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Opioides: Uso e Mecanismo de Ação

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Opioides 
Marcella Ferreira Olintho 
 
Opioides fazem parte de um grupo de fármacos que vão se ligar aos receptores 
morfínicos, são distribuídos em diversas partes do SNC com ações bastante 
diversas. 
São moléculas que podem ser utilizadas por diversas vias (oral, intravenosa, 
intraóssea etc.) 
Se usa na dor moderada ou severa independente da natureza visceral ou 
somática. Dor acima de 7 na escala de 1 a 10. 
Usado no tratamento sintomático na diarreia aguda → aumenta o tônus e 
diminui a mobilidade da musculatura intestinal. 
Usado como antitussivo → elimina a tosse, hoje em dia não são tão usados 
pois a tosse é um mecanismo protetor, só tenta fluidificar o muco da tosse. 
Receptores mais importantes para dor: mi e kapa. 
 
Todo opioide produz depressão respiratória, precisam ser usados com muita 
cautela. É análogo a heroína. 
Em um indivíduo que não está com diarreia, o uso de opioides acarreta 
constipação intestinal. Idosos já tem constipação intestinal, se administra um 
opioide vai aumentar isso, tem que recomendar uma dieta laxativa ou até 
laxantes osmóticos. 
Causam dependência psíquica, mais que a cocaína e o crack. 
Mecanismo de ação 
Fisiológico – agem estimulando a via inibitória descendente. 
Molecular – se liga ao receptor opioide (qualquer receptor tem o mesmo 
mecanismo de ação), é um receptor do tipo metabotrópico (ativa segundo 
mensageiro e é acoplados a proteína G), nesse caso é a GI, essa ligação inibe 
a adenilato ciclase, isso diminui o AMP cíclico e bloqueia a entrada de cálcio 
no interior da célula nervosa, diminuindo a liberação de neurotransmissores, 
esse é o mecanismo que resulta na ação inibitória em diversas partes do SNC. 
Além disso, essa diminuição do AMP abre os canais de potássio, eles saem 
porque seu gradiente é de dentro para fora, a célula fica mais hiperpolarizada 
(célula inibida do ponto de vista da despolarização). 
Cálcio é importante na movimentação de vesículas sinápticas no SNC, para 
que elas migrem para a região da fenda sináptica e lá, exerçam suas ações. 
Ações farmacológicos 
São bem clássicas. 
SNC - analgesia, euforia (indesejado, causa dependência), depressão 
respiratória (indesejado, ninguém quer saturar menos, nunca), depressão do 
reflexo da tosse (depende, desejado quando usado em um centro cirúrgico, 
mas diminui um efeito de expulsão de resíduos das vias aéreas), constrição 
pupilar. 
TGI - aumento do tônus, diminuição da motilidade (por isso é usado no 
tratamento sintomático da diarreia, pode ser desejado ou indesejado). 
Liberação de Histamina pelos Mastócitos - mastócitos são células do 
sistema de defesa e tem função fisiológica frente a um processo alérgico, 
secreta histamina que se liga ao receptor e produz coceira, prurido, 
vermelhidão e dependendo da dose pode até dar edema de glote e parada, 
prescreve mastócito junto com anti-histamínico. 
Hipotensão e Bradicardia. 
Efeitos Imunossupressores - indivíduos mais suscetíveis a doenças. 
 
Agonistas Fracos 
Fosfato de Codeína - tilex, junto com paracetamol, tem efeito béquico 
(antitossivo) e obstipante intenso, moderado efeito emetizante (náusea). Vias 
de administração: VO, IM, retal e SC. 
Tramadol – tramal, + potente que a codeína pois tem duplo mecanismo de 
ação, se liga aos receptores mi mas também age aumentando liberação de 
serotonina e diminui captação de noroepinefrina = efeito analgésico aditivo. 
Vias de administração: VO, IM e IV, peridural e espinal. 
 
 
Opioides Potentes/Agonistas Puros 
Sulfato e cloridrato de morfina - biodisponibilidade da morfina VO é 
baixa (pouco absorvida), não apresenta dose-teto (pode ir aumentando, mas 
sempre lembrar da depressão respiratória, constipação intestinal etc., os 
efeitos indesejados sobem também e pode intoxicar), metabólito hepático + 
potente que o fármaco natura (o produto do metabolismo no fígado é mais 
potente que a própria morfina), não é uma pró droga, ela já entra ativada no 
metabolismo. 
Metadona - rapidamente absorvida por VO (potência VO é aprox. metade da 
potência por via parenteral), VO, IM, SC, IV epidural (através de um cateter 
instalado na medula espinal) ACP (analgesia controlada pelo paciente), a 
bomba tem um sistema chamado lock out que é um disparo a cada 10/20 
minutos para o paciente não ter overdose, mesmo ele apertando não sai nada. 
Citrato de Fentanila - utilizado durante procedimentos anestésicos, 
aprox. 100x mais potente que a morfina, também utilizado nos esquemas de 
tratamento paliativo. 
Citrato de Alfentanila - início de ação rápida e duração curta, via epidural 
ou espinhal no tratamento prolongado da dor. 
Agonistas parciais 
Bupemorfina - elevada afinidade por receptores µ, Ƙ e eles são os mais 
importantes, isso confere uma alta potência analgesica; é 30x mais potente que 
a morfina; VO, parenteral e sublingual, no Br é pouco utilizada. 
Agonistas Antagonistas 
Nalorfina - em baixa concentração tem efeito contrário (antagoniza) ao da 
morfina, em alta concentração tem o mesmo efeito da morfina, ou seja, ação 
depende da dose, exemplo: paciente que já deu muita opioide e ele ainda está 
com dor, mas também está com muito efeito adverso, administra a nalorfina 
para tirar um pouco da morfina e diminuir um pouco desses efeitos, tira os 
efeitos, mas não a analgesia. 
Antagonista 
Naloxona - reverte as ações dos opioides: reverte todos os efeitos inclusive 
a analgesia, então, se o paciente tiver com dor vai voltar (analgesia, espasmo 
das vias biliares, prurido, depressão respiratória, sedação, hipotensão arterial, 
efeitos psicomiméticos e disfóricos). 
Medicamentos adjuvantes 
Corticosteroides (antiinflamatórios esteroides) 
Indicação no tratamento de lesões traumáticas, inflamatórias, e do SNC 
periférico, exemplo: herpes zoster, hernias discais, meningoencefalite. 
Agem inibindo o gene que codifica a síntese da cox 2, é uma ação genômica, 
também inibe a fosfolipase A2 pois aumenta a produção de proteína 
lipocortina 1 – age em dois pontos da cascata de ac araquidônico-. 
Esse bloqueio da fosfolipase é de 80%, então continua produzindo ácido 
araquidônico e a prostaglandina continua sendo produzida por consequência. 
O corticóide faz aumento da secreção do suco gástrico no estomago 
(gastrite), também tem efeitos sobre pressão arterial, retenção de sódio e água 
que acabam lesando o rim indiretamente, a lesão do não esteroidal é direta 
pois ele inibe a cox1. 
Efeito indesejado: síndrome de Cushing metabólica. 
Antidepressivos 
São utilizados no tratamento da dor crônica, neuropática e por nocicepção e 
na profilaxia da enxaqueca. 
Efeito analgésico devido ao bloqueio da receptação de 5-HT e NE. 
A fluoxetina é um inibidor seletivo de recaptação de serotonina, muito usada 
no tratamento da profilaxia da enxaqueca. Seu efeito analgésico é devido ao 
seu mecanismo de aumentar a disponibilidade de serotonina e 
noroadrenalina, efeito inibitório sobre o neurônio espinotalâmico. 
É de uso específico. 
a) Tricíclicos: imipramina, amitriptilina 
b) Heterocíclicos: mirtazapina, venlafaxina 
c) ISRS: fluoxetina, sertalina 
d) IMAOs: tranilcipromina, moclobemida 
Neurolépticos 
Fenitiazinas e Bupiferinonas são normalmente associados aos analgésicos no 
tratamento da dor crônica decorrente de neuropatias. 
Usados na esquizofrenia. 
Em baixas doses podem ser usados juntos. 
Apresenta atividade ansiolítica (quem tem dor fica com ansiedade), anti-
emética e sedativa (não consegue dormir com dor). 
Alteram a percepção dolorosa. 
Agem bloqueando os receptores dopaminérgicos D2, efeito mais importante. 
Efeitos indesejados: sedação, sonolência, síndrome parkinsoniana, 
discenesia tardia e hipotensão. 
Anticonvulsivantes 
Indicados no tratamento das dores que acompanham as neuropatias 
periféricas e centrais, das convulsões, das síndromes psicóticas. 
Exemplo: carbamazepina, droga de escolha notratamento da neuralgia do 
trigêmeo (maior dor do mundo). Topiramato, muito utilizado no tratamento da 
enxaqueca. 
 Miorrelaxantes 
Os miorrelaxantes (baclofeno) agem bloqueando a ação dos 
neurotransmissores excitatórios nos núcleos sensitivos, principalmente 
usado em doenças neuromusculares, que afetam o sistema locomotor. 
Pode ser administrado por VO ou intratecal (reduz complicações das 
parestesias). 
Em caso de intoxicação pode gerar: taquicardia, palpitação, hipotensão 
arterial, angina, cefaleia e convulsão. 
Miosan A é um exemplo bem conhecido, (carisoprodol + cafeína). 
Efeito indesejado clássico: sonolência. 
Ansiolíticos 
Apresentam efeito sedativo, ansiolítico, anticonvulsivante e miorrelaxante. 
Produzem sedação relacionada à dose. 
Limiar da dor pode ser aumentado devido ao controle da ansiedade e agitação. 
Apenas o clonazepam apresenta efeito antineurálgico (dor de natureza 
neuropática). 
Oque muda entre eles é o tempo de meia vida. 
Seleção dos Procedimentos Analgésicos 
Dor em pediatria 
Devem ser adaptadas ao peso e faixa etária. 
Sedação em crianças < de 6 anos pode ser feita com hidrato de cloral (difícil 
de achar) e pentobarbital (ação curta). 
Em caso de procedimento doloroso deve-se usar medidas analgésicas 
profiláticas. 
ACP é eficaz em crianças apenas maiores de 7 anos. 
Dor de pequena magnitude pode ser controlado com AINEs. 
Idosos 
Cuidados devido à variação na proporção dos compartimentos de 
distribuição, metabolização e excreção de fármacos. Idosos tem bem menos 
água que o jovem e o RN, então fármacos hidrossolúveis ficam mais 
concentrados, também, no idoso, diminui o fluxo sanguíneo hepático e a 
excreção pela insuficiência renal. 
Nesta faixa etária os AINEs induzem frequentemente doenças pépticas e 
insuficiência renal. 
Instabilidade cardiovascular: 
• Morfina pode causar hipotensão arterial 
• Fentamila é o agente morfínico preferido 
• Cetamina é útil para o controle da dor aguda nestas condições, 
é um anestésico injetável 
Dependentes de droga 
Em doentes dependentes pode ocorrer síndrome de abstinência após a 
suspensão de Opióides. 
Infecções e coagulopatias 
Em casos de leucopenia, neutropenia, coagulopatias e/ou infecções é 
contraindicado o uso de cateter epidural para não aumentar mais o risco de 
uma infecção grave. 
Hepatopatias e nefropatias 
Maioria dos analgésicos são metabolizados e eliminados no fígado e nos rins, 
o que resulta seu acúmulo em hepatopatias e nefropatias. 
Doenças pulmonares 
Indivíduos com doença crônica obstrutiva, fibrose cística e afecções 
neuromusculares são vulneráveis aos opioides, pois opioides levam a um 
quadro de depressão respiratória. 
Neuropatias 
Limitado o uso de analgésicos em algumas neuropatias periféricas ou 
mielopatias (ELA, poliomielite). 
Os relaxantes musculares são contraindicados no caso de miastenia gravis. 
Cardiopatias e metabolopatias 
Pequena interação entre os agentes morfínicos e os medicamentos utilizados 
no tratamento de afecções cardiovasculares e metabólicas.

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