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6º AULA FISIOTERAPIA DO TRABALHO

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DOENÇAS 
RELACIONADAS AO 
TRABALHO
DISCIPLINA: FISIOTERAPIA DO TRABALHO
DOCENTE: INGRID MENDES
• Entre os fatores determinantes da saúde
do trabalhador estão compreendidas as
condições sociais, econômicas e os
fatores de risco ocupacionais, físicos,
químicos, biológicos, mecânicos e aqueles
decorrentes da organização laboral
presentes nos processos de trabalho.
• Assim, ações de saúde do trabalhador
tem como foco modificar os processos
de trabalho, de forma a contemplarem as
relações saúde-trabalho em todas as
atividades profissionais.
• Assim como a população em geral, os
trabalhadores compartilham das
mesmas doenças e morte em função
de sua idade, gênero, grupo social ou
presença em grupo específico de
risco.
• Os trabalhadores podem adoecer ou
morrer por causas relacionadas ao
trabalho, em consequências da
profissão que exercem ou exerceram,
ou pelas condições adversas em que
seu trabalho é ou foi realizado.
O perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resultará na separação
desses fatores que podem ser resumidos em quatro grupos de causas:
• Doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho;
• Doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplasias, traumáticas) eventualmente modificadas
no aumento da frequência de sua ocorrência ou no surgimento em trabalhadores, sob determinadas
condições de trabalho;
• Doenças comuns que são agravadas em função das condições de trabalho, a asma brônquica, a dermatite
de contato alérgica, a perda auditiva conduzida pelo ruído (ocupacional), doenças musculoesquelético e
alguns transtornos mentais exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se,
multiplicam-se as condições provocadoras ou desencadeadoras desses quadros hospitalares;
• Agravos à saúde específicos, típicos dos acidentes do trabalho e pelas doenças profissionais. A silicose e a
asbesto se exemplificam este grupo de agravos específicos
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Quadro abaixo resume e exemplifica os 
grupos das doenças 
Classificação das doenças segundo a sua relação com o trabalho
Fatores de risco para a saúde e segurança dos trabalhadores, 
presentes ou relacionados ao trabalho
As doenças relacionadas ao trabalho - Classificação Internacional de Doenças 10 (CID10)
DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
• Pneumoconiose; 
• Asbestose;
• Silicose; 
• Asma ocupacional; 
• Perda auditiva induzida por ruído (PAIR); 
• Lesão por esforço repetitivo (LER); 
• Distúrbio osteomuscular (DORT).
SISTEMA RESPIRATÓRIO
É um dos problemas de saúde relacionados
ao trabalho mais frequentes em todo o mundo
Doenças do Sistema 
Respiratório
• O sistema respiratório constitui uma
interface importante do organismo
humano com o meio ambiente,
particularmente com o ar e seus
constituintes, gases e aerossóis, sob a
forma líquida ou sólida.
• A poluição do ar nos ambientes de
trabalho associa-se a uma extensa
gama de doenças do trato respiratório
que acometem desde o nariz até o
espaço pleural.
• Entre os fatores que influenciam os
efeitos da exposição a esses agentes
estão as propriedades químicas e
físicas dos gases e aerossóis, e as
características próprias do indivíduo,
como herança genética, doenças
preexistentes e hábitos de vida, como
tabagismo.
O diagnóstico das doenças respiratórias relacionadas ao trabalho baseia-
se em:
• História clínica-ocupacional completa;
• Informações epidemiológicas existentes e estudo do conhecimento disponível na
literatura especializada;
• Informações sobre o perfil profissiográfico do trabalhador e sobre as avaliações
ambientais, fornecidas pelo empregador ou colhidas em inspeção da
empresa/local de trabalho;
• Propedêutica complementar.
Exames complementares
• Radiografia do tórax;
• Provas de função pulmonar (espirometria, volumes pulmonares, difusão de
CO2);
• Broncoscopia com lavado broncoalveolar;
• Biópsia;
• Testes cutâneos, gasometria arterial, hemograma, entre outros.
PRINCIPAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
• Pneumoconiose; 
• Asbestose;
• Silicose; 
• Asma ocupacional.
Pneumoconiose
• Compreende um grupo de doenças respiratórias causadas pelo acúmulo de
poeiras nos pulmões, independente da exposição de minerais ou metais.
Pneumoconiose
Silicose
• Caracterizada pela deposição de poeiras no pulmão, com reação tissular causada
pela inalação de sílica livre.
• Fatores de risco: concentração total de poeira respirável; dimensão das partículas
(as menores de 10 µm podem atingir os alvéolos); composição mineralógica da
poeira respirável (em % de sílica livre) e tempo de exposição.
• No Brasil é a pneumoconiose mais prevalente
• Irreversível e progressiva
Silicose- Quadro Clínico
• Pode se apresentar de 3 formas:
• Aguda
• Subaguda
• Crônica
• Se apresenta assintomática no início, mas com a progressão das lesões, aparecem dispnéia aos esforços e
astenia.
• Nas fases avançadas, leva à insuficiência respiratória, dispnéia aos mínimos esforços e em repouso, além de
cor pulmonale
• O risco de progressão é maior para os trabalhadores com exposição excessiva, outras doenças respiratórias concomitantes
• Há maior prevalência de bronquite crônica, com tosse e escarro.
Silicose Aguda
• Forma rara, associada à exposição maciça à sílica livre, em jateamento de
areia ou moagem de quartzo puro
• Levando à proteinose alveolar pulmonar associada a infiltrado intersticial
inflamatório.
• Normalmente aparece dentro dos cinco primeiros anos de exposição com
sobrevida em torno de um ano.
líquido rico em proteínas (surfactante) enchem os alvéolos prejudicando as 
trocas gasosas.
Silicose Subaguda
• Alterações radiológicas precoces, após cinco anos de exposição.
• As alterações radiológicas são de rápida evolução, apresentando-se
inicialmente como nódulos que, devido ao componente inflamatório,
evoluem para conglomeração e grandes opacidades.
• Os sintomas respiratórios são precoces e limitantes;
• Encontrada, no Brasil, em cavadores de poços.
Silicose Crônica
• Latência longa, cerca de dez anos
após o início da exposição.
• Radiologicamente nota-se a
presença de nódulos que podem
evoluir para grandes opacidades
com a progressão da doença.
• Os sintomas aparecem nas fases
tardias.
Silicose - Diagnóstico
• Radiografia de tórax;
• Tomografia computadorizada do tórax de alta resolução; 
• Melhor exame, principalmente, para diagnóstico precoce
• Função pulmonar;
• Biópsia pulmonar;
• indicações restritas: casos de alterações radiológicas compatíveis com exposição à sílica e história
ocupacional não-característica ou ausente; aspecto radiológico discrepante do tipo de exposição referida;
disputas judiciais em que ocorre divergência entre dois leitores capacitados;
• Capacidade de difusão pulmonar do monóxido de carbono → pode estar diminuída nos
quadros mais graves;
• Gasometria arterial de repouso e exercício → hipoxemia presente nas fases avançadas.
Silicose – Tratamento 
• Não há tratamento específico;
• Dada a possibilidade da progressão, o trabalhador deve ser
imediatamente afastado da exposição;
• Recomenda-se a suspensão do tabagismo;
• O transplante pulmonar pode ser indicado em casos específicos;
• Estudos sobre profilaxia da sílico-tuberculose com a vacinação com
BCG são controversos.
Silicose – Prevenção
• Baseia-se nos procedimentos de vigilância dos
ambientes, dos processos de trabalho e dos efeitos ou
danos para a saúde, descritos na introdução deste
capítulo.
• Sobre os procedimentos para a vigilância
epidemiológica das pneumoconioses, ver o Manual de
Normas para o Controle das Pneumoconioses –
Silicose, Pneumoconiose dos Trabalhadores de
Carvão e Pneumoconiose por Poeiras Mistas, do
Ministério da Saúde.
• Fornecimento de EPI, controle dos níveis da poeira – deve ficar
abaixo do permitido, substituir perfuração a seco por processos
úmidos, ventilação adequada, rotatividade das atividades, turnos
de trabalho reduzidos, locais adequadospara as refeições, e
higienização das mãos.
Asbestose
• É a pneumoconiose causada pela inalação de fibras de asbesto ou
amianto.
• Quadro clínicos:
• Dispnéia de esforço;
• Crepitações nas bases;
• Baqueteamento digital (fases tardias);
• Espessamento pleural ( mais prevalente).
O câncer de pulmão pode ser uma complicação relativamente 
frequente na evolução da asbestose.
Asbestose - Diagnóstico
• É feito com base nas alterações radiológicas (radiografia e tomografia) e
história ocupacional
• O tempo de latência é longo (>10 anos)
• Exames complementares: função pulmonar – padrão restritivo, difusão de
CO2 – diminuído nas fases avançadas, biópsia pulmonar – casos
específicos.
Asbestose - Tratamento
• Não há tratamento específico para as doenças relacionadas ao asbesto.
• O trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição e
recomendada, se for o caso, a suspensão do tabagismo.
Asbestose - Prevenção
• A vigilância em saúde dos trabalhadores expostos a asbesto/amianto e a prevenção da ocorrência
da asbestose devem seguir o estabelecido na Convenção/OIT n.º 139/1974, que trata da Prevenção
e Controle de Riscos Profissionais Causados por Substâncias ou Agentes Cancerígenos, ratificada
pelo Brasil em junho de 1990 e vigente desde junho de 1991, que determina:
• substituir substâncias e agentes cancerígenos por outros não-cancerígenos ou menos nocivos
• reduzir o número de trabalhadores expostos, a duração e os níveis de exposição ao mínimo
compatível com a segurança;
• prescrever medidas de proteção;
• estabelecer sistema apropriado de registro;
• informar aos trabalhadores sobre os riscos e as medidas a serem aplicadas;
• garantir a realização dos exames médicos necessários para avaliar os efeitos da exposição.
Asma Ocupacional
• Obstrução variável das vias aéreas, induzida por agentes inaláveis, particulares a
um dado ambiente de trabalho, na forma de gases, vapores ou fumos
• inflamação brônquica, com resposta exagerada das vias aéreas inferiores e limitação do
fluxo
• Pode ser classificada em duas categorias:
• asma ocupacional propriamente dita, caracterizada por limitação variável do fluxo de ar e/ou
hiper-responsividade brônquica, desencadeadas no local de trabalho e não por estímulos
externos
• asma agravada pelo trabalho, que ocorre em indivíduos previamente asmáticos, que é
agravada por irritantes e/ou sensibilizantes presentes no local de trabalho.
Asma Ocupacional – Mecanismo de Ação
• BRONCOCONSTRIÇÃO REFLEXA: ação direta de partículas sobre a parede brônquica, e ocorre em indivíduos com 
hiper reatividade brônquica ou com asma prévia; 
• BRONCOCONSTRIÇÃO INFLAMATÓRIA: exposição a irritantes presentes no ambiente de trabalho ocasiona a
inflamação das vias aéreas, acompanhada de hiper-reatividade brônquica, mas há controvérsia em relação à esses
casos, que seriam considerados síndrome de disfunção reativa das vias aéreas;
• BRONCOCONSTRIÇÃO FARMACOLÓGICA: alguns agentes atuariam como agonistas farmacológicos. 
• BRONCOCONSTRIÇÃO IMUNOLÓGICA: é o tipo mais comum, mediado por IgE e, ocasionalmente, por IgG ou por
imunidade celular. O alérgeno liga-se à IgE, que, em contato com mastócitos e basófilos, libera mediadores
inflamatórios (histamina, prostaglandina, leucotrienos) e quimiotáxicos responsáveis por broncoconstrição ou
desencadeia reações mediadas por IgG ou por linfócitos.
Asma Ocupacional – Sintomas
• Dispnéia;
• Tosse;
• Sibilância;
• Respiração curta;
• Opressão torácica,
• Produção de secreção em pequena quantidade.
Considera-se que o aumento da ocorrência de asma ocupacional estaria relacionado com o aumento de 
novos produtos químicos na indústria, simultaneamente ao avanço nos métodos diagnósticos. O número de 
substâncias causadoras da asma ultrapassava 200 no início dos anos 80 e agora estima-se em mais de 300.
Deve-se pensar na etiologia ocupacional em 
todos os casos que se iniciam na idade adulta.
Asma Ocupacional – Diagnóstico
• Inclui o diagnóstico de asma, e a relação entre asma e trabalho.
• A história ocupacional revela relação entre a exposição e os sintomas.
• O broncoespasmo pode ser imediato, ao final da jornada ou noturno.
• A presença ou a ausência de sintomas durante os fins de semana, férias e fora da jornada de
trabalho são significativas para se obter o diagnóstico.
• Entretanto, muitos pacientes apresentam componente inflamatório, que leva semanas para
regredir, sendo que outros podem nunca mais deixar de ser asmáticos.
• A maioria dos casos de asma ocupacional permanece sintomático mesmo após a correta
intervenção ocupacional.
Asma Ocupacional – Exames Complementares
• Radiografia do Tórax – excluir outras patologias;
• Espirometria;
• Radiografia dos seios da face – afastar sinusite;
• Curva de Peak flow – deve ser feito durante o trabalho e fora dele;
Asma Ocupacional – Exames Complementares
• Testes de provocação brônquica - podem ser feitos com agentes inespecíficos ou com
agentes suspeitos, estes últimos de difícil padronização. Devem ser feitos em ambiente
hospitalar, com rápido acesso a medidas de ressuscitação. Normalmente, são restritos a
instituições de pesquisa; ;
• Testes cutâneos - ajudam a identificar o indivíduo atópico, contribuindo na investigação.
Podem ser feitos com baterias padrão ou com agentes específicos. Indicam que houve
sensibilização, mas não são prova definitiva da etiologia da asma ocupacional.
Asma Ocupacional
• Apresenta um problema difícil para a avaliação da deficiência ou disfunção, posto que os resultados de
estudos de função pulmonar podem ser normais ou próximos ao normal, no intervalo entre as crises.
• Apesar da natureza intermitente da doença, há casos de disfunção estabelecida a despeito do tratamento
eficiente.
• Após o diagnóstico de asma ocupacional, o trabalhador deve ser imediatamente afastado da exposição
suspeita, lembrando que se o mecanismo desencadeador for imunológico, mesmo diminutas concentrações
do agente podem gerar sintomas.
• Caso a recolocação seja possível, o trabalhador deve retornar ao trabalho com monitoramento clínico.
• Caso a recolocação não seja possível, deverá ser definitivamente afastado do agente que gerou o quadro.
• Eventualmente, quando o mecanismo for irritativo, dose-dependente e medidas corretas de proteção respiratória podem 
auxiliar no retorno à atividade.
• A frequência das crises também deverá ser levada em conta na avaliação da natureza e do grau de
disfunção ou deficiência eventualmente produzidos pela asma.
Asma Ocupacional – Prevenção
• Baseia-se nos procedimentos de vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e
dos efeitos ou danos para a saúde
• O controle da exposição aos agentes etiológicos pode contribuir para a redução da
incidência nos grupos ocupacionais sob risco.
• Recomendar a suspensão do tabagismo
Asma Ocupacional – Prevenção
• As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou a redução da exposição a níveis
considerados seguros, por meio de:
• enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho;
• umidificação dos processos onde haja produção de poeira;
• uso de sistemas hermeticamente fechados, na indústria;
• normas de higiene e segurança rigorosas com adoção de sistemas de ventilação exaustora adequados e 
eficientes;
• mudanças na organização do trabalho que permitam diminuir o número de trabalhadores expostos, o tempo 
de exposição e a redução de fatores de estresse presentes no trabalho; 
• fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, em bom estado de conservação, nos casos indicados, de 
modo complementar às medidas de proteção coletiva.
PAIR
PAIR
• A perda da audição provocada pelo ruído ou perda auditiva induzida por ruído (PAIR)
relacionada ao trabalho;
• Diminuição gradual da acuidade auditiva decorrente da exposição continuada a níveis
elevados de pressão sonora;
• O termo perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de
pressão sonora é mais adequado;• Tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo
de exposição ao risco.
Cresce, na atualidade, a preocupação com os efeitos extra-auditivos provocados pela exposição ao ruído. Apesar de serem 
ainda pouco conhecidos, as evidências clínicas e epidemiológicas alertam para sua importância. Manifestam-se, entre 
outros, pela hipertensão arterial, distúrbios gastrintestinais, alterações do sono e psicoafetivas, de grande repercussão 
sobre a qualidade de vida dos trabalhadores.
PAIR – Fatores de Risco
• O ruído torna-se fator de risco se o nível de pressão sonora e o tempo de
exposição ultrapassarem certos limites.
• A NR 15 da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, nos Anexos 1 e 2, estabelece os LT para a
exposição a ruído contínuo ou intermitente e para ruído de impacto, vigentes no país.
• Como regra geral, é tolerada exposição de, no máximo, 8hs diárias a ruído contínuo
ou intermitente, com média ponderada no tempo de 85 dB ou uma dose equivalente.
No caso de níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB ou 120
dB.
PAIR – Diagnóstico 
• Somente pode ser estabelecido por
meio de um conjunto de
procedimentos que envolvem
anamnese clínica e ocupacional,
exame físico, avaliação audiológica e,
se necessário, outros testes
complementares.
PAIR – Quadro Clínico
• 1º Estágio → Compreende as primeiras 2 ou 3 semanas de início da exposição
• O trabalhador pode referir tinidos em finais de jornada, sensação de plenitude auricular, cefaleia e tontura;
• A audiometria pós-exposição ao ruído pode mostrar aumento de limiares auditivos em frequências agudas,
reversíveis após afastamento da exposição.
• 2º Estágio → Caracteriza-se por ser completamente assintomática, exceto por eventuais
tinidos
• Pode durar de meses a anos e a audiometria pode mostrar perda de 30 a 40 dB (NA) na frequência de 4
KHz, atingindo às vezes as frequências de 3 e 6 KHz;
Distinguem-se 4 estágios de evolução clínica:
PAIR – Quadro Clínico
• 3º Estágio → O trabalhador passa a referir dificuldades para ouvir o tique-taque de relógios, o
som de campainhas de residências e/ou telefones, necessidade de aumentar o volume do rádio
e TV, dificuldade para compreender alguns sons de consoantes, principalmente, em ambientes
com ruídos de fundo, e pode começar a pedir que repitam o que foi falado.
• O déficit audiométrico nas frequências atingidas na fase 2 aumenta de intensidade, podendo atingir de 45 a 60 dB.
• 4º Estágio → Coincide com a surdez pelo ruído. O trabalhador encontra dificuldade para ouvir a
voz de familiares e colegas de trabalho, pede que falem mais alto.
• Por causa do recrutamento, os sons são percebidos de maneira distorcida, já descrita como “se fosse um rádio mal
sintonizado”.
• A audiometria mostra comprometimento também das frequências de 2, 3 e 8 KHz.
Distinguem-se 4 estágios de evolução clínica:
PAIR – Tratamento
• Após sua instalação, as mudanças
dos limiares auditivos não têm
recuperação.
• Prevenção é a única estratégia a
ser adotada.
PAIR – Prevenção
• Informação sobre as formas de desenvolvimento da PAIR e de prevenção da progressão de quadros já
instalados;
• Orientação quanto ao uso de EPI, buscando conhecer as queixas mais frequentes e as razões que
levam ao abandono de seu uso ou à sua não-utilização, estímulo à participação na sua escolha e
construção de alternativas corretivas;
• Informação sobre os sinais iniciais de PAIR, como, por exemplo, a presença de zumbidos, a dificuldade
para ouvir sons agudos, compreender conversas ao telefone, ouvir conversas em ambientes com
ruídos de fundo;
• Informação aos familiares acerca das características da doença e das formas de aperfeiçoamento da
comunicação no seio da família: uso de sinais, fala pausada e em frente ao paciente, apontar objetos e
pessoas acerca de quem se fala, mudar o que se disse usando outras palavras com mesmo
significado, ao invés de elevar a voz e repetir o que foi dito;
PAIR – Prevenção
• Deve ser desenvolvido um programa de conservação auditiva, incluindo:
• avaliação dos níveis de exposição a ruído;
• adoção das medidas de proteção auditivas coletivas e individuais;
• monitoramento ambiental, médico e audiométrico;
• educação, motivação e supervisão;
• registro e guarda de documentos, consolidação, análise e divulgação dos achados, 
assim como providências administrativas e legais cabíveis;
• acompanhamento das ações. 
A prevenção da PAIR baseia-se na vigilância dos ambientes, das condições de trabalho e 
da saúde dos trabalhadores expostos.
LER/DORT
LER/DORT
• LER - lesões por esforços repetitivos.
• DORT - Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.
• A norma técnica do INSS conceitua DORT (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998) como lesões por
esforços repetitivos como uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não
de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou
membros superiores em decorrência do trabalho, podendo afetar tendões, músculos e nervos
periféricos.
• O diagnóstico anatômico preciso desses eventos é difícil, particularmente em casos subagudos e
crônicos, e o nexo com o trabalho tem sido objeto de questionamento, apesar das evidências
epidemiológicas e ergonômicas.
As LERs foram reconhecidas como doença do trabalho em 1987, por meio da Portaria n. 4.062, do Ministério da 
Previdência Social, e detêm o primeiro lugar das doenças ocupacionais notificadas à Previdência Social.
LER/DORT
• Gota;
• Artrite/artrose;
• Dores nas coluna – localizar a região;
• Sinovites e Tenossinovites;
• Síndrome do túnel do carpo.
Doença do Sistema Nervoso
No Estado de São Paulo foram notificados no SINAN (Sistema Nacional de Agravos de 
Notificação), no período de 2010 a 2019, 28.865 casos de LER/DORT.
LER/DORT – Fatores de risco
• Região anatômica exposta aos fatores de risco;
• Intensidade dos fatores de risco;
• Organização temporal da atividade, por exemplo, duração do ciclo de
trabalho, distribuição das pausas ou estrutura de horários;
• Características do trabalho (ergonomia);
• Tempo de exposição aos fatores de risco. (Ordem de Serviço/INSS n.º 606/1998)
LER/DORT – Sinais e Sintomas
• Dor espontânea ou à movimentação passiva, ativa ou contra-resistência;
• Alterações sensitivas de fraqueza, cansaço, peso, dormência, formigamento, sensação de
diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, agulhadas, choques;
• Dificuldades para o uso dos membros, particularmente das mãos, e, mais raramente, sinais
flogísticos e áreas de hipotrofia ou atrofia.
LER/DORT – Diagnóstico
• Avaliação;
• Identificar o segmento(s);
• Testes específicos/ortopédicos;
• Exames de imagem.
LER/DORT – Tratamento
• Avaliação integral da situação paciente:
• estimar a deficiência ou o déficit funcional atual;
• avaliar o quanto ele mudou em decorrência do quadro apresentado;
• identificar o tratamento em curso;
• avaliar como é afetada a capacidade laboral do paciente;
• avaliar as expectativas do paciente quanto ao tratamento e ao futuro profissional. 
AVALIAÇÃO 
DIAGNÓSTICO 
FUNCIONAL 
AVALIAÇÃO 
OBJETIVOS DO TTO
PLANO 
TERAPÊUTICO 
LER/DORT – Tratamento
• FASE AGUDA
• Anti-inflamatórios e repouso das estruturas musculoesqueléticas comprometidas.
• Fisioterapia
• FASE CRÔNICA
• Aplicação de corticóides na área da lesão ou por via oral;
• Fisioterapia;
• Intervenção cirúrgica.
Formação de grupos terapêuticos, incluindo atividades de informação, vivências, com cunho
informativo-pedagógico-psicoterapêutico
LER/DORT – Prevenção
• Avaliação dos fatores de risco para a saúde dos trabalhadores, a
partir da inspeção aos locais de
trabalho e entrevistas com trabalhadores, reconhecendo situações
que podem demandar avaliação ergonômica;
• Identificação dos problemas ou danos potenciais para a saúde,
decorrentes da exposição aos fatores de risco;
• Proposição das medidas a serem adotadas para eliminaçãoou
controle da exposição aos fatores de risco e proteção dos
trabalhadores;
• Utilização dos recursos de vigilância em saúde e de fiscalização do
trabalho, para verificar a obediência, pelo empregador, de suas
obrigações em relação à identificação, avaliação e documentação
dos fatores de risco existentes no processo de trabalho e à adoção
de medidas corretivas de controle
ambiental e de saúde do trabalhador.
Uma referência básica para a prevenção de LER/DORT é a NR 17, da Portaria/MTb n.º 3.214/1978, que estabelece parâmetros 
para avaliação e correção de algumas situações e condições de trabalho, do ponto de vista ergonômico.

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