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DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO DISCIPLINA: FISIOTERAPIA DO TRABALHO DOCENTE: INGRID MENDES • Entre os fatores determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidas as condições sociais, econômicas e os fatores de risco ocupacionais, físicos, químicos, biológicos, mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral presentes nos processos de trabalho. • Assim, ações de saúde do trabalhador tem como foco modificar os processos de trabalho, de forma a contemplarem as relações saúde-trabalho em todas as atividades profissionais. • Assim como a população em geral, os trabalhadores compartilham das mesmas doenças e morte em função de sua idade, gênero, grupo social ou presença em grupo específico de risco. • Os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao trabalho, em consequências da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. O perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará na separação desses fatores que podem ser resumidos em quatro grupos de causas: • Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho; • Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplasias, traumáticas) eventualmente modificadas no aumento da frequência de sua ocorrência ou no surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho; • Doenças comuns que são agravadas em função das condições de trabalho, a asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva conduzida pelo ruído (ocupacional), doenças musculoesquelético e alguns transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se, multiplicam-se as condições provocadoras ou desencadeadoras desses quadros hospitalares; • Agravos à saúde específicos, típicos dos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A silicose e a asbesto se exemplificam este grupo de agravos específicos D o e n ç a s r e la c io n a d a s a o t ra b a lh o Quadro abaixo resume e exemplifica os grupos das doenças Classificação das doenças segundo a sua relação com o trabalho Fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, presentes ou relacionados ao trabalho As doenças relacionadas ao trabalho - Classificação Internacional de Doenças 10 (CID10) DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO • Pneumoconiose; • Asbestose; • Silicose; • Asma ocupacional; • Perda auditiva induzida por ruído (PAIR); • Lesão por esforço repetitivo (LER); • Distúrbio osteomuscular (DORT). SISTEMA RESPIRATÓRIO É um dos problemas de saúde relacionados ao trabalho mais frequentes em todo o mundo Doenças do Sistema Respiratório • O sistema respiratório constitui uma interface importante do organismo humano com o meio ambiente, particularmente com o ar e seus constituintes, gases e aerossóis, sob a forma líquida ou sólida. • A poluição do ar nos ambientes de trabalho associa-se a uma extensa gama de doenças do trato respiratório que acometem desde o nariz até o espaço pleural. • Entre os fatores que influenciam os efeitos da exposição a esses agentes estão as propriedades químicas e físicas dos gases e aerossóis, e as características próprias do indivíduo, como herança genética, doenças preexistentes e hábitos de vida, como tabagismo. O diagnóstico das doenças respiratórias relacionadas ao trabalho baseia- se em: • História clínica-ocupacional completa; • Informações epidemiológicas existentes e estudo do conhecimento disponível na literatura especializada; • Informações sobre o perfil profissiográfico do trabalhador e sobre as avaliações ambientais, fornecidas pelo empregador ou colhidas em inspeção da empresa/local de trabalho; • Propedêutica complementar. Exames complementares • Radiografia do tórax; • Provas de função pulmonar (espirometria, volumes pulmonares, difusão de CO2); • Broncoscopia com lavado broncoalveolar; • Biópsia; • Testes cutâneos, gasometria arterial, hemograma, entre outros. PRINCIPAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS • Pneumoconiose; • Asbestose; • Silicose; • Asma ocupacional. Pneumoconiose • Compreende um grupo de doenças respiratórias causadas pelo acúmulo de poeiras nos pulmões, independente da exposição de minerais ou metais. Pneumoconiose Silicose • Caracterizada pela deposição de poeiras no pulmão, com reação tissular causada pela inalação de sílica livre. • Fatores de risco: concentração total de poeira respirável; dimensão das partículas (as menores de 10 µm podem atingir os alvéolos); composição mineralógica da poeira respirável (em % de sílica livre) e tempo de exposição. • No Brasil é a pneumoconiose mais prevalente • Irreversível e progressiva Silicose- Quadro Clínico • Pode se apresentar de 3 formas: • Aguda • Subaguda • Crônica • Se apresenta assintomática no início, mas com a progressão das lesões, aparecem dispnéia aos esforços e astenia. • Nas fases avançadas, leva à insuficiência respiratória, dispnéia aos mínimos esforços e em repouso, além de cor pulmonale • O risco de progressão é maior para os trabalhadores com exposição excessiva, outras doenças respiratórias concomitantes • Há maior prevalência de bronquite crônica, com tosse e escarro. Silicose Aguda • Forma rara, associada à exposição maciça à sílica livre, em jateamento de areia ou moagem de quartzo puro • Levando à proteinose alveolar pulmonar associada a infiltrado intersticial inflamatório. • Normalmente aparece dentro dos cinco primeiros anos de exposição com sobrevida em torno de um ano. líquido rico em proteínas (surfactante) enchem os alvéolos prejudicando as trocas gasosas. Silicose Subaguda • Alterações radiológicas precoces, após cinco anos de exposição. • As alterações radiológicas são de rápida evolução, apresentando-se inicialmente como nódulos que, devido ao componente inflamatório, evoluem para conglomeração e grandes opacidades. • Os sintomas respiratórios são precoces e limitantes; • Encontrada, no Brasil, em cavadores de poços. Silicose Crônica • Latência longa, cerca de dez anos após o início da exposição. • Radiologicamente nota-se a presença de nódulos que podem evoluir para grandes opacidades com a progressão da doença. • Os sintomas aparecem nas fases tardias. Silicose - Diagnóstico • Radiografia de tórax; • Tomografia computadorizada do tórax de alta resolução; • Melhor exame, principalmente, para diagnóstico precoce • Função pulmonar; • Biópsia pulmonar; • indicações restritas: casos de alterações radiológicas compatíveis com exposição à sílica e história ocupacional não-característica ou ausente; aspecto radiológico discrepante do tipo de exposição referida; disputas judiciais em que ocorre divergência entre dois leitores capacitados; • Capacidade de difusão pulmonar do monóxido de carbono → pode estar diminuída nos quadros mais graves; • Gasometria arterial de repouso e exercício → hipoxemia presente nas fases avançadas. Silicose – Tratamento • Não há tratamento específico; • Dada a possibilidade da progressão, o trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição; • Recomenda-se a suspensão do tabagismo; • O transplante pulmonar pode ser indicado em casos específicos; • Estudos sobre profilaxia da sílico-tuberculose com a vacinação com BCG são controversos. Silicose – Prevenção • Baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde, descritos na introdução deste capítulo. • Sobre os procedimentos para a vigilância epidemiológica das pneumoconioses, ver o Manual de Normas para o Controle das Pneumoconioses – Silicose, Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão e Pneumoconiose por Poeiras Mistas, do Ministério da Saúde. • Fornecimento de EPI, controle dos níveis da poeira – deve ficar abaixo do permitido, substituir perfuração a seco por processos úmidos, ventilação adequada, rotatividade das atividades, turnos de trabalho reduzidos, locais adequadospara as refeições, e higienização das mãos. Asbestose • É a pneumoconiose causada pela inalação de fibras de asbesto ou amianto. • Quadro clínicos: • Dispnéia de esforço; • Crepitações nas bases; • Baqueteamento digital (fases tardias); • Espessamento pleural ( mais prevalente). O câncer de pulmão pode ser uma complicação relativamente frequente na evolução da asbestose. Asbestose - Diagnóstico • É feito com base nas alterações radiológicas (radiografia e tomografia) e história ocupacional • O tempo de latência é longo (>10 anos) • Exames complementares: função pulmonar – padrão restritivo, difusão de CO2 – diminuído nas fases avançadas, biópsia pulmonar – casos específicos. Asbestose - Tratamento • Não há tratamento específico para as doenças relacionadas ao asbesto. • O trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição e recomendada, se for o caso, a suspensão do tabagismo. Asbestose - Prevenção • A vigilância em saúde dos trabalhadores expostos a asbesto/amianto e a prevenção da ocorrência da asbestose devem seguir o estabelecido na Convenção/OIT n.º 139/1974, que trata da Prevenção e Controle de Riscos Profissionais Causados por Substâncias ou Agentes Cancerígenos, ratificada pelo Brasil em junho de 1990 e vigente desde junho de 1991, que determina: • substituir substâncias e agentes cancerígenos por outros não-cancerígenos ou menos nocivos • reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo compatível com a segurança; • prescrever medidas de proteção; • estabelecer sistema apropriado de registro; • informar aos trabalhadores sobre os riscos e as medidas a serem aplicadas; • garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição. Asma Ocupacional • Obstrução variável das vias aéreas, induzida por agentes inaláveis, particulares a um dado ambiente de trabalho, na forma de gases, vapores ou fumos • inflamação brônquica, com resposta exagerada das vias aéreas inferiores e limitação do fluxo • Pode ser classificada em duas categorias: • asma ocupacional propriamente dita, caracterizada por limitação variável do fluxo de ar e/ou hiper-responsividade brônquica, desencadeadas no local de trabalho e não por estímulos externos • asma agravada pelo trabalho, que ocorre em indivíduos previamente asmáticos, que é agravada por irritantes e/ou sensibilizantes presentes no local de trabalho. Asma Ocupacional – Mecanismo de Ação • BRONCOCONSTRIÇÃO REFLEXA: ação direta de partículas sobre a parede brônquica, e ocorre em indivíduos com hiper reatividade brônquica ou com asma prévia; • BRONCOCONSTRIÇÃO INFLAMATÓRIA: exposição a irritantes presentes no ambiente de trabalho ocasiona a inflamação das vias aéreas, acompanhada de hiper-reatividade brônquica, mas há controvérsia em relação à esses casos, que seriam considerados síndrome de disfunção reativa das vias aéreas; • BRONCOCONSTRIÇÃO FARMACOLÓGICA: alguns agentes atuariam como agonistas farmacológicos. • BRONCOCONSTRIÇÃO IMUNOLÓGICA: é o tipo mais comum, mediado por IgE e, ocasionalmente, por IgG ou por imunidade celular. O alérgeno liga-se à IgE, que, em contato com mastócitos e basófilos, libera mediadores inflamatórios (histamina, prostaglandina, leucotrienos) e quimiotáxicos responsáveis por broncoconstrição ou desencadeia reações mediadas por IgG ou por linfócitos. Asma Ocupacional – Sintomas • Dispnéia; • Tosse; • Sibilância; • Respiração curta; • Opressão torácica, • Produção de secreção em pequena quantidade. Considera-se que o aumento da ocorrência de asma ocupacional estaria relacionado com o aumento de novos produtos químicos na indústria, simultaneamente ao avanço nos métodos diagnósticos. O número de substâncias causadoras da asma ultrapassava 200 no início dos anos 80 e agora estima-se em mais de 300. Deve-se pensar na etiologia ocupacional em todos os casos que se iniciam na idade adulta. Asma Ocupacional – Diagnóstico • Inclui o diagnóstico de asma, e a relação entre asma e trabalho. • A história ocupacional revela relação entre a exposição e os sintomas. • O broncoespasmo pode ser imediato, ao final da jornada ou noturno. • A presença ou a ausência de sintomas durante os fins de semana, férias e fora da jornada de trabalho são significativas para se obter o diagnóstico. • Entretanto, muitos pacientes apresentam componente inflamatório, que leva semanas para regredir, sendo que outros podem nunca mais deixar de ser asmáticos. • A maioria dos casos de asma ocupacional permanece sintomático mesmo após a correta intervenção ocupacional. Asma Ocupacional – Exames Complementares • Radiografia do Tórax – excluir outras patologias; • Espirometria; • Radiografia dos seios da face – afastar sinusite; • Curva de Peak flow – deve ser feito durante o trabalho e fora dele; Asma Ocupacional – Exames Complementares • Testes de provocação brônquica - podem ser feitos com agentes inespecíficos ou com agentes suspeitos, estes últimos de difícil padronização. Devem ser feitos em ambiente hospitalar, com rápido acesso a medidas de ressuscitação. Normalmente, são restritos a instituições de pesquisa; ; • Testes cutâneos - ajudam a identificar o indivíduo atópico, contribuindo na investigação. Podem ser feitos com baterias padrão ou com agentes específicos. Indicam que houve sensibilização, mas não são prova definitiva da etiologia da asma ocupacional. Asma Ocupacional • Apresenta um problema difícil para a avaliação da deficiência ou disfunção, posto que os resultados de estudos de função pulmonar podem ser normais ou próximos ao normal, no intervalo entre as crises. • Apesar da natureza intermitente da doença, há casos de disfunção estabelecida a despeito do tratamento eficiente. • Após o diagnóstico de asma ocupacional, o trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição suspeita, lembrando que se o mecanismo desencadeador for imunológico, mesmo diminutas concentrações do agente podem gerar sintomas. • Caso a recolocação seja possível, o trabalhador deve retornar ao trabalho com monitoramento clínico. • Caso a recolocação não seja possível, deverá ser definitivamente afastado do agente que gerou o quadro. • Eventualmente, quando o mecanismo for irritativo, dose-dependente e medidas corretas de proteção respiratória podem auxiliar no retorno à atividade. • A frequência das crises também deverá ser levada em conta na avaliação da natureza e do grau de disfunção ou deficiência eventualmente produzidos pela asma. Asma Ocupacional – Prevenção • Baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e dos efeitos ou danos para a saúde • O controle da exposição aos agentes etiológicos pode contribuir para a redução da incidência nos grupos ocupacionais sob risco. • Recomendar a suspensão do tabagismo Asma Ocupacional – Prevenção • As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou a redução da exposição a níveis considerados seguros, por meio de: • enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho; • umidificação dos processos onde haja produção de poeira; • uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria; • normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes; • mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos, o tempo de exposição e a redução de fatores de estresse presentes no trabalho; • fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados, de modo complementar às medidas de proteção coletiva. PAIR PAIR • A perda da audição provocada pelo ruído ou perda auditiva induzida por ruído (PAIR) relacionada ao trabalho; • Diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora; • O termo perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora é mais adequado;• Tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. Cresce, na atualidade, a preocupação com os efeitos extra-auditivos provocados pela exposição ao ruído. Apesar de serem ainda pouco conhecidos, as evidências clínicas e epidemiológicas alertam para sua importância. Manifestam-se, entre outros, pela hipertensão arterial, distúrbios gastrintestinais, alterações do sono e psicoafetivas, de grande repercussão sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. PAIR – Fatores de Risco • O ruído torna-se fator de risco se o nível de pressão sonora e o tempo de exposição ultrapassarem certos limites. • A NR 15 da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, nos Anexos 1 e 2, estabelece os LT para a exposição a ruído contínuo ou intermitente e para ruído de impacto, vigentes no país. • Como regra geral, é tolerada exposição de, no máximo, 8hs diárias a ruído contínuo ou intermitente, com média ponderada no tempo de 85 dB ou uma dose equivalente. No caso de níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB ou 120 dB. PAIR – Diagnóstico • Somente pode ser estabelecido por meio de um conjunto de procedimentos que envolvem anamnese clínica e ocupacional, exame físico, avaliação audiológica e, se necessário, outros testes complementares. PAIR – Quadro Clínico • 1º Estágio → Compreende as primeiras 2 ou 3 semanas de início da exposição • O trabalhador pode referir tinidos em finais de jornada, sensação de plenitude auricular, cefaleia e tontura; • A audiometria pós-exposição ao ruído pode mostrar aumento de limiares auditivos em frequências agudas, reversíveis após afastamento da exposição. • 2º Estágio → Caracteriza-se por ser completamente assintomática, exceto por eventuais tinidos • Pode durar de meses a anos e a audiometria pode mostrar perda de 30 a 40 dB (NA) na frequência de 4 KHz, atingindo às vezes as frequências de 3 e 6 KHz; Distinguem-se 4 estágios de evolução clínica: PAIR – Quadro Clínico • 3º Estágio → O trabalhador passa a referir dificuldades para ouvir o tique-taque de relógios, o som de campainhas de residências e/ou telefones, necessidade de aumentar o volume do rádio e TV, dificuldade para compreender alguns sons de consoantes, principalmente, em ambientes com ruídos de fundo, e pode começar a pedir que repitam o que foi falado. • O déficit audiométrico nas frequências atingidas na fase 2 aumenta de intensidade, podendo atingir de 45 a 60 dB. • 4º Estágio → Coincide com a surdez pelo ruído. O trabalhador encontra dificuldade para ouvir a voz de familiares e colegas de trabalho, pede que falem mais alto. • Por causa do recrutamento, os sons são percebidos de maneira distorcida, já descrita como “se fosse um rádio mal sintonizado”. • A audiometria mostra comprometimento também das frequências de 2, 3 e 8 KHz. Distinguem-se 4 estágios de evolução clínica: PAIR – Tratamento • Após sua instalação, as mudanças dos limiares auditivos não têm recuperação. • Prevenção é a única estratégia a ser adotada. PAIR – Prevenção • Informação sobre as formas de desenvolvimento da PAIR e de prevenção da progressão de quadros já instalados; • Orientação quanto ao uso de EPI, buscando conhecer as queixas mais frequentes e as razões que levam ao abandono de seu uso ou à sua não-utilização, estímulo à participação na sua escolha e construção de alternativas corretivas; • Informação sobre os sinais iniciais de PAIR, como, por exemplo, a presença de zumbidos, a dificuldade para ouvir sons agudos, compreender conversas ao telefone, ouvir conversas em ambientes com ruídos de fundo; • Informação aos familiares acerca das características da doença e das formas de aperfeiçoamento da comunicação no seio da família: uso de sinais, fala pausada e em frente ao paciente, apontar objetos e pessoas acerca de quem se fala, mudar o que se disse usando outras palavras com mesmo significado, ao invés de elevar a voz e repetir o que foi dito; PAIR – Prevenção • Deve ser desenvolvido um programa de conservação auditiva, incluindo: • avaliação dos níveis de exposição a ruído; • adoção das medidas de proteção auditivas coletivas e individuais; • monitoramento ambiental, médico e audiométrico; • educação, motivação e supervisão; • registro e guarda de documentos, consolidação, análise e divulgação dos achados, assim como providências administrativas e legais cabíveis; • acompanhamento das ações. A prevenção da PAIR baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e da saúde dos trabalhadores expostos. LER/DORT LER/DORT • LER - lesões por esforços repetitivos. • DORT - Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. • A norma técnica do INSS conceitua DORT (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998) como lesões por esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos periféricos. • O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos subagudos e crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas. As LERs foram reconhecidas como doença do trabalho em 1987, por meio da Portaria n. 4.062, do Ministério da Previdência Social, e detêm o primeiro lugar das doenças ocupacionais notificadas à Previdência Social. LER/DORT • Gota; • Artrite/artrose; • Dores nas coluna – localizar a região; • Sinovites e Tenossinovites; • Síndrome do túnel do carpo. Doença do Sistema Nervoso No Estado de São Paulo foram notificados no SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação), no período de 2010 a 2019, 28.865 casos de LER/DORT. LER/DORT – Fatores de risco • Região anatômica exposta aos fatores de risco; • Intensidade dos fatores de risco; • Organização temporal da atividade, por exemplo, duração do ciclo de trabalho, distribuição das pausas ou estrutura de horários; • Características do trabalho (ergonomia); • Tempo de exposição aos fatores de risco. (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998) LER/DORT – Sinais e Sintomas • Dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra-resistência; • Alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, agulhadas, choques; • Dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente, sinais flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia. LER/DORT – Diagnóstico • Avaliação; • Identificar o segmento(s); • Testes específicos/ortopédicos; • Exames de imagem. LER/DORT – Tratamento • Avaliação integral da situação paciente: • estimar a deficiência ou o déficit funcional atual; • avaliar o quanto ele mudou em decorrência do quadro apresentado; • identificar o tratamento em curso; • avaliar como é afetada a capacidade laboral do paciente; • avaliar as expectativas do paciente quanto ao tratamento e ao futuro profissional. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICO FUNCIONAL AVALIAÇÃO OBJETIVOS DO TTO PLANO TERAPÊUTICO LER/DORT – Tratamento • FASE AGUDA • Anti-inflamatórios e repouso das estruturas musculoesqueléticas comprometidas. • Fisioterapia • FASE CRÔNICA • Aplicação de corticóides na área da lesão ou por via oral; • Fisioterapia; • Intervenção cirúrgica. Formação de grupos terapêuticos, incluindo atividades de informação, vivências, com cunho informativo-pedagógico-psicoterapêutico LER/DORT – Prevenção • Avaliação dos fatores de risco para a saúde dos trabalhadores, a partir da inspeção aos locais de trabalho e entrevistas com trabalhadores, reconhecendo situações que podem demandar avaliação ergonômica; • Identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde, decorrentes da exposição aos fatores de risco; • Proposição das medidas a serem adotadas para eliminaçãoou controle da exposição aos fatores de risco e proteção dos trabalhadores; • Utilização dos recursos de vigilância em saúde e de fiscalização do trabalho, para verificar a obediência, pelo empregador, de suas obrigações em relação à identificação, avaliação e documentação dos fatores de risco existentes no processo de trabalho e à adoção de medidas corretivas de controle ambiental e de saúde do trabalhador. Uma referência básica para a prevenção de LER/DORT é a NR 17, da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, que estabelece parâmetros para avaliação e correção de algumas situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico.
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