Buscar

TCC Pós Educação Especial e Inclusiva e Neuropsicopedagogia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FAVENI
FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA E NEUROPSICOPEDAGOGIA 840 HORAS
TATIANE DOS SANTOS SILVA
OS BENEFÍCIOS DA INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA NO TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA).
PINDAMONHANGABA-SP
2020
 
OS BENEFÍCIOS DA INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA NO TRANSTORNO DE ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Silva, Tatiane dos Santos [footnoteRef:1] [1: tsilva701@yahoo.com] 
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 
RESUMO- Este artigo apresenta uma pesquisa de abordagem qualitativa e bibliográfica, propõe uma reflexão sobre o desenvolvimento de crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA) e a intervenção da Neuropsicopegagogia. Sendo ela uma ciência interdisciplinar que estuda a relação entre o funcionamento do sistema nervoso e a aprendizagem humana, podendo ser uma aliada na aprendizagem de alunos com necessidades especiais, por agregar conhecimentos da neurociência, psicologia e pedagogia. Foram abordadas as informações sobre como o cérebro funciona no autismo, causas, e formas de intervenção neuropsicopedagógicas para melhor qualidade de ensino para crianças com esse transtorno. O TEA está presente em 1% da população infantil, afetando o neurodesenvolvimento global da criança, sendo capaz de impedir que a criança adquira novas etapas ou empobreça futuras aquisições de conhecimentos e habilidades. Para isso o Neuropsicopedagogo busca produzir uma avaliação personalizada de como o cérebro da criança aprende, favorecendo um aprendizado eficiente. Diante do objetivo proposto foi possível identificar a necessidade de buscar conhecimento constante, para entender, identificar o autismo, bem como a intervenção de maneira adequada, poderá contribuir no desenvolvimento da criança.
PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Funcionamento Cerebral. Neuropsicopedagogia. Intervenção.
INTRODUÇÃO
 O Autismo é um transtorno global de desenvolvimento, apresentando dificuldades de interação social, muitas vezes problemas de comunicação e linguagem, aprendizagem e comportamental. Como característica presente em autistas é o prejuízo na comunicação, por meio deste trabalho busca-se também apresentar as contribuições e as intervenções da neuropsicopedagogia, sendo assim um auxilio no desenvolvimento e na aprendizagem do TEA. A neurociência contribui com a educação, trazendo uma bagagem de conhecimento do Sistema Nervoso Central. Ela estuda cada funcionamento do cérebro, e a partir disso, consegue auxiliar na intervenção das dificuldades, transtornos e distúrbios de aprendizagem.
Baseando-se nisso, questiona-se em como auxiliar na comunicação e aprendizagem do autista. Através da intervenção possibilita a reduzir os impactos negativos do transtorno de aspectos neurobiológicos do TEA.
Através deste trabalho será possível apresentar os benefícios da Neuropsicopedagogia e suas intervenções no desenvolvimento cognitivo e social, Como o cérebro do autista aprende e os benefícios das abordagens terapêuticas e tratamento para o autismo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
Este artigo foi elaborado buscando o referencial pelo conhecimento teórico de cunho qualitativo e bibliográfico, fundamentada na leitura de livros, artigos, teses, sites e revistas eletrônicas, que descrevem sobre intervenções neuropsicopedagógicas para auxiliar crianças com transtornos globais de desenvolvimento e deficiências, com ênfase no Autismo. Diante dos estudos, notou-se que as pesquisas avançaram bastante no conhecimento sobre como o cérebro da criança aprende e sobretudo no quanto as intervenções apresentam grande avanço para o autista, tornando uma ferramenta auxiliar no processo de comunicação e aprendizagem, pois facilita uma nova interação com o mundo e uma melhor qualidade de vida.
O Transtorno de Espectro Autista (TEA) se apresenta em 1% da população infantil, afetando o neurodesenvolvimento global da criança. Dessa forma, o autismo interfere impossibilitando que a criança adquira novas etapas e/ou que adquira etapas precoces, deixando lacunas e enfraquecendo futura aquisição de novas habilidades. O autismo pode alterar certos comportamentos que já existiam, ocasionar ou diminuir o progresso intelectual e linguístico.
É importante esclarecer sobre os aspectos neurobiológicos do TEA, já que as evidências neurocientíficas dos últimos 20 anos nos mostram que o autismo leva a um comprometimento estrutural em diversas partes do cérebro. Partindo dessas evidências, nos remete a entender como funciona o cérebro de uma pessoa com autismo, sendo assim identificar quais áreas afetadas de maiores prejuízos, bem como permite analisar as medidas de intervenção a serem aplicadas para o melhor desenvolvimento do indivíduo.
COMO O CÉREBRO FUNCIONA NO AUTISMO.
 De acordo com a obra pesquisada de Dr. Clay Brites – neuropediatra (2019, p.35), o cérebro humano é uma complexa rede organizada de funções e habilidades que concentra vários tipos de células neuronais, onde ficam centralizadas as atividades especializadas como do nosso dia a dia estão. Nada seria percebido, memorizado, internalizado e raciocinado sem eles. Para que possam funcionar adequadamente, os neurônios precisam ser sustentados e direcionados entre si pelas células gliais. Estas, além de garantir uma arquitetura e uma base para se desenvolver e amadurecerem, têm o encargo de armazenar, processar e descartar o “lixo” que acumula depois de intensas e ininterruptas horas de trabalho.
Essa arquitetura deve estar bem construída, modelada e conservada para poder funcionar plenamente. Além disso, as pontes, as ligações e as ramificações entre cada grupo de neurônios que se interligam devem estar bem conectadas. Isso garante que o cérebro processe de maneira eficaz e sem defeitos ou deformidades, as informações que chegam e respondam a seu tempo e a seu modo, sempre sincronizadamente, todas as formas de tarefas e de processo social do ambiente onde o cérebro vive. Isso é o que se espera de um cérebro típico, normal, adaptado para os parâmetros de vida.
No cérebro Autista, essa arquitetura se encontra desorganizada e apresenta uma modelagem anormal, impedindo seu funcionamento pleno. As pontes, as ligações e ramificações são incompletas desviadas, ora ativadas, ora desligadas, com conexões ora perdidas, ora sobrecarregadas. As funções neurais se encontram desbalanceadas, com “hiperfuncionamento”, dependendo do interesse desse cérebro, e o disfuncional para o que não interessa. Não processando as informações de forma correta, podendo também demorar para responder certos estímulos para realizar as tarefas e os processos sociais do ambiente. Resultando em um cérebro atípico e pouco adaptado às necessidades exigidas pelas relações sociais, independentemente da idade, dificultando a inclusão do autista. Segundo Vasconcelos (2019):
As lutas pela aprendizagem são várias e contínuas, deixando marcas tantas vezes irreparáveis. Uma das principais marcas poderá situar-se na autoestima: a vergonha apodera-se delas ao verificarem que o que é tão simples para os colegas não é para elas. E mesmo aquelas tarefas que parecem triviais do dia a dia, transformam-se em pesadelos constantes, inibidoras das qualidades que, porventura, elas possam possuir.
Diante dos desafios encontrados para o desenvolvimento cognitivo e social do autista, se faz necessário entender, compreender como o cérebro dele age e reagediante dos estímulos, e a partir desse ponto traçar estratégias pedagógicas e de inclusão. No entanto, para se vencer esses desafios, precisa-se do apoio de uma equipe multidisciplinar, transdisciplinar, auxílio médico, terapêutico e mediação em sala de aula.
Nos últimos anos, apresentou-se muitas informações de psicólogos e especialistas no campo de pesquisa, que enquadraram as alterações comportamentais do autismo em três grandes teorias, cada qual representando um eixo de funcionamento do cérebro para a percepção social de como ela acontece, descrevendo de forma sucinta, são elas:
● Disfunção Executiva- É a incapacidade ou inabilidade de cumprir tarefas e combinados sociais de maneira organizada, planejada, percebendo detalhes importantes, corrigindo imperfeições, analisando-as sempre em sintonia como o contexto, de modo que sejam feitas de forma coerente e agradável.
● Coerência Central- Consiste na capacidade de o cérebro interpretar uma situação toda a partir de uma parte dela, conseguindo, automaticamente, avaliar um processo sem ver todos os detalhes.
● Teoria da Mente- Temos a instintiva e intuitivamente a capacidade de perceber, avaliar e concluir as coisas, sempre, ou seja, sendo empáticos em todo e qualquer lugar.
Partindo dessa pesquisa, verifica-se em uma pessoa típica que esses eixos são preservados e funcionam de forma plena, no entanto, nos Autistas se encontram incompletos ou ausentes. As evidências históricas e clinicas vêm se mostrando que o TEA apresenta etiologia neurológica. 
De acordo com a obra pesquisada de Luciana e Clay Brites ( 2019, p.38, Mentes Únicas), “ vários artigos mostram que no cérebro autista existe uma grande desorganização de microcolunas do córtex cerebral; desativação ou apagamento e regiões específicas para o reconhecimento de faces, linguagem social etc.; alteração no aspecto neurônio quando analisado anatomopatologicamente; aumento do volume total do cérebro por falha na poda neuronal; maior concentração de determinados neurotransmissores no liquor do Sistema Nervoso Central (serotonina, ou 5-HT, e GABA). Relatos de desconexões entre estruturas de integração no cérebro (região caudal do giro cingulado anterior), com áreas límbicas e não límbicas ligadas à interpretação das emoções (como opérculo, ínsula, giro pós-central, giros temporal superior e médio). ”
Nas anormalidades aqui descritas, podem-se apresentar as mais diversas alterações na expressão de como o cérebro autista, processa, sente e socializa. Podendo também levar a distúrbios sensoriais, executivos, visioconstrutivos, perda de coerência no contexto e circunstância, problemas de linguagem e anormalidades na capacidade de entender o processo que envolvem a relação social.
Compreendendo as estruturas cerebrais e suas funções, auxiliará na orientação de uma práxis neuropsicopedagógica mais efetiva, ou o encaminhamento da criança ao um profissional especializado que trabalhará na contribuição de seu desenvolvimento. 
Dessa forma, a neuropsicopedagogia por reunir os conhecimentos da neurociência, psicologia, e pedagogia poderá realizar uma investigação e promoção da aprendizagem, avaliando os estímulos, respostas e sensações no processo de ensino aprendizagem no TEA.
A NEUROPSICOPEDAGOGIA
A Neuropsicopedagogia é uma ciência interdisciplinar fundamentada nos conhecimentos da Neurociência aplicada à educação. Isso quer dizer que se utiliza de conhecimentos de mais de uma área, que, nesse caso, envolve um pouco de Pedagogia, Psicologia e Neurociências. A partir disso, o neuropsicopedagogo estuda a relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana. A Neuropsicopedagogia surgiu da necessidade de educadores entenderem de forma científica as questões cognitivas, tão complexa e instigante.
De acordo com o livro pesquisado de Gilberto G. Oliveira (2015, p.128), parte da ideia que, “considera-se, na ciência da aprendizagem, a importância de que a pessoa assuma o controle da própria aprendizagem, aprendendo, também, a identificar quando necessitam de mais informações”. Com essa base, acredita-se que a educação pode se beneficiar dos novos conhecimentos que a neurociência contribui, melhorando a capacidade de o indivíduo ser um aprendiz ativo. 
Brasford (2007, p.36) relata que “ A tarefa da educação pode ser vista como a de mover os estudantes na direção de uma compreensão mais formal (ou maior competência) ”.
A neurociência demonstra a sua valiosa parceria com a educação, trazendo consigo todo o conhecimento sobre o Sistema Nervoso Central, onde tudo acontece, como os comportamentos, emoções e pensamentos. Podendo disponibilizar tratamentos efetivos quanto aos distúrbios neurológicos, contribuindo de forma significativa e sanando, diversos transtornos e doenças, inclusive problemas educacionais. 
Segundo Menezes et al, (2019):
A neuropsicopedagogia clinica faz uso de instrumentos especificamente padronizados para a avaliação das funções do cérebro, habilidades no processamento das atenções, informações, memória, percepção, abstração, linguagem, raciocínio, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento de informações, viso construção, afeto, funções motoras e executivas atuando no diagnóstico, no tratamento, na pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento para melhor entender o funcionamento do cérebro.
Como a neurociências estuda o funcionamento do cérebro, pode-se intervir nas dificuldades, transtornos e distúrbios de aprendizagem. Nesse contexto, direcionar a criança com TEA a uma diversidade e multiplicidade, apresenta-se como um desafio para todos os profissionais envolvidos e a criança com autismo necessita de uma avaliação, intervenção e acompanhamento para que possa participar da sua inclusão no meio social e escolar. Partindo dessa questão, a neuropsicopedagogia pode contribuir no progresso do autista.
O AUTISMO E A INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA
 Conhecer as principais características do TEA e reconhecer a individualidade de cada criança autista, torna-se o primeiro ponto inicial para formalizar estratégias de aprendizagem e avaliação dessa criança. Para que a neuropsicopedagogia esteja presente de forma positiva na vida da criança, o diagnóstico precisa ser preciso e rápido. Autores em publicações recentes, compartilham da ideia de iniciar a investigação a partir de uma escala de avaliação do desenvolvimento infantil e uma escala de triagem de autismo.
O DSM é um manual utilizado como base para auxiliar no processo de diagnóstico de transtornos mentais e desvios de comportamento e desenvolvimento, tanto em crianças como adultos. Criado pela Academia Americana de Psiquiatria em 1968, com a ideia de organizar um conjunto de critérios para nortear os conceitos e as avaliações de problemas relacionados aos transtornos psiquiátricos. Dentro desses critérios, encontra-se o Transtorno de Espectro Autista (TEA), critérios estes considerados importantes para definir e fechar o diagnóstico, e base para identificar o transtorno.
Como já relatado, o tratamento do Autismo é multidisciplinar, dependendo de várias formas de intervenção e da ação de vários profissionais. O foco a ser trabalhado é no comportamento e na correção de atrasos no desenvolvimento e envolvem práticas tanto em espaços de consultório, escolar e familiar. Rapidez para corrigir atrasos no desenvolvimento e comportamentos é de suma importância na vida do Autista.
Através do uso de instrumentos específicos padronizados da Neuropsicopedagogia clínica para a avaliação das funções do cérebro, habilidades no processamento da atenção, informação, memória, percepção, abstração, linguagem, raciocínio, funções motoras e executivas atuando no diagnóstico, no tratamento, na pesquisa da cognição, das emoções e do comportamento para melhor entendimento o funcionamento cerebral. 
 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS E TRATA MENTO PARA O AUTISMO
● ANÁLISE APLICADA DO COMPORTAMENTO (ABA)
O Método ABA é uma intervenção comportamental, reduzindo os sintomas “autísticos” e de seus comportamentos inadequados e pouco adaptadoao ambiente. Baseado nos princípios de Skinner, alicerçando uma análise dos comportamentos iniciais da criança, em conjunto com fatores ambientais e de seus cuidadores, que favorecem ou prejudicam o modo de agir.
Nesse processo, identifica-se situações positivas e negativas e as reações da criança mediante ao ambiente exposto. Preparando estratégias sequenciais de resposta que a criança poderia ter com o uso de motivações de reforço positivo. Mudando de forma gradativa, ações inadequadas para atitudes adequadas e esperadas; essas mudanças podem ser realizadas de forma rápida, se iniciada o quanto mais nova for essa criança, ou seja, na fase precoce da vida, o cérebro está mais flexível a modificações e ações da neuropasticidade entre os neurônios.
A ABA permite uma análise completa, não analisando o indivíduo de forma isolada, mas como parte de um todo, e fazendo uma associação ente o ambiente, a aprendizagem e o comportamento humano.
● TRATAMENTO E EDUCAÇÃO PARA AUTISTAS E CRIANÇAS COM DÉFICIT RELACIONADOS COM A COMUNICAÇÃO (TEACCH)
Criado em 1966, por Eric Schopler, nos Estados Unidos, o método TEACCH é a resultante da composição entre o cognitivismo e o condicionamento operante, portanto, uma adaptação dos princípios da terapia cognitivo comportamental direcionado ao autismo.
O TEACCH é mais uma ferramenta terapêutica do que um método, por ter sido desenvolvida para o autista. Quanto mais precoce o diagnóstico e iniciado o programa TEACCH, a criança autista poderá desenvolver melhores chances no desenvolvimento das habilidades fundamentais para sua vida cotidiana.
Um método que todo profissional pode utilizar ao atender o autismo com qualidade, buscando uma intervenção estruturada, organização do espaço, material, atividades e rotinas de trabalhos elaborados, amparados de apoio visual. Para Howley (2010):
“ O TEACCH é um programa do estado da Carolina do Norte, destinado a ajudar pessoas com TEA e suas famílias, tem ajudado a revisar os conceitos e teorias acerca do autismo e tem criado um enfoque de intervenção, de grande êxito e amplamente utilizado. “ (HOWLEY, MESIBOV,2010, p.9)
Entende-se que o TEACCH ajuda a criança com TEA, a manter sua rotina em ordem, conseguindo obter um resultado positivo, reduzindo a tensão do mal comportamento.
ABORDAGENS COMPLEMENTARES/ALTERNATIVAS
● EQUOTERAPIA.
É um modelo de intervenção que se utiliza do cavalo como o foco da estratégia. Evidências e relatos citaram a equoterapia como benéfica para intervir em problemas motores e psicossociais, embora esse método não modifique o transtorno, corrigindo o déficit quantitativos de atrasos no desenvolvimento linguístico e neuropsicomotor, a equoterapia trabalha na redução de fobia social e a maior iniciativa e flexibilidade no ajuste social.
● MUSICOTERAPIA.
Pessoas com TEA apresentam fascínio particular pela atividade musical e podem associar as melodias a um maior interesse e atenção social. As melodias conseguem mexer com as emoções, possibilitando a interação e a vontade de se expressar, outros benefícios também notados, são: redução de movimentos estereotipados, melhoria na organização do pensamento, redução da hiperatividade e criatividade, se trabalhados em um tratamento de longo prazo, porém já se pode perceber mudanças positivas nas primeiras sessões.
Nota-se que a estereotipia é um padrão de comportamento e uma condição associada ao autismo, considerada uma das características aparentes e manifestações complexas de se entender e tratar, tanto no consultório quanto na família e escola. Alterações motoras, de percepção e de processamento sensorial são comuns em crianças com TEA, que tende a ocasionar fobias, evitar contato social, baixo desempenho em atividades escolares, transtornos alimentares e comportamentos agressivos e explosivos. Dificultando a inclusão social e escolar, um dos maiores prejuízos na vida do autista.
“ Os sintomas mais característicos do distúrbio, além da coexistência de problemas motores de maior ou menor gravidade, são transtornos na área do ritmo, da atenção, do comportamento, esquema corporal, orientação espacial e temporal, lateralidade e maturação (retardos). ” José & Coelho (1993, p.111)
De acordo com os artigos e obras estudadas, evidências relatam que os tratamentos das estereotipias seguem por três eixos gerais: tratamentos comportamentais, uso de medicação e terapias sensoriais. Outro ponto em questão, como relatado, quanto mais cedo se iniciar as intervenções indicadas e a participação da família, melhor serão os resultados e mais rápido as mudanças positivas no comportamento, a correção de atrasos e diminuição do impacto social na vida do autista.
 Os resultados encontrados, sugerem que os métodos e abordagens, apresentadas para facilitar o processo de desenvolvimento e as atividades diárias, buscam melhorar a comunicação e a socialização destas crianças. Terapias adequadas e estímulo constante e repetido, além da empatia, amor e paciência, quando se menos espera, as crianças com TEA surpreendem. O incentivo proporciona responsabilidades, rotina, a sensação de autoconfiança e de pertencimento agregando na vida do autista, bem-estar e satisfação. Mesmo que ele esteja sendo monitorado, favorecerá um cenário de envolvimento, pertencimento, segurança e motivação para novas conquistas pessoais e habilidades sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das pesquisas bibliográficas, procurou-se abordar os conhecimentos mais relevantes que possibilitam conhecer o TEA, orientando um processo que vai desde sua identificação, diagnóstico, estrutura cognitiva, os tratamentos e as intervenções de forma significativa, que englobam as esferas familiar, social e escolar. O autista necessita dessa interligação, durante o seu processo para a otimização dos potenciais da pessoa com TEA, e não focando apenas naquilo que é prejudicial e nas características “taxativas”.
Por meio deste artigo, conclui-se que apesar do Autismo não ter cura, é possível identificar, analisar e tratar algumas características que podem se agravar se não bem trabalhado. O autismo está presente e crescente na população mundial, sendo muitos diagnósticos feitos de forma incorreta ou tardia. A neuropsicopedagogia como aliada pode trabalhar na intervenção e tratamento de alguns transtornos, distúrbios e deficiências, bem como diminuir ou sanar alguns prejuízos no neurodesenvolvimento do indivíduo com TEA.
O autismo acarreta problemas cognitivos e mais ainda na sua socialização, com a intervenção neuropsicopedagógica especifica, tratamentos e terapias é possível devolver o convívio social e adquirir qualidade de vida. Esta pesquisa é um ponta pé inicial para a busca de novas possibilidades e ferramenta de trabalho, a aprendizagem de crianças com TEA ainda é um desafio para muitos, para isso é necessário traçar estratégias terapêuticas. A ciência caminha por novos conhecimentos, novas abordagens e técnicas e conhecer o Autismo facilita o comprometimento do profissional. Com dedicação, comprometimento e seriedade, devemos enxergar o autista além de suas características, como seres brilhantes e incríveis, ir além do preconceito já estabelecido. Respeitar é preciso, cuidar é a maior prova de amor. E o papel do neuropsicopedagogo está em conhecer e estabelecer novas possibilidades no desenvolvimento das habilidades e sucesso na trajetória do autista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITES, Luciana; Brites, Clay. Mentes Únicas. São Paulo: Editora Gente, 2019.
FITÓ, Anna Sans. Por que é tão difícil aprender?: o que são e como lidar com os transtornos de aprendizagem/ Anna Sans Fitó; [tradução Maria Luiza Garcia Prada]. – São Paulo: Paulinas, 2012. – (Coleção Psicologia, família e escola) - Título original: Por qué me custa tanto aprender?: transtornos del aprendizaje.
GONÇALVES, Alzira de Souza Paiva. A aprendizagem do autista (TEA) e a intervenção neuropsicopedagógica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol.06, pp.32-40. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/aprendizagem-do-autista,DOI:10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educação/aprendizagem-do-autista. Acesso em: 23/11/2020.
NEUROSABER. Neurosaber. (31 de agosto de 2015). Autismo Sintomas e Diagnóstico. Fonte: institutoneurosaber: institutoneurosaber.com.br/autismo-sintomas-e-diagnostico/. Acesso em: 02/12/2020.
OLIVEIRA, Gilberto Gonçalves de. A Pedagogia da Neurociência: ensinando o cérebro e a mente / Gilberto Gonçalves de Oliveira. – 1.ed. – Curitiba: Appris, 2015.
PEREIRA, Raquel de Carvalho. Transtorno Psicomotor e Aprendizagem/ Raquel de Carvalho Pereira. - 1 ed.-Rio de Janeiro- RJ: Thieme Revinter Publicações, 2018.
RIBEIRO, Mariana Laura Queiroz et al.. Intervenções neuropsicopedagógicas em casos de autismo. Anais VI CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2019. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/60855>. Acesso em: 22/11/2020.

Continue navegando