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Artrite Idiopática Juvenil

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Artrite Idiopática Juvenil 
Caracteriza-se por ser um grupo heterogêneo de doenças presentes frequentemente na 
infância e que tem a artrite crônica como manifestação essencial. 
 Tipos: 
Oligoarticular: acomete 50-60% dos casos e predomina ono sexo feminino. 
Poliarticular: acomete 30-35% dos casos. 
Sistêmica: acomete 10-20% dos casos e não tem preferência por sexo. 
Outros: artrite psoriásica e artrite relacionada a entesite. 
Genes de susceptibilidade: HLA-DR8 (oligoarticular), HLA-DR4 (poliarticular), HLA-B27 (artrite 
+ entesite). 
Gatilhos ambientais: infecções (parvovírus, EBV, rubéola, mycoplasma pneumoniae). 
 
Manifestações Clínicas: 
Artrite= articulações edemaciadas, dolorosas e quentes, com restrição de movimento e 
rigidez matinal. 
Artrite crônica de grandes articulações (joelho) -> acelera crescimento ósseo -> assimetria 
no tamanho de membros -> persistência desse processo inflamatório estimula fechamento 
precoce da placa. Depois, indivíduo terá o membro afetado menor, pela diminuição do 
tempo de crescimento em comparação ao membro contralateral. 
 
Forma oligoarticular: 
Se caracteriza por artrite em 1-4 articulações, sendo o joelho e o tornozelo as principais, nos 
primeiros 6 meses de doença. Caso acometa mais articulações depois de 6 meses, passa a 
ser chamada de oligoartrite estendida (tem pior prognóstico). Se permanecer por mais de 6 
meses sem acometer outras articulações é chamada de oligoartrite persistente (bom 
prognóstico). 
*a uveíte anterior crônica costuma ocorrer em 20-50% desses pacientes, sendo mais comum 
em meninas com menos de 6 anos e FAN +. Nesse caso, dosa-se FAN e aplica-se lâmpada de 
fenda para a análise. 
 
Forma Poliarticular: 
Artrite em 5 ou mais articulações, geralmente afeta MMSS e MMII. 
O FR +, se + em pelo menos 2 ocasiões com no mínimo 3 meses de intervalo. 
Se fator reumatóide (FR) +, assemelha-se a artrite reumatóide do adulto. 
Risco de gerar erosão articular (poliartrite destruitiva). 
O paciente também pode apresentar aqui nódulos reumatóides no subcutâneo de regiões 
extensoras (aqui há altos títulos de FR, com pior prognóstico). 
 
Forma Sistêmica: 
Artrite em número variado de articulações. 
Poliartrite destrutiva que afeta MMSS e MMII, além das articulações temporomandibulares, 
coxofemorais e cervical. 
Sinais e sintomas: febre com pico no início da manhã e final da tarde, lesões cutâneas típicas 
não pruriginosas (exantema evanescente), rash salmão em tórax e dorso, linfadenopatias, 
hepatoesplenomegalia, pericardite, pleurite, fenômeno de Kroebner (hiperreação ao 
trauma leve e superficial), déficit de crescimento. 
 
Laboratoriais: 
FAN + em 40-80% dos casos oligo ou poliarticular (raro ser + na sistêmica). 
FR + em 5-10% das AIJ poliarticular. 
Anti-CCP pode estar presente. 
Anemia normocítica e normocrômica ou anemia microcítica e hipocrômica em casos graves, 
leucocitose, trombocitose, VHS e PCR aumentados. No caso de AIJ sistêmica os valores ficam 
muito aumentados. 
Raio-x demonstra geralmente aumento de partes moles e osteopenia justarticular 
progressiva, erosões da cartilagem e osso subcondral, fusão articular (artrite persistente, 
pannus sinovial destrutivo). 
 
Diagnóstico: 
Paciente deve ter < 16 anos, presença de artrite por no mínimo 6 semanas (que é o tempo 
para excluir artrite pós-viral), devendo haver derrame sinovial (aumento do volume 
intrarticular ou presença de pelo menos 2 dos seguintes sinais e sintomas: dor a mobilização 
articular, limitação do arco do movimento, eritema articular. 
 
Tratamento: 
Forma oligoarticular: 
- AINE´s em monoterapia. 
- Glicocorticóide articular em pacientes que não respondem após 4-6 semanas com 
AINE´s ou que apresentam graves limitações de movimento. 
- Drogas antirreumática modificadoras de doença (DARMD) se refratários ao AINE´s e 
ao glicocorticóide. 
Forma poliarticular: 
- AINE´s e Metotrexato. 
- Agentes biológicos (antagonistas do TNF-alfa – infliximab ou adalimumab-, ou anti IL-
1 e IL-6. 
- Glicocorticóides nos refratários ao metotrexato. Isso só se a doença for muito 
intensa, necessitando de uma ponte até que a DARMD faça efeito.

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