Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNO- LOGIA DE SÃO PAULO – CAMPUS SÃO PAULO Especialização em Educação Profissional Modalidade PROEJA TRABALHO: RESUMO E COMPARAÇÃO CRÍTICA ENTRE TEXTO E FILME REFERÊNCIA DAVIS, A. Classe e raça no inicio da campanha pelos direitos das mulheres. In: ______ Mu- lheres, Raça e Classe: Tradução Heci Regina Candiani. – 1. Ed. - São Paulo: Boitempo, 2016. Cap. 3 – pgs 57 a 78 RESUMO: Angela Davis é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis. Como ativista, integrou o gru- po Panteras Negras e o Partido Comunista dos Estados Unidos. Foi presa na década de 1970 e ficou mundialmente conhecida pela mobilização da campanha “Libertem Angela Davis”... O Capitulo “Classe e raça no inicio da campanha pelos direitos das mulheres”, analisa- se os conflitos raciais e de classe dentro do movimento sufragista das mulheres, mostrando como as pessoas brancas que tinham sido abolicionistas ignoravam a classe trabalhadora branca, no mesmo movimento em que apoiavam o voto das mulheres brancas. Pontuando, Angela Davis relembra logo no inicio do texto a conversa de Mott e Stan- ton, ao decidirem realizar uma convenção pelos direitos das mulheres [...] pelo fato de os ho- mens que elas tinham acabado de ouvir tinham demonstrado uma grande necessidade de ser instruídos nesse assunto, ainda que Stanton não tivesse experiência como ativista política, sobre a causa antiescravagista, dentro da expectativa do trabalho missionário pela emancipa- ção da mulher, Stanton já tinha um olhar um tanto revolucionário, visto que ao longo de sua juventude havia lutado contra o sexismo, apoiada e estimulada pelo seu pai, desafiando a or- todoxia realizava tudo que era vetado, para as meninas, como estudar grego, matemática, ca- valgar, entre outras atividades que se dispunha a fazer, como estudar com seu pai antes de se casar. De acordo Davis, durante o planejamento da Convenção de Seneca Falls, Elizabeth Cady Stanton, propõe o sufrágio feminino, até mesmo sua colega Lucrecia Mott, considerou muito radical o desafio proposto, percebe-se ao longo da leitura que Stanton mulher branca da classe média foi uma das peças chaves na luta da defesa dos direitos das mulheres. Nesse sentido, a autora relata que a importância inestimável da Declaração de Seneca Falls residia em seu papel como expressão da consciência sobre os direitos das mulheres em meados do século XIX. Entretanto, enquanto consumação exata da consciência do dilema das mulheres brancas de classe média, a declaração ignorava totalmente a difícil situação das mu- lheres brancas da classe trabalhadora, bem como a condição das mulheres negras tanto do Sul quanto do Norte. Angela Davis salienta que enquanto trabalhadoras e enquanto mulheres, a contestação consciente ou subjacente da ideologia sexista da feminilidade –, elas mais do que mereciam o direito de serem enaltecidas como precursoras do movimento de mulheres, no entanto, seu pioneirismo foi totalmente ignorado pelas líderes do novo movimento, que não compreendiam que as trabalhadoras vivenciavam e desafiavam a supremacia masculina de um modo particu- lar. A autora relata também que nas conferências em Seneca Falls, não havia uma única mu- lher negra na audiência. Nem os documentos da convenção fazem qualquer referência às mu- lheres negras. Porém de acordo a Angela Davis as irmãs Grimké militante do movimento antiescra- vagista haviam anteriormente criticado várias sociedades antiescravagistas femininas por ig- norarem a condição das mulheres negras e, algumas vezes, manifestarem preconceitos fla- grantemente racistas. A autora corrobora que as mulheres, brancas e negras, estavam efetiva- mente unidas em seu desejo por educação. Mas quem salvou o encontro de mulheres de Akron das zombarias disruptivas promo- vidas por homens hostis ao evento, segundo a autora foi “Sojourner Truth” – e fez isso usando uma lógica irrefutável ao pedir que o público olhasse para ela, olhasse para seu braço, e levan- tando a manga revelou a “extraordinária força muscular” de seu braço. Afirmando – Arei a terra, plantei, enchi os celeiros, e nenhum homem podia se igualar a mim! Não sou eu uma mulher? Eu podia trabalhar tanto e comer tanto quanto um homem – quando eu conse- guia comida – e aguentava o chicote da mesma forma! Não sou eu uma mulher? Dei à luz treze crianças e vi a maioria ser vendida como escrava e, quando chorei em meu sofrimento de mãe, ninguém, exceto Jesus, me ouviu! Não sou eu uma mulher? Angela Davis salienta que Sojourner Truth foi espontaneamente aplaudida como a he- roína do dia, [...] ao levantar para falar, sua resposta aos defensores da supremacia masculina também trazia uma profunda lição para as mulheres brancas. Ao repetir sua pergunta, “Não sou eu uma mulher?”, A autora argumenta que Sojourner Truth era negra uma ex-escrava -, mas não era me- nos mulher do que qualquer uma de suas irmãs brancas na convenção... E, como mulher ne- gra, sua reivindicação por diretos iguais não eram menos legítima do que a das mulheres brancas de classe média... DOCUMENTÁRIO: 13ª EMENDA Diretora: Ava DuVernay, roteirista, produtora e distribuidora de filmes norte americana. Elenco “Michelle Alexander; Angela Davis e Cory Booker”. Documentário discute a décima terceira emenda à Constituição dos Estados Unidos – que afirma que "Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdi- ção, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado" - compactua terríveis repercussões na vida dos afro- americanos. Inicia-se o documentário com dados estatísticos, onde o EUA tem 5% da população mundial e abriga 25° da população carcerária do mundo, tem mais negros detentos hoje que os escravizados do século XVIII. Dentro da historicidade o elenco instituído apresenta o en- carceramento explicitando o ocorrido em cada período e as políticas presidenciais demons- trando os impactos negativos Destaca no documentário, o encarceramento em massa dos negros, por crimes insignificantes, como ociosidade, vadiagem, e para justificar as prisões, inicia-se no pais americano com o filme “Nascimento de uma nação”, a criar uma imagem negativa do afro- americano, pa partir de um homem negro bestial, configura animalesca, selvagem e cruel, e cria-se por meio desse personagem, o mito do negro estrupador de mulherer branca que se joga de um penhasco para não ser estrupada. Mesmo que seja maior o número de casos conhecidos de estrupo de mulheres negras por homens brancos. O documentario fala sobre a exaltação do Ku Klux Klan (KKK) de forma romântica, entusiastica, heroica, que queimavam na cruz o negro “criminoso” representado no filme, para fomentar a violencia contra os negros, espalhando terrorismo levando centenas deles a morte. Na verdade a elite branca precisavam do negor trabalando Assim, os afro-americanos começam a se deslocar do Sul do país para outras regiões, não em busca de oportunidade, mas fugindo do terror. Nesse sentido, começa a segregação racial, Jim Crow, terror e linchamento, aprova leis que segregam os homens negros ao status de seunda-classe, pois não podiam ir a prais, votar, estudar na mesma escola que os brancos, andar na rua sem levar uma surra... E ativistas que lutassem contra a segregação eram incriminados. Muitos lideres dos movimentos foram presos, mortos e expuslsos do país, deixando os negros sem lider e desunidos, porque a pressão era tanta que eles desconfiavam deles mesmos, pois foram demonizados como predadores Na presidencia de Bill Clinton a população carcerária quase dobrou, devido as leis que foram sancionadas, permitindo mediante o delito prisão perpetua e outra que deveria cumprir no minimo 85% da pena semcondicional. O documentario fala sobre o ALEC, dentro do sistema de prisões privatizadas, implementou várias políticas de criminalização e aumentar o tempo das pessoas encarceradas, filiada com as corporações. A CCA se beneficiou com seu investimento no ALEC- US$ 1,7 bilhão de lucro, enriquecimento. Encarceramento em massa principalmente as pessoas de cor com punição, ou seja, Corporações estão lucrando com as punições, pois não tem nenhum compromisso com o bem estar social, são multinacionais que controlam o mundo. De acordo com o documentário há chances de um homem branco ser preso é de um em dezessete, o departamento de justiça relatou que espera que um em cada três jovens negros vá para a prisão durante a vida. COMPARAÇÃO CRÍTICA ENTRE TEXTO E FILME Dentro de uma comparação entre documentário e texto, pode-se destacar a busca de sobrevivência do povo preto, tanto as mulheres negras que são invisíveis para as sufragistas, quanto para os afro-americanos que são vistos como bestiais, animalesco, ou predadores, a todo tempo tem que provar que é um ser humano, a mulher negra tem que provar que luta pelo mesmo direito que a mulher branca e não é porque é negra eu ela não é mulher. Percebe- se a resistência dos brancos para que os negros não se acendam na educação, pois as crianças pretas não podem estudar no mesmo espaço que a criança branca, eles não querem se mistu- rar, não querem que tenhamos o mesmo conhecimento acadêmico, isso nos dias atuais, ainda impera essa distinção. Em um determinado tempo, uma colega minha, mulher, negra, pobre, casada mãe de uma criança, tinha conseguido entrar em uma faculdade particular com bolsa 100% gratuito, para cursar “Medicina Veterinária”. Ela trabalhava em uma pequena empre- sa, entre o horário 06h00 da manhã as 14h00 da tarde e estudava a noite. Ao dialogar com a dona da empresa, a mesma disse que sua filha estava cursando “Medicina Veterinária”, na mesma faculdade que mina colega. Minha colega disse – que bom, eu também estou fazendo o mesmo curso na mesma faculdade que sua filha, como é o nome dela? – Como assim, você faz esse curso na faculdade fulana de tal!! Sim, eu con- segui 100% de bolsa, então eu não pago nada, mas eu tenho que fazer trabalho voluntario para a parceira da faculdade nos finais de semana, no cusinho universitário popular, até eu terminar o curso superior!! Resultado, minha colega pagava aluguel, seu esposo estava desempregado, com uma criança que tinha problema de saúde... A patroa dela exigiu que ela, minha colega tra- balhasse das 14h00 da tarde até as 22h00 da noite. Minha colega não conseguiu mudar o horário da faculdade, não podia sair do serviço, não podia trancar a faculdade no primeiro semestre. Então, ela perdeu a oportunidade. Será que a patroa dela fez isso de caso pensado? Como assim, a funcionaria dela fazendo o mesmo curso que a filha dela na mesma no mesmo prédio, na mesma instituição!! Então, como o professor diz o negro livre, mas tem que ficar no lugar dele, é perigoso romper a estrutura. Mas devemos ser passivos? Aceitar a submissão? Minha colega desistiu de fazer curso superior, não é que ela desistiu, ela foi forçada a desistir, por força maior. A submissão do individuo livre, inclusive mulheres tem a ver com o sistema de explo- ração dos trabalhadores, as mulheres trabalhadoras negras, ressalta Angela Davis, sempre souberam do que se tratava a desigualdade social de classe, de raça e de sexo, elas viviam isso todos os dias.
Compartilhar