atividades todos os envolvidos deverão fazer uma avaliação das 
condições físicas e mentais da equipe. 
4.2. Instalações Elétricas Desenergizadas e Energizadas. 
Quando da realização de serviços em instalações elétricas desenergizadas, a NR-10 
informa que, somente será considerada desenergizada a instalação elétrica, se os 
procedimentos apropriados forem obedecidos, conforme a sequência abaixo: 
a) Seccionamento; 
b) Impedimento de reenergização; 
c) Constatação da ausência de tensão; 
d) Instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos 
circuitos; 
e) Proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; 
f) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização. 
Só depois de constatada que a instalação está realmente desenergizada, é que se 
deve efetuar a liberação dos trabalhos. 
Quando houver a necessidade de reenergização, deve haver autorização, com os 
seguintes passos: 
a) Retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; 
b) Retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo 
de reenergização; 
c) Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções 
adicionais; 
d) Remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e 
e) Destravamento se houver, e religação dos dispositivos de seccionamento. 
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As medidas constantes nestes passos podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou 
eliminadas, em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente 
habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde 
que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. 
1.1. Trabalhos Envolvendo Alta Tensão (AT) 
Na realização de serviços em que os trabalhadores que intervenham em instalações 
elétricas energizadas com alta tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites 
estabelecidos como zonas controladas e de risco, zonas estas que estão descritos no 
anexo II da NR 10. 
Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, a equipe responsável pela 
execução do serviço, deve realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as 
atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos 
básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicadas ao serviço. 
Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser 
realizados quando houver procedimentos específicos (passo a passo), detalhados e 
assinados por profissional(ais) autorizado(s) ou APR´s Completas. 
A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites 
estabelecidos como zona de risco, somente pode ser realizada mediante a desativação 
do religamento, também conhecida como bloqueio dos conjuntos e dispositivos 
automáticos do circuito, sistema ou equipamento. 
Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação 
da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico 
padronizado. 
Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com materiais 
isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes 
elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se às especificações do 
fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente. 
1.2. Proteção Contra Incêndio e Explosão 
As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de 
proteção contra incêndio e explosão. 
 
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Os materiais, peças, dispositivos, equipamentos e sistemas destinados à aplicação em 
instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem 
ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de 
Certificação. 
Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática 
devem dispor de proteção específica e dispositivo de descarga elétrica. 
Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de 
incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e 
seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de 
isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação. 
4.5. Sinalização de Segurança 
Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de 
segurança, destinada à advertência e à identificação, de forma a atender, dentre 
outras, as situações a seguir: 
a) identificação de circuitos elétricos; 
b) travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos; 
c) restrições e impedimentos de acesso; 
d) delimitações de áreas; 
e) sinalização de áreas de circulação, de vias públicas, de veículos e de 
movimentação de cargas; 
f) sinalização de impedimento de energização; 
g) identificação de equipamento ou circuito impedido. 
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5.5. Riscos Típicos no SEP e sua Prevenção. 
5.1 Proximidade e Contatos com Partes Energizadas. 
Proteção Contra o Risco de Contato: 
Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo 
que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os 
outros tipos de acidentes. 
As partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem 
ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para trabalho seguro. 
As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na 
impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos causais, devem ser 
isoladas por obstáculos que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços 
mecânicos usuais. 
Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, 
eventualmente, possa ficar sobtensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local 
acessível a contatos. 
O aterramento das instalações elétricas deve ser executado adequadamente de acordo 
com o item 10.2.8.3. 
As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente 
possível, devem ser providas de proteção complementar através de controle à 
distância, manual e/ou automático. 
As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indiretos com a água e que 
possam permitir fuga de corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial 
quanto à blindagem, isolamento e aterramento. 
Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (Fase-fase e fase-terra), 
utilização correta dos EPI’s e EPC’s (ao Contato, ao Potencial e a Distância). 
As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a 
condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas. 
 
21
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em 
suas proximidades. 
As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa 
tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, 
adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida. 
Os trabalhos que exigem o ingresso na zona controlada devem ser realizados mediante 
procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas abaixo. 
Zona de Risco: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível 
inclusive acidentalmente, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de 
tensão, cuja aproximação só é permitida a profissionais autorizados e com a adoção de 
técnicas e instrumentos apropriados de trabalho. 
Zona Controlada: entorno de parte condutora energizada, não segregada, acessível, 
de dimensões estabelecidas de acordo com o nívelde tensão, cuja aproximação só é 
permitida a profissionais autorizados. 
Figura 1 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de Risco, Controlada e 
Livre (volume geométrico estabelecido). 
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Figura 2 - Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de Risco, Controlada e 
Livre, com interposição de superfície de separação física adequada e isolante. 
ZL = Zona livre 
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. 
 
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ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, 
instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho. 
PE = Ponto da instalação energizado. 
SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos 
dispositivos de segurança. 
Os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades devem ser 
suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores 
em perigo. 
Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas ou para a entrada em 
operações de novas instalações ou equipamentos elétricos devem ser previamente 
elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados, e 
respectivos procedimentos de trabalho. 
O responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar 
situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata 
não seja possível. 
Trabalho em Proximidade: 
Trabalho durante o qual o trabalhador pode entrar na zona Controlada, ainda que seja 
com uma parte do seu corpo ou com extensões condutoras, representadas por 
materiais, ferramentas ou equipamentos que manipule. 
5.2 Indução. 
Um corpo carregado com certa carga elétrico, próximo a outro corpo, induz (provoca) 
aparecimento, nesse outro corpo, de uma carga igual e de sinal contrário (positivo x 
negativo). 
Os trabalhos com linhas transversais e/ou paralelas, utilizar o sistema de aterramento 
tantos quantos necessários. 
Indução magnética ou densidade do fluxo magnético (B) é o número de linhas de fluxo 
por unidade de área que permeiam o campo magnético. É uma quantidade vetorial, 
sendo a sua direção em qualquer ponto do campo magnético a direção do campo 
naquele ponto. 
A eletrostática (do grego eletro + statikos = estacionário) é o ramo da física que estuda 
as propriedades e o comportamento de cargas elétricas em repouso, ou que estuda os 
fenômenos do equilíbrio da eletricidade nos corpos que de alguma forma se tornam 
carregados de carga elétrica, ou eletrizados. 
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A indução eletrostática é o processo de carregar eletricamente um objeto colocando-o 
no campo elétrico de outro objeto carregado, às vezes também é chamada de indução 
elétrica. A eletrostática foi à primeira forma de energia elétrica produzida artificialmente. 
Um campo elétrico é o campo de força provocado por cargas elétricas (elétrons, 
prótons ou íons) ou por um sistema de cargas. Cargas elétricas num campo elétrico 
estão sujeitas a uma força elétrica. 
5.3. Descargas Atmosféricas. 
Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos 
raios. Atualmente tem-se que a fricção entre as partículas de água e gelo que formam 
as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes de forte intensidade, dão origem a 
uma grande quantidade de cargas elétricas. 
Verifica-se experimentalmente que as cargas elétricas positivas ocupam a parte 
superior da nuvem, enquanto que as cargas negativas se encontram na parte inferior, 
acarretando, consequentemente, uma intensa migração de cargas positivas na 
superfície da terra para a área correspondente à localização da nuvem. 
Desta forma, a concentração de cargas elétricas positivas e negativas numa 
determinada região faz surgir uma diferença de potencial que se denomina gradiente 
de tensão entre a nuvem e a terra. No entanto, o ar apresenta uma determinada rigidez 
dielétrica, normalmente elevada, comparada com outros agentes ambientais. 
O aumento desta diferença de potencial, que se denomina gradiente de tensão, poderá 
atingir um valor que supere a rigidez dielétrica do ar, interposto entre a nuvem e a terra, 
fazendo com que as cargas elétricas negativas migrem na direção da terra, um trajeto 
tortuoso e normalmente cheio de ramificações, cujo fenômeno é conhecido como 
descarga piloto. 
É de, aproximadamente, 1 kV/mm o gradiente de tensão para o qual a rigidez dielétrica 
do ar é rompida. A ionização do caminho seguido pela descarga piloto propicia 
condições favoráveis de condutibilidade do ar ambiente. Mantendo-se elevado o 
gradiente de tensão na região entre a nuvem e a terra, su de uma das ramificações da 
descarga piloto, em função da aproximação com o solo, uma descarga ascendente, 
constituída de cargas elétricas positivas, denominadas de retorno principal, de grande 
intensidade, responsável pelo fenômeno conhecido como trovão, que é o deslocamento 
da massa de ar circundante ao caminhamento do raio, em função da elevação da 
temperatura e, consequentemente, do aumento do volume. 
 
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Não se têm como precisar a altura do encontro entre estes dois fluxos de cargas que 
caminham em sentidos opostos, mas acredita-se que seja a poucas dezenas de metros 
da superfície da terra. A descarga de retorno atingindo a nuvem provoca numa 
determinada região da mesma, uma neutralização eletrostática temporária. Na tentativa 
de manter o equilíbrio dos potenciais elétricos no interior da nuvem, sum nestas, 
intensas descargas que resultam na formação de novas cargas negativas na sua parte 
inferior, dando início às chamadas descargas reflexas ou secundárias, no sentido da 
nuvem para a terra, tendo como canal condutor aquele seguido pela descarga de 
retorno que em sua trajetória ascendente deixa o ar ionizado. 
As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em sistemas 
elétricos causando prejuízos tanto materiais quanto para a segurança pessoal. Com o 
crescente aumento dessas descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de 
exposição a que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz de verificar 
a necessidade de instalação de para-raios. 
Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo, a segurança pessoal. Devem 
ser projetados para atender os critérios de segurança, tanto em alta frequência 
(descargas atmosféricas e telefonia) quanto em baixas frequências (como por exemplo: 
curtos circuitos em motores trifásicos). Para que o aterramento seja eficaz é necessário 
que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma invariabilidade nos valores 
da resistência de terra. Deve-se levar em consideração também a viabilização do 
projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito à configuração do sistema e o 
resultado desejado. 
Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10 Ω (Ohm), mas na 
prática, este valor pode ser bem variável. Adotando-se o aterramento com 
equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é manter todo o sistema a um mesmo 
potencial. Deste trabalho conclui-se a importância do conhecimento de projetos para os 
sistemas de aterramento e para-raios, de maneira minuciosa ressaltando suas 
características peculiares. 
Como sendo um fenômeno da natureza, podemos apenas amenizar os efeitos 
utilizando métodos seguros de para-raios e aterramento evitando trabalho com o tempo 
carregado (chuvoso). 
Descarga atmosférica. 
Raio, com alta tensão e amperagem, ocorrida por diferença de potencial entre duas 
cargas elétricas opostas, buscando reequilibrá-las. 
Descarga atmosférica transversal. 
Ocorre quando a tensão, rica em corrente, caminha pelo condutor sem diferença de 
potencial entre as fases, ou fase e neutro, formando um único campo elétrico. Tal caso 
é pouco frequente na rede elétrica, pois se o equipamento eletroeletrônico alimentado 
nesta rede não estiver aterrado não será atrativo para a descarga atmosférica. 
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O próprio transformador e o quadro de distribuição são mais atrativos para esse tipo

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