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Gabriela Lopes - Txxx Hemoglobinopatias Patologia causada por uma alteração (um defeito) na hemoglobina, proteína presente nos eritrócitos. Os genes que codificam para hemoglobina estão organizados em “clusters” nos cromossomos 11 e 16 Anomalias hereditárias da Hb: Mutação genética que acarreta na substituição de um AA, formação de uma estrutura anormal de hemoglobina, mudanças clínicas insignificantes ou doenças graves. Tipos de hemoglobinopatias: 1) Alterações de resíduos de aminoácidos no interior da hemoglobina São mutações que alteram o caráter hidrofóbico da cavidade na qual o grupo heme se aloja, desestabilizando a estrutura da molécula (Hb instável). Há a formação de corpúsculo de Heinz – consiste na precipitação de hemoglobina, e são visualizados como corpos aderidos a membrana interna dos eritrócitos de pacientes portadores de anemia hemolítica associada a hemoglobina instável. Ex: Hb Hammersmith Mutação na β Phe (apolar) 42 Ser (polar sem carga): alteração de uma fenilalanina por uma serina, causando o impedimento da ligação do grupo heme. Hb Bibba Mutação na α Leu (apolar) 136 Pro (apolar): a substituição de uma leucina por uma prolina leva ao rompimento da α-hélice, desestabilizando a molécula e formando uma Hb instável. Hb Savannah β Gly (apolar) 24 Val (apolar): a questão não é nem trocar polar por polar, mas AA diferentes. A presença da Gly (aminoácido com a menor cadeia lateral) na molécula facilita a formação da α-hélice, com sua substituição por uma Val ocorre o rompimento da α-hélice, desestabilizando a molécula e formando uma Hb instável. Hb Philly β Tyr (apolar) 35 Phe (apolar): com a substituição de uma Tyr por uma Phe a molécula de Hb perde a capacidade de fazer uma ligação de hidrogênio entre α1β1 (α2β2), desestabilizando a molécula e formando uma Hb instável. Hb Bristol β Val (apolar) 67 Asp (polar negativo): com a substituição de uma Val por um Aspartato ocorre a oclusão parcial da cavidade de ligação com o O2 Formação de uma Hb instável, e enfraquecimento da ligação do grupo heme. 2) Alterações que estabilizam a Metaemoglobina (HbM) Alterações estruturais, que impedem a conversão do estado férrico (Fe3+ ou seja, baixa ligação com o O2) para o estado ferroso (Fe2+ ou, seja alta ligação com o O2). Portadores apresentam metaemoglobina (HbM); Eliminam a ligação de O2 da subunidade (não conseguem ligar com O2) Mutações permitem ligação do Fe com Oxigênio gerando um superóxido Observada somente na forma heterozigota Os individuos são ciánoticos (pele e mucosa azulada) e apresentam sangue escuro devido a falta de O2 (alta concentração de Hb-desoxi) na circulação arterial Ex: Hb Boston Mutação na α His(polar positivo) 58 Tyr(apolar). Hb Milwaukee β Val (apolar) 67 Glu (polar negativo). Gabriela Lopes - Txxx 3) Alterações que afetam o contato alfa1 Beta2 Afetam a estrutura quartenária da Hb Aumentam (estado R) ou diminuem (estado T) a afinidade com O2 A caracteristica da cooperatividade da molécula é alterada, pois a capacidade de transição entre estados é mudada Hb Yakima β Asp (polar negativo) 99 His (polar positivo): libera menos O2 nos tecidos, pois se mantém no estado R (Hb-oxi). Hb Kansas β Asn (polar sem carga - asparagina) 102 Thr (polar sem carga - treonina) : libera mais O2 nos tecidos, pois se mantém no estado T (Hb- desoxi), tendo maior afinidade com o BPG. 4) Alterações de resíduos de aminoácidos na superfície da hemoglobina No AA 6 desta proteína, tínhamos que ter um glutamato (polar negativo), porém ele sofre uma mutação para uma valina (apolar). No teste do pezinho, descobre-se essa mutação. Por que o gene mutado tem maior incidência na população afrodescendente? Simplesmente por causa da seleção natural. Ele possuia resistência à malária devido a sua hemoglobinopatia. Já quem tem traço falciforme, pode adquirir a malária, mas não irá morrer em decorrência da doença. OBS: A formação de fibras dentro da célula a fim de “fugir” da água, é chamada de polimerização. Quanto mais fibras, mais em forma de foice a hemoglobina vai estar podendo romper a hemácia (anemia hemolítica). Quando a hemoglobina está ligada ao Oxigênio, a Valina fica mais interiorizada na molécula, causando menos polimerização da proteína, não formando hemácias em forma de foice. Quando a hemoglobina não está ligada ao Oxigênio (por exemplo durante um exercício prolongado), a Valina vai ficar mais exteriorizada da molécula, causando mais polimerização da proteína, formando hemácias em forma de foice. No baço o heme é transformado em biliverdina e depois em bilirrubina não- conjugada(não está ligada ao ácido glicurônico), a qual é apolar. Após isso, vai para o fígado através da albumina, ocorrendo a reação de conjugação com a ajuda da enzima UDP-glucuronil transferase (reação resulta na junção da bilirrubina com o ácido glicurônico), produzindo a bilirrubina conjugada (polar). A bilirrubina conjugada será armazenada na vesícula biliar, que irá ser liberada no duodeno após a ingestão de gordura. As bactérias presentes no duodeno irão transformar a bilirrubina conjugada em urobilinogênio, a qual produzirá no rim a urobilina (responsável pela cor da urina) e no intestino grosso o estercobilinogênio (responsável pela cor das fezes). Em indivíduos com anemia falciforme, grande parte das hemoglobinas não conseguem transformar a bilirrubina não-conjugada em conjugada no fígado, dessa maneira a albumina percorre a corrente sanguínea com a bilirrubina não-conjugada e aos poucos se deposita na mucosa, caracterizando a cor amarelada no indivíduo. Os sintomas são: Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; dores articulares; fadiga intensa; palidez e icterícia; atraso no crescimento; Gabriela Lopes - Txxx feridas nas pernas; tendência a infecções; cálculos biliares; problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais; priapismo. Tratamento: a Hidroxiureia aumenta a produção de óxido nítrico, promovendo uma vasodilatação e reduzindo o processo de hemólise. A droga aumenta a produção da subunidade , formando mais HbF do que HbS. Desse modo, reduz-se a polimerização da Hb, diminuindo a formação de hemácias em forma de foice. No Geral: Hb C Menor solubilidade; Formação de cristais (cristalização); Não há polimerização, nem vasoclusão; Confere proteção contra malária. Geralmente inócuas (que não causam danos); Normalmente essas alterações ocorrem em resíduos de aminoácidos que não apresentam papel funcional específico; Exceção: a mutação que ocorre na subunidade β dando origem a HbS (sickle = foice) é em um resíduo resíduo de aminoácido aminoácido com papel funcional funcional e causa anemia. Ex: HbC β Glu (polar negativo) 6 Lys (polar positivo): menor solubilidade, formação de cristais, não há vasoclusão nem polimerização. HbO β Glu (polar negativo) 121 Lys (polar positivo): Condição assintomática no heterozigoto HbO/A, com anemia falciforme com HbO/s e HbO/Talassemia heterozigoto com anemia severa. Hb O Condição assintomática (heterozigoto, HbO/A); Eventualmente apresenta uma leve anemia microcítica; Hb O HbO/S (heterozigoto com falcimorme) = HbS; HbO/β-talassemia (heterozigoto com talassemia) = anemina severa; Homozigotos (HbO/O) são extremamente raros. Hb E Hemoglobina, em si, não apresenta grandes alterações funcionais; Condições assintomáticas em heterozigose (HbE/A); Em homozigose (HbE/E), os sintomas são similares a β-talassemia; Mutação adiciona um sítio de splicingalternativo. Hb S Mutação que altera o carater hidrofílico da superfície da hemoglobina; Polimerização da hemoglobina; Falcização da hemácia; Vasoclusão; Dor (liberação de citocinas), edema mão-pé, priaprismo; Hipovolemia (circulação esplênica prejudicada); Formação de radicais livre danosos a membrana celular; Formação de corpúsculo de Heinz; Anemia hemolítica; Cansaço constante; Icterícia (Heme ---- Bilirrubina/pigmento amarelada). 5) Alterações estequiométrica na produção de hemoglobina TALASSEMIA É uma doença hereditária caracterizada por redução da taxa de síntese de uma das cadeias polipeptídicas que formam a hemoglobina, acarretando em sintomas de anemia. O traço talassêmico é, em geral, assintomática. Os sintomas são: Fadiga, palidez, pele amarela (bilirrubina), deformidades ósseas (aumento na medula óssea), crescimento lento, inchaço abdominal (hepatoesplenomegalia), infecções (baço defeituoso) e urina escura (ferro, urobilinogênio). OBS: esplenomegalia - baço aumentado. Gabriela Lopes - Txxx hepatomegalia - fígado aumentado. Tratamento: Alimentação controlada - ( Intermediária:-Vit D e Ca+2 para os ossos- Ácido Fólico produção produção de cél. do sangue -(Talassemia Maior- Evitar alimentos com Ferro - Leite e derivados, derivados, chá preto são quelantes quelantes de Ferro). Transfusão sanguínea frequentes ( Talassemia Maior). Medicações quelantes de Ferro -Excesso de Ferro causa danos ao coração, fígado (Talassemia Maior). α-Talassemia Portador assintomático: perda de função de 1 dos 4 genes α . Traço talassêmico: perda de função de 2 dos 4 genes genes α. Assintomático, hemograma com anemia microcítica e hipocrômica. Doença de hemoglobina H: perda de função de 3 dos 4 genes α. Anemia hemolítica, esplenomegalia (destruição de hemácias defeituosas), alterações esqueléticas (aumento da eritropoiese pela medula óssea). Hidropsia fetal: perda dos quatro genes α. Incompatível com a vida. Hb Bart (γ4). β-Talassemia Dois alelos da cadeia β; Heterozigose: β-talassemia menor (traço β-talassêmico), geralmente assintomática; Homozigose: β-talassemia maior (anemia mediterrânea = severa); HbA1 (α1β1α2β2) – 98% (normal) HbA2 (α1δ1α2δ2) – 2% (normal) β-Talassemia - dois alelos da cadeia β; Heterozigose: β-talassemia menor (traço β-talassêmico), geralmente assintomática; Homozigose: β- talassemia maior (anemia mediterrânea = severa); HbA1 (α1β1α2β2) – 98% (normal) HbA2 (α1δ1α2δ2) – 2% (normal) α-Talassemia - portador assintomático: perda de função de 1 dos 4 genes α
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