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Tutela jurisdicional da saúde Ações em face das Operadoras de Plano de Saúde Professor Daniel Macedo Legislação e entendimentos consolidados: ü Constituição da República (art. 6º, art. 196, art. 197, art. 198, art. 200 e caput do art. 199 e §1º, §2º e §4º ) - reconhece a saúde como direito fundamental, dotado de aplicação direta e imediata, que vincula tanto os Poderes Públicos, quanto os entes privados. ü Lei nº 9.656/98 ü Código de Defesa do Consumidor ü Código Civil e Processual Civil ü Resoluções normativas (RN) - Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). ü Súmulas normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). ü ENUNCIADOS DA I, II E III JORNADAS DE DIREITO DA SAÚDE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ü Enunciados de súmula do STJ e TJ`S Termo saúde Etimológica salus - o atributo principal dos inteiros, intactos, íntegros. Grego, holos raiz dos termos holismo e holístico – tomado no sentido de totalidade. Conceito Abbagnano, nos seguintes termos: É a condição de bem-estar da pessoa nas suas diferentes funções: físicas, mentais, afetivas e sociais; não se identifica com a simples ausência de doença, mas com a plena eficiência de todas as funções: orgânicas e culturais, físicas e relacionais. [...] uma vez que o conceito de S. [saúde] deve ser entendido não só em sentido físico, mas também psicológico e moral, e que se identifica com a idéia de bem-estar em referência à pessoa na sua totalidade, compete situar o problema da S. no horizonte antropológico, que comporta o tratamento de questões não simplesmente médicas, mas propriamente filosóficas, como as de natureza e norma. Saúde - ausência de doença –é extremamente restritiva. Prevenção da ocorrência de enfermidades ex., acesso a saneamento básico e a fornecimento de água tratada Após duas Guerras Mundiais – Preocupação com qualidade de vida e bem-estar, acompanhada de redução das desigualdades sociais. Essa mudança de paradigma restou consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu art. 25, nos seguintes termos: Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. Em 1946, a OMS (preâmbulo de sua Constituição) , conceituou saúde como “estado de completo bem-estar físico, mental e social” • A fundamentalidade formal do direito à saúde A) (Título II) - Direitos e Garantias Fundamentais, especificamente em seu art. 6º, que qualifica a saúde como direito social. (oposição contra o Estado e planos de saúde). B) O Título VIII (Ordem Social), a CR (Capítulo da Seguridade Social), seção exclusiva à saúde (arts. 196 a 200), reconhecendo-a como direito de todos e dever do Estado, além de identificá-la com a necessidade de promoção, prevenção, proteção e recuperação de doenças. A fundamentalidade material do direito à saúde (Art. 1º, III) ■ a) Dignidade da pessoa humana - Princípio basilar da República; ■ Núcleo constitucional supremo em torno do qual gravitam os demais direitos; Enfeixa todos os valores e direitos reconhecidos ao ser humano, pois abarca tanto a sustentação de sua integridade física, psíquica e intelectual, quanto a garantia de sua autonomia e de seu livre desenvolvimento da personalidade. ■ b) Direito à saúde como consequência inafastável do direito à vida. ■ A vida constitui pressuposto lógico para a existência dos direitos da personalidade, ou seja, condição sine qua non para o exercício de todos os direitos e, por isso, envolve o direito à preservação tanto dos atributos físico- psíquico, quanto dos atributos espiritual-morais da pessoa humana. Limitações existentes para a promoção da saúde – notadamente de ordem orçamentária - não é capaz de atender, de forma eficiente e tempestiva, à demanda crescente da população por atendimento médico- terapêutico. Em vista disso - saúde privada, permitida expressamente no art. 199, da Constituição Federal de 1988, in verbis: ■ Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. ■ § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. ■ § 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. ■ § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. • Saúde Pública • Prestada diretamente pelo Estado. Universal e gratuita. • Organizada sob a forma de um sistema único. Saúde suplementar Todos os prestadores de serviços privados de assistência à saúde Objetivo - obtenção de lucro com o exercício da atividade, mediante o recebimento de contraprestação pelos serviços prestados. Normas ditadas pelo Poder Público sobre a regulamentação, fiscalização e controle dos serviços de saúde. (art. 197 da CR) Operadoras de Plano de saúde. ■ Cabe às operadoras de plano de saúde compatibilizar e submeter sua atividade econômica à necessidade de concretização desse direito. ■ Submissão da saúde privada às normas ditadas pelo Poder Público sobre a regulamentação, fiscalização e controle dos serviços de saúde, por serem dotados de relevância pública (art. 197 e 22 da lei 8.080). ■ Art. 22. “Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento”. Natureza social do direito à saúde e o olhar das operadoras ■ Sob o viés das operadoras de plano de saúde, uma atividade de mercado em que o objetivo almejado é a obtenção de lucro. ■ Estado a obrigação de normatizar e fiscalizar o sistema privado de assistência à saúde. ■ A redação dos contratos de plano de saúde – típicos contratos de adesão – é composta de cláusulas limitativas que excluem determinados procedimentos de cobertura, sem levar em conta os interesses da parte aderente, nem mesmo a natureza do bem jurídico objeto do instrumento contratual. Definição e caracterização dos requisitos constitutivos imprescindíveis para que referidos contratos atinjam seu objetivo central: IMPORTANTE – PONTO CENTRAL - Assegurar aos usuários o adequado acesso aos serviços de assistência médico-hospitalar, em observância ao perfeito equilíbrio entre a cobertura contratada e o valor da contraprestação pecuniária exigida, extirpando qualquer prática abusiva que ofenda o direito fundamental à saúde. Atuação do legislador sobre Saúde suplementar em momento imediato à promulgação da CR. ü O legislador infraconstitucional – silente - princípios, condições e exigências básicas dos planos. ü Legislação restrita - Decreto-Lei nº 73/66, disciplinava os aspectos econômicos da modalidade de seguro-saúde e cria a possibilidade da medicina pré-paga. ü Se limita à inserção de título específico acerca “Dos Serviços Privados de Assistência à Saúde” na Lei nº 8.080/90, denominada Lei Orgânica da Saúde, aprovada em 19 de setembro de 1990. Os sete dispositivos (arts. 20 a 26) tratam apenas do funcionamento dos serviços privados de assistência à saúde ü não há menção - regulação e fiscalização, forma e conteúdo dos contratos. ü CONSEQUÊNCIA - crescimento desordenado do setor de saúde suplementar. Marco legislativo de regulação dos contratos – CODECON (Lei nº 8.078/90) - dentre os objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo - respeito à dignidade, à saúde e à segurança dos consumidores (art. 4º, caput) e, dentre o rol de direitos básicos do consumidor, assegura a proteção da vida, da saúde e da segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimentode produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos (art. 6º, I). Relação firmada entre o consumidor (arts. 2º, 17 e 29) e o fornecedor (art. 3º, caput), que possui por objeto a aquisição de produtos (art. 3º, §1º) ou a prestação de serviços (art. 3º, §2º). As contratações de planos de assistência privada à saúde são nítidas relações de consumo. Beneficiários, ao serem destinatários finais dos serviços médico- hospitalares, se enquadram no conceito legal de consumidor, enquanto que as operadoras/seguradoras, ao fornecerem o serviço de saúde objeto da contratação, de forma reiterada e mediante remuneração, se enquadram no conceito legal de fornecedor. Portanto, o Código de Defesa do Consumidor tem plena incidência nos contratos de assistência privada à saúde. ü CR e CDC – constituem o fundamento para que o Poder Judiciário possa, nesse momento, analisar as demandas: ü a) A previsão da possibilidade de modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais (art. 6º, V), ü b) A declaração de nulidade de pleno direito das cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade ü c) As presunções do §1º do art. 51, in verbis: “Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que: ü I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence; ü II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; ü III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso”. Apesar do avanço proporcionado pelo Código de Defesa do Consumidor: 1.Ausência de norma reguladora específica sobre o setor de saúde suplementar ainda era um problema. 2. Necessidade de uniformização dos entendimentos jurisprudenciais já consolidados, de normatização da forma de constituição e do regime das operadoras, da definição de pontos controvertidos que surgiam nessas contratações – p. ex., período de carência, reajustes, rescisão contratual etc. –, bem como de permissão de atuação administrativa fiscalizadora mais incisiva. Surgimento e Importância da lei nº 9.656/98 Reger todas as atividades que envolvam a cobertura de riscos de assistência à saúde, bem como busca impedir que qualquer atividade realizada pelas operadoras de planos de saúde escape da fiscalização da ANS. VIDE §1º, do seu art. 1º, in verbis: Está subordinada às normas e à fiscalização da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS qualquer modalidade de produto, serviço e contrato que apresente, além da garantia de cobertura financeira de riscos de assistência médica, hospitalar e odontológica, outras características que o diferencie de atividade exclusivamente financeira, tais como: a) custeio de despesas; b) oferecimento de rede credenciada ou referenciada; c) reembolso de despesas; d) mecanismos de regulação; e) qualquer restrição contratual, técnica ou operacional para a cobertura de procedimentos solicitados por prestador escolhido pelo consumidor; ef) vinculação de cobertura financeira à aplicação de conceitos ou critérios médico-assistenciais. Criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), MP nº 1.928, reeditada pela MP nº 2012-2 e convertida na Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000. A ANS consiste em autarquia sob o regime especial – o que lhe confere autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos, autonomia nas suas decisões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes – vinculada ao MS, com sede e foro na cidade do /RJ, prazo de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde (art. 1º, da Lei nº 9.961/00). Possui por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País (art.3º). Relação entre o CDC e a Lei Lei nº 9.656/98 O CDC é lei geral principiológica em matéria de relacionamentos contratuais e de acidentes de consumo, conforme lecionam Marques e Schimitt, in verbis: Lei geral principiológica, não trata especificamente de nenhum contrato firmado entre consumidor e fornecedor em especial, nem de atos ilícitos específicos, mas estabelece novos parâmetros e paradigmas para todos esses contratos e fatos juridicamente relevantes, que denomina, então, de relações de consumo (art. 4º do CDC). A lei consumerista regula, assim, todo fornecimento de serviços no mercado brasileiro e as relações jurídicas daí resultantes, inclusive os de natureza “securitária” (§2º do art. 3º do CDC). ü Modalidade de contrato de consumo - “negócio jurídico pelo qual alguém que desenvolve atividade de forma profissional fornece produto ou presta serviço a um destinatário final, fático e econômico, denominado consumidor, mediante remuneração direta ou vantagens indiretas”. ü Usuários São consumidores (art. 2º, 17 e 19, CDC) e ü As operadoras de planos de saúde no conceito de fornecedor (art. 3º, caput, CDC), ü O objeto contratual o fornecimento de produtos e serviços de natureza médico-hospitalar. ü Ao lado da Lei nº 9.656/98 e das Resoluções-Normativas da ANS, o CC. Argumentos contrários à afirmação de revogação tácita do CDC pela legislação posterior especial LEI 9.656/98 Marques, in verbis: “A lei especial nova regula a relação de consumo especial no que positiva e o CDC continua a regulá-la de forma genérica e em todos os pontos não abrangidos pela lei especial nova. ... a lei especial posterior se integra no espírito da lei geral anterior, ainda mais no caso em estudo, de o CDC atuar como ‘lei geral de proteção dos consumidores’, uma vez que representa a ordem pública e constitucional nacional. A lei especial nova geralmente traz normas a par das já existentes (art. 2º, da Lei de Introdução), normas diferentes, novas, mais específicas do que as anteriores, mas compatíveis e conciliáveis com estas. Como o CDC não regula contratos específicos, mas sim elabora normas de conduta gerais e estabelece princípios, raros serão os casos de incompatibilidade”. Incidência complementar do CODECON nos contratos de plano de saúde, não é possível fazer objeções- art. 35-G, in verbis: “Aplicam-se subsidiariamente aos contratos entre usuários e operadoras de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei as disposições da Lei no 8.078, de 1990”. Incidência subsidiária (aplicação cumulativa e complementar) do CDC (art. 35-G). Equívoco CDC - lei geral principiológica - todas as relações de consumo; A Lei nº 9.656/98 lei especial relativa a apenas uma modalidade de relação de consumo. Da “lei geral extraem-se os comandos principiológicos aplicáveis à proteção do consumidor, ao passo que à legislação específica caberá reger, de forma minudenciada, os planos de saúde”. Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; V - (Vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus da provaem prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. Aplicação complementar do CDC ■ Súmula 469 (cancelada): Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. ■ Súmula 608: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão. Fundamento no próximo slide. . [...] I - Os planos de autogestão, em geral, são administrados paritariamente e no seu conselho deliberativo ou de administração há representantes do órgão ou empresa instituidora e dos associados ou usuários. O objetivo desses planos fechados é baratear o custo, tendo em vista que não visam o lucro e evitam despesas da intermediação. II - Nos planos de saúde fechados, a mensalidade dos associados é um percentual da remuneração, criando um sistema solidário entre os participantes, pois, quem tem maior salário, contribui com mais para o todo, e o custo adicional por dependentes é menor, sendo que em algumas caixas de assistência não há cobrança adicional por dependente. III - A questão ultrapassa a aplicação ou não do Código de Defesa do Consumidor. Nos planos de autogestão, os regulamentos e normas restritivas que buscam a proteção do equilíbrio atuarial e mensalidades de custo menor, não podem ser vistas como cláusulas contratuais abusivas. A relação jurídica desses planos tem peculiaridades, seja na sua constituição, administração, obtenção de receitas e forma de associar-se, completamente diferentes dos contratos firmados com empresas que exploram essa atividade no mercado e visam o lucro. A Lei dos planos de saúde dá tratamento diferenciado a essa modalidade (Lei 9.656/98 - art. 10, § 3º). • IV - O tratamento legal a ser dado na relação jurídica entre os associados e os planos de saúde de autogestão, os chamados planos fechados, não pode ser o mesmo dos planos comuns, sob pena de se criar prejuízos e desequilíbrios que, se não inviabilizarem a instituição, acabarão elevando o ônus dos demais associados, desrespeitando normas e regulamentos que eles próprios criaram para que o plano desse certo. Os associados que seguem e respeitam as normas do plano, arcarão com o prejuízo, pois a fonte de receita é a contribuição dos associados acrescida da patronal ou da instituidora. • V - Portanto, as restrições de cobertura ou de ressarcimento a eventos nos planos de autogestão não violam princípios do Código de Defesa do Consumidor. (Resp. 1121067 PR, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/06/2011, DJe 03/02/2012) http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=(('RESP'.clas.+e+@num='1121067')+ou+('RESP'+adj+'1121067'.suce.))&thesaurus=JURIDICO&fr=veja Relação entre o CC e a Lei Lei nº 9.656/98 ■ Diálogo de complementariedade - a lei pode se somar à aplicação de outra, de forma direta) pela incidência de suas regras, princípios ou cláusulas gerais nas situações específicas disciplinadas pela lei a ser complementada. ■ Ex. princípios fundamentais das relações contratuais –ex. cláusulas gerais da boa-fé objetiva e da função social (arts. 421 e 422) –, disciplina sobre contratos de adesão – dos quais o plano de saúde é uma espécie –, estabelecendo a interpretação mais favorável ao aderente em seu art. 423 e a nulidade de cláusula que estipule a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio em seu art. 424. Art. 421 do Código Civil. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Art. 422 do Código Civil. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Art. 423 do Código Civil. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. Art. 424 do Código Civil. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. CONJUGAÇÃO DOS CONCEITOS DE OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE E CONTRATO DE PLANO DE SAÚDE e CARACTERÍSTICAS. Lei nº 9.656/98 Operadora de plano de saúde. Art. 1º, inciso II: “pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo”. Plano Privado de Assistência à Saúde (art. 1º, inciso I), “prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor” Características dos planos de saúde Prestação continuada de serviços Contratos cativos de longa duração , pois os consumidores objetivam usufruir dos produtos e/ou serviços ofertados por prazos indeterminados. Cobertura de custos assistenciais Algumas operadoras de planos de saúde oferecem prestação de serviços de saúde e outras destinam-se a cobrir os custos referentes à assistência médica, hospitalar ou laboratorial. Preço pré ou pós estabelecido Em geral, os planos de saúde apresentam mensalidades previamente definidas, mas podem ser previstas coparticipações dos usuários com relação a determinados procedimentos – o que não os descaracterizam. Prazo indeterminado Objeto Prestação de assistência à saúde dos usuários, incluindo-se o acesso aos profissionais da área e demais serviços concernentes. a) A operadora de plano de saúde é responsável: A) gerir o fundo comum formado pelos pagamentos das contraprestações periódicas realizadas pelos usuários pagantes B) custear as despesas de assistência médica, hospitalar e odontológica de todos os beneficiários. C) equilíbrio entre o valor das mensalidades e os serviços cobertos D) é responsável pela captação, distribuição e utilização dos recursos do fundo. • Nomenclatura (Inexiste consenso quanto à denominação) • “empresas de assistência à saúde”, • “planos” e • “seguros-saúde” • Atualmente “operadoras de planos de saúde” está prevista na Lei n.º. 9.656/98 e vem sendo utilizada com frequência • Espécies de operadoras de planos de saúde • RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 39. Classificadas em : administradoras, cooperativas médicas e odontológicas, autogestão, medicina e odontologia de grupo, filantropia e seguradoras. Modalidade Operadoras (%) Beneficiários (%) Cooperativa médica 24% 25% Medicina de grupo 21% 34% Odontologia de grupo 17% 17% Autogestão 13% 7% Administradora de benefícios 12% 0% Cooperativa odontológica 8% 5% Filantropia 4% 2% Seguradora especializada em saúde 1% 10% Total 100% 100% a) MEDICINA DE GRUPO • Operadoras de plano de saúde que por intermédio deuma estrutura de atendimento composta de serviços próprios, credenciados, referenciados com ou sem a combinação de ambos os modelos. “O acesso à rede própria ou credenciada é livre e o uso de serviços não credenciados é previsto nos planos mais caros, implicando no ressarcimento dos gastos segundo valores calculados por múltiplos da tabela da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Associação Brasileira de Hospitais (ABH), o que não garante a reposição total das despesas efetuadas”. • A Medicina de Grupo engloba as operadoras que ofertam planos privados de assistência à saúde pelos antes conhecidos convênios médico-hospitalares. b) Cooperativa médica e odontológica os profissionais – médicos ou odontologistas – são simultaneamente sócios e prestadores de serviços, sendo remunerados pela produção individual, além de participar, ao final de cada exercício, do rateio do resultado obtido pela sociedade. c) Entidade de Autogestão (Resolução Normativa nº 137, de 14/11/2006) Característica principal - não serem disponíveis aos consumidores em geral, mas sim apenas a um grupo restrito, constituindo, pois, um sistema fechado. De acordo com o art. 2º, da Resolução supra, as operadores de autogestão podem ser constituídas em três modalidades diversas: • Vantagens • A própria empresa se responsabiliza pela administração daquilo que é oferecido aos seus colaboradores e seus dependentes, sem a contratação de um intermediário para isso. • Consultar os colaboradores e, assim, moldar um plano de saúde que esteja alinhado com as necessidades de todos eles. • A empresa se responsabiliza por algumas atividades, como a negociação com clínicas, hospitais, médicos, dentistas e outros profissionais da área da saúde. Art. 2º Para efeito desta resolução, define-se como operadora de planos privados de assistência à saúde na modalidade de autogestão: I – a pessoa jurídica de direito privado que, por intermédio de seu departamento de recursos humanos ou órgão assemelhado, opera plano privado de assistência à saúde exclusivamente aos seguintes beneficiários: a) sócios da pessoa jurídica; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007). b) administradores e ex-administradores da entidade de autogestão; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007). c) empregados e ex-empregados da entidade de autogestão; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007). d) aposentados que tenham sido vinculados anteriormente à entidade de autogestão; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007). e) pensionistas dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores; (Redação dada pela RN nº 148, de 2007). fá) grupo familiar até o quarto grau de parentesco consanguíneo, até o segundo grau de parentesco por afinidade, criança ou adolescente sob guarda ou tutela, curatelado, cônjuge ou companheiro dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores. (Redação dada pela RN nº 355, de 2014). http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/TextoLei&format=raw&id=2784 II – a pessoa jurídica de direito privado de fins não econômicos que, vinculada à entidade pública ou privada patrocinadora, instituidora ou mantenedora, opera plano privado de assistência à saúde exclusivamente aos seguintes beneficiários: a) empregados e servidores públicos ativos da entidade pública patrocinadora; b) empregados e servidores públicos aposentados da entidade pública patrocinadora; c) ex-empregados e ex-servidores públicos da entidade pública patrocinadora; d) pensionistas dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores e) sócios ou associados da entidade privada patrocinadora ou mantenedora da entidade de autogestão; fá) empregados e ex-empregados, administradores e ex-administradores da entidade privada patrocinadora ou mantenedora da entidade de autogestão; g) empregados, ex-empregados, administradores e ex-administradores da própria entidade de autogestão; (Incluído pela RN nº 148, de 2007). h) aposentados que tenham sido vinculados anteriormente à própria entidade de autogestão ou a sua entidade patrocinadora ou mantenedora; (Redação dada pela RN nº 272, de 20/10/2011) i)pensionistas dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores; (Redação dada pela RN nº 272, de 20/10/2011) j) grupo familiar até o quarto grau de parentesco consanguíneo, até o segundo grau de parentesco por afinidade, criança ou adolescente sob guarda ou tutela, curatelado, cônjuge ou companheiro dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores; (Redação dada pela RN nº 355, de 2014) k) as pessoas previstas nas alíneas "e", "fá", "h", "i"e "j" vinculadas ao instituidor desde que este também seja patrocinador ou mantenedor da entidade de autogestão; ou (Acrescentado pela RN nº 272, de 20/10/2011) http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/index2.php?option=com_legislacao&view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=1863 http://www.ans.gov.br/index2.php?option=com_legislacao&view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=1863 http://www.ans.gov.br/TextoLei&format=raw&id=2784 http://www.ans.gov.br/index2.php?option=com_legislacao&view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=1863 II - pessoa jurídica de direito privado de fins não econômicos, constituída sob a forma de associação ou fundação, que opera plano privado de assistência à saúde aos integrantes de determinada categoria profissional que sejam seus associados ou associados de seu instituidor, e aos seguintes beneficiários: (Redação dada pela RN nº 355, de 2014) a) empregados, ex-empregados, administradores e ex-administradores da própria entidade de autogestão; (Incluído pela RN nº 148, de 2007). b) aposentados que tenham sido vinculados anteriormente à própria entidade de autogestão; (Incluído pela RN nº 148, de 2007). c) pensionistas dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores; e (Incluído pela RN nº 148, de 2007). d) grupo familiar até o quarto grau de parentesco consanguíneo, até o segundo grau de parentesco por afinidade, criança ou adolescente sob guarda ou tutela, curatelado, cônjuge ou companheiro dos beneficiários descritos nas alíneas anteriores. (Redação dada pela RN nº 355, de 2014) http://www.ans.gov.br/TextoLei&format=raw&id=2784 http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art17art14art8art4&id=MTExNw== http://www.ans.gov.br/TextoLei&format=raw&id=2784 c) Filantropia De acordo com o art. 17, da Resolução de Diretoria Colegiada nº 39/00, in verbis: Classificam-se na modalidade de filantropia as entidades sem fins lucrativos que operam Planos Privados de Assistência à Saúde e tenham obtido o certificado de entidade beneficente de assistência social emitido pelo Ministério competente, dentro do prazo de validade, bem como da declaração de utilidade pública federal junto ao Ministério da Justiça ou declaração de utilidade pública estadual ou municipal junto aos Órgãos dos Governos Estaduais e Municipais, na forma da regulamentação normativa específica vigente. Referida regulamentação é feita, atualmente, pela Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009 – dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social –, notadamente pelos seus arts.4º ao 11. d) Seguradora privada de assistência à saúde. Revogada a dicotomia entre “planos de saúde” e “seguros de saúde”. O art. 2º da lei 9.656/98 disciplinava a diferenciação entre os “planos de saúde” e os “seguros de saúde”, nos seguintes termos: Art. 2º Para o cumprimento das obrigações constantes do contrato, as pessoas jurídicas de que trata esta Lei poderão: I - nos planos privados de assistência à saúde, manter serviços próprios, contratar ou credenciar pessoas físicas ou jurídicas legalmente habilitadas e reembolsar o beneficiário das despesas decorrentes de eventos cobertos pelo plano; II - nos seguros privados de assistência à saúde, reembolsar o segurado ou, ainda, pagar por ordem e conta deste, diretamente aos prestadores, livremente escolhidos pelo segurado, as despesas advindas de eventos cobertos, nos limites da apólice. O art. 2º da Lei n.º. 9.656/98, foi revogado pela MP nº 2.177-44, de 24.8.2001 Tratamento da Lei Lei nº 10.185/01 Art. 1o As sociedades seguradoras poderão operar o seguro enquadrado no art. 1o, inciso I e § 1o, da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, desde que estejam constituídas como seguradoras especializadas nesse seguro, devendo seu estatuto social vedar a atuação em quaisquer outros ramos ou modalidades. § 2o As sociedades seguradoras especializadas, nos termos deste artigo, ficam subordinadas às normas e à fiscalização da Agência Nacional de Saúde - ANS, que poderá aplicar-lhes, em caso de infringência à legislação que regula os planos privados de assistência à saúde, as penalidades previstas na Lei no 9.656, de 1998, e na Lei no 9.961, de 28 de janeiro de 2000. Art. 2o Para efeito da Lei no 9.656, de 1998, e da Lei no 9.961, de 2000, enquadra-se o seguro saúde como plano privado de assistência à saúde e a sociedade seguradora especializada em saúde como operadora de plano de assistência à saúde. Art. 3o A sociedade seguradora que não se adaptar ao disposto nesta Lei fica obrigada a transferir sua carteira de saúde para sociedade seguradora especializada já estabelecida ou para operadora de planos privados de assistência à saúde, que venha a apresentar o plano de sucessão segundo as normas fixadas pela ANS. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9961.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9961.htm A nota essencial que anteriormente os diferenciava era que o seguro- saúde apresentava apenas uma rede referenciada para os usuários, tendo estes a possibilidade de utilizar ou optar por outros serviços e profissionais, para, após, pedir o reembolso dos valores gastos. A fiscalização das seguradoras competia à SUSEP, (Decreto-lei n.º. 73/1966). Atualmente as seguradoras estão autorizadas a disponibilizar uma relação de profissionais e estabelecimentos contratados, credenciados e/ ou referenciados e as atividades empreendidas são acompanhadas e fiscalizadas pela (ANS). e) Administradora de benefícios Regulamentada pela RN 196/09, em seu artigo 2º, que traz o seu conceito: ■ Art. 2º Considera-se Administradora de Benefícios a pessoa jurídica que propõe a contratação de plano coletivo na condição de estipulante ou que presta serviços para pessoas jurídicas contratantes de planos privados de assistência à saúde coletivos, desenvolvendo ao menos uma das seguintes atividades: ■ I – promover a reunião de pessoas jurídicas contratantes na forma do artigo 23 da RN nº 195, de 14 de julho de 2009. ■ II – contratar plano privado de assistência à saúde coletivo, na condição de estipulante, a ser disponibilizado para as pessoas jurídicas legitimadas para contratar; ■ III – oferecimento de planos para associados das pessoas jurídicas contratantes; ■ IV – apoio técnico na discussão de aspectos operacionais, tais como: ■ a) negociação de reajuste; ■ b) aplicação de mecanismos de regulação pela operadora de plano de saúde; e ■ c) alteração de rede assistencial. http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5art9art5art23&id=MTQ1OQ== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5art9art5art23&id=MTQ1OQ== Parágrafo único. Além das atividades constantes do caput, a Administradora de Benefícios poderá desenvolver outras atividades, tais como: I - apoio à área de recursos humanos na gestão de benefícios do plano; II - terceirização de serviços administrativos; III - movimentação cadastral; IV - conferência de faturas; V - cobrança ao beneficiário por delegação; e VI - consultoria para prospectar o mercado, sugerir desenho de plano, modelo de gestão. http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=MTQ1OQ== Art. 4º A Administradora de Benefícios poderá figurar no contrato coletivo celebrado entre a Operadora de Plano Privado de Assistência à Saúde e a pessoa jurídica contratante na condição de participante ou de representante mediante formalização de instrumento específico. Parágrafo único. Caberá à Operadora de Planos de Assistência à Saúde exigir a comprovação da legitimidade da pessoa jurídica contratante, na forma dos arts. 5o e 9º da RN nº 195, de 14 de julho de 2009 e da condição de elegibilidade do beneficiário. http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5art9art5&id=MTQ1OQ== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5art9art5&id=MTQ1OQ== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5art9&id=MTQ1OQ== Art. 5o A Administradora de Benefícios poderá contratar plano privado de assistência à saúde, na condição de estipulante de plano coletivo, a ser disponibilizado para as pessoas jurídicas legitimadas para contratar, desde que a Administradora assuma o risco decorrente da inadimplência da pessoa jurídica, com a vinculação de ativos garantidores suficientes para tanto. §1º A ANS regulamentará a vinculação dos ativos garantidores através de resolução específica. §2º Caberá tanto à Administradora de Benefícios quanto à Operadora de Plano de Assistência à Saúde exigir a comprovação da legitimidade da pessoa jurídica contratante, na forma dos arts. 5o e 9º da RN nº 195, de 14 de julho de 2009 e da condição de elegibilidade do beneficiário. http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5&id=MTQ1OQ== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9art5&id=MTQ1OQ== http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&ancora=art5art23incIIIart9&id=MTQ1OQ== Vedações Art. 3º A Administradora de Benefícios não poderá atuar como representante, mandatária ou prestadora de serviço da Operadora de Plano de Assistência à Saúde nem executar quaisquer atividades típicas da operação de planos privados de assistência à saúde. Art. 7º É vedado à Administradora de Benefícios: I – impedir ou restringir a participação de consumidor no plano privado de assistência à saúde, mediante seleção de risco; e II – impor barreiras assistenciais, obstaculizando o acesso do beneficiário às coberturas previstas em lei ou em contrato. Art. 8º A Administradora de Benefícios não poderá ter rede própria, credenciada ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou odontológicos, para oferecer aos beneficiários da pessoa jurídica contratante. Art. 9º É vedada a participação de Administradora de Benefícios e Operadora de Plano de Assistência à Saúde pertencentes ao mesmo grupo econômico em uma mesma relação contratual. • LEGITIMIDADE PASSIVA – ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS – Tese favorável. • Administradora de Benefíciosque juntamente com a operadora, emprega esforço visando a contratação de clientes e prestação de serviços médicos, é considerada fornecedora de serviço na cadeia de consumo, fato que a torna, em regra, parte legítima para figurar no polo passivo da demanda, nos casos de que tenha contribuído de algum modo para lesão ou ameaça de lesão à direito do usuário- consumidor e ou da pessoa jurídica contratante nos casos de falha na prestação do serviço. Neste caso deve ser reconhecida a solidariedade entre a operadora do plano de saúde e a administradora dos benefícios, já que integram a cadeia de fornecimento do serviço de saúde, conforme dispões os artigos 3º, 7º, parágrafo único, 25 parágrafo primeiro e 28, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor DA REDE DE PRESTADORES DE SERVIÇOS MÉDICO-HOSPITALARES As modalidades de acesso à atendimento médico pelo usuário O art. 1º, I, da Lei nº 9.656/98 conceitua o Plano Privado de Assistência à Saúde como “prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor”. Rede contratada. A assistência privada é prestada por estabelecimentos e profissionais previamente contratados com a operadora de plano de saúde, assumindo o compromisso de atender aos beneficiários vinculados ao plano de saúde. Rede Credenciada. A assistência privada é prestada por estabelecimentos e profissionais previamente registrados junto à operadora de plano de assistência à saúde, sem vínculo contratual entre os integrantes da rede credenciada e a operadora. Neste caso a operadora se limita a realizar uma prévia avaliação da qualidade dos serviços a serem disponibilizados. Rede referenciada. A assistência privada à saúde é prestada por estabelecimentos e profissionais que não possui qualquer vínculo contratual com a operadora, como também não se submete a prévio registro perante a operadora. Contrato fundado na livre escolha pelo beneficiário/segurado de médicos e hospitais com reembolso das despesas no limite da apólice. • Formas de acesso/escolha do atendimento médico pelo usuário e a (i)responsabilidade solidária entre operadora e hospital/médico conveniado ou credenciado • A partir das definições acima é possível extrair as formas de acesso aos estabelecimentos e profissionais: • a) Contrato fundado na livre escolha pelo beneficiário/segurado de médicos e hospitais com reembolso das despesas no limite da apólice, cabendo à operadora apenas reembolsar os usuários pelos valores pagos, observados os limites contratuais. • Nesta forma de acesso o usuário detém plena liberdade na escolha dos profissionais e serviços, cabendo a operadora a obrigação de pagamento ou reembolso pelos serviços prestados. Na primeira forma de acesso, a operadora não é responsável pela má prestação do serviço, na medida em que a eleição do profissional ou unidade de atendimento médico é realizada pelo próprio usuário ou por pessoa de sua confiança, Neste sentido, a responsabilidade será direta do médico e/ou hospital. • b) A escolha de profissionais médicos apenas dentre aqueles contratados ou associados à operadora, bem como de estabelecimento ambulatorial e/ou hospitalar que pertença ou que possua vínculo contratual com a operadora e • c) Há limitação da escolha de profissionais ou serviços de saúde aos que integrem rede credenciada ou referenciada. Aqui a ausência de vínculo empregatício ou societário da operadora com a rede de profissionais é uma diferença marcante na comparação com o modelo anterior. • Se o contrato é fundado na prestação de serviços médicos e hospitalares próprios e/ou credenciados ou referenciados no qual a operadora de plano de saúde mantém hospitais e emprega médicos ou indica um rol de conveniados, não há como afastar sua responsabilidade solidária pela má prestação do serviço. Os princípios da boa-fé, cooperação, transparência e informação, devem ser observados pelos fornecedores, diretos ou indiretos, principais ou auxiliares, enfim, todos aqueles que, para o consumidor, participem da cadeia de fornecimento. A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço, responde perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação, seja quando fornece por meio de hospital próprio e médicos contratados ou por meio de médicos e hospitais credenciados, nos termos dos arts. 2º, 3º, 14 e 34 do Código de Defesa do Consumidor e art. 932, III, do Código Civil de 2002. Essa responsabilidade é objetiva e solidária em relação ao consumidor, mas, na relação interna, respondem o hospital, o médico e a operadora do plano de saúde nos limites da sua culpa • Dever de manutenção da qualidade da rede de prestadores de serviços médicos e seus fundamentos A Lei 9.656/98 consagra o dever de manutenção do nível qualitativo e quantitativo dos serviços médicos fornecidos pelas operadoras de plano de saúde, nas condições originalmente contratadas – o que inclui o rol de prestadores de serviços credenciados ou referenciados. Assim, dispõe o art. 17, caput, que “a inclusão de qualquer prestador de serviço de saúde como contratado, referenciado ou credenciado dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei implica compromisso com os consumidores quanto à sua manutenção ao longo da vigência dos contratos • Requisitos para substituição da rede de prestadores de serviços. Art. 17 §1º da Lei 9656/98: i) a notificação dos consumidores com antecedência mínima de trinta dias; ii) a contratação de novo prestador de serviço de saúde equivalente ao descredenciado; e, iii) a comunicação a Agência Nacional de Saúde Os arts. 6º, III, e 46 do CDC instituem o dever de informação e consagram o princípio da transparência, que alcança o negócio em sua essência, na medida em que a informação repassada ao consumidor integra o próprio conteúdo do contrato considerando a importância que a rede conveniada assume para a continuidade do contrato. RESOLUÇÃO NORMATIVA - RN Nº 365, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2014 Art. 6º A operadora deve observar os seguintes critérios de equivalência quando da substituição de um estabelecimento não hospitalar, pessoa jurídica, exceto os profissionais previstos no art. 7º, por outro em sua rede assistencial do plano de saúde: I - Mesmo Tipo de Estabelecimento, conforme registro do prestador no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES; II - Mesmos Serviços Especializados, conforme registro do prestador no CNES; III - localização no mesmo município: a) em caso de indisponibilidade ou inexistência de prestador no mesmo município poderá ser indicado prestador em município limítrofe a este; b) em caso de indisponibilidade ou inexistência de prestador nos municípios limítrofes poderá ser indicado prestador na Região de Saúde à qual faz parte o município. Parágrafo único. No caso de ausência ou incompatibilidade ou desatualização de cadastro no CNES do prestador a ser substituído e/ou do que irá substituir, a operadora deverá considerar os serviços contratados, utilizando como referência a descrição de Tipo de Estabelecimento e de Serviços Especializados adotada pelo CNES para verificação da equivalência dos prestadores. Profissionais de Saúde que Atuem em Consultório Isolado Art. 7º A operadora deve observar os seguintes critérios de equivalência quando da substituição de um profissional de saúde que atue em consultório isolado, conforme cadastro no CNES, pessoa física ou jurídica, por outro em sua rede assistencial do plano de saúde: I - habilitação legal para exercer a mesma profissão; II - localização no mesmo município: a)em caso de indisponibilidade ou inexistência de prestador no mesmo município poderá ser indicado prestador em município limítrofe a este; b) em caso de indisponibilidade ou inexistência de prestador nos municípios limítrofes poderá ser indicado prestador na Região de Saúde à qual faz parte o município. Parágrafo único. No caso de ausência ou incompatibilidade ou desatualização de cadastro no CNES do prestador a ser substituído e/ou do que irá substituir, a operadora deverá considerar os serviços contratados para verificação da equivalência dos prestadores. Das Exceções Art. 8º É permitida a exclusão de prestador não hospitalar da rede assistencial do plano de saúde sem substituição nas seguintes situações: I - rescisão de contrato coletivo que ocasione redução de 50% ou mais do total de beneficiários do plano de saúde no município onde o prestador a ser excluído está localizado; II - ausência de prestação de serviço para o plano de saúde por no mínimo 12 meses consecutivos, desde que não haja suspensão formalizada acordada entre as partes; III - quando a operadora comprovar que houve qualquer tipo de exigência de prestação pecuniária por parte do prestador ao beneficiário de plano de saúde, por qualquer meio de pagamento, referente aos procedimentos contratados, respeitados os limites de cobertura e a existência de mecanismos de regulação financeira previstos no contrato do beneficiário. Art. 9º As exceções previstas no artigo 8º não se aplicam às operadoras que: I - tenham tido a comercialização de produtos suspensa em área de atuação que inclua o município onde o prestador a ser excluído está localizado, nos últimos dois ciclos de monitoramento da garantia de atendimento; ou II - estejam em regime especial de direção técnica. De fato, nesse sentido entende o Superior Tribunal de Justiça, in verbis: “RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. ERRO MÉDICO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. DANO MORAL RECONHECIDO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. MAJORAÇÃO. RECURSO PROVIDO. 1. Se o contrato for fundado na livre escolha pelo beneficiário/segurado de médicos e hospitais com reembolso das despesas no limite da apólice, conforme ocorre, em regra, nos chamados seguros-saúde, não se poderá falar em responsabilidade da seguradora pela má prestação do serviço, na medida em que a eleição dos médicos ou hospitais aqui é feita pelo próprio paciente ou por pessoa de sua confiança, sem indicação de profissionais credenciados ou diretamente vinculados à referida seguradora. A responsabilidade será direta do médico e/ou hospital, se for o caso. Segue...... 2. Se o contrato é fundado na prestação de serviços médicos e hospitalares próprios e/ou credenciados, no qual a operadora de plano de saúde mantém hospitais e emprega médicos ou indica um rol de conveniados, não há como afastar sua responsabilidade solidária pela má prestação do serviço. 3. A operadora do plano de saúde, na condição de fornecedora de serviço, responde perante o consumidor pelos defeitos em sua prestação, seja quando os fornece por meio de hospital próprio e médicos contratados ou por meio de médicos e hospitais credenciados, nos termos dos arts. 2º, 3º, 14 e 34 do Código de Defesa do Consumidor, art. 1.521, III, do Código Civil de 1916 e art. 932, III, do Código Civil de 2002. Essa responsabilidade é objetiva e solidária em relação ao consumidor, mas, na relação interna, respondem o hospital, o médico e a operadora do plano de saúde nos limites da sua culpa. 4. Tendo em vista as peculiaridades do caso, entende- se devida a alteração do montante indenizatório, com a devida incidência de correção monetária e juros moratórios. 5. Recurso especial provido”. (Resp. 866371/RS. Rel. Min. Raul Araújo. Quarta Turma. Julgado em 27/03/2012, DJe 20/08/2012). Responsabilidade civil diante da ausência de comunicação prévia da substituição do prestador de serviço de saúde. A ausência de notificação dos consumidores com antecedência mínima de trinta dias conjugada com a falta de contratação de novo prestador de serviço de saúde equivalente ao descredenciado, viola o dever de informação e assim revela conduta abusiva por parte da operadora de plano de saúde com verdadeira quebra de confiança contratual. Como regra, o mero descumprimento do contrato não rende ensejo à indenização por dano moral compensável. Quando, por consequência, é determinante para a situação traumática e aflitiva suportada pelo consumidor, com destaque para os casos em que o descredenciamento é contemporâneo ao tratamento do usuário conjugado com a inexistência de oferecimento de continuidade do tratamento em clínica equivalente é cabível indenização por dano moral STJ, Resp. 8314385/PR, Rel. Ministro Ricardo Villas Boas Cueva, Terceira Turma, julgado no dia 00/02/2014, DJe 02/02/2015 Decretação de falência de estabelecimento integrante da rede de assistência. Dever da operadora de disponibilização de cobertura por outros profissionais e/ou estabelecimentos. Há dano moral indenizável quando a prestadora de serviços de saúde se mostra inadimplente contratualmente ao não disponibilizar a beneficiária do plano tratamento adequado em hospital ou clínica conveniada. – A decretação de falência da rede conveniada para a realização dos exames, importa, necessariamente, em disponibilização imediata, a tempo e a modo, de outro meio idôneo para a realização de serviços. – o valor estipulado a título de danos morais (R$ 10.000,00 – dez mil reais) se mostra razoável e proporcional ao dano experimentado, não merecendo qualquer modificação. (...)”. (TJAM. Relator Domingos Jorge Chalub Pereira. Comarca: Manaus/AM. Órgão Julgador: Segunda Câmara Cível. Data do julgamento: 01/10/2017. Data de registro: 03/10/2017). • Reembolso: Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo as seguintes exigências mínimas: VI - reembolso, em todos os tipos de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nos limites das obrigações contratuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário com assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência, quando não for possível a utilização dos serviços próprios, contratados, credenciados ou referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis no prazo máximo de trinta dias após a entrega da documentação adequada; Os planos de plano de saúde também podem operar com a intermediação financeira, mediante reembolso dos gastos com assistência médico- hospitalar para além da sua rede própria ou credenciada, conforme o artigo 1º, I e art. 12, VI da Lei 9656/98. Entre as exigências mínimas de qualquer plano de saúde, o art. 12, VI, da Lei 9.656/98 estabelece que deve ser realizado pela operadora o reembolso, nos limites das obrigações contratuais, das despesas efetuadas pelo beneficiário com assistência à saúde, em casos de urgência ou emergência, quando não for possível a utilização dos serviços próprios, contratados, credenciados ou referenciados pelas operadoras, de acordo com a relação de preços de serviços médicos e hospitalares praticados pelo respectivo produto, pagáveis no prazo máximo de trinta dias após a entrega da documentação adequada. (Tabela) Para todos os produtos que prevejam a opção de acesso a livre escolha de prestadores, o reembolso será efetuado nos limites do estabelecido contratualmente (art. 9º, §1º da RN n.º. 259, DE 17 DE JUNHO DE 2011). • No STJ é assente o entendimento segundo o qual “ nos termos do art. 12, VI, da Lei nº 9.656/98, o reembolso de despesas realizadas pelo beneficiário do plano de saúde com internação em clínica não conveniada apenas é admitido em casos excepcionais - situação de urgência ou emergência,inexistência de estabelecimento credenciado no local e/ou impossibilidade de utilização dos serviços próprios da operadora em razão de recusa injustificada”. • Agravo regimental não provido. (AgRg no Resp. 1504979/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 05/05/2016, DJe 13/05/2016. a) quanto ao regime da contratação; e b) quanto à cobertura assistencial contratada. Classificação Contratos de planos de saúde sob duas perspectivas: a) QUANTO AO REGIME DA CONTRATAÇÃO ■ Art. 16. Dos contratos, regulamentos ou condições gerais dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei devem constar dispositivos que indiquem com clareza: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) ■ VII - o regime, ou tipo de contratação: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) ■ a) individual ou familiar; ■ b) coletivo empresarial; ou ■ c) coletivo por adesão; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm I – Individual ou familiar: • RESOLUÇÃO NORMATIVA – RN Nº 195, DE 14 DE JULHO DE 2009 • Art. 3º Plano privado de assistência à saúde individual ou familiar é aquele que oferece cobertura da atenção prestada para a livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, com ou sem grupo familiar. • §1oA extinção do vínculo do titular do plano familiar não extingue o contrato, sendo assegurado aos dependentes já inscritos o direito à manutenção das mesmas condições contratuais, com a assunção das obrigações decorrentes. • §2º O disposto no parágrafo anterior não se aplica às hipóteses de rescisão unilateral do contrato por fraude ou não-pagamento da mensalidade, previstas no inciso II do art. 13 da Lei nº 9.656, de 1998. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm Admissão na qualidade de dependente do usuário titular do contrato de plano de saúde: Filhos biológicos ou adotivos (art. 227, §6º, da CR), por qualquer dos genitores. A Lei nº 9.656/98 prevê, dentre as exigências mínimas que devem constar em todos os planos de saúde, a inscrição de filho adotivo, menor de doze anos de idade, aproveitando os períodos de carência já cumpridos pelo consumidor adotante (art. 12, VII). Contratos com cobertura obstetrícia - Assegurado a inscrição ao recém- nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, como dependente, isento do cumprimento dos períodos de carência, desde que a inscrição ocorra no prazo máximo de trinta dias do nascimento ou da adoção (art. 12, III, b). (ANS) - Súmula Normativa nº 25, de 13 de setembro de 2012, itens 7 e 8, in verbis: “7. O menor de 12 anos adotado por beneficiário de plano de saúde, ou sob guarda ou tutela deste, independente do tipo de segmentação contratada, pode ser inscrito no plano privado de assistência à saúde em até 30 (trinta) dias a contar da adoção, guarda, ou tutela, aproveitando os prazos de carência já cumpridos pelo beneficiário adotante, seja ele pai ou mãe, ou responsável legal, conforme o caso. 8. O filho menor de 12 anos cuja paternidade tenha sido reconhecida judicial ou extrajudicialmente pode ser inscrito no plano privado de assistência à saúde em até 30 dias do reconhecimento, aproveitando os prazos de carência cumpridos pelo beneficiário pai, independente da segmentação contratada.” • Inscrição dos netos ou sobrinho menores sob a guarda dos avós e tios como dependentes. O artigo 33, caput, da Lei 8.069/90, impõe ao guardião a obrigação de prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, e, por consequência, também deve conferir direitos, como a dependência para fins previdenciários e em planos de saúde, conforme o § 3º do referido dispositivo legal. A recusa de inclusão da criança ou adolescente sob guarda do titular no plano de saúde deve ser considerada abusiva pois fere o próprio instituto da guarda, que é o de propiciar ao infante a proteção total pelo seu guardião. Neste sentido, a disciplina legal mencionada tem prevalência sobre quaisquer disposições estatutárias, regulamentares e contratuais que estabeleçam limitações ao ingresso da criança ou adolescente na condição de dependente no plano de saúde • Possibilidade de inscrição de menor, sob a guarda dos tios, como dependente. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER - INCLUSÃO DE MENOR SOB A GUARDA DE TIA COMO DEPENDENTE NATURAL EM PLANO DE SAÚDE - POSSIBILIDADE - ARTIGO 33, § 3º, DO ECA - NORMA DE ORDEM PÚBLICA - PROTEÇÃO À SAÚDE - ARTIGO 227, DA CF/88 - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO. 1. O artigo 33, caput, do ECA, impõe ao guardião a obrigação à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, e, por consequência, também deve conferir direitos, como a dependência para fins previdenciários e em planos de saúde, conforme o § 3º do referido dispositivo legal. 2. A existência de limitações à inclusão de menor, sob a guarda de segurado, ao plano de saúde, fere o próprio instituto da guarda, que é o de propiciar ao infante a proteção total pelo seu guardião. Recusa de inclusão abusiva.”. (TJMS. Apelação n.º. 0800303-27.2014.8.12.0051. Itaquiraí. 3ª Câmara Cível. Rel. Des. Fernando Mauro Moreira Marinho, j: 27/11/2018, p: 28/11/2018 • No sentido do texto. “Plano de saúde individual. Pleito de manutenção de ex-cônjuge na apólice de seguro do qual era beneficiária, na qualidade de dependente. Plano cancelado pela operadora de saúde em função de divórcio com o titular. A extinção do vínculo do titular de plano familiar não extingue o contrato, consoante incidência do art. 3º, parágrafo primeiro, da Resolução ANS nº 195/2009. Obrigatoriedade que assegura aos dependentes a manutenção no plano individual, nas mesmas condições, com a assunção das obrigações contratuais decorrentes. Rescisão da abrupta da avença após divórcio do titular que se afigura abusiva (art. 51, IV, CDC). Medida imperiosa, inclusive, face à moléstia que acomete a autora (Doença de Crohn). Princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da boa-fé objetiva. Precedentes. Sentença reformada. Recurso provido.” (TJSP. Apelação10424541320168260100; Rel. Romolo Russo. Órgão julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 9ª Vara Cível; Data do julgamento: 22/05/2018; Data do registro: 23/05/2018). Inscrição do seu cônjuge ou companheiro na qualidade de dependente - Súmula Normativa nº 12/2010, (ANS), que para “fins de aplicação à legislação de saúde suplementar, entende-se por companheiro de beneficiário titular de plano privado de assistência à saúde pessoa do sexo oposto ou do mesmo sexo”. • No mesmo sentido. PLANO DE SAÚDE. COMPANHEIRO. “A relação homoafetiva gera direitos e, analogicamente à união estável, permite a inclusão do companheiro dependente em plano de assistência médica”. (Resp. nº 238.715, RS, Rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, DJ 02.06.06). Agravo regimental não provido.) (STJ - AgRg no Ag: 971466 SP 2007/0256562-4, Relator MINISTRO ARI PARGENDLER, Data de julgamento: 02/09/2008, T3 - Terceira Turma, Data de publicação, DJe: 05/11/2008). No mesmo sentido. “(...). 1. Trata-se de ação cominatória de obrigação de fazer para autorização de inscrição de dependente na qual a autora objetiva a inclusão de sua companheira como dependente em seu plano de saúde, julgada procedente na origem. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal ao apreciar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 132/RJ e a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4277/DF – ambas de relatoria do Em. Ministro Ayres Brito, reconheceu como entidade familiar a união entre pessoas do mesmo sexo, desde que atendidos os mesmos requisitos exigidos para a constituição da união estável entre homem e mulher, além de proclamar, com eficácia erga omnes e efeito vinculante, que os mesmos direitos e deveres dos companheiros na união estável heteroafetiva estendem-se aos companheiros na união estável entre pessoas do mesmo sexo. 3. A apelada mantém união estável homoafetiva com Eliene Silva da Paixão Freitas,e comprova através de Contrato de União Homoafetiva perante a Defensoria Pública do Estado do Pará (fls. 33/35) e pelo Contrato de Promessa de Compra e Venda de imóvel residencial na cidade de Belém, adquirido por ambas em 2009, em união de esforços. 4. Por tais motivos, comprovada a união estável homoafetiva entre Eliene Silva da Paixão Freitas e Diana Helena Medeiros Silva, a procedência do pedido de inclusão no plano de saúde é medida que se impõe. (...)”. (TJPA. Apelação 2018.0034247-61, 185.224. Rel. Rosileide maria da Costa Cunha, Órgão julgador 1ª Turma de Direito Público, Julgado em 2018-01-29, publicado em 2018. 01.31). • Plano de Saúde – Cláusula de remissão • Garantia de continuidade da prestação dos serviços de saúde suplementar aos dependentes inscritos após a morte do titular, por lapso que varia de 1 (um) a 5 (cinco) anos, sem a cobrança de mensalidades. Objetivo: Proteção do núcleo familiar do titular falecido, que dele dependia economicamente, ao ser assegurada, por certo período, a assistência médica e hospitalar, a evitar o desamparo abrupto (Resp. 1.457.254-SP) • Aplica-se ao companheiro também. Art. 226§3º da CR. • Súmula Normativa n.º. 13/2010, “o término da remissão não extingue o contrato de plano familiar, sendo assegurado aos dependentes já inscritos o direito à manutenção das mesmas condições contratuais, com a assunção das obrigações decorrentes, para os contratos firmados a qualquer tempo” • Conduta abusiva da operadora - as seguradoras cancelam o plano automaticamente e emitem uma nova apólice, com preço muito acima do que era pago anteriormente, impondo, ainda, condições extremamente gravosas, que são acobertadas pelo atrativo de não cumprimento de nova carência. Na maioria dos casos, o consumidor lesado é idoso e se vê forçado a contratar com receito de perder a cobertura. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Plano Novo 94% Plano Antigo 6% 77% 5% 17% 1% Contrato Coletivo 82% Contrato Individual 18% Fonte: Sistema de Informações de Beneficiários – SIB/ANS/MS – 12/2018 e Cadastro de Operadoras – CADOP/ANS/MS – 12/2018 Caderno de Informação da Saúde Suplementar (edição jan. 2019). RESOLUÇÃO NORMATIVA – RN Nº 195, DE 14 DE JULHO DE 2009 Do Plano Privado de Assistência à Saúde Coletivo Empresarial Da Definição Art. 5º Plano privado de assistência à saúde coletivo empresarial é aquele que oferece cobertura da atenção prestada à população delimitada e vinculada à pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária. §1º O vínculo à pessoa jurídica contratante poderá abranger ainda, desde que previsto contratualmente: I - os sócios da pessoa jurídica contratante; II - os administradores da pessoa jurídica contratante; III - os demitidos ou aposentados que tenham sido vinculados anteriormente à pessoa jurídica contratante, ressalvada a aplicação do disposto no caput dos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9656.htm IV – os agentes políticos; V – os trabalhadores temporários; VI – os estagiários e menores aprendizes; e VII - o grupo familiar até o terceiro grau de parentesco consanguíneo, até o segundo grau de parentesco por afinidade, cônjuge ou companheiro dos empregados e servidores públicos, bem como dos demais vínculos dos incisos anteriores. Até o terceiro grau de parentesco consanguíneo- os pais, os filhos e os netos do titular do plano, (art. 1.594 do C. C). O “segundo grau de parentesco por afinidade” art. 1.595. CC. § 1º, do Código Civil, são os sogros, genros, noras, enteados e o cunhadio do titular desde que previamente inscritos à luz das cláusulas contratuais, normas regulamentares e estatutárias do plano ou da apólice. §2º O ingresso do grupo familiar previsto no inciso VII do §1º deste artigo dependerá da participação do beneficiário titular no contrato de plano privado de assistência a saúde. http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=MTQ1OA== RESOLUÇÃO NORMATIVA – RN Nº 195, DE 14 DE JULHO DE 2009 Do Plano Privado de Assistência à Saúde Coletivo por Adesão Art 9o Plano privado de assistência à saúde coletivo por adesão é aquele que oferece cobertura da atenção prestada à população que mantenha vínculo com as seguintes pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial: I – conselhos profissionais e entidades de classe, nos quais seja necessário o registro para o exercício da profissão; II – sindicatos, centrais sindicais e respectivas federações e confederações; III – associações profissionais legalmente constituídas; IV - cooperativas que congreguem membros de categorias ou classes de profissões regulamentadas; V - caixas de assistência e fundações de direito privado que se enquadrem nas disposições desta resolução; VI - entidades previstas na Lei no 7.395, de 31 de outubro de 1985, e na Lei no 7.398, de 4 de novembro de 1985; e..... http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7395.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7398.htm CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS CONTRATOS COLETIVO EMPRESARIAL E COLETIVO POR ADESÃO: • As condições de rescisão do contrato e de suspensão de cobertura devem constar no texto contratual, sendo somente permitida a rescisão imotivada após a vigência do período de doze meses e mediante prévia notificação da outra parte com antecedência mínima de sessenta dias; (resolução 195/09, art. 17, parágrafo único). • Cabe apenas à pessoa jurídica contratante solicitar a suspensão ou a exclusão de beneficiários dos planos de saúde, salvo nos casos de fraude ou perda dos vínculos do titular, ou de dependência, desde que previstos em regulamento ou contrato, em que poderá a operadora excluir ou suspender sem a anuência daquela. Inadimplência do empregado, suspenção do plano e cobrança. _ plano coletivo A Resolução Normativa 195/09 da ANS estabelece que a operadora contratada não poderá efetuar a cobrança da contraprestação pecuniária diretamente aos beneficiários, porque a captação dos recursos das mensalidades dos usuários do plano coletivo é de responsabilidade da pessoa jurídica contratante (arts. 13 e 14). Essa atribuição pode ser delegada à administradora de benefícios, nos termos do art. 2º, parágrafo único, V, da RN 196/09 da ANS. 5. Eventual inadimplemento dos beneficiários do plano coletivo autoriza que a pessoa jurídica contratante solicite a sua suspensão ou exclusão do contrato, nos termos do art. 18, da RN 195/09 da ANS. Entretanto, para que essa conduta esteja respaldada pelo ordenamento jurídico, o contrato do plano privado de assistência à saúde coletivo por adesão deverá conter cláusula específica que discipline os casos de inadimplemento por parte dos beneficiários, bem como as condições e prazo de pagamento (art. 15, da RN 195/09). 6. A operadora de plano de saúde, embora não tenha obrigação para controlar individualmente a inadimplência dos usuários vinculados ao plano coletivo, tem o dever de informação previsto contratualmente antes da negativa de tratamento pleiteado pelo usuário. RECURSO ESPECIAL Nº 1.655.130. Condições de elegibilidade do beneficiário – A necessidade de regularidade do vínculo. Para vínculo de beneficiários aos planos privados de assistência à saúde coletivo por adesão ou empresarial não serão permitidas quaisquer outras exigências que não as necessárias para ingressar na pessoa jurídica contratante, vedada, assim, qualquer seleção de risco que impeça o ingresso na condição de beneficiário, consoante o artigo 16 da resolução normativa nº 195. O ingresso de novos beneficiários que não atendam aos requisitos de elegibilidade constituirá vínculo direto e individual com a operadora, equiparando-se para todos os efeitos legais ao plano individual ou familiar, consoante o art. 32 da resolução normativa nº 195, além da imposição de multa no valor de R$ 50.000,00, conforme o artigo 32 da RN nº 124, de 30 de março de 2006. No sentido do texto o enunciado 35 do CNJ. Cancelamento do plano coletivo – Obrigatoriedade de oferecimento de plano ou seguro na modalidadeindividual ou familiar aos empregados ou ex-empregados com dispensa de cumprimento de novo período de carência. As operadoras de planos ou seguros de assistência à saúde que administram ou operam planos coletivos empresariais ou por adesão para empresas que concedem esse benefício a seus empregados, ou ex-empregados, deverão disponibilizar plano ou seguro de assistência à saúde na modalidade individual ou familiar ao universo de beneficiários, no caso de cancelamento desse benefício, sem necessidade de cumprimento de novos prazos de carência. Os beneficiários dos planos ou seguros coletivos cancelados deverão fazer opção pelo produto individual ou familiar da operadora no prazo máximo de trinta dias após o cancelamento. O empregador deve informar ao empregado sobre o cancelamento do benefício, em tempo hábil ao cumprimento do prazo de 30 (trinta) dias, consoante as previsões dos artigos 1º e 2º da Resolução do Conselho de Saúde Suplementar – CONSU Nº 19 de 25 de março de 1999. • Manutenção da condição de beneficiário - Plano coletivo de assistência à saúde em decorrência de vínculo empregatício - rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa causa. Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) § 1o O período de manutenção da condição de beneficiário a que se refere o caput será de um terço do tempo de permanência nos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou sucessores, com um mínimo assegurado de seis meses e um máximo de vinte e quatro meses. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm § 2o A manutenção de que trata este artigo é extensiva, obrigatoriamente, a todo o grupo familiar inscrito quando da vigência do contrato de trabalho. § 3o Em caso de morte do titular, o direito de permanência é assegurado aos dependentes cobertos pelo plano ou seguro privado coletivo de assistência à saúde, nos termos do disposto neste artigo. § 4o O direito assegurado neste artigo não exclui vantagens obtidas pelos empregados decorrentes de negociações coletivas de trabalho. § 5o A condição prevista no caput deste artigo deixará de existir quando da admissão do consumidor titular em novo emprego. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) § 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, não é considerada contribuição a co-participação do consumidor, única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou hospitalar. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2177-44.htm É importante destacar que a contribuição do empregado não precisa englobar todo o período do vínculo contratual. Nos termos dos arts. 60, §20, 23 e 24 da RN ANS no 279/2011, os períodos de contribuição do trabalhador ao plano de saúde sempre devem ser considerados para fins de aplicação do art. 30 Lei no 9.656/1998 (e também do artigo 31 no tocante ao trabalhador aposentado), mesmo que na época da demissão sem justa causa o regime de custeio seja diverso. § 2º do art. 6º da Resolução Normativa - RN n º 279/11, segundo qual “ainda que o pagamento de contribuição não esteja ocorrendo no momento da demissão, exoneração sem justa causa ou aposentadoria, é assegurado ao empregado os direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998, na proporção do período ou da soma dos períodos de sua efetiva contribuição para o plano privado de assistência à saúde”. Há entendimento na doutrina no sentido de que a proteção da norma alcança também os trabalhadores terceirizados e o trabalhador avulso. Havendo relação de trabalho, com vínculo empregatício ou não, a proteção estabelecida pelo art. 30 há de ser aplicada. A) O fundamento reside no princípio da isonomia de tratamento dos consumidores, com a incidência das normas protetivas do Código de Defesa do Consumidor, as disposições da Constituição da República, no art. 198, §§ 5º e 6º, que tratam a saúde como direito do cidadão e obrigação do Estado, e o art. 7º, XXXIV, da C.R, este assegurando “igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso”. B) A Resolução Normativa 195 da ANS que no art. 5º, §1º, V reconhece a possibilidade dos trabalhadores temporários vinculados a pessoa jurídica contratante do plano coletivo figurem como beneficiários, desde que previsto contratualmente. No tocante os empregados que aderem aos Planos de Desligamento Voluntário, os PDV, os trabalhadores estão fora da proteção prevista no art. 30 da Lei 9.656/98, visto que não se trata de demissão sem justa causa. Morte do titular vinculado ao plano coletivo empresarial e o exercício do direito à manutenção no plano pelos herdeiros. O falecimento do titular vinculado a um plano coletivo empresarial, além de por fim ao vínculo empregatício, determina a sucessão dele pelos seus dependentes e agregados do direito de manter sua condição de beneficiários do plano a que estava vinculado o ex-empregado, consoante o § 3º do art. 30 da lei 9.656/98. A QUESTÃO É REGULAMENTADA no art. 8º da RN 279/11, nos seguintes termos: “Em caso de morte do titular é assegurado o direito de manutenção aos seus dependentes cobertos pelo plano privado de assistência à saúde, nos termos do disposto nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998.” Os sucessores devem se habilitar administrativamente junto à operadora de plano de saúde, dispensando-se o inventário judicial. Havendo lesão ao direito do sucessor diante da negativa de admissão por parte da operadora de plano de saúde, a pretensão deverá ser objeto de demanda declaratória e condenatória, buscando o autor a declaração da titularidade e do direito assegurado por lei, além da condenação da operadora a admitir os sucessores na condição de beneficiários. Contratação de um plano ou seguro, exclusivo para ex-empregados, pelas empregadoras. O art. 13 da RN 279 dispõe: “Para manutenção do ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa ou aposentado como beneficiário de plano privado de assistência à saúde, os empregadores poderão: I – manter o ex-empregado no mesmo plano privado de assistência à saúde em que se encontrava quando da demissão ou exoneração sem justa causa ou aposentadoria; ou II – contratar um plano privado de assistência à saúde exclusivo para seus ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa ou aposentados, na forma do artigo 17, separado do plano dos empregados ativos.” O plano a que se refere o inciso II do art. 13 da RN 279, no entanto, pode ser um plano coletivo, estipulado por outra empresa ou associação de qualquer natureza. Basta que um contrato de admissão dos empregados aposentados ou demitidos pela empregadora estipulante seja firmado com a gestora do plano para o qual ocorrerá a migração do ex-empregado ou do aposentado. Exercício do direito de opção, período de manutenção e o termo final do benefício. A manutenção do ex-empregado demitido ou exonerado sem justa causa no plano coletivo é uma opção que poderá ser exercida por ele no prazo máximo de 30 (trinta) dias, em resposta ao comunicado do empregador, formalizado no ato da comunicação do aviso prévio, a ser cumprido ou indenizado, consoante o art. 10 da RN 279/11. O prazo TEM início a partir da comunicação inequívoca ao ex-empregado sobre a opção de manutenção da condição de beneficiário de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, consoante