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ANATOMIA DO PERIODONTO PERIODONTO O periodonto compreende os seguintes tecidos: (1) gengiva, (2) ligamento periodontal, (3) cemento radicular e (4) osso alveolar. O osso alveolar é constituído por dois componentes: o osso alveolar propriamente dito e o processo alveolar. O osso alveolar propriamente dito, também chamado de osso fusiforme, é contínuo com o processo alveolar e forma a delgada lâmina óssea que reveste o alvéolo dentário. A principal função do periodonto é inserir o dente no tecido ósseo dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da cavidade oral. Ele forma uma unidade de desenvolvimento, biológica e funcional, que sofre determinadas alterações com a idade e está sujeita a alterações morfológicas relacionadas a modificações funcionais e no meio bucal. ➢ Periodonto de proteção: gengiva. ➢ Periodonto de sustentação: ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar. ANATOMIA MACROSCÓPICA A gengiva é uma mucosa ceratinizada que cobre o processo alveolar e circunda a porção cervical dos dentes. Consiste em uma camada epitelial e um tecido conjuntivo subjacente, chamado de lâmina própria. ➢ Limites anatômicos: margem gengival, ranhura gengival ou sulco marginal ou sulco marginal gengival (á altura de JCE), linha ou união mucogengival. A linha mucogengival separa mucosa ceratinizada (livre e inserida) de mucosa alveolar. GENGIVA LIVRE A gengiva livre tem cor rósea, superfície opaca e consistência firme e largura entre 1,5 a 2 mm (distância da margem gengival livre a junção cemento esmalte). A margem gengival livre é arredondada formado uma invaginação entre o dente e a gengiva (sulco gengival). Ela compreende o tecido gengival das paredes vestibular e lingual/palatina dos dentes, além da gengiva interdental ou papila interdental. ➢ A papila interdental possui sua forma determinada pelas relações de contato entre os dentes, pela largura da superfície proximal destes e pelo contato da junção cemento esmalte. Nas regiões anteriores da dentição, a papila interdental tem forma piramidal, enquanto nas regiões molares as papilas são mais achatadas no sentido vestíbulo lingual. Devido a presença das papilas interdentais a margem gengiva livre segue um contorno festonado mais ou menos acentuado em toda dentição. MUCOSA CERATINIZADA PROFUNDIDADE DE SONDAGEM GENGIVA INSERDA ➢ Nas regiões de pré-molares e molares, os dentes possuem superfícies de contato proximais em vez de ponto de contato, formando uma concavidade entre a porção vestibular e lingual ou palatina da papila: área de col. • A área de col é recoberta por um epitélio delgado não-ceratinizado. • A morfologia dental, a largura das coroas e o posicionamento dos dentes determinam a extensão apicoincisal das áreas de contato interdentais e, consequentemente, a largura e a profundidade da COL. GENGIVA INSERIDA A gengiva inserida localiza-se entre a ranhura gengival (coronalmente) e a junção mucogengival (apicalmente). Possui com rósea, textura firme e aspecto de casca de laranja. Este tipo de mucosa está firmemente inserido no osso alveolar e cemento subjacentes por meio de fibras do tecido conjuntivo. ➢ Funções: facilitar deslizamento do bolo alimentar e evitar retrações/recessões. ANATOMIA MICROSCÓPICA EPITÉLIO ORAL ➢ Epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado ➢ União rígida entre as células LIMITE ENTRE EPITÉLIO ORAL E TECIDO CONJUNTIVO: o limite entre o epitélio oral (EO) e o tecido conjuntivo subjacente (TC) segue um curso ondulado. As partes do tecido conjuntivo que se projetam no epitélio são chamadas de papilas do tecido conjuntivo (PTC) e são separadas entre si pelas cristas epiteliais (CE). ➢ Cristas epiteliais ➢ O epitélio oral é composto por quatro camadas: estrato basal (camada basal), estrato espinhoso (camada de células espinhosas), estrato granuloso (camada granulosa) e estrato córneo (camada corneificada/ceratinizada). CE EO TC PTC EPITÉLIO DO SULCO ➢ Epitélio pavimentoso estratificado não- ceratinizado ➢ Reveste o sulco gengival entre o esmalte e parte superior da gengiva livre ➢ Invaginação do epitélio oral ➢ Sulco gengiva real ou histológico: • Espaço real com profundidade de ±0,5mm • Superfície do dente + epitélio sulcular • Base: epitélio juncional EPITÉLIO JUNCIONAL Estabelece a união com a superfície dentária. Constituído por duas camadas: estrato basal e estrato supra basal. Acaba no limite esmalte- cemento. Pode ter 2mm de espessura. EPITÉLIO JUNCIONAL FATORES DE FRAGILIDADE FATORES DE RESISTÊNCIA Epitélio não ceratinizado Velocidade de renovação celular União frágil entre as células Fluxo celular de apical para coronal Nº reduzido de células Permeabilidade para elementos de defesa Espaços intercelulares amplos Forte união das células basais com o dente INSERÇÃO CONJUNTIVA ➢ Conjunto de fibras gengivais que se inserem no cemento entre a JCE e a crista óssea. ➢ Mede em média 1,07mm ➢ Fibras fortemente inseridas no cemento FIBRAS CIRCULARES (CF): feixe de fibras que circunda a gengiva livre e que circundam o dente em forma de anel. FIBRAS DENTOGENGIVAIS (DGF): feixe de fibras embutidas no cemento da porção supra-alveolar da raiz. Projetam-se em forma de leque na direção do tecido gengival livre das superfícies V, L, interproximal. FIBRAS TRANSEPTAIS (TF): estendem-se entre o cemento supra- alveolar de dentes vizinhos. As fibras seguem um trajeto retilíneo sobre o septo interdentário e estão inseridas no cemento de dentes adjacentes. FIBRAS DENTOPERIÓSTEAS (DPF): Projetam-se da mesa porção do cemento que as fibras dentogengivais, porém em sentido apical sobre a crista óssea vestibular e lingual/palatina, para terminar na gengiva inserida. 0,5mm 1,5mm 3,0mm SULCO GENGIVAL CLÍICO •SULCO GENGIVAL REAL + EPITÉLIO JUNCIONAL INSERÇÃO CONJUNTIVA DISTÂNCIA BIOLÓGICA SULCO GENGIVAL Características normais: ➢ Ausência de sangramento ➢ Ausência de exudato ➢ Ausência de sensibilidade a sondagem. ➢ Profundidade de sondagem até 2mm. SULCO GENGIVAL CLÍNICO X SULCO GENGIVAL REAL Parede do dente + epitélio sulcular + epitélio juncional Superfície do dente + epitélio sulcular Cerca de 0,5 a 2mm. Espaço real com profundidade de ± 0,5mm DISTÂNCIA BIOLÓGICA (ou largura biológica) ➢ União entre os tecidos gengivais e as superfícies dentárias, ou seja, a união dentogengival. ➢ Barreira de defesa entre a atividade do biofilme dentário e a crista óssea subjacente. ➢ Essência biológica do comportamento homeostático do periodonto marginal. ➢ Relacionada com a localização das terminações cervicais dos preparos, profundidade clínica de sondagem e aumento de coroa clínica. ➢ Inserção do dente no alvéolo ➢ Absorção e dissipação das forças oclusais ➢ Origem embrionária: folículo dentário ➢ É constituído pelo ligamento periodontal (LP), cemento (C) e osso alveolar (OA). LP C OA LIGAMENTO PERIODONTAL É a estrutura de tecido conjuntivo que circunda a raiz e a liga ao osso. É contínuo ao tecido conjuntivo gengival e comunica-se com os espaços medulares através de canais vasculares no osso. CARACTERÍSTICAS ➢ Tecido conjuntivo frouxo especializado ➢ Sustentação ➢ Alto metabolismo ➢ Renovação contínua ➢ Fonte celular ➢ Ricamente vascularizado e celular. ➢ Circunda as raízes dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura. ➢ Forma de ampulheta: mais estreito no 1/3 médio da raiz. ➢ Largura: 0,2-0,4mm ➢ Distribuição e a absorção de forças produzidas durante a função mastigatóriano osso alveolar. ➢ Se posiciona entre o osso alveolar propriamente dito e o cemento radicular. A fixação dos dentes no osso alveolar é conferida pelas fibras do ligamento periodontal. ➢ Fibras principais: • Grupo da crista alveolar • Grupo horizontal • Grupo oblíquo • Grupo apical • Grupo interradicular FUNÇÕES DO LIGAMENTO PERIODONTAL FÍSICA ➢ Transmissão das forças incidentes na oclusal para o osso e resistência ao impacto. • teoria tensional • teoria do sistema viscoelático ➢ Manutenção do dente em sua loja óssea ➢ Manutenção dos tecidos gengivais e sua relação com as estruturas dentais. ➢ Proteção de vasos e nervos presentes no LP REPARADORA ➢ Capacidade de formar cemento, osso e gengiva; ➢ Acomodação do periodonto ás forças oclusais; ➢ Reparação de injúrias ➢ Fibroblastos, cemetoblastos, osteoblastos, células mesenquimais indiferenciadas. SENSITIVA ➢ Nociceptores ➢ Propriceptores NUTRITIVA ➢ Irrigar e nutrir os tecidos do LP, do osso, da gengiva e principalmente do cemento que não tem vascularização. Teoria tensional: as fibras principais do ligamento periodontal se desdobram e se esticam transmitindo forças ao osso alveolar. Quando o osso alveolar atingiu seu limite, a força é transmitida ao osso basal. Teoria do sistema viscoelástico: os fluidos exercem o controle dos movimentos dentários. As fibras tem um papel secundário. CEMENTO RADICULAR É o tecido calcificado especializado que reveste as superfícies radiculares e ocasionalmente pequenas porções das coroas dos dentes. CARACTERÍSICAS ➢ Não contém vasos sanguíneos e linfáticos. ➢ Não tem inervação ➢ Não sofre remodelação e reabsorção fisiológicas. ➢ Formação contínua ao longo da vida. ➢ Deposição incremental. FUNÇÕES ➢ Sustentação – fibras de Sharpey ➢ Proteção da dentina ➢ Preenchimento – vedamento apical ➢ Reparação – deposição rápida ➢ Ancorar o dente ao alvéolo ➢ Compensar o desgaste oclusal OSSO ALVEOLAR Em conjunto com o cemento e ligamento periodontal constitui o aparelho de inserção do dente. ➢ PROCESSO ALVEOLAR Porção da maxila e mandíbula que forma e suporta os alvéolos dentários. Formado após erupção para promover inserção óssea para o ligamento; desaparece, quando o dente é perdido ➢ ESTRUTURAS DO OSSO ALVEOLAR 1. COMPACTA ÓSSEA • Porção externa de osso cortical • Osso Havesiano • Lamelas ósseas compactas • Recobre o processo alveolar 2. OSSO ALVEOLAR • Compõe a parede interna do alvéolo. • Origem – folículo dentário. • 0,1 a 0,4 mm de espessura. • Contém cavidades onde passam vasos e fibras nervosas em direção ao ligamento periodontal ( Canais de Volkmann). • Contínuo com o osso compacto • Estão inseridas as fibras do ligamento (osso fasciculado). • As fibras colágenas inseridas no osso fasciculado são as fibras de Sharpey. NOMENCLATURA ANATÔMICA RADIOGRÁFICA • Parede do alvéolo • Lâmina cribriforme • Osso alveolar propriamente dito • Lâmina dura 3. OSSO ESPONJOSO • Contém trabéculas ósseas. • Entre o osso alveolar e a compacta óssea. • Menos denso e menos duro • Maior quantidade na maxila do que na mandíbula 4. CRISTA ÓSSEA • União da compacta óssea e osso alveolar. • Não apresenta osso esponjoso. • Altura paralela a junção amelocementária do dente adjacente. • Distância da junção amelocementária em média 1,08mm. 5. SEPTO INTERDENTAL • Osso esponjoso circundado por osso alveolar e compacta óssea. • A forma e dimensões MD e VL são determinadas pelo tamanho e convexidade das coroas e posição do dente no arco. • Se o espaço interdental for estreito é composto somente pelo osso alveolar. ➢ PERIÓSTEO E ENDÓSTEO PERIÓSTEO ENDÓSTEO ➢ Tecido que recobre a superfície externa do osso. ➢ Potencial para se diferenciar em osteoblastos ➢ Camada fibrosa ➢ Tecido localizado nas cavidades ósseas internas. ➢ Única camada de osteoblastos ➢ Camada osteogênica ➢ FRENESTRAÇÕES E DEISCÊNCIAS FRENESTRAÇÕES DEISÊNCIAS Áreas isoladas da raiz, desnudas de osso e recobertas apenas pelo periósteo e gengiva ( osso marginal intacto). Áreas desnudadas se estendem até o osso marginal. SUPRIMENTO SANGUÍNEO As três fontes de suprimento sanguíneo para a gengiva são as seguintes: ➢ Arteríolas supraperiosteais ao longo das superfícies vestibular e lingual do osso alveolar, das quais capilares se estendem ao longo do epitélio sulcular e entre as cristas epiteliais da superfície externa gengival. ➢ Vasos do ligamento periodontal, que se estendem para a gengiva e anastomosam com os capilares na área do sulco. ➢ Arteríolas, que emergem da crista do septo interdental44 e se estendem paralelamente à crista óssea e se anastomosam com vasos do ligamento periodontal, com capilares nas áreas creviculares gengivais e com vasos que percorrem sobre a crista alveolar. Fig. A gengiva recebe seu suprimento sanguíneo principalmente através dos vasos sanguíneos supraperiosteais, que são ramos terminais da artéria sublingual (a.s.), da artéria mentoniana (a.m.), da artéria bucal (a.b.), da artéria facial (a.f.), da artéria palatina maior (a.p.), da artéria infra-orbitária (a.i.) e da artéria dentária superior posterior (a.ap.). Fig. A artéria dentária (a.d.), que é um ramo da artéria dentária alveolar superior ou inferior (a.a.i.), emite a artéria intra-septal (a.i.) antes de penetrar no alvéolo. Os ramos terminais da artéria intraseptal (ramos perfurantes, rr.p.) penetram no osso alveolar propriamente dito pelos canais em todos os níveis do alvéolo. No espaço do ligamento periodontal, eles se anastomosam com os vasos sanguíneos originários da porção apical do ligamento periodontal e com os demais ramos terminais da artéria intra-septal (a.i.). Antes de penetrar no canal radicular, a artéria dentária (a.d.) fornece ramos que suprem a porção apical do ligamento periodontal.
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