Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
4º Semestre Imunologia IMUNODIAGNÓSTICO São testes que dependem da ligação de Ag com Ac específicos. Toda vez que se fala de um ensaio diagnostico que utiliza um antígeno na busca de um anticorpo, ou vice-versa, estamos falando de um imunodiagnóstico. A interação Ag-Ac é um tipo especial de reação química e, como tal, sujeita a vários tipos de forças. Doenças infecciosas: Quando se trata de doenças infecciosas existe algumas possibilidades de diagnóstico 1- Detectar o agente- através do isolamento (cultura do agente), ou de ensaios moleculares (PCR). 2- Detectar a resposta do organismo contra o agente. APLICAÇÕES CLÍNICAS -Finalidades de pesquisa. -Diagnóstico. -Inquéritos epidemiológicos. -É mais barato que fazer o isolamento do microrganismo. Exemplos: Teste de biologia molecular: Visa detectar o material genético do vírus. Coleta-se uma amostra e procura-se por amplificação do material genético a presença do agente. Teste rápido e sorológico: Procuram anticorpos. O sorológico realizado em laboratório consegue diferenciar a presença de IgM ou a presença de IgG. Se o paciente tiver alta concentração de IgM quer dizer que ele está no período agudo da doença. Se for detectado maiores concentrações de IgG do que de IgM quer dizer que o paciente já está na fase de proteção transitória. A grande maioria dos testes rápidos são detectores de IgG, alguns detectam IgM também. O teste é realizado através de uma gota do soro do paciente que é colocado no dispositivo para ver se ocorre a interação entre antígeno e anticorpo, se houver, uma linha será formada. TIPOS DE IMUNODIAGNÓSTICOS Precipitação Foram as primeiras a serem utilizadas. Está baseada no fato de que os complexos Ag-Ac formam uma malha de grandes agregados insolúveis, que são possíveis de serem visualizados, muitas vezes a olho nu. É um método com baixa sensibilidade, (necessita grande quantidade de anticorpos circulantes), apesar de ter boa especificidade. Sensibilidade: Detecta mesmo quantidades muito pequenas daquilo que você está procurando. Especificidade: Teste que reações falso positivo quase não existem. Vantagem: Teste barato e com boa especificidade. Desvantagem: Existem vários fatores físicos, químicos e biológicos que interferem no resultado. Portanto, tenta-se sempre chegar numa zona de equivalência, em que se consegue visualizar a olho nu, sendo a precipitação máxima. É um diagnóstico lento, demora aproximadamente 48 horas. As reações de precipitação são: -Imunodifusão: Processo pelo qual a substância é transportada de uma parte para outra, como resultado do movimento molecular ao acaso. Isso acontece ou em meio líquido, ou em meio semissólido. Pode se ter um ensaio simples em que se fixa um dos reagentes no suporte e difunde-se o outro, ou, um ensaio duplo em que ambos se movem. É utilizado no diagnóstico de anemia infecciosa equina, mas está sendo substituído pelo ELIZA. Também é utilizado na detecção de influenza em aves e artrite infecciosa caprina. -Imunodifusão dupla. -Imunoletroforese: Processo de separação de proteínas pela migração dessas proteínas em um gel. Identificação de misturas complexas de Ag que são separados em gel de agarose, pela aplicação de uma corrente elétrica. As moléculas migram, distribuindo-se no gel de acordo com os seus PM e cargas elétricas. Teste de “Western Blotting”. No Brasil não é utilizado. É utilizado um anticorpo secundário marcado contra o anticorpo procurado para ser possível a visualização e detecção. Aglutinação Teste bastante simples, baseado na formação de grandes agregados de imunocomplexos. Os agregados se formam porque os anticorpos se ligam em sítios antigênicos iguais e em partículas diferentes, formando grandes agregados visíveis a olho nu. O problema é que nem todos os anticorpos formam esses agregados, apenas algumas enfermidades. Ex: Brucelose. Também é um teste utilizado para saber a compatibilidade sanguínea. Vantagens: Baixo custo, leitura visual e facilidade de execução. Desvantagens: A temperatura interfere no resultado. Reações de aglutinação: Ocorre quando se formam agregados grandes de partículas com múltiplos determinantes antigênicos interligados por pontes moleculares de anticorpos. ■ Ligam-se em dos sítios antigênicos iguais em partículas diferentes; ■ Presença de IgG e IgM; ■ A visualização depende dos agregados formados. ■ Pode ser realizada em placas, tubos ou em lâminas. Imunoensaios Utilizam sinalizadores de interação Ag- Ac com conjugados ligantes. Eles só funcionam porque existe uma alta afinidade do anticorpo com o antígeno que estimulou a sua síntese. Existe uma contraindicação no uso desse diagnostico pois, não se deve utilizá-lo em pacientes vacinados já que a vacinação estimula a produção de anticorpos assim como a infecção. Bactérias podem levar a reações cruzadas pois, os microrganismos serem muito parecidos. Imunocromatografia “Teste rápido” Em uma membrana de nitrocelulose, é inserido, ou o antígeno ou o anticorpo referente á aquilo que se quer diagnosticar. Pode ter ou o ac ou o ag marcado, depende do que se quer detectar. Toda vez que for realizar um teste desse, tem que saber se o teste é de antígeno ou de anticorpo. Pois, se houver busca por anticorpo e o animal for vacinado, poderá aparecer um falso positivo. Testes que procuram o ag também podem dar falsos positivos. ■ Duas fases ■ Na primeira fase – SORO TESTE (anticorpo) + o antígeno + complemento são misturados e incubados. – Se TIVER AC, o complexo antígeno- anticorpo é formado e o complemento é fixado. Exemplo: Teste de gravidez- nesse teste se detecta o hormônio beta-Hcg, produzido pela fêmea gestante. Então na membrana se coloca um anticorpo anti-beta-Hcg, se houver o hormônio ele irá migrar através da membrana e entrará em contato com o anticorpo marcado, aparecendo a linha. Fixação de complemento Também é um teste que está caindo em desuso, era o exame mais realizado para o teste do mormo e vem sendo substituído pelo ELIZA. Este teste vai utilizar algumas funções das proteínas do sistema completo, que são: 1- Lise direta da célula. 2- Opsonização e auxílio ao anticorpo. 3- Auxiliar a diapedese. 4- Ajudar na limpeza imune. Esse teste se baseia na função lítica do sistema complemento, quando se liga a um complexo Ag-Ac. É um ensaio feito em 2 fases: Fase 1– SORO TESTE (anticorpo) + o antígeno + complemento são misturados e incubados. – Se TIVER AC, o complexo antígeno- anticorpo é formado e o complemento é fixado. -Se não tiver Ac, o complemento vai ficar livre (disponível). Fase 2- Um complexo formado por hemácia (de carneiro) +anticorpo anti- hemácia – o qual funciona como um complexo revelador, é adicionado à mistura. – Se o complemento foi fixado na primeira fase - não estará mais ativo ou disponível para atuar no complexo hemácia-anticorpo e, assim, as hemácias permanecerão intactas e não serão lisadas – Positivo -Se o complemento não for fixado, estará disponível e as hemácias sofrerão lise- Negativo. Desvantagens: Pode ter resultados inconclusivos e a dificuldade de se conseguir o sangue de carneiro. Teste de neutralização Bastante utilizado para cinomose. Usado para identificar e mesurar toxinas. ▪ Estimam a habilidade de anticorpos em neutralizarem, a atividade biológica do Ag quando misturados in vitro. Esse ensaio só funciona em doenças que provocam efeitos citopáticos nas células. ▪ Identificar toxinas bacteriana. ▪ Impedimentode vírus de infectar células após Ac específico ter se combinado e bloqueado seus sítios críticos de ligação. ▪ Mensuração de Ac antivirais. Vírus infeccioso – neutralizado por anticorpos específicos - perde a capacidade de infectar células permissivas. Duas etapas 1.Vírus infeccioso + amostra do paciente - incubados para que ocorra a interação vírus-anticorpo. 2.Alíquotas da mistura vírus-anticorpo – inoculadas num hospedeiro permissivo, geralmente cultura de células. Após a incubação, a cultura é observada para visualizar se houve efeito citopático. Se os anticorpos se ligaram ao vírus na primeira etapa – neutralizado e não irá infectar a cultura de células. Consequentemente, não haverá Efeitos citopáticos. POSITIVO. Como o paciente tinha anticorpos, bloqueou a ação do vírus (positivo). Se os anticorpos não se ligarem ao vírus na primeira etapa – vírus permanecerá infeccioso e irá infectar a cultura de células. NEGATIVO. Produzindo efeitos citopáticos. Imunohistoquímica\Imunocitoquí mica É um teste imunológico que utiliza uma reação química nos tecidos ou nas células. Nesse teste se procura o agente e não o anticorpo. Localiza-se o epítopo de interesse em cortes de tecido, o tecido é do ser vivo e conservado/ fixado por congelamento ou por métodos químicos (formaldeído) e embebido em parafina. Depois, são obtidas secções muita finas, que são colocadas em laminas de vidro. Encuba-se o material contra os agentes que se quer identificar. Ex.: Se estiver procurando toxoplasma, encuba a lamina com anticorpo anti-toxoplasma. A reação vai aparecer pois o anticorpo está marcado com algum substrato químico. É possível localizar os Ag nos componentes histológicos e celulares, mantendo a arquitetura original do tecido circundante, É utilizado não só para identificar o agente, mas também tumores, estadiamento e malignidade. É um método de análise dos tecidos via microscópio, que permite a visualização de características moleculares das doenças (inflamatórias, infecciosas e neoplasias). Pode analisar biopsias e aspirações. Imunofluorescência Baseia-se na capacidade das moléculas de anticorpo se ligarem covalentemente a fluocromos (Ac marcados), mantendo a especificidade contra o antígeno. A imunofluorescência possui o mesmo processo que a Imunohistoquímica, só que está marcada com uma substância que resultará em uma fluorescência. É um diagnóstico 100% confiável. Se o paciente for negativo, a reação não apresentará cor. A desvantagem da imunofluorescência é a necessidade de se ter um microscópio de fluorescência (bastante caro). ELISA- Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay Objetivo: Detectar a presença de antígenos e anticorpos. Realiza a quantificação da concentração da amostra em análise ou relato dos valores das absorbâncias (expressão do resultado em unidades). Detecção de anticorpo: Fixa-se antígeno na placa. Detecção de antígeno: Fixa-se anticorpos na placa. Vantagens: - Sensibilidade, especificidade e simplicidade da técnica; -Cuidados com interferentes, reações cruzadas – Versatilidade, rapidez, baixo custo e objetividade da leitura. -Quantificação. Desvantagens - Erros operacionais, variáveis analíticas -Adaptação a diferentes graus de automação. - Instabilidade dos reagentes. - Influência em manipulações e do equipamento. O kit manda o antígeno secundário marcado que vem de uma outra espécie sem ser a analisada. Se for positivo vai ficar marcado e aparecerá uma cor, se for negativo não vai ter cor nenhuma. Titulação É a diluição, significa o tanto de vezes que o soro do paciente é diluído e continua apesentando anticorpos contra determinado agente. Quanto maior a quantidade de anticorpo circulante, maior a chance de se estar diante de uma doença e não de uma vacinação. Titulação ou sorologia pareada: repte o procedimento após 15 dias. Curva padrão: Você faz a diluição e conhece o que tem dentro de cada parte da placa. Citometria de fluxo Separa as células pelo seu tamanho, granulosidade e fluorescência de acordo com o anticorpo utilizado. É um equipamento muito sensível. Desvantagem- Extremamente caro. Júlia Marcello- Universidade de Sorocaba 2020.
Compartilhar