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Aula 7 01 Nutrição Humana ARA0981 Lipídios 02 Nutrição Humana ARA0981 Todos os lipídios são iguais? Lipídios – conceito, estrutura e função 03 Nutrição Humana ARA0981 Lipídios • Lipos = gordura Mono, di e triacilgliceróis; fosfolipídios e esfingolipídios; esteróis, ceras, vitaminas lipossolúveis; entre outro Aproximadamente 34% da energia na alimentação dos seres humanos 1 g = 9 kcal Lipídios • Gordura é o termo genérico para uma classe de lipídeos produzidos em processos orgânicos em vegetais ou animais, solúveis em solventes orgânicos e insolúveis em água. • Composição química: são sintetizados pela união de três ácidos graxos a uma molécula de glicerol, formando um triéster, chamados de triglicérideos. Lipídios • Estado físico – gorduras sólidas ou líquidas em temperatura ambiente, dependendo de sua estrutura e de sua composição. O termo gordura se refere aos triglicerídeos em seu estado sólido. O termo óleo aos triglicerídeos no estado líquido. O produto que se apresenta na forma sólida ou pastosa à temperatura de 25ºC é designado de gordura O produto que se apresenta na forma líquida à temperatura de 25ºC é designado de óleo Lipídios • Os compostos lipídicos presentes nos alimentos em maiores percentuais são: Os triacilgliceróis (90-98%) e os fosfoslipídeos (2-10%); 3 moléculas de ácidos graxos 2 moléculas de ácidos graxos Constituintes mais importantes da fração lipídica do alimento; contudo, são praticamente inexistentes na forma livre A capacidade de armazenar e utilizar grande quantidades de LIP permite que o ser humano sobreviva por semanas e até meses em estado de privação. Funções dos Lipídios • Função energética – 9kcal/g; • Combustível energético armazenado nas condições de jejum (95% na forma de TG); • Transporta vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K); • Fornecem ácidos graxos essenciais – ácido linoléico (w-6) e ácido linolênico (w3); • Proteção mecânica e manutenção da temperatura corpórea; • Síntese de estruturas celulares, como a membrana plasmática; • Síntese de hormônios; • Textura, sabor, aspectos nutricionais e densidade calórica nos alimentos Funções dos Lipídios • Função energética – 9kcal/g; • Combustível energético armazenado nas condições de jejum (95% na forma de TG); • Transporta vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K); • Fornecem ácidos graxos essenciais – ácido linoléico (w-6) e ácido linolênico (w3); • Proteção mecânica e manutenção da temperatura corpórea; • Síntese de estruturas celulares, como a membrana plasmática; • Síntese de hormônios; Funções dos Lipídios MAGDALON, Juliana e FESTUCCIA, William Tadeu. Controle da adiposidade por mTORC1. Einstein (São Paulo) [online]. 2017, vol.15, n.4 [citado 2021-03-29], pp.507-511 Lipídios – classificação 04 Nutrição Humana ARA0981 Classificação dos lipídios Ácidos graxos • Podem ser classificados de acordo com: • Número de carbonos, • Número de ligações duplas, • Posição das ligações nas cadeias. • 2 a 6 carbonos AGCC voláteis e solúveis em água (acético e propiônico) • 8 e 12 carbonos AGCM óleo de coco • 14 e 24 carbonos AGCL mais comuns nos alimentos (animal e vegetal) Ácidos graxos Ácidos graxos Saturados: • Não contém dupla ligação; • Quanto maior a cadeia hidrocarbonada maiores serão: o peso molecular, o ponto de fusão e a insolubilidade; • Os mais comuns em alimentos são os de cadeia longa, com pelo menos 16 carbonos palmítico (16C) e esteárico (18C) gorduras animais: Palmítico óleo de dendê, banha e sebo, gordura do cacau e gordura do leite Esteárico banha, gordura do leite, manteiga de cacau e óleos vegetais Número de ligações duplas Ácidos graxos saturados presentes nos alimentos Número de carbono Nomenclatura usual Óleo ou gordura em que é mais encontrado 4 Ac. Butírico Leite e derivados 6 Ac. Capróico Leite e derivados 8 Ac. Caprílico Leite e derivados 10 Ac. Capríco Coco e babaçu 12 Ac. Lauríco coco 14 Ac. Mirístico Manteiga e coco 16 Ac. Palmítico Óleo de dendê, banha e sebo, gordura do cacau e gordura do leite 18 Ac. Esteárico banha, gordura do leite, manteiga de cacau e óleos vegetais 20 Ac. Araquídico amendoim Insaturados: • Contem uma ou mais ligações duplas; • Todos apresentam cadeia longa, com pelo menos 14 carbonos; • Alguns apresentam isomeria geométrica cis-trans (ponto de fusão e consistência); • Nos alimentos, os ácidos graxos apresentam elevado percentual de ácidos graxos com isomeria cis; • Na natureza o percentual de isômeros na forma trans é muito baixo. Ácidos graxos Número de ligações duplas Ácidos graxos Insaturados: • As duplas ligações divide-os em dois grupos: Mononisaturados e Poliinsaturados Monoinsaturados: Possui uma única dupla ligação Nº de carbonos Nomenclatura usual Número de duplas ligações Posição da primeira dupla Óleo, gordura ou alimento onde é mais encontrado 16 Ac. Palmitoleico 1 n-7 Peixe, carne bovina 18 Ac. Oleico 1 n-9 Oleaginosas, azeite e gordura animal 20 Ac. Eicosaenoico 1 n-9 Óleo de peixe Ácidos graxos Insaturados: • As duplas ligações divide-os em dois grupos: Mononisaturados e Poliinsaturados Poliinsaturados: Possui duas ou mais duplas ligações Nº de carbonos Nomenclatura usual Número de duplas ligações Posição da primeira dupla Óleo, gordura ou alimento onde é mais encontrado 18 Ac. linoleico 2 n-6 Óleos vegetais (açafrão, algodão, gergelim, milho e soja) 18 Ac. linolênico 3 n-3 Óleo de soja, canola e linhaça, peixes e crustáceos, óleo de fígado de bacalhau 20 Ac. araquidônico 4 n-6 Óleo de amendoim, gema de ovo, fígado Ácidos graxos Sistema ômega de nomenclatura dos AG: • Facilita a identificação da essencialidade dos ácidos graxos; • Essa nomenclatura se baseia na posição das duplas ligações dos ácidos graxos contadas a partir do grupo metil (- CH3) e não da carboxila (-COOH); • Utiliza-se a letra “w” (ômega) ou “n”. W-3 à linolênico, EPA (eicosapentaenoico) e DHA (docosa-hexaenoico) W6 à linoléico, araquidônico W-7 à palmítico W-9 à oléico Posição na cadeia • Os ácidos graxos essenciais são ácidos graxos poliinsaturados, que apresentam duplas ligações cis, pertencentes às famílias w-3 ou w-6, que não podem ser produzidos pelos humanos, sendo ingeridos pela dieta: Influencia várias funções relacionadas a membrana, tais como ligação de hormônios e atividades associadas a enzimas e transportadores Considera-se AGE provenientes da série w-3 (linolênico) e w-6 (linoléico), pois são precursores dos demais ácidos graxos das suas séries Ácidos Graxos Essenciais (AGE) Ácidos Graxos Essenciais (AGE) • Os ácidos graxos essenciais: Estrutura dos fosfolipídeos que são componentes importantes das membranas e da matriz estrutural de todas as células Precursores de eicosanóides (coagulação sanguínea; processos antiinflamatórios e na resposta imune) W3 W3 e W6 Ácidos Graxos Essenciais (AGE) Ácidos Graxos Essenciais (AGE) • Óleo de linhaça (57%), canola (8%) e soja (7%) são fontes vegetais de w-6; • As fontes de ácidos graxos w-3 de cadeia longa são primariamente marinha: óleo de fígado de bacalhau, cavala, salmão, ostra e camarão; oleaginosas. A proporção ótima é estimada em 2:1 a 3:1 ômega-6/ômega-3 Deficiência de AGE São observadas clinicamente e podem ser diferenciadas por sintomas predominantes: • Deficiência de w-6: retardo do crescimento, lesões de pele, insuficiência reprodutora, fígado gorduroso e polidipsia; • Deficiência de w-3: prejudica crescimento e reprodução, porém associada a redução do aprendizado, visão prejudicada e polidipsia. Atualmente, ao distúrbio de hiperatividade e deficiência de atenção; • As proporções anormais de w-3 e w-6 mudanças na composição de lipídeos da membrana vascular e incidência aumentada de aterosclerose e distúrbios inflamatórios. Fontes alimentares de Ácidos Graxos Grupo de Ac. Graxo Carnes, aves e peixes (%) Gorduras e óleos (%) Laticínios (%) Leguminosas e nozes (%)Ovos (%) Outros (%) SFA 39 34 20 2 2 3 MUFA 35 48 8 4 2 3 PUFA 18 68 2 6 2 6 Ácido linoleico conjugado (CLA) • Conjunto de isômeros do ácido linoléico (18:2 n-6) • Carne, leite e derivados lácteos • Potencial anticarcinogênicos, antiaterogênicos, hipotensivos, antioxidantes e antilipogênicos em estudo; redução na atividade da lipase lipoprotéica (LPL) redução da deposição de lipídios e aumento da lipólise MOURAO, Denise Machado et al. Ácido linoléico conjugado e perda de peso. Rev. Nutr. [online]. 2005, vol.18, n.3 [cited 2021-03-29], pp.391-399 Estudos com humanos não demonstram a mesma eficácia Ácido alfalinolênico conjugado (CLNA) • Conjunto isômeros posicionais e geométricos do ácido octadecatrienoico (C 18:3) – duplas ligações • óleos de sementes (romã) • Processamento de óleos vegetais • supressores potentes do crescimento de células tumorais humanas e como mo-deladores do metabolismo lipídico em animais • CLNA metabolizado a CLA (estudos com efeitos ainda mais limitados) Triglicerídeos (TG) • São ésteres formados por uma molécula de glicerol ligado a três moléculas de ácidos graxos; • Nos humanos, o TG são armazenados no tecido adiposo, possuem função de reserva de energia e, independente do tipo de AG presente possuem a relação de 9kcal/g., • Homem adulto eutrófico (70 kg): 10 a 15 kg de TG – não carreia água de hidratação Triglicerídeos (TG) A composição e a posição dos ácidos graxos nos triacilgliceróis podem afetar sua biodisponibilidade, pois interferem na hidrólise pelas lipases digestivas e na absorção. Triglicerídeos (TG) • Os TG presentes na dieta são ingeridos como óleos e gorduras; Óleo líquidos à temperatura ambiente (25ºC) e compostos por ácidos graxos contendo um grande número de MUFAS e PUFAS. Podem ser de origem vegetal (soja) ou animal (óleo de peixe). Gorduras sólidas à temperatura ambiente e compostas por ácidos graxos saturados e insaturados trans Triglicerídeos (TG) 100 a 150 g lipídeos/dia 95 a 98% TG Fosfolipídeos • São lipídeos que contém glicerol, 2 moléculas de ácidos graxos e um radical fosfato; Função: • Formar a bicamada lipídica das membranas plasmáticas das células animais; • Atuam como emulsificantes presentes na bile; • Sabe-se que os fosfolipídeos presentes nas membrana da retina e dos neurônios são ricos em w-3, em especial EPA e DHA; • Podem ser introduzidos pela ingestão dietética de ácido alfa linolênico ou pela ingestão de EPA e DHA. • Dieta - PUFA membrana mais sólida e menos fluida Lipoproteínas Complexos solúveis de proteínas (apolipoproteínas) e lipídios que transportam lipídios na circulação FRANCISCATO, C.S.M.; (ORGS.), C.C. Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição: nas Diferentes Fases da Vida, na Saúde e na Doença: Editora Manole, 2013. Esteróis • São lipídeos que possuem um núcleo esteróide; - Esteróides de origem vegetal são os fitoesteróis – ingestão de cerca de 250mg/dia; - Ergoesterol é um esterol presente nos fungos; - O colesterol é o principal esterol de origem animal; • Pode ser de origem endógena (síntese ocorre no fígado – 70%) ou exógena (ingestão dietética – leites e derivados, carnes, aves, peixes e frutos do mar, ovos ou produtos industrializados – 30%) O colesterol é o principal esterol presente na fração lipídica de alimentos exclusivamente de origem animal; Esteróis • Funções do colesterol (formas livre e ésteres de colesterol): • Estrutural presente nas membranas plasmáticas – confere fluidez às membranas; • Precursores dos ácidos biliares atuam como agentes emulsificantes e participam da digestão dos lipídeos da dieta e são o meio para a excreção de colesterol nas fezes; • Precursor da vitamina D3 produzida como pró vitamina a partir da incidência da luz solar na pele; • Precursor de hormônios sexuais masculinos e femininos (testosterona, progesterona); Lipídeos sintéticos • O principal lipídeo sintético é o Triglicerídeo de Cadeia Média (TCM); • Apesar de ocorrerem naturalmente na gordura do leite, óleo de coco e palmeira, também são produzidos comercialmente (óleo TCM) como um subproduto na produção da margarina. • Fornecem 8,25kcal/g. • Rapidamente absorvidos e transportados pelo organismo (combustível para provas de longa duração; nutrição enteral – patologias gastrintestinais) • Sugere-se a redução de armazenamento na forma de tecido adiposo; Lipídios – digestão e absorção 05 Nutrição Humana ARA0981 Digestão dos lipídeos • Os adultos ingerem cerca de 100 a 150g de lipídeos por dia; • Os triacilgliceróis correspondem a maior parte desse total; • Os fosfolipídeos, o colesterol, os fitoesteróis e vitaminas lipossolúveis correspondem ao restante e necessitam ser digeridos para poder atravessar as membranas das células intestinais; Insolúveis em água As soluções do TGI são aquosas representando um obstáculo na digestão Lipase lingual Lipase gástrica Hidrolisa parte dos triglicerídeos AGCC e AGCM Lipase pancreática (sn-1 e sn3) Enterogastrona Inibe a motilidade gástrica e estimula secreção pancreática CCK Secreção biliar e pancreática AG livres e 2- monoacilgliceróis (1 AG+1 glicerol) Fosfolipase (sn-2, fosfolipídeos) Ácidos graxos sn3 glicerol Colesterol esterase Digestão dos lipídeos • Na cavidade oral salivação e mastigação Quebra das partículas de gordura Lipase lingual Ácidos graxos sn3 • No estômago Lipase gástrica Atua nas ligações entre o glicerol e AGCC e AGCM * As lipases secretadas no estômago não agem sobre os ácidos graxos de cadeia longa, principais componentes dos triacilgliceróis. • No duodeno: • Cerca de 70% do triacilgliceróis permanecem intactos e necessitam da ação da bile Digestão dos lipídeos Secreção de ácidos biliares, pigmentos biliares e colesterol Permite a divisão e formação de gotículas lipídicas menores Causam a emulsificação da gordura • No duodeno: • Ácidos graxos ligados na posição sn2 dos monoglicerídeos, os fosfolipídeos e os ésteres de colesterol são resistentes à ação da lipase pancreática, necessitando de outras enzimas: Digestão dos lipídeos Lipase pancreática Produz monogliceróis e ácidos graxos livres Hidrolisa as ligações éster nas posições sn1 e sn3 do glicerol Fosfolipase e colesterol esterase Emulsificação dos lipídeos da dieta • Agentes emulsificantes são substâncias que funcionam como detergentes, que dispersam os lipídeos insolúveis em água no meio aquoso presente no TGI; • Bile é um fluido que contém ácidos biliares e fosfolipídeos detergente biológicos; • Ao ser liberada no intestino, formam gotículas de emulsão que aumenta a superfície de contato entre a enzima e o substrato; • Bile produzida no fígado e é armazenada e concentrada na vesícula biliar • CCK estimula sua liberação a partir da contração da vesícula • Diminuição ou ausência dos ácidos biliares : esteatorreia Formação das micelas • Os produtos da ação da lipase gástrica, fosfolipase e colesterol esterase são ainda muito insolúveis em água e a absorção destes pelo enterócito depende da formação de micelas; • Micelas principal veículo para transportar os lipídeos (ácidos graxos livres e monoacilglicerídeos) do lúmen intestinal para a superfície da mucosa onde ocorrerá a absorção; • Transportam vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K); Aplicando o que aprendemos. 08 Nutrição Humana ARA0981 Referências bibliográficas FRANCISCATO, C.S.M.; (ORGS.), C.C. Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição: nas Diferentes Fases da Vida, na Saúde e na Doença. Editora Manole, 2013. MAHAN L K e ESCOTT-STUMP S. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 14ª Edição, Ed. Elsevier, 2018. Rossi, Luciana Tratado de nutrição e dietoterapia / Luciana Rossi, Fabiana Poltronieri. - 1. ed. -Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2019. ROSS, A.Catharine.; CABALLERO, Benjamin.; COUSINS, Robert J; TUCKER, L. Katherine; ZIEGLER, Thomas, R. Nutrição moderna de Shils na saúde e na doença. 11a. São Paulo: Manole, 2016. Leia mais... "Mecanismosbioquímicos envolvidos na digestão, absorção e metabolismo dos ácidos graxos ômega". Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/251079823_Mecanismos_bioq uimicos_envolvidos_na_digestao_absorcao_e_metabolismo_dos_acidos_g raxos_omega https://www.researchgate.net/publication/251079823_Mecanismos_bioquimicos_envolvidos_na_digestao_absorcao_e_metabolismo_dos_acidos_graxos_omega Assista para aprender mais... Vídeo intitulado "Lipídios: estruturas e funções". Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=sMJ4TZ0ikcc&feature=yo utu.be https://www.youtube.com/watch?v=sMJ4TZ0ikcc&feature=youtu.be Obrigada. Bons estudos! Prof: Cremilda Amaral cremilda.oliveira@estacio.br
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