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ED - Responsabilidade Social - Avaliação

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ED - Responsabilidade Social - Respostas Avaliação 
Geraldo M. Batista 
Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 
 
 
 
1 
1. Questão 
 
Texto I: A letra a seguir pertence à canção de James Brown, “Say it loud”: 
 
Say it Loud (I’m Black and I’m proud) - 1968 
Diga Alto, Sou Negro e Tenho Orgulho 
Agora, procuramos uma chance de fazer as coisas para nós mesmos 
Estamos cansados de bater a cabeça contra a parede 
E trabalhando para qualquer um 
Somos pessoas, somos como os pássaros e as abelhas 
Preferimos morrer em nossos pés 
Que viver de joelhos 
Diga alto, sou negro e tenho orgulho. 
 
Texto II: 
Cabelo Black Power 
Rachel Quintiliano 
 
Quando eu vejo um cabelo black power na rua essas são as três palavras que logo veem 
na minha cabeça: resistência, empoderamento e estética. 
Em uma sociedade extremamente racista, como é o caso da brasileira, uma cabeleira 
black power, além de linda e esteticamente muito interessante, para mim, é um ato 
político, um ato de resistência. 
Kathleen Cleaver, professora, advogada, escritora, ativista e membro do partido político 
Panteras Negras, disse certa vez, há mais de trinta anos, que usar o cabelo natural 
estava abrindo a possibilidade de uma nova consciência entre o povo negro, inclusive a 
consciência de que sua própria aparência é bonita e do poder que isso tem. 
Ela queria dizer com isso que a comunidade negra estava se libertando de padrões 
culturais brancos e assumindo que também poderia ser linda com seus próprios cabelos, 
tom de pele e identidade étnico-racial. 
Óbvio que respeito a decisão de cada um e confesso que por diversas vezes na minha 
vida usei o meu cabelo liso. O problema é que na maioria das vezes, alisava porque 
queria ser esteticamente aceita e não por uma simples liberdade de escolha. Hoje é 
completamente diferente. Sei que posso usar meu cabelo como bem quiser: liso, crespo, 
cacheado, colorido, trançado. 
Mas, mesmo assim, ahhh... bate aquela alegria quando vejo homens e mulheres 
desfilando por aí lindas cabeleiras crespas e com muito volume. Primeiro, porque não é 
modinha nem tendência. É vanguarda, estética, cultura negra, resistência, 
empoderamento e liberdade de escolha. 
 
A partir dos fragmentos apresentados e da história da luta pelos direitos civis dos negros 
nos EUA é correto afirmar que: 
 
a) A ideia de um “orgulho negro” é tão racista quanto a noção de um “orgulho branco”, já 
que, depois da abolição da escravidão nos EUA, todos os cidadãos são iguais. 
b) Ao afirmar que o cabelo Black Power “É vanguarda, estética, cultura negra, 
resistência, empoderamento e liberdade de escolha”, a autora do texto questiona os 
princípios da não violência propostos por Martin Luther King Jr. 
c) A ideia da canção e da fala de Kathleen Cleaver é de uma superioridade do povo 
negro estadunidense diante da população branca que habitava aquela sociedade. 
 
ED - Responsabilidade Social - Respostas Avaliação 
Geraldo M. Batista 
Curriculum: www.geraldofadipa.comunidades.net 
 
 
 
2 
d) Kathleen Cleaver defendeu, como militante dos Panteras Negras, que o cerne da 
mensagem política do movimento era estético, reforçando para o negro que sua 
“própria aparência é bonita e do poder que isso tem”. 
e) A ideia de um “orgulho negro”, presente na canção ou no cabelo “black power”, é um 
dos elementos culturais presentes no contexto da luta dos negros estadunidenses dos 
anos 1960. (Correto) 
 
2. Questão 
 
Emenda XIX (18 de agosto de 1920) 
 
O direito de voto dos cidadãos dos Estados Unidos não será negado ou cercado em 
nenhum Estado em razão do sexo. O Congresso terá competência para mediante 
legislação adequada, executar este artigo. 
 
Mulheres em fila para votar em Baltimore, 1964. O ato dos Direitos Civis, que havia 
garantido maiores proteções legais para eleitores negros, havia sido assinado 3 meses 
antes. 
 
A partir dos fragmentos apresentados e da luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, é 
correto afirmar que: 
 
a) A foto mostra como as mulheres negras eram o grupo mais relevante numericamente 
entre os eleitores dos EUA dos anos 1960. 
b) Eventos como a Marcha para Selma mostram como as mudanças na lei não tiveram 
impacto algum para a população negra dos EUA que, ainda hoje, precisa se 
manifestar para garantir seu direito ao voto. 
c) A Lei dos Direitos Civis de 1968 se insere em uma longa tradição de conquistas 
políticas do movimento negro nos EUA, como resultado exclusivo das políticas de não 
violência de Martin Luther King Jr. 
d) Apesar das antigas garantias legais, as práticas e as leis locais impediram o pleno 
exercício da cidadania da população negra nos EUA durante a maior parte do século 
XX. (Correto) 
e) Não há contradição entre a Emenda XIX e a necessidade de luta pelos direitos civis, 
pois o movimento liderado por Luther King Jr. buscava garantias sociais e não políticas 
(pois essas já estavam estabelecidas na lei). 
 
3. Questão 
 
O 20 de novembro e o negro no Brasil de hoje 
Kabengele Munanga 
 
De todos os africanos transportados para as Américas através do tráfico atlântico entre os 
séculos XVI e XIX, cerca de 40% deles tiveram o Brasil como país de destinação. De 
acordo com os resultados do último censo populacional realizado pelo IBGE em 2010, a 
população negra, isto é, preta e parda, constitui hoje cerca de 51% da população total, ou 
seja, 100 milhões de brasileiros e brasileiras em termos absolutos. O que faz do Brasil o 
maior país de população negra das Américas, e mesmo em relação à África dita Negra, o 
Brasil só perde da Nigéria, que é o país mais populoso da África Subsaariana. 
 
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Geraldo M. Batista 
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3 
Mas qual é o lugar que essa população negra ocupa no Brasil de hoje depois de 130 anos 
da abolição da escravatura? Responderia que este lugar entrou no processo afirmativo de 
sua construção somente a partir dos últimos vinte anos no máximo. Se depois da 
assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, o Brasil oficial tivesse desde já iniciado 
o processo de inclusão dos ex-escravizados africanos e seus descendentes no mundo 
livre e no mercado de trabalho capitalista nascente, a situação do negro no Brasil de 2018 
seria certamente diferente em termos de inclusão social. Nada foi feito, pois o negro 
liberto foi abandonado à sua própria sorte e as desigualdades herdadas da escravidão se 
aprofundaram diante de um racismo sui generis encoberto pela ideologia de democracia 
racial. Trata-se de um quadro de desigualdades raciais acumuladas nos últimos mais de 
trezentos anos que nenhuma política seria capaz de aniquilar em apenas duas ou três 
décadas de experiência de políticas afirmativas. Por isso, a invisibilidade do negro, ou 
melhor, sua sub-representação em diversos setores da vida nacional que exigem 
comando e responsabilidade vinculados a uma formação superior, ou universitária e 
técnica, de boa qualidade é ainda patente. 
Era preciso começar a partir de algum momento, em vez de ficar eternamente preso ao 
mito de democracia racial que congelou a mobilidade social do negro nesses 130 anos da 
abolição. O início é como todos os inícios, geralmente lento, pois encontra em seu 
caminho hesitações, resistências e inércia das ideologias anteriores. Mas, de qualquer 
modo, se começou sem recuo, como se pode perceber hoje em algumas áreas como a 
Educação. As universidades que adotaram políticas de cotas para ingresso de negros e 
indígenas tiveram nos últimos dez anos um número de alunos negros e indígenas 
proporcionalmente superior ao de todos os negros que ingressaram em suas escolas 
durante quase um século da criação da universidade brasileira. Dizer que essas políticas 
são paliativas, como ouvi tantas vezes, não condiz com o progresso de inclusão 
observável e inegável. Certo, concordamos todos que é preciso melhorar o nível da 
escola pública, realidade à qual ninguém se contrapõe, apesar da consciência de que a 
escolapública não melhorará amanhã diante dos lobbys dos donos das escolas privadas 
e da falta da mobilização da sociedade civil brasileira em todas as suas classes sociais 
para mudá-la. 
A data de 13 de maio é sem dúvida uma data histórica importante, pois milhares de 
pessoas morreram para conseguir essa abolição jurídica, que não se concretizou em 
abolição material, o que faz dela uma data ambígua. Na versão oficial da abolição, coloca-
se o acento sobre o abolicionismo, mas se apaga ao mesmo tempo a memória do que 
veio antes e depois. Nesse sentido, a abolição está inscrita, mas esvaziada de sentido. A 
Lei Áurea de 13 de maio de 1888 é apresentada como grandeza da nação, mas a 
realidade social dos negros depois desta lei fica desconhecida. Visto deste ponto de vista, 
o discurso abolicionista tem um conteúdo paternalista. A questão do negro tal como 
colocada hoje se apoia sobre uma constatação: o tráfico e a escravidão ocupam uma 
posição marginal na história nacional. No entanto, a história e a cultura dos escravizados 
são constitutivas da história coletiva como o são o tráfico e a escravidão. Ora, a história 
nacional não integra ou pouco integra os relatos de sofrimento, da resistência, do silêncio 
e participação. [...] 
Através do trabalho das entidades negras, essa proposta [de transformar 20 de novembro 
em data da consciência negra] ganhou força em todo o País, e gradativamente passou a 
ser reconhecida pela mídia e pela sociedade em geral. Zumbi dos Palmares foi 
reconhecido oficialmente, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, como herói 
negro dos brasileiros. Hoje, o dia 20 de novembro é comemorado universalmente em todo 
o País, sendo considerado feriado oficial em vários estados e dezenas de municípios. Em 
 
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vez de comemorar 13 de maio, data em que a princesa Izabel assinou a Lei Áurea, que 
aboliu a escravatura, o Movimento Negro prefere simbolicamente se concentrar na data 
de 20 de novembro, que tem a ver com a luta para a segunda e verdadeira abolição da 
escravatura. Por isso, novembro se transformou nacionalmente em mês da Consciência 
Negra. Ninguém se ilude ao acreditar que todos os problemas da população negra se 
resolvem em 20 de novembro, mas trata-se de um mês que tem um profundo sentido 
simbólico e político no processo de sensibilização, politização e conscientização sobre as 
práticas racistas e as consequentes desigualdades que dificultam a plena inclusão do 
Segmento Negro na sociedade brasileira. 
 
Considere, agora, as seguintes assertivas: 
 
I. A ideia de uma “democracia racial”, segundo o texto, favoreceu o negro brasileiro na 
conquista de direitos políticos e sociais. 
II. De acordo com o autor do texto, o tráfico e a escravidão sempre ocuparam uma 
posição central na maneira como a história do Brasil foi contada. 
III. Segundo o texto, a situação do negro no Brasil após a abolição, apesar do racismo, 
ainda era melhor do que aquela que encontramos nos EUA da mesma época, 
marcado pela atuação da KKK. 
IV. É possível traçar alguns paralelos nos cenários do pós-abolição de Brasil e EUA a 
partir do trecho “Nada foi feito, pois o negro liberto foi abandonado à sua própria sorte 
e as desigualdades herdadas da escravidão se aprofundaram” 
 
É correto o que se afirmar em: 
 
a) Apenas as assertivas II e IV estão corretas. 
b) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
d) Apenas a assertiva IV está correta. (correta) 
e) Apenas a assertiva II está correta. 
 
4. Questão 
 
Coretta King, a matriarca negra pelos direitos sociais e civis.Ela foi a primeira dama dos 
direitos humanos e ensinava que uma das formas para fazer a mudança passa por nos 
mudarmos a nós próprios de forma a sermos capazes de liderar os outros na direção que 
devem tomar. 
Conhecer um pouco da história de Mrs. Coretta King mudou minha percepção sobre o ser 
mulher negra evangélica. Há alguns anos, durante uma pausa nos estudos, procurei um 
título na internet para meu entretenimento. [...] Encontrei um título que chamou atenção: 
“Betty e Coretta”. 
A sinopse indicava se tratar da história das esposas dos maiores líderes da luta pelos 
direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60: Malcolm X e Martin Luther King. 
Imediatamente eu pensei: como eu não conheço essas mulheres? Como eu nunca ouvi 
falar delas no meio progressista evangélico? Em uma breve investigação por mais 
informações na internet, títulos de obras completas, capítulos ou revistas sobre sua vida e 
trabalho, pouco material foi encontrado em língua portuguesa. 
A verdade é que Coretta, durante toda sua trajetória como ativista pelos direitos civis das 
pessoas negras nos EUA, também foi militante pela causa dos direitos das mulheres e da 
população LGBT até o fim de sua vida. Sim, Coretta não foi coadjuvante. Ela assumiu a 
 
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defesa de bandeiras sociais que até hoje causam cólera a líderes das igrejas mais 
conservadoras e fundamentalistas, e reticências aos mais progressistas. E não seria por 
tudo isso que sabemos tão pouco sobre seu trabalho social e religioso? 
Na juventude, participava da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor 
(NAACP). Durante a vida adulta, marchou e liderou junto ao movimento pelos direitos civis 
em EUA. Em relevância e destaque sabemos que fundou o Centro para a Mudança Social 
Não Violenta com o nome do marido. Foi ativista pelo Movimento Pela Paz e Não 
Violência e contra a Guerra do Vietnã, e ainda lutou durante cerca de 15 anos para que 
fosse assinada a lei de feriado nacional homenageando ao Rev. Luther King. Na velhice, 
foi voz porta-voz “contra a injustiça racial e econômica, defendendo os direitos das 
crianças e das mulheres, a dignidade dos homossexuais, a liberdade religiosa, as 
necessidades dos pobres e destituídos de poder, o pleno emprego, os cuidados de saúde 
e oportunidades de educação para todos, e também o desarmamento nuclear, a ecologia 
e uma constante consciencialização sobre os problemas da sida”. 
Pouco sabemos sobre essa mulher negra, cristã e politizada. Restringir sua personagem 
à figura de esposa leal e apoiadora é injusto e insuficiente com sua trajetória e a de 
milhares de mulheres negras em toda a diáspora. 
[...] 
Precisamos reviver e publicizar a memória de Mrs. Coretta King como nossa ancestral 
que nos deixou um legado ímpar de militância antirracista, antissexista, antidiscriminação 
sexual e pela equidade de gênero. A voz hoje que ecoamos, não é nossa voz apenas, é a 
voz e o lugar da resistência ancestral desta mulher. A voz da mulher sábia que diz: “Fale 
a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os 
desamparados” (Pv. 31.8). 
 
A partir do fragmento apresentado, é correto afirmar que: 
 
a) Para a autora, Coretta King se tornou porta-voz de diferentes movimentos e pautas, 
sem, contudo, deixar de lado sua militância pela igualdade racial nos EUA. 
(correta) 
b) Segundo a autora do texto, a luta pelos direitos civis dos negros deu lugar a outras 
pautas ao longo da militância de Coretta King. 
c) De acordo com a autora do texto, a melhor maneira de homenagear Coretta King é 
lembrá-la como esposa leal e fiel apoiadora de Martin Luther King Jr. na conquista 
dos direitos civis dos negros nos EUA. 
d) É possível entender a militância pelos direitos civis como um movimento a parte, 
separado da luta por emprego ou melhores condições sociais para homens e 
mulheres negras nos EUA. 
e) De acordo com a autora do texto, Coretta King abandonou suas crenças cristãs ao 
militar em nome de pautas como os direitos das mulheres e a dignidade dos 
homossexuais. 
 
5. Questão 
 
Corra! 
Uma das maiores surpresas da temporada nos Estados Unidos, Get Out é uma 
adaptação para os cinemasda frase: "eu não sou racista, eu até tenho amigos negros". 
Todo mundo já testemunhou, seja pessoalmente ou em discussões nas redes sociais, a 
pessoas justificando comentários ou comportamentos racistas com esta frase. E o filme é 
sobre isso. Mas não só. 
 
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Obviamente, não é uma adaptação oficial, mas busca sim transmitir o espírito de tal 
sentença. A trama gira em torno de um casal inter-racial formado por Chris (Daniel 
Kaluuya) e Rose (Allison Williams). Ele é um jovem negro, ela uma garota branca de uma 
família tradicional. Os dois aproveitam um final de semana para viajar ao interior para que 
o sujeito seja apresentado à família dela. 
Acostumado com o estranhamento das pessoas, Chris questiona a namorada se ela teria 
avisado aos pais o fato dele ser negro. Rose responde que isso não era necessário, pois 
seus pais não eram nada racistas e que seu pai, se pudesse, votaria em Obama por uma 
terceira vez. 
Chegando lá, Chris é aparentemente bem recebido, mas há a constante sensação de 
estranhamento no ar, aumentada com o fato dos empregados da casa serem todos 
negros e, pelo visto, bastante reprimidos. Rose também se incomoda com a situação, 
mas o casal permanece lá no final de semana, que vai receber uma festa da família dela. 
[...] 
Get Out é um thriller muito eficiente, que também conta com ótimos momentos de humor. 
Daniel Kaluuya está bem na pele de Chris. Ele consegue passar bem a sensação de 
estranhamento e nervosismo. [...] Um filme divertido e que ainda faz pensar ao tratar da 
questão racial de forma completamente inusitada e quase que subversiva. Dificilmente 
alguém sairá incólume desta sessão. 
 
A partir da sinopse do filme e da questão racial nos EUA contemporâneo, é correto 
afirmar que: 
 
a) O fato de que os empregados da casa são todos negros indica que o filme Corra!, 
apesar de bem-intencionado, também é racista. 
b) O tom jocoso adotado pelo filme demonstra que a questão racial nos EUA já não é 
mais um tema de sérios debates políticos. 
c) O fato de que um dos personagens do filme seja eleitor e entusiasta de Barack Obama 
impediria, por princípio, que ele também tenha práticas racistas. 
d) A sátira apresentada pelo filme permite pensar como o racismo, mesmo quando não 
verbalizado ou não consciente, persiste como prática na sociedade estadunidense. 
(correta) 
e) O enredo do filme condena casais “inter-raciais”, como são chamados nos EUA os 
casais de origens étnicas distintas. 
 
6. Questão 
 
Em 1957, Martin Luther King Jr proferiu o discurso abaixo: 
Deixem-nos votar 
Deixem-nos votar, e não mais importunaremos o governo federal para falar de nossos 
direitos básicos. Deixem-nos votar, e não mais imploraremos ao governo federal pela 
promulgação de uma lei antilinchamento; com a força de nosso voto, inscreveremos essa 
lei nas leis do Sul e acabaremos com os atos covardes dos encapuzados que disseminam 
a violência. Deixem-nos votar (Deixem-nos votar), e transformaremos as más ações 
visíveis de multidões sanguinárias na calculada boa ação de pacatos cidadãos. Deixem-
nos votar (Deixem-nos votar), e encheremos as assembleias legislativas com homens de 
boa vontade e enviaremos às câmaras sagradas do Congresso homens que, devotos do 
manifesto da justiça, jamais assinarão um “Manifesto Sulista”. Deixem-nos votar (Sim), e 
colocaremos, nos tribunais do Sul, juízes que atuarão com justiça e amarão a 
misericórdia, e colocaremos, à frente dos estados sulistas, governadores que 
 
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experimentaram não só a amargura dos homens, mas o ardor de Deus. Deixem-nos votar 
(Sim), e implementaremos com calma e não-violência, sem rancor ou ressentimento, a 
decisão da Suprema Corte de 17 de maio de 1954 (Isso mesmo). Neste momento 
decisivo da história de nossa nação, precisamos com urgência de uma liderança corajosa 
e dedicada. Se desejamos solucionar os problemas futuros e tornar a justiça racial uma 
realidade, essa liderança deve ser quadruplicada. Em primeiro lugar, precisamos de uma 
liderança forte e agressiva por parte do governo federal. Até agora, apenas o Poder 
Judiciário mostrou-se capaz de exercer essa liderança. Se os Poderes Executivo e 
Legislativo estivessem tão preocupados com a proteção dos direitos dos cidadãos quanto 
os tribunais federais, então a transição de uma sociedade segregacionista para uma 
integracionista seria infinitamente mais suave. Mas, com essa preocupação, muitas vezes 
olhamos para Washington em vão. Em meio a um trágico colapso da lei e da ordem, o 
Poder Executivo federal permanece demasiadamente silencioso e apático. Em meio à 
desesperadora necessidade de uma legislação dos direitos civis, o Poder Legislativo 
permanece demasiadamente estagnado e dissimulado. 
KING JR, Martin Luther. Um apelo à consciência - Os melhores discursos de Martin 
Luther King. Rio de Janeiro: Zahar.2006, p. 37. 
 
Considere agora as seguintes asserções: 
 
I. No discurso apresentado, Martin Luther King Jr. considera que os principais entraves 
para a construção de uma sociedade integrada são os obstáculos legais que impedem 
o negro de votar e o poder judiciário, incapaz de exercer um papel de liderança no 
combate à segregação 
 
II. Para Martin Luther King Jr., a transição de uma sociedade segregacionista para uma 
integracionista não poderia ser suave se os três poderes (Executivo, Legislativo e 
Judiciário) não exercessem o papel de liderança na proteção dos direitos do cidadão. 
 
É correto o que se afirmar em: 
 
a) A segunda asserção está incorreta e a primeira está correta. 
b) A primeira asserção está incorreta e a segunda correta. 
c) Ambas as asserções estão corretas, mas uma não justifica a outra. 
d) As duas asserções estão corretas e a primeira é uma justificativa da segunda. 
e) As duas asserções estão corretas e a segunda é uma justificativa da primeira. 
 
7. Questão 
 
O campeão que atirou uma medalha olímpica ao rio 
Cassius Marcellus Clay Jr. nasceu a 17 de Janeiro de 1942, em Louisville. Seu pai, 
Cassius Marcellus Clay, pintava outdoors, e fora batizado com o nome do político 
americano com o mesmo nome, defensor da emancipação dos negros no século XIX. [...] 
 
Fama e racismo 
Em 1960, com 18 anos, surgiu o primeiro grande sucesso internacional ao arrebatar a 
medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma na categoria de meio-pesado (até 
79,4kg), batendo na final o experiente polaco Zbigniew Pietrzykowski. De regresso à sua 
cidade natal, foi recebido em euforia por uma multidão, mas nem todos ficaram 
convencidos com o feito do jovem Clay. Na sua autobiografia, publicada em 1975, relata 
 
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que entrou num restaurante cheio de brancos para comer um hambúrguer, mas o 
empregado recusou-se a servi-lo por ser negro e de nada adiantou dizer quem era e o 
que tinha feito. Decepcionado e revoltado, confessou ter atirado, por impulso, a medalha 
olímpica ao Rio Ohio [...]...em 1996, durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, Clay recebeu 
uma medalha de substituição. O episódio do restaurante não seria esquecido e 
encorajaria a sua luta pelos direitos dos negros e pela igualdade racial. 
 
O dia em que Ali voltou a ser "O Maior" 
Em outubro de 1960 estreou-se como profissional, encerrando a fase amadora com um 
impressionante registro de 100 triunfos e cinco derrotas. Quatro anos depois chega a 
Miami, no estado da Florida, para discutir o mundial, com um currículo de 19 vitórias em 
outros tantos combates. Pela frente tem o favorito Sonny Liston, detentor do título desde 
1962, com um impressionante registro de 28 triunfos consecutivos. Mas, sete assaltos 
depois, Clay era o novo campeão de pesos-pesados. “Eu sou o maior”, gritouperante a 
assistência chocada que preenchia o Convention Hall naquele dia 25 de fevereiro. 
 
Nasce Muhammad Ali 
Entre a multidão, encontravam-se os Beatles, que realizavam a sua primeira digressão 
pelos EUA, e um amigo recente de Cassius Clay: Al Hajj Malik Al-Shabazz, batizado como 
Malcolm Little e conhecido por Malcolm X. A história desta relação é relatada no recente 
livro “Blood Brothers: The Fatal Friendship Between Muhammad Ali and Malcolm X”, de 
Randy Roberts e Johnny Smith, publicado em 2016. Segundo os autores, Clay e Malcolm 
(que seria assassinado em fevereiro de 1965) conheceram-se em junho de 1962, numa 
cafeteria, em Detroit, quando o pugilista se preparava para assistir a uma reunião da 
Nação do Islã, uma organização afro-americana, de cariz político-religioso. Malcolm X 
passou a ser o seu conselheiro espiritual e político. 
Por altura do combate com Liston, já corriam rumores de que Clay se havia juntado ao 
grupo muçulmano e o pugilista haveria desfazer todas as dúvidas, poucos dias depois, ao 
anunciar que se convertera ao islamismo, alterando o seu nome para Muhammad Ali. As 
suas posições políticas foram gerando cada vez mais polêmica, até que, em 1967, depois 
de se recusar a servir o exército americano na Guerra do Vietnã, solicitando o estatuto de 
objeto de consciência, e ter criticado o envio de soldados para este conflito, foi despojado 
do seu título mundial (recuperado posteriormente, por decisão do Supremo Tribunal dos 
EUA) e proibido de praticar boxe durante três anos. Estava no seu auge atlético. 
[...] Em 1984, iniciaria aquela que foi a maior luta da sua vida, depois de lhe ser 
diagnosticada a doença de Parkinson. O “combate” durou 32 anos e Mohammad Ali 
acabou por sofrer, este sábado o seu primeiro KO. Durante estes anos, usou a sua 
popularidade para promover as pesquisas de cura para esta enfermidade, ao mesmo 
tempo que rodou o mundo, encontrando-se com líderes políticos, apoiando ações de 
beneficência e espalhando mensagens de paz e igualdade. Amado ou odiado, 
permaneceu por meio século como um dos personagens mais carismáticos do planeta e a 
sua lenda continua a inspirar gerações. 
 
A partir da notícia apresentada, é correto afirmar que: 
 
 
 
 
 
 
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9 
a) A transformação do nome de Cassius Clay para Muhammad Ali é similar àquela 
realizada por Martin Luther King Jr., que alterou seu nome como homenagem a 
Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante. 
b) A proximidade de Muhammad Ali com a militância de Malcolm X mostra como o 
islamismo era o fator aglutinador majoritário na luta dos negros estadunidenses dos 
anos 1950 e 1960. 
c) Apesar de sua proximidade com Malcolm X, na biografia de Muhammad Ali 
encontramos alguns pontos em comum com a militância de Martin Luther King Jr. e 
a inspiração na luta por igualdade racial para além das fronteiras dos EUA. 
(correta) 
d) O episódio do restaurante em que os funcionários se recusaram a servir o jovem 
Cassius Clay mostra como a conquista dos Direitos Civis dos negros não teve 
qualquer impacto no combate ao racismo nos EUA. 
e) A recusa dos funcionários ou do restaurante em atender clientes negros, enquanto 
escolha de uma empresa particular, não estava em debate na luta pelos direitos 
civis, que dizia respeito a direitos políticos. 
 
8. Questão 
 
Chefe da Marvel Studios sugere que Stan Lee deixou várias participações gravadas para 
filmes do estúdio 
Após a morte de Stan Lee, nesta segunda (12), surgiu a informação de que o lendário 
quadrinista deixou a sua participação em Vingadores 4 gravada. Mas, ao que indica o 
presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, disse que há muito mais filmagens para 
futuros filmes da editora. 
Após a triste notícia, a Variety relembrou uma informação que surgiu ainda em 2017 e a 
questionou ao executivo. Stan Lee tinha deixado inúmeras cenas para futuros longas. No 
entanto, os títulos dessas produções não foram revelados. 
“Eu não vou contar para vocês especificamente, mas Stan sempre adora uma boa 
surpresa”, indicou Kevin Feige. 
O presidente da Marvel ainda destacou a estratégia criada pela empresa nos cinemas. O 
executivo garante que Stan Lee teve grande ajuda no sucesso dos filmes da editora. 
“Stan sempre foi gracioso com todos nós da Marvel Studios e sempre nos encorajou. 
Além da sua persona dos palcos, Stan era muito humilde. Ele não era o tipo de pessoa 
que chegava e nos dizia como ser, mas nos encorajava para seguir a sua liderança. 
Pegue Pantera Negra – pessoas falam sobre a importância do filme e o quanto é bravo a 
Disney ter investido em um elenco inteiramente afro-americano – o que é totalmente 
verdade. Mas, Stan e Jack Kirby fizeram isso na década de 60, criando o personagem 
durante a Guerra dos Direitos Civis”, destacou o presidente da Marvel. 
A causa da morte de Stan Lee ainda não foi divulgada, mas o quadrinista sofria com 
problemas de saúde desde a morte de sua esposa, em 2017. 
Considerando a notícia apresentada e a história da luta pelos direitos civis dos negros nos 
EUA, é correto afirmar que: 
 
a) A criação do personagem “Pantera Negra”, ao exaltar o direito de uma resposta 
violenta da comunidade afro-americana diante da opressão, era também uma 
crítica ao pacifismo pregado por Martin Luther King Jr. 
b) A notícia mostra como apenas atualmente foi possível transformar o personagem 
Pantera Negra em metáfora para a questão do racismo, com o apoio de grandes 
estúdios de cinema. 
 
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c) Na condição de homem branco, Stan Lee não poderia ter qualquer relevância para 
a militância em favor dos direitos civis dos negros dos EUA. 
d) A criação de um herói chamado “Pantera Negra” durante os anos 1960 mostra um 
posicionamento político de Stan Lee e Jack Kirby favorável à luta pelos direitos 
civis. (Correta) 
e) A notícia apresentada demonstra como a indústria cultural se opôs à luta pelos 
direitos civis ao transformá-la em produtos culturais sem qualquer impacto social, 
como os quadrinhos de heróis. 
 
9. Questão 
 
Interessantemente, o colapso da perspectiva assimilacionista obedeceu menos à geração 
de novos enfoques e desenvolvimentos teóricos do que à atuação política das minorias 
raciais. Com efeito, a crise da estratégia integracionista do movimento pelos direitos civis 
deu lugar, na década de 1960, a novas formas de mobilização política do negro 
americano. No clima de reafirmação da consciência étnica e nacionalismo cultural 
característico do ativismo das minorias raciais daquele período, intelectuais e militantes 
dessas minorias passaram a definir a relação de negros, índios e chicanos (imigrantes 
mexicanos e americanos de ascendência mexicana) e outros grupos com a sociedade 
americana como a de colônias internas. O modelo de colonialismo interno, inspirado nas 
situações do colonialismo e neocolonialismo europeu, através da ênfase nas dimensões 
política e cultural da opressão racial, tendeu a demonstrar que a assimilação e integração 
estavam longe de constituir as tendências mais significativas da dinâmica das relações 
raciais.” 
 
Considere agora as seguintes asserções: 
I- O trecho afirma que o movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA e sua crítica 
ao “colonialismo interno” inspirou movimentos contra o colonialismo e o neocolonialismo 
europeu, pautando a luta de negros, índios e chicanos no mundo dos anos 1960. 
II- A vitória da perspectiva assimilacionista, de acordo com o texto, foi resultado dos novos 
enfoques e desenvolvimentos teóricos e da atuação política das minorias raciais. 
 
É correto afirmar que: 
 
a) A asserção I está incorreta e a asserção II correta. 
b) Ambas asserções estão incorretas. (Correta) 
c) Ambas as asserções estão corretas e a segunda completa a primeira. 
d) Ambas as asserções estão corretase a primeira justifica a segunda. 
e) Ambas as asserções estão corretas, porém não possuem relação. 
 
 
10. Questão 
 
Interessantemente 
 
O discurso a seguir foi realizado por Martin Luther King Jr. na cerimônia de entrega do 
Prêmio Nobel da Paz, em 1964: 
Civilização e violência são conceitos antitéticos [i.e.: opostos, antagônicos]. Os negros 
dos Estados Unidos, seguindo o exemplo do povo indiano, demonstraram que a não 
violência não constitui uma passividade estéril, mas uma poderosa força moral que leva à 
 
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transformação social. Cedo ou tarde, todos os povos do mundo descobrirão o caminho 
para a convivência pacífica, e, com isso, transformarão esta pendente elegia cósmica em 
um abençoado salmo de fraternidade. Para que essa conquista se concretize, a 
humanidade deverá desenvolver, para todos os conflitos humanos, um método que 
repudie a vingança, a agressão e a retaliação. A base desse método é o amor. A estrada 
tortuosa que nos trouxe de Montgomery, Alabama, a Oslo testemunha essa verdade. 
Essa é a estrada sobre a qual milhões de negros viajam à procura de um novo sentimento 
de dignidade. Essa mesma estrada abriu para todos os americanos uma nova era de 
progresso e esperança. Levou a uma nova Lei dos Direitos Civis, e irá, estou convencido, 
alargar-se e alongar-se até transformar-se numa grandiosa rodovia de justiça, à medida 
que um crescente número de negros e brancos se alie para superar os seus problemas 
comuns. Aceito hoje esta premiação com uma fé inabalável na América e com uma fé 
audaciosa no futuro da humanidade. [...] 
Recuso-me a aceitar a cínica noção de que, uma após outra, as nações deverão rolar 
abaixo por uma escadaria militarista até o inferno da aniquilação nuclear. Acredito que a 
verdade desarmada e o amor incondicional terão, na realidade, a última palavra. É por 
isso que o bem, temporariamente derrotado, é mais forte que o mal triunfante. Acredito 
mesmo que, mesmo em meio às explosões dos canhões e ao zunido das balas de hoje, 
ainda há esperança de um amanhã mais resplandecente. Acredito que a justiça, 
combalida e prostrada nas ruas ensanguentadas de nossas nações, pode se levantar 
dessa poeira de vergonha para reinar suprema entre os filhos dos homens. Ouso 
acreditar que as pessoas, em todas as partes, possam ter três refeições ao dia para os 
seus corpos; educação e cultura para as suas mentes; e dignidade, igualdade e liberdade 
para os seus espíritos. [...] Hoje, com renovada dedicação pela humanidade que me 
inspira, venho a Oslo como curador. Aceito este prêmio em nome de todos os homens 
que amam a paz e a fraternidade. Digo que venho como curador pois, no âmago de meu 
coração, sei que este prêmio é muito mais do que uma honra pessoal. Sempre que viajo 
de avião, penso em todas as pessoas que garantem o sucesso de um voo – os pilotos, 
que conhecemos, e toda a equipe de terra, que desconhecemos. Os senhores 
homenageiam os dedicados pilotos de nossa luta, que se sentaram na cabine de 
comando à medida que o movimento pela liberdade ganhava as alturas. Os senhores 
homenageiam, mais uma vez, chefe Lutuli da África do Sul, cujas lutas, ao lado de seu 
povo e por seu povo, ainda enfrentam a mais brutal manifestação de desumanidade. Os 
senhores homenageiam a equipe de terra sem cujo trabalho e sacrifício os voos rumo à 
liberdade jamais teriam decolado. A maior parte dessas pessoas jamais aparecerá nas 
manchetes e os seus nomes não estarão no Quem é Quem. No entanto, quando os anos 
tiverem passado e quando a flamejante luz da verdade focalizar esta era maravilhosa em 
que vivemos, homens e mulheres saberão e às crianças será ensinado que temos uma 
terra mais bela, um povo mais digno, uma civilização mais nobre, porque esses humildes 
filhos de Deus se sacrificaram em nome da virtude. 
KING JR., Martin Luther. Um apelo à consciência - Os melhores discursos de Martin 
Luther King. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p. 68- 69. 
 
A partir do discurso apresentado de Martin Luther King Jr., é correto afirmar que: 
 
 
 
 
 
 
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a) O tom religioso dá lugar ao discurso nacionalista em diversas passagens que ressalta 
os EUA como lugar de “terra mais bela, um povo mais digno “. 
b) Ao longo do discurso, Martin Luther King Jr. dissocia a luta do povo negro dos EUA 
daquela de povos na África do Sul ou em outras partes do mundo. 
c) Martin Luther King Jr. foi inspirado pela luta liderada por Mahatma Gandhi na 
conquista da independência da Índia contra a Inglaterra.(Correta) 
d) Ao utilizar a metáfora do piloto do avião, Martin Luther King Jr. considera o seu papel 
como mais importante do que o dos demais militantes do movimento negro. 
e) Apesar do otimismo, o discurso de Martin Luther King Jr. é marcado pelo tom bélico da 
Guerra Fria e ressalta a ameaça soviética.

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