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Mariana Marques – T29 Hemoglobinopatias Doenças da hemoglobina transmitidas de pai para filho, causada por uma alteração (defeito) na hemoglobina Anomalias hereditárias da hemoglobina: mutação genética (substituição de um aminoácido), formação de estrutura anormal da hemoglobina, causa mudanças clinicas insignificantes ou doenças graves Os genes que codificam para a hemoglobina localizam-se nos cromossomos 11 e 16 Tipos de hemoglobinopatias: Alteração de resíduos de aminoácidos na superfície da hemoglobina Exemplo: anemia falciforme (troca de glutamato por uma valina) Alterações estequiométricas na produção de hemoglobina Exemplo: Talassemia (α e β) Alteração de resíduos de aminoácidos no interior da hemoglobina Alterações que estabilizam Metaemoglobina (𝐹𝑒+3) Alterações que afetam o contato α1 β2 (α2β1) – afeta a cooperatividade Alteração de resíduos de aa na superfície da hemoglobina Geralmente inócuas (que não causam danos) As alterações ocorrem em resíduos de aminoácidos que não apresentam papel funcional específico Exceção: a mutação que ocorre na subunidade β dando origem a HbS (sickle = foice) é em um resíduo de aminoácido com papel funcional e causa anemia. Exemplos: HbS, HbC, HbO, HbE Anemia falciforme É necessário dois genes mutados, ocorre principalmente em afrodescendentes devido à uma seleção natural. Pessoas com traço falciforme possuem resistência a malária, devido a partes de suas hemaceas serem em forma de foice, gerando sintomas mais brandos, em caso de possuir a doença. A hemácia possui forma de foice (célula), a proteína polimeriza formando fibras dentro da célula (hemoglobina- garante rigidez à célula: mantém o formato de foice Mariana Marques – T29 Polimerização da HbS-desoxi: sem uma carga negativa, há criação de um ponto de contato hidrofóbico na superfície da hemoglobina, levando a sua agregação. Val 6 – Phe 85/Leu 88. Excesso de O2 livre – formação de radicais livres (superóxido O2). A forma HbS-oxi, sofre menor polimerização (sítio hidrofóbico menos exposto). Quando a hemoglobina está ligada ao oxigênio a valina fica mais interiorizada na molécula causando menos polimerização da proteína, não formando hemácias em forma de foice. Quando a hemoglobina não está ligada no oxigênio (ex: exercício prolongado) a valina vai ficar mais exteriorizada na molécula causando mais polimerização da proteína, formando hemácias em forma de foice Quanto mais fibras de hemoglobina, mais formato de foice terá a hemácia Hemácia normal é maleável, entra em pequenos capilares para oxigenar regiões periféricas, a hemácia falciforme é rígida e frágil (muitas vezes se rompe- anemia hemolítica, lipídeo pode oxidar ou ocorrer oxidação da própria hemoglobina: formando corpúsculo de Heinz), se rompe facilmente e não consegue entrar em pequenos capilares sanguíneos (causa vaso oclusão- entupimento: falta sangue em tecidos periféricos, causa inchaço de mãos e pés) Sintomas: dores, cansaço, fadiga, icterícia, síndrome mão-pé, problemas no baço No baço o heme é transformado em biliverdina e depois em bilirrubina não-conjugada (não está ligada ao ácido glicurônico-apolar). Em seguida, vai para o fígado através da albumina, onde ocorre a reação de conjugação com o auxílio da enzima UDP-gliguronil transferase (reação resultada da junção da bilirrubina com o ácido glicurônico), produzindo a bilirrubina conjugada (polar). A bilirrubina conjugada será armazenada na vesícula biliar, que irá ser liberada no duodeno após a ingestão de gordura. As bactérias presentes no duodeno irão transformar a bilirrubina conjugada em urobilinogênio, que produzirá no rim a urobilina (responsável pela cor da urina) e no intestino grosso o estercobilinogênio (responsável pela cor das fezes). Em indivíduos com anemia falciforme, grande parte das hemoglobinas não conseguem transformar a bilirrubina não-conjugada em conjugada no fígado, dessa maneira a albumina percorre a corrente sanguínea com a bilirrubina não-conjugada e aos poucos se deposita na mucosa, caracterizando a cor amarelada no indivíduo. A icterícia é causada pelo aumento de bilirrubina não conjugada. Mariana Marques – T29 Tratamento da anemia: A droga (hidroxiureia) aumenta a concentração de óxido nítrico, vai aumentar a vasodilatação e diminuir o processo de hemólise, a droga aumenta a produção da subunidade gama (γ), formando mais hemoglobinas fetais do que hemoglobina S, desse modo diminui a polimerização da hemoglobina, diminuindo a formação de hemácia em forma de foice. Talassemia Doença hereditária caracterizada pela redução na síntese de uma das cadeias polipeptídicas que formam a hemoglobina, causando sintomas de anemia • α-Talassemia: falha na síntese de cadeia α. • β-Talassemia: falha na síntese de cadeia β. β-Talassemia Dois alelos da cadeia β (CR11 mãe / CR11 pai); Heterozigose: β-talassemia menor (traço β-talassêmico), geralmente assintomática; Homozigose: β-talassemia maior (anemia mediterrânea severa) α-Talassemia (CR16) α-Mínima: portador assintomático, afeta 1 dos 4 genes α . α-Menor (traço α-talassêmico): afeta 2 dos 4 genes α (assintomático), hemograma com anemia microcítica e hipocrômica. Doença de hemoglobina H (quatro betas unidas, na ausência de hemoglobina alfa devido à três hemoglobinas mutadas) ou alfa Talassemia maior (>=20% de β4): afeta 3 dos 4 genes α. Anemia hemolítica, hepatoesplenomegalia (baço e fígado aumentados) (destruição de hemácias defeituosas), alterações esqueléticas (aumento da eritropoiese pela medula óssea). Hidropsia fetal: afeta os 4 genes α (incompatível com a vida- não produz hemoglobina alfa) Sintomas da Talassemia: Fadiga (anemia) Pele pálida (anemia) (anemia) Pele amarelada (bilirrubina) Deformidades ósseas (aumento na medula óssea) Crescimento lento Inchaço abdominal (hepatoesplenomegalia) Infecções (baço defeituoso) Urina escura (Urobilinogênio, Ferro) Mariana Marques – T29 Tratamento da Talassemia: Na talassemia maior há excesso de ferro no organismo devido o estouro das hemácias causando danos ao coração e fígado, sendo preciso tirar o excesso de ferro através de medicações (quelantes de ferro), sendo necessária a transfusão sanguínea a cada 3 meses. A talassemia menor é controlada pela alimentação, sendo preciso consumir mais Vitamina D, cálcio e ácido fólico e devem evitar alimentos com grande quantidade de ferro. Genes da globina: (Consequências da mutação) Mutações no gene da β- globina: Causam mais doenças que no gene α-globina Uma única mutação no gene da β-globina afeta 50% das cadeias β Sem consequências pré natais Mutações no gene da α- globina: Uma única mutação no gene da α-globina afeta 25% das cadeias α Com consequências na vida fetal e pós natal Alteração de resíduos de aa no interior da hemoglobina Mutações que alteram o caráter hidrofóbico da cavidade na qual o grupo heme se aloja, desestabilizando a estrutura da molécula (Hb instável). Há a formação de corpúsculo de Heinz (precipitação de hemoglobina, são visualizadas como agregados insolúveis onde os corpos ficam aderidos à membrana interna dos eritrócitos da hemoglobina instável) Hb Hammersmith - Há alteração da cadeia beta (uma fenilalanina é trocada por Serina) 100% dos pacientes com essa mutação vai a óbito devido o impedimento da ligação do grupo Heme. Quando ocorre mutação em apenas parte das hemoglobinas o paciente terá uma sobrevida com baixa oxigenação dos tecidos Hb Bibba - (substituição de uma leucina por uma prolina) Ambos são seres apolares, a substituição de uma leucina por uma prolina leva ao rompimento da alfa hélice, o indivíduo terá baixa oxigenação nos tecidos, podendo causar anemia ferropriva, o óbitoocorre caso ocorra 100% de hemoglobinas mutadas. Hb Savannah - Presença da glicina (aminoácido com a menor cadeia lateral) na molécula facilita a formação da α-hélice, com sua substituição por uma valina ocorre o rompimento da α- hélice, desestabilizando a molécula e formando uma Hb instável. Hb Philly - Substituição de uma tirosina por uma fenilalanina, a molécula de Hb perde a capacidade de fazer uma ligação de hidrogênio entre α1β1 (α2β2), desestabilizando a molécula e formando uma Hb instável. Mariana Marques – T29 Hb Bristol - Substituição de uma valina por um aspartato ocorre a oclusão parcial da cavidade de ligação com o O2, formando uma Hb instável, levando ao enfraquecimento da ligação do grupo heme Alterações que estabilizam a Metaemoglobina (HbM) Mudanças (mutações na Hb) que estabilizam o heme no estado de oxidação Fe+3 Eliminam a ligação do O2 à subunidade Observada somente na forma heterozigota (provavelmente homozigose seria fatal) Indivíduos são cianóticos (pele e mucosa azuladas) e apresentam sangue escuro; devido a alta concentração de Hb-desoxi na circulação arterial. Hb Boston e Hb Milwaukee Alterações que afetam o contato α1β2 α2β1 Afetam a estrutura quaternária da Hb Aumentam (estado R) ou diminuem (estado T) a afinidade pelo O2 A característica de cooperatividade da molécula é alterada, pois a capacidade de transição entre os estados T e R é alterado. Hb Yakima - Substituição de um aspartato por uma histidina A molécula Hb-desoxi (T) perde ligações iônicas e de hidrogênio na interface α1β2 (α2β1); ocorrendo a estabilização da molécula no estado R (Hb-oxi). Aumenta a afinidade pelo O2 (libera menos oxigênio nos tecidos). Hb Kansas - Substituição de uma Asparagina por uma Treonina A molécula Hb-oxi (R) perde uma ligação de hidrogênio na interface α1β2 (α2β1); ocorrendo a estabilização da molécula no estado T (Hb-desoxi). Diminui a afinidade pelo O2 (captura menos oxigênio nos pulmões). Paciente apresenta cianose.
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