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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 DIETOTERAPIA .......................................................................................... 4 2.1 Conceito ............................................................................................... 5 3 DIETAS TERAPÊUTICAS ........................................................................... 6 3.1 Dieta hipossódica ................................................................................. 6 3.2 Dieta hipercalórica ................................................................................ 6 3.3 Dieta hipoproteica ................................................................................ 7 3.4 Dieta hiperproteica ............................................................................... 7 3.5 Dieta hipoglicídica ................................................................................ 7 3.6 Dieta hiperglicídica ............................................................................... 7 3.7 Dieta hipolipídica .................................................................................. 7 3.8 Dieta hiperlipídica ................................................................................. 7 3.9 Dieta normal ......................................................................................... 8 3.10 Dieta branda ...................................................................................... 8 3.11 Dieta pastosa .................................................................................... 8 3.12 Dieta líquida ...................................................................................... 9 4 DIETAS HOSPITALARES ......................................................................... 10 4.1 Dieta isenta de glúten ......................................................................... 11 4.2 Dieta baixa em purinas ....................................................................... 11 4.3 Dieta baixa em colesterol ................................................................... 12 4.4 Dieta para pacientes renais crônicos.................................................. 12 4.5 Dietas hipocalóricas ........................................................................... 12 4.6 Dietas para o preparo de exames ...................................................... 12 5 TERAPIA NUTRICIONAL (TN) ................................................................. 13 6 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE) ............................................. 14 2 7 TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP) ...................................... 16 8 DIETOTERAPIA NO DIABETES MELLITUS (DM) ................................... 17 9 DIETOTERAPIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) ............................ 20 10 DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS ................................................. 23 11 DIETOTERAPIA NA OBESIDADE ......................................................... 26 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 30 13 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ....................................................... 37 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 DIETOTERAPIA Fonte: Pixabay.com A Dietoterapia ou Terapia Clínica Nutricional (TCN) compreende uma série de cuidados nutricionais que necessitam ser observados durante o tratamento de patologias específicas, como, por exemplo, a restrição ao consumo de açúcares para os diabéticos ou do sal para os indivíduos hipertensos. Além de desempenhar um papel principal no crescimento, desenvolvimento, saúde e condicionamento físico, prevenindo e retardando o aparecimento de doenças relacionadas à alimentação, a nutrição pode ser uma ferramenta poderosa para o tratamento de várias enfermidades. Com a expansão da base de conhecimentos sobre os nutrientes e suas funções biológicas no organismo humano, ocorreu um aumento na lista de doenças suscetíveis à intervenção nutricional e que podem ser evitadas apenas com alterações nos hábitos alimentares diários. Dentre os agravos à saúde que acometem um grande número de pessoas ao redor do mundo, alguns respondem melhor ao tratamento nutricional, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus (tipo 2). Além destes, distúrbios intestinais e as carências nutricionais também podem ser tratados com modificações na dieta. A necessidade de nutrientes de um indivíduo varia de acordo com seu estado nutricional atual e passado, idade, sexo, peso, estatura, atividade física, composição corporal e condição fisiológica (COPPINI & COLABORADORES, 2011 apud VARGAS et al 2018). 5 Desde os tempos remotos, a humanidade já utilizava os alimentos e ervas para fins medicinais, porque, ainda não existiam o que chamamos hoje de medicamentos. A dietoterapia é uma ferramenta da saúde, e em especial do profissional nutricionista, que faz uso dos alimentos (principalmente), para o tratamento e prevenção de doenças, levando o corpo humano a adquirir os nutrientes necessários para a boa performance e saúde. 2.1 Conceito Dietoterapia é a parte da ciência da nutrição que se dedica às dietas especificas para cada enfermidade manifestada pelo indivíduo. O cuidado nutricional é o processo de ir ao encontro das diferentes necessidades nutricionais de uma pessoa e isto, vai depender do tipo de enfermidade que acomete o indivíduo. A função terapêutica da alimentação tem evoluído graças ao avanço considerável dos conhecimentos relacionados à dietética e à nutrição. As pesquisas nessas áreas forneceram novos pontos de vista acerca da terapia nutricional, ficando cada vez mais claro que a alimentação pode, de fato, apresentar um papel relevante no processo saúde e doença, atuando na preservação ou recuperação do estado nutricional do paciente (DEMÁRIO; SOUSA; SALLES, 2010 apud ABREU et al 2018). Para um indivíduo saudável, o cuidado nutricional pode significar apenas a avaliação nutricional realizada rotineiramente. Uma pessoa saudável necessita de cuidado nutricional na forma de reeducação quanto aos hábitos alimentares. Já o cuidado nutricional para paciente enfermo ou hospitalizado torna-se bem mais complexo. Deve incluir o acompanhamento da ingestão alimentar, a adequação destes alimentos à sua patologia e quando ela for inadequada, deverá incluir o aconselhamento do paciente. Alguns itens são considerados na hora em que se faz uma dieta para um paciente enfermo: • A dieta deve desviar-se do normal o mínimo possível; • A dieta deverá suprir as necessidades de nutrientes essenciais ao organismo humano; • Hábitos e preferências alimentares, seu poder aquisitivo e práticas religiosas devem ser respeitados; • Estado nutricional. 6 A nutriçãooral é definida como a principal via de alimentação e é o meio preferencial para a ingestão de alimentos. Outra forma de terapia nutricional pode ser realizada quando os indivíduos não forem capazes de atingir suas necessidades nutricionais ou quando não podem e não devem alimentar-se pelo método convencional. A via alternativa tem como objetivo substituir ou complementar a alimentação por via oral (PEIXOTO 2015 apud UENO et al 2018). 3 DIETAS TERAPÊUTICAS Fonte: Pixabay.com Existem vários tipos de dietas terapêuticas restritivas que podem ser utilizadas de acordo com a enfermidade manifestada pelo indivíduo. As mesmas serão descritas nos tópicos a seguir. 3.1 Dieta hipossódica Dieta pobre no mineral sódio (Na), que se concentra em especial no sal de cozinha (NaCl). É indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com retenção de líquidos (edemas), dentre outros. 3.2 Dieta hipercalórica Dieta rica em energia, que tem o objetivo principal de prevenir e tratar principalmente a desnutrição. 7 3.3 Dieta hipoproteica Dieta pobre no macronutriente proteína, indicada para indivíduos com ingestão controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência renal e cirrose hepática. 3.4 Dieta hiperproteica Dieta rica em proteínas, usada também nos casos de desnutrição, em pacientes traumatizados como queimados e no caso de hiperplasia tecidual em casos de tecidos lesionados. 3.5 Dieta hipoglicídica Dieta pobre em glicídios (carboidratos e açúcares), que tem como principal objetivo diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente o valor calórico total da refeição. Como no caso da dieta para diabéticos que é pobre em sacarose, o tradicional açúcar de mesa. 3.6 Dieta hiperglicídica Por vezes uma carga glicêmica alta faz-se necessário, aplicada em casos específicos de atletas e também em casos de intoxicação alcoólica. Em terapêutica de cirrose hepática é necessário restringir gorduras e proteínas, o que torna a dieta naturalmente com alto teor de carboidratos (hiperglicídica). 3.7 Dieta hipolipídica Dieta pobre em óleos e gorduras, principalmente em gorduras saturadas, indicada para pacientes com hipercolesterolemia, cirrose, cardiopatas e obesos. 3.8 Dieta hiperlipídica Dieta com uma boa quantidade do macronutriente gordura, principalmente de Triglicerídeos de Cadeia Média (TCMs), normalmente indicada para tratamento de 8 desnutrição grave e portadores de fibrose cística. Nem sempre pode ser associada à dieta hipercalórica. Pode ter apenas o foco de modificar a qualidade das gorduras na dieta. A dieta é um aspecto fundamental da vida diária e possui várias possibilidades. A capacidade de utilizar os alimentos para tratar doenças é uma oportunidade única, de tal forma que a dieta é um alvo potencial para uma intervenção profunda. Nesse sentido, as terapias dietéticas, que remodelam os padrões de consumo de alimentos, podem alterar a exposição a substâncias deletérias, como aditivos alimentares; influenciar diretamente a composição da microbiota intestinal; e também ter uma interferência direta no funcionamento do sistema imunológico (GREEN et al., 2019 apud PIDDE et al 2019). A consistência da dieta ofertada também é um fator que deve ser levado em consideração no contexto da dietoterapia. 3.9 Dieta normal Pode ser chamada também de dieta livre. Trata-se de uma refeição normal, indicada para pacientes sem restrições alimentares ou sem indicações dietoterápicas específicas. O paciente pode receber qualquer tipo de preparação de acordo com sua tolerância alimentar. 3.10 Dieta branda Dieta composta por alimentos cozidos, com baixo volume de fibras sendo estas abrandadas pela cocção. Com consistência mole ou macia, é normal em calorias e nutrientes. Moderada em resíduos, é de fácil mastigação, deglutição e digestão. É indicada para indivíduos com enfermidades que envolvam o trato digestório e também utilizada como transição para dieta livre. 3.11 Dieta pastosa Recomendada principalmente para pacientes com disfagia, dificuldades de mastigação e deglutição como ausência de dentes ou problemas motores, alterações gastrintestinais ou outras manifestações clínicas como pós-cirurgia. É composta por alimentos bem macios, bem cozidos, em forma de purê e papas. 9 3.12 Dieta líquida Possui o objetivo de ser facilmente deglutida e digerida. É indicada para disfagias, enfermidades febris, problemas na mastigação ou do aparelho digestório e é utilizada normalmente no pré e pós operatório. Possui um curto tempo de uso e pode ser dividida em dieta líquida clara (fornece líquidos, eletrólitos e com pequena quantidade de energia; trata-se de chás, suco de frutas, gelatinas) e dieta líquida completa que é constituída de líquidos e semilíquidos, mas pobre em fibras. É empregada para diversas patologias e situações, por curto período. As dietas terapêuticas podem ser usadas isoladamente ou de forma mista, dependendo do objetivo da terapia. Exemplo: Paciente diabético, hipertenso, com disfagia: Dieta hipoglicídica simples, hipossódica e pastosa. A nutrição pode ser feita por via oral, ou seja, pela maneira fisiológica do processo de alimentação, ou por um modo especial. No modo especial tem-se dois tipos de terapia nutricional: a nutrição enteral (NE) e a nutrição parenteral (NP). A primeira ocorre quando o alimento é colocado diretamente em uma área do tubo digestivo geralmente o estômago ou o jejuno através de sondas que podem entrar pelo nariz ou boca ou por um orifício feito por cirurgia diretamente no abdômen do indivíduo. A nutrição parenteral é a que é feita quando o paciente é alimentado com preparados para administração diretamente na veia, não passando pelo tubo digestivo. A boa alimentação depende de uma dieta regular e equilibrada nutricionalmente - ou seja, é preciso fornecer às células do organismo não só a quantidade como também a variedade adequada de substâncias importantes para seu bom funcionamento, como os macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e os micronutrientes (vitaminas e minerais). 10 4 DIETAS HOSPITALARES Fonte: Pixabay.com O cuidado humano, no ambiente hospitalar, manifesta-se por meio da atuação profissional de natureza multidisciplinar. Dentro deste contexto, o cuidado nutricional é considerado relevante para a melhoria da qualidade da assistência ao paciente. O cuidado nutricional compreende um conjunto de medidas voltadas à promoção, recuperação e manutenção da saúde, proporcionando satisfação sensorial e psicológica ao paciente, sendo incorporado ao processo de humanização das instituições hospitalares. A humanização do atendimento nutricional em hospitais é caracterizada pelo constante acompanhamento dos pacientes pelos nutricionistas, possibilitando a escolha de alimentos e preparações que permitam favorecer a aceitação alimentar, segundo a dieta prescrita. A aceitação da dieta hospitalar é fundamental, pois essa tem como objetivo principal o fornecimento de calorias e nutrientes aos pacientes, podendo contribuir ainda com a melhora da qualidade de vida no período de hospitalização (FILIPINI, GOMES, CARVALHO & VIEIRA, 2014 apud SOUZA et al 2018). A alimentação fornecida em hospitais possui aspectos característicos e diferenciados com relação ao cotidiano dos pacientes que provêm de grupos culturais e econômicos distintos, além de hábitos alimentares diversos. Tendo em vista que o estado nutricional é relevante na evolução clínica de pacientes hospitalizados, que 11 pacientes desnutridos tem maiores taxas de infecção e morbimortalidade e que a internação hospitalar pode afetar o apetite, o paladar, o processo digestório e a utilização dos nutrientes pelo organismo, faz-se necessário o atendimento nutricional individualizado. Todos os hospitais e instituições possuem dietas específicas padronizadas,delineadas para uniformidade e conveniência de serviço. Baseadas em padrão dietético apropriado. As necessidades nutricionais do paciente deverão ser determinadas depois de diversas análises como: estado nutricional, histórico de cirurgia e medicamentos e outros tratamentos médicos, efeito da patologia que acomete o paciente e perdas nutricionais decorrentes. As dietas hospitalares são prescritas de acordo com a necessidade patológica do paciente, o que pode acarretar modificações de consistência, chamadas dietas de progressão, e ainda podem ser alteradas com a inclusão ou exclusão de algum nutriente, chamadas dietas especiais (CASADO & BARBOSA, 2015 apud SOUZA et al 2018). No período de internação hospitalar, o paciente estará passivo a diversas dietas terapêuticas específicas, além das apropriadas para o pré e pós operatório. Estas dietas podem ser temporárias ou permanentes e sendo assim, serão seguidas após a alta hospitalar. Além das dietas padrão relatadas anteriormente, como normal, branda, pastosa, líquida, outras dietas específicas se destacam, entre elas pode-se citar: 4.1 Dieta isenta de glúten Específica para pacientes diagnosticados com doença celíaca. O glúten é a proteína presente em alguns cereais e em todos os seus derivados e produtos com os seguintes ingredientes: trigo, centeio, cevada e aveia. A dieta é de exclusão permanente. No Brasil tornou-se obrigatório constar em todos os rótulos de produtos alimentícios as frases: “contém glúten” ou “não contém glúten”. 4.2 Dieta baixa em purinas Dieta específica para indivíduos com gota. A gota é uma enfermidade que caracteriza-se pelo aumento exagerado de ácido úrico na corrente sanguínea. A 12 restrição de alimentos que são fontes de purinas é a única terapêutica nutricional indicada. 4.3 Dieta baixa em colesterol É destinada para pacientes cardiopatas ou hipercolesterolêmicos, onde serão restringidos os alimentos fontes de colesterol, ou seja, os alimentos gordurosos de origem animal, já que o colesterol não é produzido pelos vegetais. Pode ser utilizada de forma temporária ou permanente. 4.4 Dieta para pacientes renais crônicos Indivíduos com doença renal crônica ou que estejam em fase de diálise, necessitam de uma dieta extremamente restritiva e específica inclusive no volume hídrico. 4.5 Dietas hipocalóricas As dietas hipocalóricas podem ser muito restritivas ou menos restritivas, sendo aplicadas de acordo com cada necessidade do indivíduo. Dietas a partir de 500 calorias totais ao dia, com 1000 calorias, com 1200 calorias ou até com 1500 calorias ao dia. 4.6 Dietas para o preparo de exames Determinados exames bioquímicos e funcionais, invasivos ou não, requerem restrições alimentares ou de preparo específico. Para cada exame existe a indicação nutricional adequada. Após cirurgias, o paciente permanecerá em jejum de 24 a 48 horas dependendo da evolução clínica. Após este período será feito um plano alimentar com dietas evolutivas, iniciar com dieta líquida, gradualmente introduzir alimentos sólidos até chegar ao padrão da dieta normal. As dietas hospitalares visam atender às demandas nutricionais dos enfermos decorrentes do estado nutricional e fisiopatológico em que se encontram. Contribuem para manter ou recuperar o estado de saúde e evitar o déficit 13 nutricional durante a internação. Nesse sentido, as dietas podem sofrer modificações de consistência, temperatura, volume, valor calórico, alterações das características químicas e restrições de nutrientes específicos (FERNÁNDEZ et al 2003; MERHI et al 2015 apud RIBAS et al 2017). 5 TERAPIA NUTRICIONAL (TN) Fonte: Pixabay.com A terapia nutricional (TN) é a oferta de nutrientes pelas vias oral, enteral e/ou parenteral, de acordo com as condições clínicas de cada paciente, tendo em vista a oferta terapêutica de proteínas, energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não possam receber suas necessidades pela via oral, convencional. Todos os pacientes em TN devem ser monitorizados rotineiramente a fim de garantir melhores desfechos clínicos e menores custos de internação (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2011 apud HAMMES, 2019). A terapia nutricional tem como principais objetivos prevenir e tratar o processo de desnutrição, preparar o paciente para o procedimento cirúrgico e clínico, melhorar a resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos hospitalares. 14 Os passos para terapia nutricional são: • Triagem nutricional; • Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos; • Cálculo das necessidades nutricionais; • Indicação da terapia nutricional a ser instituída; • Monitoramento/acompanhamento nutricional; • Aplicação dos indicadores de qualidade na terapia nutricional. A nutrição oral é definida como a principal via de alimentação e é o meio preferencial para a ingestão de alimentos. Outra forma de terapia nutricional pode ser realizada quando os indivíduos não forem capazes de atingir suas necessidades nutricionais ou quando não podem e não devem alimentar-se pelo método convencional. A via alternativa tem como objetivo substituir ou complementar a alimentação por via oral (PEIXOTO 2015 UENO et al 2018). 6 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL (TNE) Fonte: youtube.com A nutrição enteral pode ser definida como um alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em usuário desnutrido ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 15 Alterações da motilidade gastrintestinal são comuns em pacientes hospitalizados em uso de TNE e, podem variar dependendo de sua condição clínica e seu estado nutricional (BTAICHE et al., 2010, apud SCHODER et al 2019). É indicada para indivíduos impossibilitados de ingerir alimentos pela via oral, seja por patologias do trato gastrointestinal alto, por intubação orotraqueal, por distúrbios neurológicos com comprometimento do nível de consciência ou dos movimentos mastigatórios. Também é indicada para pacientes com baixa ingesta via oral e anorexia de diversas causas. A administração de nutrição por sonda enteral não contraindica a alimentação oral, se esta não implicar em riscos para o paciente (pacientes com nível de consciência rebaixado ou disfágicos). A qualidade da terapia de nutrição enteral depende da boa execução dos procedimentos necessários ao seu funcionamento. As etapas determinantes incluem a avaliação inicial do paciente, indicação da nutrição enteral, seleção da via de acesso, prescrição correta da dieta, ratificação da necessidade do procedimento; seleção, fabricação, dispensação e preparação dos produtos necessários bem como a administração dos mesmos; e por fim a monitorização e reavaliação do paciente, corrigindo as eventuais intercorrências que podem ocorrer durante o processo (BOULLATA et al 2017 apud FRANCO et al 2019). A nutrição enteral, ao contrário da parenteral, ajuda a preservar e recuperar a estrutura e a função do trato gastrointestinal, além de ser economicamente mais viável. A regra é: se o trato gastrointestinal funciona, mesmo que parcialmente, use-o. Uma TN enteral (TNE) precoce e adequada pode reduzir consideravelmentea incidência de infecções e o tempo de permanência hospitalar (CARTOLANO et al 2009 apud ALVES 2019). 16 7 TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL (TNP) Fonte: nutriente.com.br A nutrição parenteral (NP) é a infusão intravenosa de nutrientes diretamente na circulação sistêmica, ultrapassando o trato gastrointestinal (TGI). É recomendada quando há uma alteração parcial ou total do trato gastrointestinal, sendo indicada também em outros casos como o pré-operatório ou subnutrição, além disso, pode ser utilizada como complemento quando a dieta enteral ou oral não alcançarem as necessidades nutricionais do paciente. Na escolha da via para acesso nutricional deve-se optar primeiramente pela nutrição enteral (NE), sendo a nutrição parenteral (NP) indicada na impossibilidade de NE ou quando esta não é suficiente para suprir as necessidades nutricionais (CARUSO et al 2014 apud UENO et al 2018). Os primeiros estudos bem sucedidos de infusão de uma alimentação artificial parenteral foram desenvolvidos por DUDRICK & COLABORADORES, somente na década de 1960, o que demonstra o quanto esta prática tem se desenvolvido e se aperfeiçoado, nos últimos tempos. A decisão sobre qual paciente será submetido a NP envolve aspectos relacionados com a doença de base e a experiência clínica da equipe de suporte nutricional sendo a primeira etapa considerar se o processo mórbido em si será influenciado pelo suporte nutricional parenteral, se a doença ou o tratamento vai piorar o apetite, alterar a digestão/absorção e qual sua duração. 17 A composição básica da solução de NPT deve visar fornecer todos os nutrientes necessários à demanda nutricional do paciente, bem como deve estar de acordo com a capacidade metabólica, distúrbios metabólicos, deficiências ou sobrecargas (TEIXEIRA NETO, 2003, apud CONY, 2019). 8 DIETOTERAPIA NO DIABETES MELLITUS (DM) Fonte: Pixabay.com O Diabetes Mellitus (DM) é uma patologia crônica que se constitui num transtorno do metabolismo intermediário consequente à falta da produção de insulina ou a sua inadequada utilização pelos tecidos, tendo elevação na taxa de glicemia. A hiperglicemia insistente está relacionada a complicações crônicas micro e macrovasculares, aumento de morbidade, redução da qualidade de vida e aumento da taxa de mortalidade. Existem diferentes tipos de diabetes devido aos seus sintomas, complicações e tratamento. Assim, os tipos mais comuns são diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), diabetes gestacional e outros tipos de diabetes (SBD, 2017-2018). A diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma das doenças crônicas mais comuns na contemporaneidade, com grande impacto na saúde pública, no âmbito mundial, e altos custos de tratamento (MILECH et al., 2016 apud AMORIM 2018). A modificação do comportamento alimentar inadequado e a perda ponderal, associados à pratica de atividade física regular, são consideradas terapias de primeira escolha para o tratamento da síndrome metabólica, por favorecer a redução da 18 circunferência abdominal e da gordura visceral, melhorar a sensibilidade à insulina e diminuir as concentrações plasmáticas de glicose e triglicérides, aumentar valores de HDL colesterol e, consequentemente, reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento de DM2 e doenças cardiovasculares. O cuidado nutricional no Diabetes Mellitus (DM) é uma das partes mais desafiadoras do tratamento e das estratégias de mudança do estilo de vida. Segundo a American Diabetes Association (ADA) a melhor estratégia para a promoção da saúde e redução das DCNTs é manter uma alimentação equilibrada. Sendo assim, a dieta adequada e saudável se faz extremamente importante para pessoas com DM para o controle, tratamento e prevenção de complicações (FONSECA; ITO, 2015 apud BERTONHI 2018). A conduta nutricional direcionada a indivíduos com DM1 e DM2, pré-diabetes e DM gestacional (DMG) deve ser definida com base em avaliação e diagnóstico nutricional, para posterior programação das intervenções nutricionais. Acompanhamento e avaliações contínuas apoiam mudanças de estilo de vida em longo prazo, bem como possibilitam analisar resultados e modificar intervenções, quando necessário. A dieta para o indivíduo diabético deve ser individualizada e nutricionalmente equilibrada, assim como para qualquer outra população, e também deve ser feita de acordo com suas necessidades e preferências (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2017 apud BERTONHI 2018). Embora diversos estudos tenham tentado identificar a melhor combinação de nutrientes para indivíduos com DM, uma revisão sistemática mostrou que não há proporção ideal aplicável e que, portanto, macro e micronutrientes devem ser prescritos de forma individualizada. Sendo assim, a ingestão dietética em pacientes com DM (Quadro 1) segue recomendações semelhantes àquelas definidas para a população geral, considerando-se todas as faixas etárias. Quadro 1. Composição nutricional do plano alimentar indicado para pessoas com diabetes mellitus. 19 Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. A ingestão de cereais integrais e fibra dietética está associada a um menor risco de desenvolvimento do diabetes. Um aumento na ingestão de alimentos que contenham cereais integrais está associado à melhoria na sensibilidade insulínica, independentemente do peso corporal, e um aumento na ingestão de fibra dietética também está associado a uma melhor sensibilidade à insulina e a um aumento na capacidade de secretá-la adequadamente para superar a resistência à insulina. Algumas fibras dietéticas podem atenuar a resposta à insulina e, assim, auxiliar na prevenção e controle do DM. Inúmeras evidências epidemiológicas apontam para esse efeito protetor da fibra e revelam que os efeitos benéficos são decorrentes, principalmente, da ingestão de fibras solúveis (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017-2018 apud LEMOS et al 2018). - Metas da terapia nutricional para diabetes melito aplicadas a pessoas em risco para diabetes ou pré-diabetes: 1- Diminuir o risco de diabetes e doença cardiovascular ao promover as escolhas alimentares saudáveis e a prática de atividades físicas, levando à perda de peso moderada que é mantida. - Metas da terapia nutricional para diabéticos: 1- Na medida do possível, alcançar e manter: • Os níveis de glicemia na variação normal ou o mais próximo do normal e seguro possível; • Um perfil dos lipídios e lipoproteínas que reduza o risco de doença cardiovascular; 20 • Níveis da pressão arterial que reduzam o risco de doença vascular. 2- Evitar ou pelo menos diminuir, a taxa do desenvolvimento das complicações crônicas do diabetes ao modificar a ingestão de nutrientes e o estilo de vida conforme apropriado. 3- Abordar as necessidades nutricionais individuais, levando em consideração as preferências pessoais e culturais e a vontade de mudar. 4- Limitar as escolhas alimentares com base apenas nas evidências e manter o prazer de comer. 9 DIETOTERAPIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) Fonte: Pixabay.com Hipertensão arterial (HA) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos- alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM). Mantém associação independente com eventos como morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal (7ª DIRETRIZ BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL). 21 Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o controle adequado entre pessoas tratadasde HAS permanece como importante desafio para a saúde pública (YANG et al 2015; SIVÉN et al 2015 apud FIRMO et al 2018). O sucesso do tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) com medidas relacionadas à nutrição depende da adoção de um plano alimentar saudável e sustentável. A utilização de dietas radicais resulta em abandono do tratamento. O foco em apenas um único nutriente ou alimento tem perdido espaço para a análise do padrão alimentar de forma integral, que permite avaliar o sinergismo entre os nutrientes/alimentos. A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) enfatiza o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo percentual de gorduras; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas açucarados. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a PA. A HAS é considerada um importante fator de risco para ocorrência de eventos cardíacos. É uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA), podendo causar lesões em órgãos vitais, como cérebro, coração e rins, e de alta prevalência em todos os países, sejam desenvolvidos, sejam em desenvolvimento (RANQUINEN et al 2015; TAN et al 2012; MORAN et al 2014 apud DA SILVA HORTENCIO et al 2018). Algumas medidas para o combate à HAS são: • Redução do consumo de sódio; • Consumo de ácidos graxos insaturados, fibras e oleaginosas; • Prática regular de exercícios físicos; • Cessação do tabagismo; • Controle do estresse. Os limites de PA considerados normais são arbitrários. Entretanto, valores que classificam o comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório estão expressos no Quadro 2. Quadro 2: Classificação da PA de acordo com a medição casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade. 22 Fonte: 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (Biênio 2018/2019). A HAS é responsável por pelo menos 40% das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em combinação com o diabetes, 50% dos casos de insuficiência renal terminal (BRASIL, 2016 apud DO AMARAL MENDES et al 2018). Os valores que definem HAS estão expressos no Quadro 3. Considerando-se que os valores de PA obtidos por métodos distintos têm níveis de anormalidade diferentes, há que se considerar os valores de anormalidade definidos para cada um deles para o estabelecimento do diagnóstico. Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico deverá ser sempre validado por medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais ocasiões, e confirmado por medições fora do consultório. A HAS não controlada é definida quando, mesmo sob tratamento anti-hipertensivo, o paciente permanece com a PA elevada tanto no consultório como fora dele por algum dos dois métodos, MAPA ou MRPA. Quadro 3. Valores de referência para a definição de HAS pelas medidas de consultório, MAPA e MRPA. 23 Fonte: 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (Biênio 2018/2019). 10 DIETOTERAPIA NAS DISLIPIDEMIAS Fonte: Pixabay.com Nos últimos anos, o padrão alimentar e o estilo de vida saudável ganharam evidência em estudos epidemiológicos observacionais e de intervenção, como o DASH (Dietary Approachs to Stop Hypertension), o INTERHEART e o PREDIMED (prevención con dieta mediterránea), e reforçaram as diretrizes nutricionais que preconizam dieta isenta de ácidos graxos trans, o consumo de < 10% do valor calórico total de ácidos graxos saturados para indivíduos saudáveis e < 7% do valor calórico total para aqueles que apresentarem risco cardiovascular aumentado. O padrão alimentar deve ser resgatado por meio do incentivo à alimentação saudável, juntamente da orientação sobre a seleção dos alimentos, o modo de preparo, a quantidade e as possíveis substituições alimentares, sempre em sintonia 24 com a mudança do estilo de vida. Na tabela 1 a seguir, estão expostas as recomendações dietéticas para tratamento da hipercolesterolemia. Tabela 1: Recomendações dietéticas para o tratamento da hipercolesterolemia. Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017. A dislipidemia consiste numa alteração relacionada ao metabolismo lipídico, podendo ser caracterizada pelo aumento do colesterol plasmático e suas frações: lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e triglicerídeos (TG) ou diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Esta desordem metabólica está entre as principais causas de doenças cardiovasculares no mundo e acomete diferentes populações, tornando-se um problema de saúde pública pela associação com diferentes morbidades. Os hábitos de vida modernos têm sido favoráveis ao aumento da incidência de dislipidemia, pois se caracterizam pelo elevado consumo de alimentos industrializados (por vezes mais ricos em gorduras e pobres nutricionalmente) e o estímulo ao sedentarismo (devido às facilidades, como o uso de elevadores, escadas rolantes, automóveis, computadores etc.) (BARBOSA et al., 2012 apud DA SILVA et al 2018). 25 Os valores referenciais e de alvo terapêutico, conforme avaliação de risco cardiovascular estimado pelo médico solicitante do perfil lipídico para adultos com mais de 20 anos estão descritos na tabela 2 a seguir. Tabela 2: Valores de referência do perfil lipídico para adultos com mais de 20 anos. Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017. Algumas medidas no controle da hipertrigliceridemia são: • Terapia nutricional adequada; • Controle de peso corporal; • Redução de bebida alcoólica; • Redução de açúcares e de carboidratos; • Substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados. As dislipidemias consistem em alterações metabólicas de lipoproteínas, observando-se elevadas concentrações séricas de colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) e triglicerídeos (TG), bem como baixas concentrações séricas de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (XAVIER et al 2013 apud FILGUEIRAS et al 2019). 26 11 DIETOTERAPIA NA OBESIDADE Fonte: Pixabay.com A obesidade é uma doença multifatorial, recidivante e muitas vezes silenciosa. Caso não seja prevenida e cuidada corretamente, tem um impacto devastador na vida do indivíduo, bem como na economia do país. A prevenção e o tratamento da obesidade se caracterizam por uma abordagem multiprofissional e transdisciplinar. A obesidade é considerada um problema de saúde pública, podendo desencadear diversos danos à saúde. Trata-se de uma condição complexa que traz consequências clínicas, psicológicas e sociais de grande proporção, sobrecarregando o Sistema Único de Saúde (SUS), interferindo em recursos econômicos do país, e aumentando o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, endócrinas, psiquiátricas, ortopédicas, respiratórias, entre outras (MARCHI-ALVES & COLABORADORES, 2011; MENDONÇA & COLABORADORES, 2010 apud RENDEIRO et al 2018). O excesso de peso e a obesidade constituem grandes desafios a serem enfrentados pelos profissionais de saúde, gestores e formuladores de políticas públicas, considerando-se que atualmente uma expressiva parcela da população se encontra nessa condição. Além de comprometer a qualidade de vida dos indivíduos, o excesso de peso e a obesidade, como já mencionado, estão associados com as doenças crônicas não transmissíveis, tais como: diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer. Infelizmente, o padrão alimentar sofreu, nos últimos cinquenta anos, alterações impulsionadas pelo processamento industrial de alimentos e por 27 transformações sociais, econômicas e culturais, gerando consequências como excesso de peso, obesidade e aumentandoa prevalência de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). Com base nisso, as diretrizes alimentares oficiais foram formuladas em políticas de alimentação e nutrição, dando origem aos Guias Alimentares para a População Brasileira (MENEGASSI et al., 2018 apud PIDDE et al 2019). Um dos alicerces para o enfrentamento do excesso de peso e da obesidade reside na promoção da alimentação saudável. A 2ª edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado pelo Ministério da Saúde, em 2014, aborda quais cuidados e caminhos são recomendados para se alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. Para tanto, o Guia apresenta desde os cuidados que se deve ter ao selecionar os alimentos, passando pela preparação das refeições e pelo próprio ato de comer. Os Dez Passos para uma alimentação adequada e saudável, sistematizados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, são descritos a seguir. A demanda por orientação alimentar tem crescido muito nos últimos anos, face ao diagnóstico precoce das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e ao reconhecimento da influência da alimentação sobre as mesmas. Dentre as DCNTs destaca-se a obesidade, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e associada a várias complicações, tais como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, aumento da incidência de alguns tipos de câncer e mortalidade precoce (SACCON et.al.,2015 apud SILVA et al 2018). 1. Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação; 2. Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias; 3. Limitar o consumo de alimentos processados; 4. Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados; 5. Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia; 6. Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados; 7. Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias; 8. Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece; 9. Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora; 28 10. Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. Guias alimentares são instrumentos de promoção à saúde, os quais variam de acordo com o país, possuindo formatos, números, porções e grupos alimentares diferentes, porém todos têm o mesmo objetivo, transformar o conhecimento científico de nutrição em conceitos básicos para que grande parcela da população seja orientada quanto à forma de se alimentar adequadamente (BARBOSA et al 2008 apud PEREIRA et al 2019). O consumo excessivo de açúcar, gordura saturada e sal estão relacionados ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), incluindo obesidade. Dessa forma, é importante que o consumo desses ingredientes seja realizado com moderação, seguindo as recomendações nutricionais estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS). A figura 4 a seguir apresenta uma síntese (algoritmo) das recomendações voltadas para a ingestão dessas substâncias – açúcar, gordura saturada e sal. Figura 4: Redução da ingestão de açúcar, gordura saturada e sal. Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar, 2017. 29 O aumento acelerado da obesidade está relacionado, sobretudo, a mudanças no padrão alimentar da população como um todo, que hoje privilegia produtos ultraprocessados, com altos níveis de sódio, açúcar e gorduras saturadas, em detrimento das preparações caseiras e alimentos in natura ou minimamente processados (MONTEIRO & LOUZADA, 2015 apud MARTINS et al 2018). Aumentos na frequência de câncer de cólon, reto e próstata tem sido observado em homens obesos enquanto a obesidade em mulheres se associa à maior frequência de câncer de vesícula, endométrio e mamas. Além disso, a obesidade predispõe a outras condições mórbidas tais como colelitíase, esteatose hepática, osteoartrite, osteoartrose, apneia obstrutiva do sono, alterações da ventilação pulmonar, alterações dos ciclos menstruais e redução da fertilidade, condições estas que experimentam melhora com a redução de peso. Embora ainda não existam dados suficientes para afirmar que o tratamento efetivo da obesidade reduz a mortalidade, não existem dúvidas de que a redução de peso da ordem de 5% a 10% é uma medida efetiva no sentido de combater as condições mórbidas que aumentam o risco cardiovascular (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM, 2018). 30 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Mayara Laisse de et al. Avaliação da aceitação das dietas livres ofertadas às crianças internadas em um hospital universitário materno-infantil. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (Brasil). Manual de diretrizes para o enfrentamento da obesidade na saúde suplementar brasileira. 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