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Aula 01 – Fisiologia Renal Introdução • Introdução Consiste na fisiologia integrada de sistemas, mostrando que a disciplina fisiologia e de fato integrada. É necessário resgatar conhecimento de órgãos e sistemas, inclusive de outras matérias. Portanto, existe uma divisão didática para facilitar o entendimento, contudo, o corpo humano funciona de maneira integrada e que por isso, é necessário considerar conhecimento acerca de todas as matérias ministradas. • Aspectos gerais da função renal Quais as funções dos rins? A função mais importante é a regulação e balanço de água e eletrólitos, também denominada de equilíbrio hidroeletrolítico, e que se relaciona com a regulação de substâncias essenciais para funções celulares, como o sódio, potássio, cálcio, assim como a água que é chave para diversos processos celulares. No caso dos íons, tem- se a participação desses eletrólitos na transmissão de potenciais de ação, potencial de membrana e inclusive, da contração muscular, que seja muscular lisa, cardíaca, coagulação sanguínea, exocitose de neurotransmissores, regulação de hormônios. É válido destacar que esse íons atuam em processos orgânicos na forma de íons, não complexados. A segunda função principal é a excreção, ou seja, eliminação através da urina, de substâncias externas, como fármacos, edulcorantes de alimentos, adoçantes artificiais. Destacando que fármacos tem como principal via de excreção a via urinária, depois da entrada por via oral, sendo eliminado após a metabolização hepática e o metabólito do fármaco tende a se tornar hidrossolúvel, para sair através da urina. É por isso que uma das formas de detecção de fármacos indevidos em competições é pela urina, exame antidoping. Além disso, também são excretados os metabólitos endógenos que não podem ficar no organismo porque se tornam tóxicos, como a ureia (aas), que está diretamente ligada ao equilíbrio hidroeletrolítico, porque sempre se tem uma associação da ureia como algo ruim, contudo, nem tudo da ureia precisa ser eliminada, isto porque tem-se um fenômeno chamado de recirculação da ureia, que ao recircular exerce papel fisiológico benéfico no controle de volume de líquido ao exerce efeito osmótico necessário, já que tem-se uma relação da ingestão de muita proteína causador de grande eliminação do volume de água. A recirculação de amônia se relaciona com a atuação do hormônio antidiurético. , creatina (creatina muscular) e ácido úrico (ácidos nucleicos), caso estes não sejam eliminados, tem-se distúrbios. Como terceira função renal, tem-se a regulação do fluido extracelular e da água que está fora das células e dentro dos vasos sanguíneos, ou seja, o plasma. Esse conteúdo dentro dos vasos exerce uma certa volemia e apresenta reflexos diretos no componente hemodinâmico da pressão arterial, quando o indivíduo está hipervolêmico, tem-se sua pressão arterial aumentada. Em indivíduo com hipovolemia, tem-se menor pressão sanguínea, portanto, em pessoas desidratadas, tem-se o alto risco de hemorragias. Essa regulação apresenta o controle à longo prazo, porque existe um controle da pressão arterial a curto prazo por meio de barorreceptores. Sistema renina- angiotensina, aldosterona (córtex da adrenal) e a regulação e atuação do hormônio antidiurético (junto com a ocitocina são hormônios de origem hipotalâmica, armazenados na neurohipófise e liberados para a circulação). Outra função importante é a regulação do equilíbrio ácido-base, destacando o manejo de íons H+ e de íons HCO3- através das células tubulares renais e de que maneira se tem esse manejo e, além disso, quando o individuo está em estado de acidose ou alcalose, que ativa o mecanismo de tamponamento renal, evitando variações nos valores de pH, que tem valor médio de 7,4; sendo a faixa de sobrevida extremamente estreita. Sendo o transporte de CO2 pelos eritrócitos o que possibilita essa regulação, isto porque quando se tem um tecido periférico que utiliza oxigênio e produz o CO2 é transportado até a barreira alvéolo-capilar, então na liberação de H+, este é tamponado pela hemoglobina, e quem sai da hemácia e se direciona para o sangue o bicarbonato, que interage com o íon cloreto, estando a concentração de bicarbonato muito superior à concentração de H+, conferindo característica sanguínea de pH levemente alcalino devido à presença de íons cloreto. É o fato de que a hemoglobina ser tamponada pelos íons H+, permitindo o efeito Bohr, chegando até os pulmões e liberando O2. Os rins também produzem e secretam hormônios, não sendo glândulas endócrinas clássicas, entretanto, eles produzem substâncias que podem se caracterizar como hormônios, como a eritropoetina, importante para produção de eritrócitos (hematopoese) e a produção da forma mais ativa de vit. D, calcitriol (ativação de vitamina D). Além disso, os rins apresentam função ativa na gliconeogênese, que acontece apenas jejuns prolongados, porque constitui uma rota bioquímica de produção de glicose, em que se tem a ação do glucagon. • Funções dos rins Como dito anteriormente, como principais funções tem-se a excreção e principalmente o fato de os rins serem órgãos reguladores. Então tem-se o conceito de equilíbrio de massa, genericamente, tem-se a busca de concentração constate de determinadas substâncias como a água ou eletrólitos, para que esse nível seja mentido dentro de uma faixa fisiológica, o aporte de substâncias deve ser equilibrado com a perda dessa substâncias. Portanto, no caso da água, a água metabólica, dos alimentos, bebidas, se isso gera um aporte de cerca de 2,5 L, deve-se perder os mesmos 2,5 L, sendo o maior local de manejo da água que são os rins, tem-se o controle de 1,5L. É esse mecanismo que permite prever se o indivíduo possui aporte de água acima do normal, é esperado que para gerar o equilíbrio, esse indivíduo tenda a urinar muito mais. Caso seja uma situação de desidratação, é esperado que ele urine menos, sendo esta concentrada e turva. • Qual o aspecto anatômico funcional dos rins? Partindo o aspecto macroanatômico para um microanatômico, saindo do órgão e chegando até o néfron. Os rins, em condições normais são órgãos pares e que não estão dentro da cavidade peritoneal, sendo pressionados contra a região abdominal pelo peritônio, ocupando região anatômica chamada retroperitoneal, e inclusive, se observado por região posterior, eles se localizam entre a 11ª e 12ª costela. Os rins tem aspecto de uma borda convexa e uma borda concava, sendo revestido por uma cápsula fibrosa, que gera proteção aos elementos vasculares e tubulares dos rins e na porção central da borda concava, tem-se os elementos que se inserem e se chama hilo renal, contudo, tem-se elementos de entradas e saídas (fluído), em que nas artérias que induzem a entrada de sangue, sendo a veia renal e pelve renal os de saída, que induz a urina para a bexiga e tem-se no ato da micção a excreção da urina pela uretra. A artéria renal é produto da ramificação da aorta abdominal, em que no caso da direita, a artéria renal vaia adentrando, ramificando e formando arteríolas e se divergindo vascularmente, até que se tem os capilares e posteriormente, se tem as vênulas, veias gradativamente maiores e que se convergem para uma única veia, a veia renal, que desemboca na veia cava inferior. Seguindo o raciocínio, é importante revisar e entender que em um corte transversal, é possível visualizar uma camada mais externa, chamado córtex renal e uma mais interna que é a medula renal, tendo importância crucial quando se fala de funções como concentração de soluto no interstício medular interno e produção de hormônios. Destacando que os néfrons se localizam na porção medular dos rins, sendo composto por elementos tubulares dos néfrons e vasculares também, e parte deste néfron pode estar no córtex, na medula e na realidade, existem dois tiposde néfron, os corticais e os justamedulares. O nefro, néfron ou nefron, portanto, existem grafias diferentes para a mesma coisa. O néfron é a unidade funcional do rim – conjunto de estruturas que trabalham com um objetivo – que é manter a função renal, como parecido com as unidades funcionais do pulmão – alvéolos – mais especificamente as unidades que fazem a hematose, ou seja, troca de gases. É necessário saber que cada rim tem cerca de 1 milhão de néfrons funcionantes e uma em cada 50 mil pessoas pode nascer com apenas 1 rim funcional, sendo o outro atrofiado e quando isso acontece, o indivíduo pode viver naturalmente com metade da função renal, ou seja, com apenas um rim com ótima hidratação e boa dieta, possibilitando a compreensão da viabilização de transplante renal de indivíduo doador vivo. Como tipos de néfrons, tem-se o cortical (1) e o néfron justamedular (2). Cerca de 80% dos néfrons são corticais, sendo os outro 20% os justamedulares. Mas qual a diferença entre estes dois o fato de que os néfrons corticais são mais superficiais e os justamedulares na porção medular mais interna, tanto é que a alça de Henle chega a penetrar na porção cortical, enquanto a outra alça de Henle possui seguimento interno e externo na região justamedular, no caso dos justamedulares possuem relação com a circulação, e com a capacidade de concentração e de diluição da urina, sendo a concentrada com baixo volume de água, destacando que alguns pensadores alegam que o ser humano pagou um preço pela evolução, porque é fato que os seres humanos vivem em ambiente terrestre mas possuem capacidade limitada de conservar água no corpo, por isso, se faz necessária a ingestão de água pelo TGI, se 80% dos néfrons fossem justamedulares, os seres humanos poderiam passar cerca de 1 semana sem ingerir água. A vascularização do nefro é gerada pela artéria renal a partir da aorta abdominal e em um ponto, a artéria se transforma em arteríola, formando depois capilares e que tendem a formar vênulas e estas vão convergir para a veia renal e se direciona para a veia cava inferior. Contudo é necessário que compreendamos que essa artéria interlobular se ramifica na arteríola aferente, seguida dos capilares glomerulares, seguida da arteríola eferente e se direciona para os capilares peritubulares, que vão para a veia arqueada, veia interlobar, veia renal e por última veia cava. Contudo, existe um diferencial, isto porque após o capilar glomerular se tem uma outra arteríola, não um vênula, e logo após a arteríola eferente que sai do capilar glomerular, tem-se um outro capilar chamado peritubular, se localizam na periferia dos néfrons, no caso dos justamedulares, estes se caracterizam como vasos retos, diferente dos corticais. A arteríola aferente chega até a cápsula de Bowman, e compõe parte do capilar glomerular, que também possui alças e glomérulos em formato aglomerado, e estes convergem para uma única arteríola de saída que sai da cápsula de bowman, e esta arteríola forma uma nova rede de capilares, os peritubulares. Então tem-se duas redes de capilares em série, compondo o sistema porta. No capilar glomerular, e que constitui as alças dos capilares glomerulares são dos tipos fenestrados – possuem espaços ou fenestras entre as células endoteliais – e por isso, tem-se a elevada permeabilidade inerente, visto que, se ocorre a filtração de sangue e plasma, é necessário possuir espaços que permitam a passagem de alguns elementos podem atravessar, como água e eletrólitos, e outros não, como proteínas de alto peso molecular de carga negativa (albumina, que precisam estar circulando no plasma para manter o líquido no compartimento intravascular) e hemácias/eritrócitos. Para promover o processo de filtração, tem-se um vaso que permite a troca projetado para comportar a demanda da taxa de filtração ao longo do dia, possuindo permeabilidade significativa. • Elementos tubulares O corpúsculo renal é constituído pela cápsula de bowman e os glomérulos renais, que se direcional para o túbulo contorcido proximal que assume o trajeto de uma alça – alça de Henle – e esta se direciona e possui um ramo descendente – do córtex para a medula - e um ramo ascendentes – medula em direção ao córtex – e após isso, ele assume uma forma sinuosa, chamado túbulo contorcido distal do néfron, se associa com mais dois ou três túbulos distais, estes desembocam no ducto coletor, localizado na medula. O plasma filtrado quando se localiza no túbulo proximal, ele não deve ser chamado de urina, porque do túbulo proximal (onde se localiza e perpassa o ultrafiltrado, passou por filtração de nível molecular) até o ducto coletor, acontece muita coisa e depende diretamente de características do indivíduo, como grau de hidratação, uso de medicamentos, entre outros, como processos de reabsorção ou processos de reabsorção, podendo ser chamado de urina apenas ao chegar no ducto coletor, porque a partir da estrutura do ducto coletor, é que não se tem mais alterações na urina. No corpúsculo renal, que é o único local onde ocorre a filtração, que é composto pela cápsula glomerular e capilares glomerulares, entre estes possuem o espaço capsular onde é realizada a coleta do ultrafiltrado como uma coluna de líquido. A camada muscular lisa é mais generosa na arteríola aferente do que a eferente. Se as estruturas se apresentam de uma maneira, tem-se uma razão, o ramo ascendente da alça perpassa próximo de um ângulo formado entre as arteríola aferente e eferente, de maneira a permitir a interação entre células do ramo ascendente com a arteríola eferente, possibilitando a regulação e influencia no processo da filtração e portanto, uma chance de comunicação parácrina, capaz de permitir o monitoramento da concentração do fluído localizado no ramo da alça ascendente, posteriormente, influenciando na regulação. • Epitélio tubular Existem segmentos do néfron com características morfológicas, como por exemplo no túbulo coletor que possui maior borda em escova e permite a reabsorção, e que é regulado pelo fluxo de massa, ao contrário do que acontece no ducto coletor, que possui menos borda em escova, e é regulado principalmente pelo sistema hormonal. Além disso, o túbulo proximal necessita de ATP para permitir a reabsorção, por isso possui maior número de mitocôndrias, isto porque o transporte de ATP é caracterizado como transporte ativo, demandando energia. Já o ducto coletor possui maior núcleo nos podócitos, porque esta célula é o alvo da aldosterona, que é um hormônio de classe química de base esteróide, possuindo efeito no citoplasma e núcleo, portanto, as células precisam de um grande núcleo, porque no caso, a aldosterona induz síntese proteica. O túbulo proximal tem muito menos densidade de zonas de oclusão, que apresentam papel importante de transporte para a via paracelular, porque no caso do túbulo proximal se tem maior possibilidade de comunicação entre as células e transporte paracelular, já no ducto coletor não se tem isto, portanto, por não estar ligado à reabsorção, o ducto coletor não possui as “tight junctions”. • Função tubular A morfologia diferencial das células permite diferentes regulações, trocas bioquímicas por transportadores. No caso da porção do néfron distal, mais perto dos túbulos, tem- se as células principais, que possuem canais de sódio, canais de potássio e uma bomba de sódio-potássio-atpase, que só existe neste local específico. Já nas células intercaladas, na região do néfron distal, que atua principalmente, na regulação do equilíbrio ácido-base. No tocante à indivíduos com síndrome de acidose, principalmente, porque induz a saída de íons H+ e induz a entrada de bicarbonato, que atua elevando as concentrações de íons Cl-, o que também potencializa o aumento do pH sanguíneo. • Como se apresenta a inervação dos rins Não é motora somática voluntária,portanto, existe um componente do sistema nervoso autônomo, não existindo inervação parassimpática significativa, especialmente direcionada para a arteríola aferente, portanto, convém que a inervação simpática do músculo liso vascular, para as células granulares, que são células musculares lisas modificadas – células justaglomerulares – sendo o mediador do simpático essencial a noradrenalina, porque as fibras simpáticas dessas áreas são adrenérgicas. As células de tonalidade verde, justaglomerulares ou granulares, que contém grânulos de secreção, que é a renina, que faz parte do sistema renina- angiotensina e que constitui a produção hormonal. A principal inervação adrenérgica é nas células glomerulares. • O que é o aparato justaglomerular? Ramo ascendentes da arteríola eferente que interage com as células justaglomerulares, mais especificamente as células da mácula densa, conversando também com as células justaglomerulares e das células mesangiais, constituindo um mecanismo fisiológico da autorregulação da filtração glomerular, constituindo uma comunicação parácrina. A comunicação entre as arteríolas aferentes e eferentes, mais precisamente o ângulo formado entre elas e o contato destas com o túbulo distal – transição do final do ramo ascendente da alça e o início do distal.
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