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Lívia Santos O filme, Sentimentos que cura, passa em Boston e inicia narrado por uma das duas filhas do casal principal, Amélia, onde a primeira informação e imagem passada é de seu pai, Cameron que é diagnosticado como maníaco depressivo bipolar e alcoólatra. Em subsequente afirma que quando seu pai conheceu sua mãe Maggie falou para ela que sofria de um transtorno, porém sua mãe banalizou a priori dizendo que todos naquela época, final dos anos de 1960, sofriam de alguma sanidade, desta forma, se casaram e tiveram duas filhas, a narradora inicial do filme Amélia e a caçula Faith. Na cena subsequente, aparece Cameron somente de roupa de baixo vermelha, saltando na frente do veículo em que Maggi está com as malas feitas abandonando-o, ele então em uma crise, onde demonstra uma extrema irritabilidade e agitação, pela reação de Maggie é nítido verificar que não tratava- se de algo inédito, de acordo com DALGALARRONDO (Lim et al.,2013)na crise maníaca não são raros os comportamentos espalhafatosos, como tirar a roupa em ambientes públicos ou ficar cantando e/ou pregando em uma enfermaria psíquica ou em um CAPS ( Conforme Amélia anteriormente, Cameron possuía uma barba falsa e anunciava que era o falso Jesus). Após a crise, Cameron é encaminhado a uma clínica para tratamento e Maggie continua com as responsabilidades da casa e já não pretendia seguir adiante com o casamento. Contudo, após 6 meses, Maggie recebe uma bolsa de Estudos em Nova York para aprimorar seus conhecimentos e a oportunidade de mestrado poderia salvar sua família da condição de miséria, para isso, solicitou permissão do médico para que Cameron continuasse o tratamento em casa. Cameron acreditava não ser capaz de cuidar das meninas durante 18 meses devido seu tratamento e condições, porém com a promessa de Maggie de retornar todo final de semana Cameron deparou-se com a possibilidade de reatar seu casamento, desta forma, concordou. Enquanto as meninas não moram sozinhas com o pai subentende-se no filme que muito dos sintomas era camuflado pela mãe, pois elas estavam extremamente felizes em passar os dias com o pai, porém logo nas primeiras horas que as filhas ficaram sozinhas com o pai, classificaram como inconveniente e vergonhoso, e até categorizaram involuntariamente com hipomania, conforme DELGALARONDO, o indivíduo está mais disposto que o normal, fala muito, conta piadas, faz muito planos, não se ressente com as dificuldades e os limites da vida, houve um momento em que a vizinha necessitou fechar a porta no rosto de Cameron para ele ir embora, pois não queria ajuda. Durante o filme e a tentativa de cuidar das meninas ocorre decaídas por parte de Cameron, há momentos que ele chega a externar que está vivendo a depressão, a pressão de acertar, de ter que reconquistar o casamento, de não possuir amigos, de somente ter as filhas para sair, de viver somente a vida delas, de nenhuma mãe chamar ou precisar dele para mover um móvel sequer. Quando suas filhas conseguem perceber que precisam auxiliar no tratamento do pai, começam a trazer pessoas para seu convívio e integrar seu pai junto a seus amigos, ele começa a ter menos recaídas em relação ao álcool, porém não é capaz de realizar as coisas sozinho e por isso não se permite ficar sozinho. Ao findar-se o prazo dos 18 meses Maggie retorna de Nova York e não consegue o emprego em Boston como o plano inicial e se vê obrigada a aceitar uma proposta de emprego em outra cidade, Maggie direciona Cameron a uma zona de Risco, um bar, e comunica sobre sua decisão, afirmando que terá que se mudar levará as meninas e não tem certeza sobre os dois, causa outra crise. Cameron sai do bar, informando que iria conseguir emprego a Maggie, assume seu estado de irritabilidade, vai a uma faculdade e ofende a pessoa da instituição, não conseguindo o que queria, vai embora, aparece em casa posteriormente molhado informando que pulou no lago, não sabemos se foi um possível suicídio mal sucedido. Por fim, ao reunir-se com a família para realizar o comunicado sobre a mudança de cidade foi apontado inúmeros benefícios que o pai fez para as filhas durante a ausência da mãe, e como também as filhas fizeram bem ao pai como tratamento, e como ele poderia piorar com a mudança delas para outra cidade, a mãe então decide deixar as filhas com o pai e ela realizar as visitas como estava ocorrendo, e ela ser a provedora pagando a mensalidade do colégio, como uma combinação de “terapia familiar” e medicamentos, uma vez que não se deve romper por responsabilidade própria o ciclo medicamentoso. BIBLIOGRAFIA DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 3ªEdição. São Paulo: Artmed Editora LTDA, 2019.
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