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Uso de álcool e outras drogas na população adulta

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Uso de álcool e outras drogas na população adulta
Ao se analisar no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) os registros dos últimos 5 anos (2015 a 2019) de transtornos relacionados ao uso de álcool no estado do Ceará identificou-se 3.704 casos. Em todos os anos houve predomínio dos casos de internamento de homens com 857 (91,3%) em 2015, 721 (91,3%) em 2016, 584 (91,7%), em 2017, 538 (91,8%) em 2018 e 676 (89,9%) em 2019, com média de permanência de 13,7 dias e taxa de mortalidade de 1,05 (BRASIL, 2020).
Os transtornos psiquiátricos são observados em ambos os sexos, mas os homens têm uma dificuldade em falar sobre suas angústias e problemas e precisam de uma atenção quanto a este aspecto, tendo em vista os papéis sociais que exercem e as cobranças referentes à sua masculinidade (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA – UFSC, 2016). Alguns homens receberam essa educação em casa e passaram por cobranças sociais tendo que se opor às referências feminina e homossexual. Para tanto, torna-se importante atuar desde a juventude quanto a esses comportamentos, passando segurança ao jovem para não se preocupar com julgamento da sociedade, favorecendo um adulto mais seguro e com argumentos quanto a seus posicionamentos.
Embora dados indiquem elevado número de homens que praticam violência sob uso de álcool e outras drogas, vale destacar que nem todo homem que usa álcool e outras drogas maltrata suas companheiras e outras mulheres e muitos homens que cometem esse tipo de violência não dependem do efeito do álcool ou de outras drogas para tal, e agride também quando não estão sob efeito de substâncias (MORAES; CASTRO; PETUCO, 2010). Podendo haver casos, em que os companheiros agrediam as mulheres antes de terem problemas com uso de substâncias psicoativas, como o álcool. Isso nos traz uma reflexão, tendo em vista que alguns homens procuram exercer poder, tendo sido educados com a convicção de que força e coragem são referências de masculinidade, levando-os a correr riscos associados aos contextos de uso de drogas (MORAES; CASTRO; PETUCO, 2010).
Assim, precisamos transformar essa realidade, e é por isso que a cultura de paz, a prevenção da violência e do uso de drogas deve se iniciar durante a fase de desenvolvimento da criança e do adolescente, com abordagens relacionadas a vínculo familiar, afeto, respeito, empatia, solidariedade, companheirismo, entre outras características de humanização.
A população adulta precisa estar atenta, tendo em vista que, o uso de álcool e outras drogas pode trazer consequências de risco para saúde, conflitos familiares, exclusão social, problemas no ambiente de trabalho por não conseguir a produtividade desejada em sua atividade laboral, problemas financeiros (diante dos gastos e ausência/improdutividade no trabalho), entre outras consequências. É preciso avaliar os determinantes sociais de vulnerabilidade do homem para os problemas relacionados às substâncias na construção de ações efetivas de prevenção e promoção da saúde mental deste segmento (BRASIL, 2008).
	IMPORTANTE!!!!
A evidência científica atual esclarece que não existe dose segura de álcool a ser recomendada. Os riscos à saúde estão associados ao consumo de bebidas em qualquer dose, tendo em vista que os pequenos benefícios adquiridos com o consumo baixo e moderado de bebidas alcoólicas são superados pelo risco aumentado de outros danos relacionados à saúde, incluindo o câncer (BURTON, SHERON, 2018).
Uso de álcool e outras drogas na população idosa
O envelhecimento é um processo da vida com consequências sociais e fisiológicas e faz com que diminua a tolerância do corpo ao álcool, provocando efeitos mais acentuados. Outras situações vividas pela população idosa podem provocar abuso de álcool, como: viuvez, solidão, perda de amigos, aposentadoria, isolamento, aumento de comorbidades, déficits no funcionamento cognitivo e intelectuais, entre outras (ANDRADE, 2020).
O III Levantamento Nacional sobre o uso de Drogas pela População Brasileira (2017) traz que na população de 55 a 65 anos 35% fez consumo de álcool nos últimos 12 meses, 24,5% nos últimos 30 dias e 11,3% em comportamento binge (beber pesado). Quanto ao consumo de cigarros industrializados 19,2% fez uso nos últimos 12 meses e 17,8% nos últimos 30 dias. Quanto a substâncias ilícitas na faixa etária estudada, 1,1% fez uso nos últimos 12 meses e 0,2% nos últimos 30 dias. Esses dados são preocupantes, tendo em vista que a idade avançada tende a rápida desidratação e que o consumo de álcool interfere nos efeitos das medicações utilizadas nessa idade, o que pode fragilizar ainda mais a saúde desse público.
Vale ressaltar que alguns idosos exercem, principalmente, na região Nordeste atividades artesanais com couro, pintura, consertos de objetos, em que utilizam inalantes (cola, solvente, tinta, ceras, graxas, resinas, combustíveis). Alguns possuem como anexo às suas casas comércio que realizam venda de bebida alcoólica, e os profissionais que atuam nas políticas sobre drogas precisam estar atentos a esses cenários de fonte de renda dos idosos em seu território, buscando promover orientações para reduzir os danos que essas atividades podem trazer ao idoso e sua família.
O problema do consumo das drogas é complexo, pois, se encontra atrelado às amarras sociais, políticas e morais, sendo fundamental que os profissionais estejam atentos  às necessidades das pessoas idosas que usam drogas como forma de identificar os diversos fatores que contribuem para a iniciação e continuação desse consumo, o que poderá direcionar para estratégias a serem realizadas (CRUZ et al., 2016).
Prevenção aos problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas
Para bons resultados nas ações de prevenção ao uso de álcool e outras drogas destaca-se a atuação com habilidades de vida, tendo em vista que são embasadas em conceitos de promoção da saúde. Para a eficácia dessas ações precisamos:
- Permitir o amadurecimento emocional;
- Estimular a conscientização no processo de tomada de decisões;
- Desenvolver valores que correspondem a uma vida saudável, tanto fisicamente como moralmente;
- Desenvolver a autonomia e o pensamento crítico;
- Proporcionar habilidades necessárias para manter relacionamentos saudáveis;
- Desenvolver a auto aceitação, trabalhando pela construção de uma autoimagem positiva e real, permitindo, assim, o desenvolvimento da autoestima (BRASIL, 2016)
Tais estratégias são importantes não só para ações de prevenção com crianças e jovens, mas também com outros públicos como adultos e idosos, sendo fundamental uma articulação intersetorial para implementação dessas práticas.
Atividades em grupo são sempre válidas, pois tiram do foco o sujeito, deixando todos de igual para igual. Assim, ao realizar estratégias em coletivo pode-se proporcionar reflexão, promover um debate saudável e potencializar o conhecimento do grupo sobre determinado tema.
Diante deste cenário, a abordagem a esse tema procura promover uma reflexão sobre o uso de drogas nesses períodos da vida e sugerir atividades práticas e técnicas para atuação do profissional em seu processo de trabalho com diferentes tipos de grupos, como forma de prevenir problemas relacionados ao uso de drogas.
O que fazer quando o adulto/idoso já faz uso?
Infelizmente sabemos que nem sempre iremos nos deparar com adultos ou idosos que nunca fizeram uso de álcool e outras drogas, e alguns cuidados são importantes para esse público como forma de reduzir os danos que são gerados pelo uso.
O uso de drogas por pessoas idosas, geralmente, está associado aos agravos à saúde, exclusão social e isolamento, podendo ser inclusive, uma espécie de fuga devido a esses fatores. Tais fatores são preocupantes, tendo em vista que, os riscos causados pelo uso podem gerar maiores problemas diante de mudanças na composição corporal, além de um aumento da morbidade e do uso de medicamentos psicoativos. Em alguns casos, a dependência é confundida com doenças características do idoso, como é o caso da depressão e demência (HSER et al.,2004).
Desse modo, as ações de redução de danos, podem ser vistas como uma forma de cuidado, pois visualiza o indivíduo dentro do seu contexto e de sua singularidade, integrando pessoas e serviços que compõe a rede de apoio, sem fazê-lo perder sua autonomia, e  liberdade de escolha  e compreendendo a situação em que se encontra (CRUZ et al., 2016).
O programa de Redução de Danos (RD), teve no Brasil em 1989, na cidade de Santos em São Paulo, sua primeira experiência, porém a abordagem utilizada, gerou grande impacto e foi proibida. Tempos mais tarde, em 1993, uma nova tentativa é feita, através dos redutores de danos como agentes promotores de saúde, em 1995 o programa se efetiva por meio de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e em 1998 um grande desenvolvimento das estratégias de RD no Brasil marca o histórico de criação dessa política (NEIL; SILVEIRA, 2008).
Passado cerca de 30 anos, configura-se como política e permanece buscando, através do seu conceito, ser um conjunto de estratégias que visa reduzir os efeitos negativos do uso de drogas, sem a necessidade de abstinência, respeitando-se o direito desses cidadãos ao cuidado à saúde.
É preciso enxergar a RD como uma estratégia que busca entender e respeitar o indivíduo, sem propor comportamentos que se julguem adequados e que direcionem somente à abstinência do consumo, enfatizando a busca pela promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas que consomem drogas.

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