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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO: ENGENHARIA MECATRÔNICA DISCIPLINA: FILOSOFIA DOCENTE: ADRIANO PERIN ALUNOS: ANA CAROLINA MARCELO DA SILVA FICHAMENTO DO TEXTO O PROGRAMA DE UMA CRÍTICA TRANSCENDENTAL DA RAZÃO Referência: HOFFE, Otfried. Immanuel Kant. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 33-45. Resumo das ideias do autor (pode ser elaborado em parágrafos ou em tópicos): Num primeiro momento o autor aborda o prefácio da primeira edição da obra de Kant, Crítica da razão pura. Ele destaca que Kant a desenvolve primeiro com referencia à razão como faculdade de conhecimento. E já no prefácio expõe a trágica situação em que se encontra a razão humana, uma situação que exige a sua própria crítica. Ele critica a condição precária da metafísica na época, isso por que impõem-se à razão humana certas questões que não poderiam ser rejeitadas, nem respondidas. Afirma-se que enquanto a razão continuar na experiência, sempre encontrará condições remotas mas nunca incondicionadas. Ainda assim, o último fundamento da experiência se encontra além de toda a experiência, por isso, chama-se metafísica. Exatamente aquilo que fundamenta a metafísica também a inconstitui como ciência. Não existem obstáculos externos a metafísica, mas sim conflitos internos com sua própria natureza, ou seja, o conhecimento puro da razão. Tornando a metafísica um campo primordial de disputas intermináveis. O primeiro lado desse conflito está na metafísica racionalista. Kant pensa, primeiramente, nos principios metafísicos de Wolff, que considerava a experiência como fonte genuina de conhecimento, mas acredita na possibilidade de conhecer algo sobre a realidade como mero pensar(razão pura). Como segundo lado do conflito temos os céticos, tidos como ignorantes e acusados de liquidar a metafísica. John Locke rejeita em sua obra An Essay concerning Human Understanding a doutrina cartesiana das idéias e princípios inatos, representando o empirismo. Mais a frente, na "Dialética Transcedental" Kant entenderá isso como uma disputa entre o racionalismo e o empirismo pela metafísica. Kant afirma que a indiferença em relação a metafísica não pode ser mantida, porque "aqueles pretensos indiferentistas [...], na medida em que pensam realmente alguma coisa", recaem "inevitavelmente em afirmações metafísicas". O que acaba renovando a batalha da metafísica. Kant recusa tanto o empirismo como o racionalismo, existem idéias puras da razão - mas meramente como princípios regulativos a serviço da experiência. No decorrer do auto- exame, a razão acaba rejeitando ambos, racionalismo e empirismo, isso porquê o conhecimento empirico por si só não se sustenta sem fontes independentes da experiência. Claramente, o programa kantiano de uma crítica da razão e seus elementos principais causaram uma profunda reforma na Primeira Filosofia, que tradicionalmente é chamada de metafísica. No prefácio da segunda edição, o objetivo de Kant é elevar a metafísica a uma ciência. E para isso ela precisa avançar. Para um progresso, seria necessário uma concordancia sobre o método, mas na metafísica isso não existe. Na Crítica da razão pura Kant pretende fornecer esse novo método. Para se tornar ciência, a física necessita de uma revolução no modo de pensar. Segundo Bacon(1561-1626), a razão só conhece da natureza o que ela mesma produz segundo seu projeto. Para que a metafísica se torne uma ciência, Kant propõe que ela faça também uma revolução no seu modo de pensar, uma revolução que coloque o sujeito cognoscente numa relação criadora com o objeto. Kant entende sua proposta como um experimento da razão que só se justifica pelo seu próprio sucesso. Sua filosofia transcendental não busca ser infálivel. O conhecimento não deve mais regular-se pelo objeto mas sim o objeto pelo nosso conhecimento. A revolução kantiana do modo de pensar exige que a razão humana se livre desta sua perspectiva natural limitada, ou seja, do realismo gnosiológico. O que precisa ser investigado são as condições do conhecimento objetivo que independem da experiência, condições estas que se encontram na constituição pré-empírica do sujeito. A revolução copernicana de Kant significa que os objetos do conhecimento objetivo não aparecem por si mesmos, mas devem ser trazidos a luz pelo sujeito. Por isso, deixam de ser coisas em si, para serem fenômenos. Citações importantes: "A metafísica não quer outra coisa a não ser continuar perguntando até o final, em vez de parar no meio do caminho"(HOFFE, 2005, p.34) "Parece que o último fundamento da experiência se encontra além de toda a experiência. Por isso sua investigação se chama metafísica, literalmente: além (meta) da física, da natureza"(HOFFE, 2005, p.34) "No tribunal que Kant instaura para resolver o caso 'dogmatismo contra empirismo e ceticismo', é a razão pura que se julga a si mesma. A Crítica da razão pura é o autoexame e a autolegitimação da razão independente da experiência"(HOFFE, 2005, p.38) "[...] Kant mostra que a metafísica é possível, mas, em contraposição ao racionalismo, somente como teoria da experiência, e não como uma ciência que transcende o âmbito da experiência; e, à diferença do empirismo, não como teoria empírica, se não como teoria transcencental da experiência"(HOFFE, 2005, p.39-40) "Como confirmar os cientistas modernos em sua prática e em sua teoria, eles não desempenham ante a natureza o papel 'de um aluno que se deixa ditar tudo o que o professor quer, mas sim o de um juiz nomeado que obriga as testemunhas a responder às perguntas que ele lhes propõe"(HOFFE, 2005, p.42) Comentários (pode conter a apresentação das dúvidas): O que seria um sujeito cognoscente? E do que se trata o realismo gnosiológico? Ideação (perspectiva(s) de contribuição do texto lido para a temática do projeto): Um texto introdutório acerca das ideias de Kant sobre a metafísica. Trata das edições dos dois prefácios de A crítica da razão pura. E das intenções de Kant ao escrevê-lo.
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