Buscar

psicologia nas especialidades medicas - infectologia

Prévia do material em texto

INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
Curso: Especialização › Psicologia da Saúde e Hospitalar- 6ª turma 
Disciplina: A Psicologia nas Especialidades Médica 
Trabalho de Reposição 
Marília de Carvalho Santos 
 
 
A Psicologia Hospitalar na Especialidade Infectologia - O cuidado 
ao paciente que convive com HIV/AIDS 
 
O vírus HIV e a epidemia de AIDS é conhecida desde a década de 1980, 
e foi a partir de seu aparecimento que começaram incansáveis estudos para 
esclarecer o vírus: uma luta que se tornou âmbito de saúde pública, pelo 
número de mortes que causou enquanto epidemia, pela importância da 
informação visando prevenção de novas infecções e por também, e não menos 
importante, causar sofrimento psíquico e social nos pacientes que portam o 
vírus, familiares e toda a rede social envolvida. 
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida/Aids) e seu agente 
causador (HIV), surgiram como causa de adoecimento humano e em condição 
de ameaçadora à vida. Logo se tornou uma doença devastadora e ainda na 
década de 80, como era inexplicável, causou um movimento incessante, 
mobilizando os modelos de assistência à saúde à procura de respostas, 
profilaxias e tratamentos (Camargo & Capitã, 2014 apud Vermelho & Barbosa, 
2004). 
A assistência às pessoas que convivem com HIV/AIDS ganhando 
espaço de interesse geral na saúde e na sociedade, conquistou o 
desenvolvimento de diretrizes específicas, tornando proporção emergencial. 
Mas já paramos para refletir os impactos que a descoberta da infecção pelo 
vírus HIV pode causar na vida de uma pessoa? Os impactos vão além de 
físicos e estão no âmbito bio-psico-socio-espiritual. 
A Psicologia faz parte da assistência necessárias às pessoas infectadas 
pelo vírus HIV, podendo atuar desde a atenção primária, educado para a 
prevenção; na atenção secundária acolhendo aqueles que recebem o 
http://www.incursos.net/
INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
diagnóstico soropositivo, orientando e reforçando a adesão ao tratamento 
proposto; na atenção terciária, nos centros especializados, com grupos de 
pacientes e familiares, acompanhando a evolução do tratamento e também 
reabilitação; chegando a atuar até na atenção quaternária, com pacientes 
acometidos com a doença AIDS, trabalhando ressignificações e podendo 
proporcionar qualidade de fim de vida quando a doença toma proporções 
avançadas irreversíveis. 
Antes mesmo da epidemia de HIV/AIDS, no Brasil a psicologia entra 
como campo de atuação nos hospitais gerais a partir da década de 50, visando 
a multidisciplinaridade na abordagem de emergência sociais e principalmente 
por a Organização Mundial de Saúde em 1948, definir saúde como o “estado 
de completo bem-estar físico, mental e social”, evidenciando a necessidade de 
uma compreensão total daquele que estiver adoecido, fazendo com que os 
modelos de equipe de saúde se ampliassem como multiprofissionais atuando 
biologicamente, socialmente e psicologicamente entorno do fenômeno 
doença(Camargo & Capitão, 2014 apud Rodrigues & Gasparini). 
Com o campo hospitalar se consolidando e com a demanda emergencial 
de uma epidemia que atravessa o tempo, a psicologia desde então e até os 
dias atuais, vem contribuindo de inúmeras formas na batalha contra a AIDS, 
dentre eles estão “o aconselhamento pré-pós testes, a psicoterapia individual a 
pacientes ambulatoriais e internados, a psicoterapia de grupo com pacientes 
soropositivos e com seus familiares”, oferecer atendimento a pessoas que 
recebiam o diagnóstico e dar suporte psicológico diante do impacto do 
diagnóstico de uma doença que era considerada fatal, além de uma atenção 
voltada também aos profissionais que atuaram com esse público (Rasera & 
Issa, 2007 apud Zegans et al., 1994, Catalan, 1995). 
Ao longo dos anos técnicas foram sendo aprimoradas, políticas públicas 
ganharam visibilidade e fortalecimento, conhecimento e informação e educação 
de prevenção fazem parte de ações sociais em todo o pais e mundo, porém 
apesar de tantos ganhos ao longo de 40 anos, 
“Ainda existem muitos desafios em termos de prevenção, 
conscientização e acessibilidade ao tratamento a serem superados. 
Paralelo a isso, destacam-se também os desafios quanto aos direitos 
humanos. Sabe-se que o estigma, desde o início da epidemia, 
http://www.incursos.net/
INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
destacou-se como um dos maiores problemas a serem superados e 
que repercute em muitas esferas da vida das pessoas com HIV e 
aids” (Camargo et al., 2014). 
 
Diante dos desafios que afetam diretamente as equipes de saúde, 
podemos salientar a importância da atuação do profissional de Psicologia com 
portadores de HIV e seus familiares, que acompanharão todo o estigma em 
conjunto. A convivência com a infecção gera sofrimento emocional e social e 
demandarão apoio psicológico em algum momento, como já citado nas 
possibilidades de atendimento por esse profissional. 
É conhecido que o adoecimento em si gera um impacto psicológico que 
pode ameaçar o equilíbrio interno e que pode trazer quadros de crise que 
afetará todos os setores da vida do paciente. O Profissional psicólogo também 
poderá contribuir diretamente com mecanismos de enfrentamento para o 
paciente acometido com o HIV/AIDS lidar com o adoecimento, acolhendo as 
dificuldades enfrentadas por essas pessoas, mapeado também possíveis 
sintomas de depressão ou algum transtorno psiquiátrico que podem surgir 
ligados a vivência com o vírus, e sempre atento à repercussão psicossocial 
para cada paciente, pois e sabido que esse paciente hospitalizado ou não, 
retornará para o seu meio social indispensavelmente, carregará e espelhará 
estigmas, preconceitos, que podem afetar significativamente no seu progresso 
e continuidade no tratamento, bem como na prevenção os seus próximos 
relacionamentos (o paciente aqui devendo ser orientado e educado para o 
entendimento e empoderamento do saber sobre a sua própria doença). 
Por conseguinte, uma ação de suma importância é contribuir na 
conscientização da adesão ao tratamento antirretroviral. No entanto, para que 
essa terapia seja realmente efetiva é preciso uma correta adesão. A terapia 
antirretroviral (ARV) proporcionou melhoria de qualidade de vida aos infectados 
pelo HIV/Aids, incluindo “diminuição da morbidade e mortalidade e aumento da 
expectativa de vida (Camargo & Capitão, 2014). O Trabalho da Psicologia 
podem trazer mudanças nos aspectos emocionais dos pacientes, envolvendo o 
estado geral de saúde indivíduo em todo o aspecto biopsicossocioespiritual, 
desenvolvendo possibilidades de promoção de saúde que implique numa 
http://www.incursos.net/
INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
melhora adesão ao tratamento, que será contínuo, permanente e essencial. 
Camargo, Capitão e Filipe (2014), citam que: 
Segundo diretrizes do Ministério da Saúde uma boa adesão ao 
tratamento significa tomar corretamente os medicamentos 
antirretrovirais, seguir as doses corretas pelo tempo preestabelecido, 
bem como aderir ao serviço de saúde responsável (Brasil, 2007) (...) 
a adesão é um processo colaborativo, de negociação entre usuário e 
profissionais de saúde e que visa fortalecer a autonomia para o 
autocuidado (Brasil, 2008). A complexidade desse conceito pode ser 
facilmentepercebida, na medida em que se constata que os índices 
de adesão, em grande parte dos estudos atuais, não são satisfatórios 
ou adequados para uma parcela significativa dos usuários (Camargo 
et al, 2014, p. 223). 
 
Posto aqui os caminhos, desafios e possibilidades que o paciente 
diagnosticado com o vírus HIV pode percorrer, e que é de direito ter acesso á 
informaçao, meios de tratamento, acompanhamento, educação e saúde de 
uma forma holística e integral, para a psicologia falar sobre a pessoa que 
convive com HIV é falar sobre afetividade, relações socias e é também reforçar 
garantia de direitos para o público já diagnosticado e incentivar inclusão de 
políticas públicas que envolvam ações protetoras também aos que tem 
comportamentos de risco, e mobilizar toda a sociedade a buscar informação 
adequada para que estigmas e preconceitos sejam cada vez mais raros. 
Desse modo, o profissional psicólogo pode trabalhar com o paciente HIV 
positivo promovendo educação em saúde, falar do lugar de direito do paciente, 
trazer um novo olhar pra subjetiviade da pessoa, dar valor ao seu lugar de vida; 
E individualemte com cada paciente, reconhecer o momento do luto, incentivar 
a hora da ressignificação pessoal e familiar, promovendo qualidade e dignidade 
de vida. Firma-se portanto, segundo Santos et al. (2018), que o psicólogo 
desmistificará medos, para ressignificar e possibilitar que o paciente saiba que 
é possível não só conviver, mas viver com o vírus com dignidade humana, e 
cita que: 
 A atuação do psicólogo da saúde com pacientes portadores do vírus 
HIV é extremamente necessária, visto que, além do paciente ter que 
lidar com a descoberta do diagnóstico, também lida com a 
discriminação da população leiga sobre o assunto. Para que os 
pacientes não sejam julgados pela sociedade, e possam se sentir 
acolhidos no seu setor de trabalho, familiar, social, entre outros 
(Santos et al., 2018, p.166). 
 
http://www.incursos.net/
INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
A psicologia pode atuar desde a notica do diagnóstico e em como 
recebe-lo, no entendimento e conhecimento da doença, no reconhecimento da 
doença tida como crônica, na aceitação da doença e adesão ao tratamento. O 
psicólogo possibilita ao paciente a visao de co-participação do seu próprio 
tratamento, e co-responsabilidade sobre sobre sua própria visa. A equipe de 
saúde tem papel importante e indispensável, mas o papel do paciente será o 
mais importante. 
Com a psicologia inserida nas ações da infectologia, além dos 
antirretrovirais, a pessoa portadoras do virus HIV podem contar com 
profissionais sensíveis, que acolhem desede o diagnostico, na hora do 
tratamento, fazendo toda a diferença. 
As politicas publicas são importantes e garantem acesso a redes de 
apoio. O Brasil tem lugar de referência de politicas públicas para HIV no 
mundo, e essas políticas inceridas possibilitam atuações profissionais éticas, 
eficazes e compromissadas. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CAMARGO, Luiza Azem; CAPITAO, Cláudio Garcia; FILIPE, Elvira Maria 
Ventura. Saúde mental, suporte familiar e adesão ao tratamento: 
associações no contexto HIV/Aids. Psico-USF, Itatiba , v. 19, n. 2, p. 221-
232, Aug. 2014 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
82712014000200005&lng=en&nrm=iso>. acesso em 24 Jan. 2021 
 
CAMARGO, Luiza Azem; CAPITAO, Cláudio Garcia. Reflexões e propostas 
acerca da avaliação psicológica no contexto HIV/Aids. Rev. SBPH, Rio de 
Janeiro , v. 12, n. 1, p. 71-84, jun. 2009 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582009000100006&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 24 jan. 2021 
 
RASERA, Emerson F.; ISSA, Carmem Lucia Graminha. A atuação do 
psicólogo em ONG/AIDS. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 27, n. 3, p. 566-
575, Sept. 2007 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932007000300015&lng=en&nrm=iso>. access on 24 Jan. 2021. 
 
http://www.incursos.net/
INCURSOS Pós-graduação 
INCURSOS, Instituto Nacional de Cursos, Projetos e Pesquisas Ltda. CNPJ: 19.531.626/0001-52 
Rua R-006, nº 85, Qd. R-6, St. Oeste, Goiânia, GO 
62 3215-1815 www.incursos.net 
 
 
SANTOS, Jéssica Martins; HERENIO, Alexandre Castello Branco. 
Intervenções da Psicologia Hospitalar em Infectologia: Um Relato de 
Experiência. Site Secretaria de Estado de Saúde - GOVERNO DO ESTADO 
DE GOIÁS. Disponível em 
<https://www.saude.go.gov.br/images/imagens_migradas/2017/07/intervencoes
-da-psicologia-hospitalar-em-infectologia-um-relato-de-experiencia.pdf>. acesso 
em 24 Jan. 2021 
 
SANTOS,Juciane de Holanda; JACINTO, Helisa Maria Canuto; SILVA, Laianne 
Vales Silva; SILVA, Thaissa Danielle dos Santos; ROCHA JR., José Rodrigues 
Rocha. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO DA SAÚDE COM PESSOAS 
PORTADORAS DO VÍRUS HIV/AIDS. Caderno de Graduação - Ciências 
Humanas e Sociais - UNIT - ALAGOAS, v. 4, n. 2, p. 157, 3 jan. 2018. 
Disponível em < https://periodicos.set.edu.br/fitshumanas/article/view/4554>. 
access on 24 Jan. 2021. 
 
SASSI, Ariana; GADÊLHA, Samantha. O Psicólogo no hospital e o paciente 
soropositivo: breve recorte do estágio profissional em um Hospital Geral 
no Oeste da Bahia. Psicologia Revista, v. 22, n. 2, p. 167-176, 2013. 
Disponível em < https://revistas.pucsp.br/psicorevista/article/view/17987>. 
access on 24 Jan. 2021. 
 
SPERONI, Angela Vasconi. O lugar da psicologia no hospital geral. Rev. 
SBPH, Rio de Janeiro , v. 9, n. 2, p. 83-97, dez. 2006 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
08582006000200006&lng=pt&nrm=iso>. acesso em 24 jan. 2021. 
 
http://www.incursos.net/

Continue navegando