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Comunicação nos Cuidados Paliativos - 3001

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BELO HORIZONTE 
 CAMPUS FLORESTA – ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 A COMUNICAÇÃO NOS CUIDADOS PALIATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
Grupo: Ana Luiza Almeida, Amanda Mendes Luiz, Bárbara Valeskia Mendes, 
Carolina Goulart Evangelista, Cíntia Ramos Ferreira, Jéssica Damas, Julie Costa 
Silva, Kataryne Aryany Silva, Lúcelia Faustino de Lima, Nathália Cristina Lima 
Braga, Nilmara Eva da Silva, Vânia dos Anjos, Sabrina Goulart Coelho, Vinicius Dia 
A. da Silva 
Turma: 3001 
Disciplina: Relacionamento da Comunicação 
Professora: Gleicimara Amorim Rangel 
 
 
 
 
 BELO HORIZONTE 
 2021 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................3 
2. A História dos Cuidados Paliativos.............................................................4 
3. O papel da Enfermagem nos cuidados paliativos.......................................5 
4. A importância da Comunicação nos cuidados paliativos............................. 
5. A comunicação como instrumento terapêutico na identificação 
 emocionais e espirituais ..............................................................................7 
6. A comunicação de notícias difíceis .............................................................8 
7. O USO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO.....................................10 
7.1 Metas de comunicação ao final da vida ................................................10 
7.2 Estratégias verbal e não-verbal ............................................................11 
7.3 Ações comunicativas no apoio familiar na terminalidade......................12 
8. CONCLUSÃO.............................................................................................13 
9. REFERÊNCIAS..........................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 Cuidados paliativos ou Palliativismo é o conjunto de práticas de assistência 
ao paciente incurável que visa oferecer dignidade e diminuição de sofrimento 
mais comum em pacientes terminais ou em estágio avançado de determinada 
enfermidade. O cuidado é realizado por meio da prevenção e alívio do 
sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e 
demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. 
 O estudo teve como objetivo compreender e explorar os meios de 
comunicação entre enfermeiro e paciente, averiguar o uso de estratégias em 
âmbito dos cuidados paliativos, ao assistir o paciente em fase terminal. Trata-se 
de um trabalho acadêmico, realizado por 14 estudantes de Belo Horizonte (MG), 
do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio, no período de março 
a maio de 2021. O trabalho foi proposto na disciplina de “Relacionamento da 
Comunicação de Enfermagem” pela Docente Gleicimara Amorim Rangel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A HISTÓRIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS 
 
 Na antiguidade historiadores apontam que o cuidado paliativo começou 
durante as Cruzadas na Idade Média, era comum encontrar hospícios pelo 
caminho, que abrigavam os doentes, mulheres em trabalho de parto, pobres e 
leprosos. No século XVII, um padre francês fundou a Ordem das Irmãs de 
Caridade em Paris e abriu casas para órfãos, pobres e doentes. Em 1900 foi 
fundado o St. Josheph’s Convent em Londres e, mais tarde, o St. Josheph’s 
Hospice, pelas Irmãs de Caridade, irlandesas. 
 Oficialmente, os cuidados paliativos surgiram como prática distinta na área 
da atenção em saúde na década de 1960, no Reino Unido, a médica, enfermeira, 
assistente social e escritora inglesa Cicely Sauders foi a pioneira dos cuidados 
paliativos, que dedicou à sua vida ao trabalho social para alívio do sofrimento 
humano. “Eu me importo pelo fato de você ser você, me importo até o último dia 
da sua vida e faremos tudo que estiver ao nosso alcance, não somente para 
ajudar você morrer em paz, mas também para você viver até dia da sua morte”. 
(SAUNDERS,1965). 
 Nos Estados Unidos, os cuidados surgiram na década de 1970, Elisabeth 
Kübler-Ross, uma psiquiatra suíça trouxe esse movimento para América, em 
1974, foi fundado um hospício no Estados Unidos e partir daí, essa abordagem 
de cuidado passou a ser disseminada em diversos países. 
 No Brasil, de acordo com OMS os cuidados paliativos são reconhecidos 
desde 1990, que consiste na assistência promovida por uma equipe 
multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus 
familiares, diante de uma doença que ameaça a vida, por meio de prevenção e 
alívio ao sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e 
tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. 
 
 
 
 
 
 
 
 O PAPEL DA ENFERMAGEM NOS CUIDADOS PALIATIAVOS 
 
 Nos cuidados paliativos, os enfermeiros atuam em equipes 
interdisciplinares, buscando oferecer um cuidado profissional que reduza o 
sofrimento e promova o conforto e a dignidade do paciente e da família, 
atendendo as necessidades básicas de saúde física, espiritual, emocional e 
social. Os enfermeiros têm, nos cuidados paliativos, a qualidade de vida como o 
principal objetivo, oferecendo meios que garantam mais vida aos anos, ao invés 
de anos à vida. 
 O enfermeiro atua de acordo com o Processo de Enfermagem, 
promovendo a educação em saúde, orientações e apoio emocional e social aos 
pacientes e seus familiares. Primeiro o enfermeiro realiza uma consulta, que 
envolve a identificação do problema e a avaliação. Após esse primeiro contato, 
o profissional estabelece o diagnóstico que vai traçar o tratamento adequado 
para os cuidados de cada paciente. Através dos cuidados paliativos é aplicado 
um olhar diferenciado sob o paciente, com enfoque no alívio do sofrimento, no 
conforto e na dignidade humana. 
 O profissional da enfermagem responsável por realizar o acompanhamento 
de um paciente e seus familiares através dos cuidados paliativos não verifica, 
apenas, os sinais vitais desse paciente. A relação construída nesse ambiente vai 
além do controle da dor e os protocolos médicos. Conversas, visitas frequentes, 
auxílio com limpeza e higiene, atendimento familiar são algumas das atividades 
que fazem parte das atribuições do enfermeiro, oferecendo sempre atenção e 
conforto. 
 É importante que a enfermagem ofereça também um sistema de apoio as 
famílias incluídos aconselhamento e suporte ao luto. A comunicação entre todos 
auxilia o próprio processo de aceitação da morte, mesmo após o óbito a equipe 
deve seguir com atenção aos familiares, buscando facilitar a compreensão sobre 
a causa da morte e os procedimentos a serem tomados a seguir. Os cuidados 
paliativos abrangem desde as primeiras medidas de assistência, ainda em casa 
ou nohospital, até o momento pós morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE PRECISAMOS ENTENDER SOBRE COMUNICAÇÃO NOS 
CUIDADAOS PALIATIVOS 
 
 Independente da área de formação ou da categoria profissional, os profissionais de 
saúde têm como base de seus trabalhos as relações humanas e, por isso, precisam 
aprimorar suas habilidades de comunicações. Médicos, enfermeiros, psicólogos, 
fisioterapeutas e outros especialistas que trabalham com seres humanos em situações 
de doença e sofrimento, principalmente com aqueles que vivenciam a terminalidade, 
necessitam saber não apenas o que, mas quando e como falar. Precisam saber até 
mesmo o momento de calar substituído a frase por um toque afetivo ou potencializar o 
efeito de um ansiolítico com um bom par de ouvidos, estando mais próximo é acessível 
às reais necessidades dos pacientes. 
 A comunicação eficaz é considerada instrumento fundamental para o cuidado integral 
e humanizado porque, por meio dela, é possível reconhecer e acolher, empaticamente, 
as necessidades do paciente. Quando o enfermeiro utiliza esse instrumento de forma 
verbal e não verbal, permite ao paciente participar das escolhas e dos cuidados 
específicos relacionados à sua doença, visando a obtenção de tratamento digno. No 
campo da enfermagem, a comunicação representa ferramenta sobremaneira importante 
para a prática dos cuidados paliativos com o paciente sem possibilidade terapêutica de 
cura. 
 Nos cuidados paliativos a comunicação vai muito além das palavras e do conteúdo, 
pois contempla a escuta atenta, o olhar e a postura, para que possa obter assistência 
pautada na humanização. O emprego adequado desse recurso é a medida terapêutica 
comprovadamente eficaz para pacientes que dele necessitam. Nesse tipo de 
comunicação, há relacionamentos e troca de ideias e de saberes, geradores de uma 
nova consciência capaz de produzir mudanças no ser humano e no mundo. Para tanto, 
tal comunicação deve ter como base a Enfermagem Humanística. 
 A Enfermagem Humanística consiste em um diálogo vivo, que envolve o encontro, 
em que há expectativa de alguém atender e alguém para ser atendido, a presença, na 
qualidade de ser receptivo e recíproco para outra pessoa, o relacionamento, por meio 
do qual um vai em direção ao outro, o que promove uma presença autêntica e um 
chamado e uma resposta, que se apresentam na forma de comunicação verbal e não 
verbal. 
 No momento em que o profissional se comunica com o paciente que vivencia a 
terminalidade de maneira adequada, fortalece o vínculo, adquire confiança e quase 
sempre, consegue decifrar informações essenciais e amenizar-lhe a ansiedade e a 
aflição. Ressalta-se, então, que a comunicação se for explanada de maneira 
compreensível, ao paciente em fase terminal, contribui para que ele tenha consciência 
de sua dignidade durante toda a assistência prestada e lhe proporciona autonomia, 
quando precisa tomar decisões sobre sua vida e seu tratamento. 
 Vale salientar que uma das principais habilidades de comunicação necessária aos 
profissionais da Saúde é a escuta, que deve ser atenta e reflexiva, para que o 
profissional possa identificar as reais necessidades dos pacientes. Mostrar-se disponível 
para ouvi-lo e compreendê-lo é uma maneira eficaz de ajudá-lo emocional e 
 
 
 
espiritualmente. Escutar os pacientes terminais significa concentrar-se no paciente e em 
suas reais necessidades, em diferentes aspectos. Quando o profissional está preparado 
para a escuta, o paciente e seus familiares se sentem atendidos e satisfeitos em seus 
anseios e preocupações. 
 Para tanto, é imprescindível que o enfermeiro transforme sua forma de assistir, 
passando do fazer para o escutar, perceber, compreender, identificar necessidades, 
para somente então, planejar ações. Nesse sentido, o escutar não é apenas ouvir, mas 
permanecer em silêncio, empregar gestos de afeto e sorriso que expressem aceitação 
e estimulem a expressão de sentimentos. 
 
 A COMUNICAÇÃO COMO INSTRUMENTO TERAPÊUTICO NA 
IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS E ESPIRITUAIS 
 
 Independente de idade, etnia ou sexo, alguns pensamentos e sentimentos são 
frequentes a quem vivencia a terminalidade, como a preocupação com os familiares que 
ficam, o medo do desconhecido perante a morte, o sofrimento intenso no momento da 
morte e estar sozinho quando tudo isso acontecer, que são comuns e geram intenso 
sofrimento psíquico para o doente. Reflexões sobre o processo de revisão de sua vida 
também são frequentemente realizados e podem trazer angústias para o paciente que 
tem assuntos inacabados ou conflitos a serem resolvidos. 
 Se o paciente ainda é capaz de verbalizar, pode haver o desejo de compartilhar com 
alguém da equipe de saúde ou com familiares os seus sentimentos e anseios. E mesmo 
quando já não é mais possível falar sobre seus anseios, o paciente que vivencia a 
terminalidade demonstra de maneiras não- verbal e fisiológica seu sofrimento. Nesse 
contexto, as palavras mostram-se secundárias e a comunicação não-verbal assume o 
papel de instrumento do cuidado nessa fase final. 
 
 As estratégias necessidades espirituais expressas de modo verbal e não verbal: 
 
Aspectos espirituais 
identificados 
Necessidades relacionadas Estratégias de comunicação 
Reflexões ou 
questionamento sobre o 
significado da vida 
Construir um sentido para 
vida e a própria existência 
Ouvir atentamente; 
estimular reflexão e 
expressões de 
sentimentos (perguntas 
abertas) 
Preocupações com o 
legado; resgate de 
relacionamento 
Agradecer e demonstrar 
amor a quem lhe é 
importante; perdoar e ser 
perdoado; despedir-se 
Estimular; permitir e 
promover reencontros; 
conversar com familiares; 
flexibilizando horários de 
visita; promover ambiente 
 agradável para essas 
interações familiares 
 
 
 
(disponibilizar cadeiras, 
ambiente privativo) 
Questionamentos acerca 
da morte ou o que vem 
depois dela; 
ressignificação de dor e 
sofrimento 
Estreitar relação com o Ser 
Supremo reafirmar 
crenças 
Ouvir atentamente; utilizar 
toque afetivo para 
demonstração de 
compreensão e apoio; 
respeitar momentos de 
silêncio do outro. 
 
 
 A COMUNICAÇÃO DE NOTÍCIAS DÍFICIES 
 
 Comunicar más notícias a pacientes e seus familiares em hospitais é uma das mais 
difíceis e importantes tarefas com que se deparam as equipes de saúde. A despeito de 
sua importância, muitos profissionais ainda carecem de informação e preparação 
suficientes para lidar com essas situações. De acordo com o Conselho Federal de 
Medicina (2009), cabe ao profissional médico à comunicação inicial de diagnósticos e 
prognósticos de doenças que ameacem a continuidade da vida, bem como de quaisquer 
outras que se configurem como diagnóstico médico. Contudo, todas as categorias 
profissionais da área da saúde podem contribuir para o desenvolvimento da 
comunicação com o paciente e a preservação de sua autonomia. 
 Para dar más notícias, devemos sempre entender o paciente, demonstrar compaixão 
e usar uma comunicação acessível. Demonstrar compaixão não é dar falsas esperanças 
ao paciente! Caso ele queira, seja claro ao falar do prognóstico, mas tenha em mente 
que sempre temos algo para fazer por ele, mesmo que não seja a cura. Existem alguns 
protocolos e metas para facilitar a comunicação de notícias difíceis como o protocolo 
(SPIKES) que consiste em seis etapas e a intenção é habilitar os profissionais de saúde 
a preencher os quatros objetivos mais importantes durante a transmissão de más 
notícias: 
- Recolher informações dos pacientes; 
- Transmitir as informações médicas; 
- Proporcionar suporte ao paciente; 
- Induzir a sua colaboração no desenvolvimento de uma estratégiaou plano de 
tratamento para o futuro. 
 O protocolo SPIKES foi criado em 1992, por Robert Buckman, para orientar os 
profissionais de saúde a comunicarem más notícias, abordando diretrizes básicas, 
como: 
 
 
 
Etapa 1 
S (setting up the interview): Planejar/ensaiar a conversa mentalmente já que é uma 
situação de estresse - Escolha um local que possibilite alguma privacidade; envolva 
pessoas importantes para o paciente, se for da sua escolha, como por exemplo os 
familiares; procure sentar-se (isso relaxa um pouco o paciente e demonstra que você 
não está com pressa) e mantenha contado com o paciente caso seja confortável para 
ele (contado visual, pegar no braço no paciente, como forma de acolhimento); 
Etapa 2 
P (Perception): Avaliar a percepção do paciente - Antes de falar sobre a doença, 
pergunte ao paciente o que já foi dito para ele sobre sua condição e quais as suas 
expectativas. Assim, você consegue entender o que se passa na cabeça do seu 
paciente, corrigir possíveis ideias incorretas e moldar a notícia para a compreensão dele; 
Etapa 3 
I (Invitation): Obtendo o convite do paciente - Quando o paciente explicita a vontade de 
saber sobre tudo, o médico recebe o cartão verde para falar sobre a verdadeira condição 
do paciente. Entretanto, quando o paciente não deixa clara a sua vontade de saber toda 
a informação ou não quer saber, é válido que o médico questione ao paciente o que ele 
quer saber sobre a sua doença e sobre o resultado dos seus exames. Se o paciente não 
quer saber dos detalhes, se ofereça para responder a qualquer pergunta no futuro ou 
para falar com um parente ou amigo; 
Etapa 4 
K (Knowledge): Dando Conhecimento e Informação ao Paciente - Avisar ao paciente 
que você tem más notícias pode diminuir o choque da transmissão dessas notícias e 
pode facilitar o processamento da informação. Informe ao paciente sua condição usando 
um vocabulário que facilite sua compressão e demonstre compaixão. Passe as 
informações aos poucos e vá avaliando o grau de entendimento do paciente; 
Etapa 5 
E (Emotions): Abordar as Emoções dos Pacientes com Respostas Afetivas - Demonstre 
compaixão e responda as emoções do paciente. Quando os pacientes ouvem más 
notícias a reação emocional mais frequente é uma expressão de choque, isolamento e 
dor. Nesta situação o médico pode oferecer apoio e solidariedade com uma resposta 
afetiva. 
Etapa 6 
S (Strategy e Summary): Estratégia e Resumo - Caso o paciente queira e esteja 
preparado, apresente as opções de tratamento e compartilhe a responsabilidade das 
tomadas de decisões. Mais uma vez, não há fórmula mágica! Para dar más notícias, 
devemos sempre entender o paciente, demonstrar compaixão e usar uma comunicação 
acessível. Demonstrar compaixão não é dar falsas esperanças ao paciente! Caso ele 
queira, seja claro ao falar do prognóstico, mas tenha em mente que sempre temos algo 
para fazer por ele, mesmo que não seja a cura. Em situações em que não há tratamento 
curativo, devemos oferecer conforto ao paciente e deixar isso claro para ele. 
 
 
 
 Diagnósticos médicos não devem ser limitados, mesmo que tenham provável efeito 
negativo sobre o paciente, a menos que isso seja um desejo dele. No entanto, revelar a 
verdade, sem o cuidado com a maneira como isso é feito ou o compromisso de dar 
suporte e assistência ao paciente, pode ter um impacto ainda pior do que a omissão dos 
fatos. 
 A relação enfermeiro - paciente é dinâmica e, por isso, a abordagem é flexível. O 
médico deve se guiar pela compreensão, pelas preferências e pelo comportamento dos 
seus pacientes. O protocolo SPIKES tem o objetivo de facilitar a abordagem de assuntos 
delicados diante de pacientes com câncer, como diagnóstico, recidiva da doença e início 
de tratamento paliativo, mas seus princípios podem ser expandidos para outros cenários 
na prática médica. 
 
 O USO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO 
 
 Habilidades de comunicação são essenciais ao profissional que convive com 
pacientes sob cuidados paliativos, independentemente de sua formação básica ou área 
de especialidade, porque permitem melhor acesso e abordagem à sua dimensão 
emocional. O cuidado à dimensão emocional é de suma importância para quem vivencia 
o processo de morrer, uma vez que situações de estresse psicológico são comuns entre 
estes pacientes. 
 A preocupação com os familiares que ficam, o medo do desconhecido perante a 
morte, do sofrimento intenso no momento da morte e de estar sozinho quando tudo isso 
acontecer são comuns e geram intenso sofrimento psíquico para o doente. Reflexões 
sobre o processo de revisão de vida também são frequentemente realizados e podem 
trazer angústias para o paciente que tem assuntos inacabados ou conflitos a serem 
resolvidos. Fazendo uso adequado da comunicação interpessoal, frequentemente é 
possível decifrar informações essenciais e assim diminuir a ansiedade e aflição de quem 
está vivenciando a ameaça da terminalidade. 
 Ao comunicar notícias difíceis é importante que o profissional mostre atenção, 
empatia e carinho em seu comportamento e sinais não verbais. A expressão facial, o 
contato visual, a distância adequada e o toque em mãos, braços ou ombros ajudam, 
conforme já referido, a demonstrar empatia e oferecer apoio e conforto. O paciente 
precisa sentir que, por pior que seja sua situação, ali se encontra alguém que não o 
abandonará, em quem poderá confiar e que poderá cuidar dele. 
 
 METAS DE COMUNICAÇÕES AO FINAL DA VIDA 
Ao final da vida, espera-se que uma comunicação adequada permita que: 
1. Conhecer problemas, anseios, tremores e expectativas; 
2. Facilitar o alívio de sintomas de modo eficaz e melhorar sua autoestima; 
 
 
 
3. Oferecer informações verdadeiras, de modo delicado e progressivo, de acordo, com 
as necessidades do paciente; 
4. Identificar o que pode aumentar seu bem-estar; 
5. Conhecer seus valores culturais, espirituais e oferecer medidas de apoio; 
6. Respeitar / reforçar autonomia; 
7. Detectar as necessidades da família; 
8. Fazer com que o paciente se sinta cuidado e acompanhado até o fim; 
9. Diminuir incertezas. 
 
 
 ESTRATÉGIAS VERBAL E NÃO VERBAL 
 
1. Prepare- se para comunicar: 
- Escolha o local, de preferência onde haja acomodações para sentar-se. 
- Cuide da privacidade 
- Reserve um tempo para a conversa 
2. Descubra o quanto o paciente sabe, o quanto quer ou aguenta saber: 
- Utilize perguntas abertas: O que você sabe sobre a doença? O que você teme 
sobre sua condição? 
- Atente-se aos sinais não-verbais do paciente durante as respostas - Identifique 
os sinais de ansiedade extrema ou sofrimento exacerbado, avaliado as condições 
emocionais do paciente 
3. Compartilhe a informação: 
- Informe com tom de voz suave, porém firme, utilizando vocabulário adequado à 
compreensão do outro 
- Seja claro e faça a pausas para que o paciente tenha oportunidade de falar - 
Valide a compreensão, fazendo perguntas curtas 
- Utilize o toque afetivo e proximidade física - Verbalize a compaixão e 
solidariedade ao sofrimento do outro 
4. Acolha os sentimentos: 
 - Permita e estimule a expressão de sentimentos (de modo verbal e/ou não-verbal) - 
Permaneça junto ao paciente 
 
 
 
5- Planeje o seguimento: 
- Fale concisamente sobre os sintomas, possibilidades de tratamento e 
prognósticos - Deixe claro como e onde encontrá-lo, se necessário 
- Verbalize a disponibilidade para o cuidado e o não-abandono - Estabeleça, junto 
com o paciente, metas a curto e médio prazos e ações para atingi-las. 
 
 
NECESSIDADES EMOCIONAIS EXPRESSAS DE MODO VERBAL E NÃO VERBAL 
ESTRATÉGIAS POSSIVÉIS DE COMUNICAÇÃO ÚTEIS PARA O CUIDADO AO FIM 
DA VIDA 
 
Aspectos emocionais 
identificados 
Necessidades relacionadas Estratégiaspossíveis de 
comunicação 
- Sentimentos de 
tristeza 
- Autoimagem e 
autoestima alteradas - 
Medo de incapacidade e 
deterioração física 
- Medo de ter dor 
- Medo de estar 
sozinho no momento da 
morte 
- Luto pelas perdas 
antecipadas (vida, 
relacionamentos etc.) 
- Ser ouvido 
- Ser aceito 
- Ser confortado 
- Ser valorizado 
- Sentir- se seguro 
- Exercer sua 
autonomia 
- Estar sempre 
acompanhado 
- Ter valores e 
crenças respeitados 
- Ouvir 
- Utilizar toque afetivo 
- Estar presente junto 
ao paciente 
- Verbalizar não-
abandono 
- Verbalizar 
disponibilidade e interesse 
- Estimular visitas e 
permanência de cuidador / 
acompanhante 
 
 
 AÇÕES COMUNICATIVAS NO APOIO FAMILIAR NA TERMINALIDADE 
 
 Os familiares são os elementos essenciais que permitirão uma vivência mais serena 
e tranquila do processo de morte do doente, sem gerar expectativas que não podem ser 
atendidas. Os familiares têm a necessidade de se manter informados sobre o que 
acontece e o que esperar do processo de morte de seus entes. Desse modo, uma das 
necessidades mais proeminentes da família é o estabelecimento de uma comunicação 
clara, honesta e mais frequente com os membros da equipe que cuidam do paciente. 
 É praticamente impossível cuidar do indivíduo de forma completa sem considerar 
contexto, dinâmica e relacionamento familiar. As informações contínuas e acessíveis 
aos familiares são os elementos essenciais que permitirão uma vivência mais serena e 
tranquila do processo de morte do doente, sem gerar expectativas que não podem ser 
atendidas. Os familiares têm a necessidade de se manter informados sobre o que 
acontece e o que esperar do processo de morte de seus entes. Desse modo, uma das 
 
 
 
necessidades mais proeminentes da família é o estabelecimento de uma comunicação 
clara, honesta e mais frequente com os membros da equipe que cuidam do paciente. 
 
Ações comunicativas eficazes 
Presença mais frequente 
Verbalização de disponibilidade, compaixão e pesar pela perda 
Perguntar o que ele precisa ou o que você pode fazer para ajudá-lo naquele 
momento 
Respeitar crenças, rituais e expressões de sentimentos e, se puder participar junto 
Utilizar toque afetivo 
 
 
 
 
 CONCLUSÃO 
 
 Os cuidados paliativos é um conjunto de práticas assistenciais a indivíduos com 
doenças incuráveis com objetivo de reduzir o sofrimento e ofertar dignidade e melhor 
qualidade de vida neste momento. A comunicação vai além de verbalizar e pode ser 
expressa através de posturas, gestos e símbolos. 
 Relacionar com o próximo é essencial para a vida, porque confirma a existência do 
homem e fundamenta sua experiência humana, verifica-se a necessidade de adoção de 
métodos tanto no âmbito verbal quanto não verbal que tornem a comunicação efetiva e atua 
na construção de bons relacionamentos. Através do relacionamento efetivo é possível os 
seres humanos compartilharem experiências comuns, fortalecem seus elos, revelam 
similaridades, anseios e necessidades. 
 A Enfermagem possui um papel primordial nos cuidados paliativos, além de ofertar 
práticas assistenciais, é responsável por estabelecer a comunicação e o fortalecimento de 
vínculos entre o paciente e seus familiares. Este fato implica diretamente na eficácia no 
cuidado estabelecido. O enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem deve mostrar-se 
habilito, empático, compreensivo, disposto a atender as necessidades do paciente e de 
promover o bom relacionamento entre a sua equipe e juntamente dos seus familiares. 
 Em virtude do que foi mencionado ao logo deste trabalho, conclui-se que a comunicação 
efetiva é uma ferramenta essencial no âmbito dos cuidados paliativos por interferir de 
maneira precisa na metodologia terapêutica ao paciente. Reforça-se a importância do 
domínio de estratégias comunicativas visando a promoção de bons relacionamentos 
interpessoais. Destaca-se a atuação do enfermeiro nesse contexto com um profissional 
fundamental nessa e em outras áreas de atuação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REFERÊNCIAS 
 
1. SILVA, M. J. P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações 
interpessoais em saúde. São Paulo: Gente, 1990. 
2. ARAÚJO, Monica Martins Trovo de; SILVA, Maria Júlia Paes da. Estratégias de 
comunicação utilizadas por profissionais de saúde na atenção à pacientes sob cuidados 
paliativos. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, n. 3, p. 626-632, 2012 
3. ANDRADE, Cristiani Garrido de; COSTA, Solange Fátima Geraldo da; LOPES, Maria 
Emília Limeira. Cuidados paliativos: a comunicação como estratégia de cuidado para o 
paciente em fase terminal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2523-2530, 2013. 
4. ARAUJO, Janete; LEITÃO, Elizabeth Maria. A comunicação de más notícias: mentira 
piedosa ou sinceridade cuidadosa. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, v. 
11, n. 2, 2012. 
5. BARBOSA, António; NETO, Isabel. Manual de cuidados paliativos. Lisboa: Faculdade 
de Medicina da Universidade de Lisboa, 2010.

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