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O LÚDICO NA APRENDIZAGEM


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O lúdico na Aprendizagem 1
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1
Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária 1
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O LÚDICO NA 
APRENDIZAGEM
O lúdico na Aprendizagem 1
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1
Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária 1
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Fernandes, Ana Cleide, 2020.
O Lúdico na Aprendizagem - Belém, PA: Faculdade Estratego.
25 páginas.
O lúdico na Aprendizagem 2
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s
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3
1. A ORIGEM DA EDUCAÇÃO LÚDICA ..............................................................................................4
2. IMPORTÂNCIA DO LÚDICO ................................................................................................................13
3. O LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ..........................16
4. O QUE A LUDICIDADE DESENVOLVE? ...........................................................................................20
5. O LÚDICO COMO INSTRUMENTO NA FORMAÇÃO DOCENTE ................................23
6. O QUE SÃO RECURSOS LÚDICOS .................................................................................................28
7. LUDICIDADE E O MEIO AMBIENTE ................................................................................................31
8. COMO E QUANDO UTILIZAR OS JOGOS ..................................................................................35
9. BRINQUEDOTECA: A IMPORTÂNCIA DO CANTINHO LÚDICO ..................................37
10. O RESULTADO OBTIDO ATRAVÉS DO LÚDICO ...................................................................39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................39
*
* A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF.
O lúdico na Aprendizagem 3
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INTRODUÇÃO
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem 
e estarem no mundo deve ser o grande desafio da educação infantil. Embora os 
conhecimentos derivados da psicologia, antropologia e sociologia possam ser de 
grande valia para desvelar o universo infantil apontando algumas características 
comuns de serem, elas permanecem únicas em suas individualidades e diferença.
O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, 
possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, 
habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças 
e com os adultos. “As brincadeiras são linguagens não verbais, nas quais a criança 
expressa e passa mensagens, mostrando como ela interpreta e enxerga o mundo”. 
Brincar é um direito de todas as crianças do mundo, garantido no Principio VII da 
2 Declaração Universal dos Direitos da Criança da UNICEF1.
É uma atividade de grande importância para a criança, pois a torna ativa, 
criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz 
feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária. As 
atividades lúdicas possibilitam fomentar a “resiliência”, pois permitem a formação do 
autoconceito positivo; As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da 
criança, já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive 
socialmente e opera mentalmente.
O lúdico na Aprendizagem 4
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1. A ORIGEM DA EDUCAÇÃO LÚDICA
O que é lúdico?
Origem do lúdico:
A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. A atividade lúdica 
surgiu como nova forma de abordar os conhecimentos de diferentes formas e 
também uma atividade que favorece a interdisciplinaridade.
Quem foi Platão?
Platão foi discípulo de Sócrates e um dos mais importantes filósofos da 
Grécia Antiga. No período antropológico, iniciado a partir das ideias socráticas, 
Platão destacou-se por ter lançado a sua teoria idealista e por ter deixado escrita 
a maioria dos textos conhecidos hoje sobre Sócrates.
O idealismo platônico
O idealismo platônico consiste, basicamente, em uma distinção entre 
conhecimento sensível, inferior, que seria obtido pelos sentidos do corpo, e 
conhecimento inteligível, superior e ideal, que acessaria a verdade sobre as 
coisas.
Conhecimento sensível e inteligível
O conhecimento inteligível seria aquele que permite o nosso acesso ao ser 
e à essência de algo, que seria imutável, ao contrário da aparência, que pode 
enganar-nos. O conhecimento inteligível estaria no Mundo das Ideias e das 
Formas, enquanto o conhecimento sensível estaria em nossa realidade material.
O Mundo das Ideias ou das Formas seria a realidade intelectual, verdadeira, 
eterna e imutável, que pode ser acessada apenas por meio da capacidade 
racional do ser humano. Nessa instância, estariam as essências das coisas, os 
conceitos, as ideias fixas e imutáveis que descrevem essencialmente cada ser ou 
objeto existente.
O lúdico na Aprendizagem 5
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Já o mundo sensível seria a realidade com a qual nos defrontamos em 
nosso mundo prático, que experimentamos. Essa realidade sensível é ilusória e 
enganadora, Daí vem o jargão popular no qual Platão inspirava-se: as aparências 
enganam.
Na história antiga há relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por toda 
a família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Destacamos 
que para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um 
entendimento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção.
Os povos primitivos davam à educação física uma importância muito grande 
e davam total liberdade para as crianças aproveitarem o exercício dos jogos 
naturais, possibilitando assim que esses pudessem influenciar positivamente a 
educação de suas crianças.
Platão, já em meados de 367 a.C., apontou a importância da utilização dos 
jogos para que o aprendizado das crianças pudesse ser desenvolvido. Afirmava 
que em seus primeiros anos de vida os meninos e meninas deveriam praticar 
juntos, atividades educativas através dos jogos.
Rabelais (François), no século XV, já proclamava que o ensinamento deveria 
ser através dos jogos, dizendo a todos que deveriam ensinar às crianças o gosto 
pela leitura, pelo desenho, pelos jogos de cartas e fichas que serviam para ensinar 
a aritmética e até mesmo a geometria.
Outros teóricos também contribuíram para que o lúdico pudesse ser utilizado 
na educação dentro do processo de ensino e aprendizagem. Destacamos: 
Rousseau e Pestalozzi, Vygotsky e Piaget.
Segundo as teorias de Vygotsky o ser humano se desenvolve a partir do 
O lúdico na Aprendizagem 6
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aprendizado, que envolve a interferência direta ou indireta de outros seres 
humanos, sendo que a mediação faz a diferença, interferindo na relação de 
aprendizagem da criança e fazendo com que as funções psicológicas superiores 
se desenvolvam no ser humano. Cita que o jogo é um instrumento importante 
para esse desenvolvimento, sendo que os jogos e suas regras criam nos alunos 
uma zona de desenvolvimento proximal (ZDP), proporcionando desafios e 
estímulos para a busca de conquistas mais avançadas, ensinando também a 
separar objetos e significados.
Vygotsky também explica que a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) 
é o percurso que o ser humano faz até chegar a um nível de amadurecimento 
real, sendo chamado por ele de zona de desenvolvimento real (ZDR) que é a 
capacidade do ser humano realizar tarefas independentes.
Ao utilizar o lúdico para o ensino o professor está mediando o aprendizado 
dos alunos que, a partir da ZDP pode efetivamente adquirir um conhecimento,proporcionando alterações em sua estrutura cognitiva.
Já Piaget atribui ao jogo um papel essencial para o desenvolvimento infantil; 
acredita que ao jogar as crianças assimilam e transformam a realidade. Propõe 
uma subdivisão dos jogos, por faixa etária, sendo elas:
• Primeira etapa - para crianças de zero a dois anos de idade que ele chama de perío-
do sensório-motor, as crianças repetem situações simplesmente por prazer;
• Segunda etapa - para crianças de dois a sete anos que ele chama de período pré-
-operatório em que as crianças não fazem o exercício mental, mas sim a representa-
ção do ocorrido.
Na dimensão lúdica, a aprendizagem dá-se através da prática de jogos, 
brinquedos e brincadeiras visando promover o desenvolvimento integral do 
aluno. Platão defendia o conceito de um sistema educacional para o seu tempo, 
mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política, onde 
preconizava que educar era tão importante e tinha como fim a busca da felicidade 
e compromisso de toda a sociedade. Dessa forma o lúdico já existia na história 
Greco-romana como prática educativa. Assim, sendo, Platão que, paradoxalmente 
sustenta grande parte da pedagogia atual.
“Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas 
como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual 
a disposição natural de cada uma.” Platão
Os índios, os portugueses e os negros foram os precursores dos atuais 
modelos e maneiras de desenvolvimento do lúdico que mantemos até hoje, no 
Brasil. Nos últimos séculos, houve no Brasil, uma grande mistura de povos e raças, 
cada qual com suas culturas, crenças, educação.
O lúdico na Aprendizagem 7
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Umas diferentes das outras e também com sua forma de desenvolvimento 
da ludicidade entre seus pares; todavia essa herança torna nosso país ainda mais 
rico do ponto de vista cultural e educacional.
Toda herança cultural e educacional deve ser utilizada para o aprendizado 
universal de nossos alunos, haja vista que lidamos com várias etnias, raças e povos 
e, portanto, devemos resgatar e desenvolver o que de mais importante houver de 
cada uma para o ensino dos alunos nos dias atuais.
Os jogos e brincadeiras que temos hoje são originários dessa miscigenação que 
ocorreu nesse período, mas é incerto afirmar de qual povo exatamente seriam 
suas origens. O que devemos ressaltar é justamente é, possuímos é um material 
importante trazido como herança dos nossos antepassados e que devem ser 
preservados, valorizados e utilizados para o ensino dos nossos alunos, sempre 
estimulando o resgate histórico que merece cada um deles.
Os índios sempre se fizeram valer de seus costumes para ensinar seus filhos a 
caçar, pescar, brincar, dançar; uma maneira lúdica do aprendizado e que representa 
a cultura, a educação e a tradição de seus povos. Seus filhos constroem seus 
próprios brinquedos com materiais extraídos da natureza; caçam e pescam com 
o olhar diferente dos adultos e seus objetivos são sempre o de brincar e se divertir 
sem que de fato o façam para sua real necessidade de sobrevivência.
Os negros também trouxeram seus costumes, semelhante aos dos índios, 
sendo necessária, desde criança, a construção de seus próprios brinquedos, 
saber pescar, nadar, caçar. Cultura, educação e tradição desenvolvidas de forma 
criativa, lúdica, e que ao mesmo tempo satisfazia suas reais necessidades de 
sobrevivência.
Os filhos dos portugueses quando vieram para o Brasil não tinham seus 
contatos com a ludicidade como atos para a sobrevivência, o tinham como ato de 
lazer e para seu enriquecimento intelectual. Seus costumes, trazidos de Portugal, 
eram totalmente diferentes dos existentes no Brasil dos índios e dos trazidos pelos 
negros, em suas bagagens, nos navios negreiros da África até aqui.
O lúdico na Aprendizagem 8
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Já no final da Idade Média e início da Idade Moderna em meados do século 
XV a Igreja Católica, tornou- se responsável por extinguir os jogos da educação 
por considerar o jogo algo profano. Seu uso para o ensino, volta a ter destaque 
logo em seguida com os jesuítas, mas que não se perpetuou, pois em meados de 
1758 os jesuítas foram expulsos e o Brasil ficou sem nenhum sistema organizado 
de ensino. Hora ou outra vinham professores enviados de Portugal para ministrar 
cursos, tais como o curso de álgebra, segundo uma carta régia de 1799, sobre o 
ensino de matemática no Brasil.
Citando o século XX, tivemos algumas propostas novas, como a Pedagogia 
Nova, ajudando a estruturar um novo olhar para o ensino, além do Positivismo e o 
Tecnicismo do Ensino de Ciências.
Nas primeiras décadas do século XX, o aprender fazendo, a pesquisa 
investigatória, o método da redescoberta, os métodos de solução de problemas 
como também as feiras e clubes de ciências foram as grandes mudanças ocorridas 
para um ensino que até então não tinha essa preocupação.
A Revolução de 1930 que pôs fim à Primeira Republica, se tornou um dos 
movimentos mais importantes no Brasil, e também para a educação brasileira. 
Todos valorizavam o papel que a educação deveria cumprir para sua realização, 
coerentemente com o seu horizonte ideológico.
Foi então criado o Ministério da Educação e Saúde Pública, tendo Francisco 
Campos, o primeiro Ministro da Educação.
Esse olhar para a educação surgiu a partir da necessidade do sistema 
econômico, pois a Revolução de 30 ficou marcada pela abertura do Brasil para 
o mundo capitalista de produção, e o Brasil, por ter acumulado muito capital até 
então, passou a investir no mercado interno e na produção industrial. A partir daí 
temos uma nova realidade que era a necessidade de mão de obra especializada e 
para tal era preciso investir na educação.
Em 1932 foi lançado por um grupo de educadores, o Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova, dirigido ao povo e ao governo, o documento apresentava 
a diversidade teórica e ideológica do grupo que o concebeu, mas com ideias 
consensuais.
Destacamos a proposta de um programa de reconstrução educacional em 
âmbito nacional e o princípio da escola pública, leiga, obrigatória, gratuita e do 
ensino comum para ambos os sexos, que deu resultados num curto espaço de 
tempo, pois já na promulgação da nova Constituição em 1934, a educação passa a 
ser direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos. 
Após a reforma o currículo do ensino secundário passou a ser seriado, com a 
disciplina de matemática reunindo a aritmética e a geometria. Da década de 30 
até a década de 50, quase não houve alterações no ensino da matemática.
O lúdico na Aprendizagem 9
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Somente em 1955, com a realização do I Congresso Brasileiro de Ensino 
da Matemática em Salvador, é que foi reconhecido que o currículo secundário 
precisava ser atualizado, com o propósito de ser mais entrosado com o conteúdo 
do ensino universitário. Pelo mundo afora ocorria o mesmo movimento, mas com 
outros interesses.
A França reconhecia o sucesso da reorganização de todo conhecimento 
matemático numa apresentação axiomática e dedutiva da teoria dos conjuntos 
que Bourbaki 10 realizou. A partir daí diversos educadores também propuseram 
a mesma organização no domínio da matemática elementar, colocando-a como 
elo entre a matemática secundária e superior. Temos com o casamento desses 
dois movimentos em torno do ensino da matemática, o nascimento da chamada 
Matemática Moderna que se tornou mundial num curto espaço de tempo.
A Matemática Moderna trazia como proposta a eliminação do ensino da 
matemática baseado na memorização de regras e no treino de algoritmos, 
introduzindo a teoria dos conjuntos na tentativa de unificar a linguagem dos 
vários ramos da matemática, mas mantendo o foco nos procedimentos e isolando 
a geometria.
No Brasil vários grupos de estudos foram constituídos para estudar a 
matemática moderna.
Alguns que foram criados à época: o Grupode Estudos Ensino da Matemática 
(GEEM, São Paulo), o Grupo de Estudos Matemática de Porto Alegre (GEMPA, 
Porto Alegre) e Grupo de Estudos e Pesquisas de Matemática (GEPEM, Rio de 
Janeiro).
O Ministério da Educação, nome atribuído a partir deste ano de 2019, 
quando foi desmembrado o Ministério da cultura (desmembrando a estrutura até 
então do ministério da educação e cultura), apoiou discretamente as mudanças 
provocadas pela matemática moderna.
Somente em meados dos anos 70 é que temos a criação de um movimento 
O lúdico na Aprendizagem 10
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chamado de Movimento de Educação Matemática, com grupos de matemáticos 
e especialistas, organizados para estudos e pesquisas.
Todos esses especialistas tinham o mesmo pensamento de que o ensino de 
matemática, como vinha sendo realizado, estava ultrapassado. Passaram a estudar 
a psicologia de desenvolvimento do conhecimento da criança, além de como 
fazer para avaliá-las de maneira diferente da até então aplicada pelos professores, 
levando em consideração para o ensino da matemática, a realidade vivida pelos 
alunos e que influenciava na sua aprendizagem.
À época foram publicadas várias técnicas e métodos para o ensino da 
matemática, de acordo com pesquisas e estudos realizados por matemáticos e 
especialistas desse movimento, os quais defendiam que a resolução de problemas, 
ao contrário do mecanicismo, ajudava os alunos a compreenderem os conteúdos 
matemáticos, devendo então ser aplicados antes dos conteúdos.
Defendiam a utilização da modelagem para o ensino da matemática, ou seja, 
que ao invés do professor partir das teorias matemáticas para o ensino, que a 
realidade dos alunos fosse levada para dentro da escola, dentro da sala de aula 
e que as situações vividas pelos alunos fossem utilizadas como exemplos para o 
desenvolvimento da aprendizagem matemática.
Defendiam que a história da matemática fizesse parte dos conteúdos a serem 
desenvolvidos com os alunos, com o intuito de compreenderem toda a evolução 
matemática e por que aprendê-la naquele momento de sua vida.
Foi feito um movimento importante e fundamental para que os professores 
ao ensinar matemática levassem em consideração as experiências vividas pelos 
alunos no contato com a matemática, no seu cotidiano, pois de alguma forma 
esses alunos já tiveram contato como a matemática, digamos popular, não teórica - 
cientifica, mas fundamental para torná-la significativa para esses alunos, chamado 
de abordagem etnomatemática.
Inclui-se na defesa do movimento de educação matemática a utilização dos 
computadores, mesmo que a título precário, mas que pudesse ser pensado, pois 
na época esse instrumento não era tão acessível como nos dias atuais, mas servia 
como instrumento para o ensino da matemática, principalmente para a utilização 
de jogos na relação de ensino e aprendizagem matemática.
Silvia Batista fundamenta tais defesas quando cita que:
Pensar a educação na sociedade da informação exige considerar um leque 
de aspectos relativos às tecnologias de informação e comunicação, a começar 
pelo papel que elas desempenham na construção de uma sociedade que tenha a 
inclusão e a justiça social como uma das prioridades principais.
Vemos que se tornou um movimento audacioso e que propunha uma verdadeira 
revolução no ensino da matemática, até então tradicional e mecanicista, e que 
atendia aos reais interesses políticos esperados que a educação proporcionasse 
https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6
https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6
https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6
https://soundcloud.com/darlan-conrado/didatica-no-ensino-pergunta-2/s-uOLHr?in=darlan-conrado/sets/didatica-no-ensino/s-X3cN6
O lúdico na Aprendizagem 11
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– não aos interesses educacionais dos profissionais que discutiam a educação 
como mecanismo de desenvolvimento do indivíduo e que implicitamente está se 
tornasse de fato transformadora social.
No final do século XX, já nos últimos anos, temos um avanço significativo 
no Brasil, com a publicação dos PCNs, os Parâmetros Curriculares Nacionais, 
propondo quais objetivos deveriam ser alcançados ao final de cada ciclo em que 
o aluno estudasse, proposta de quais conteúdos deveriam ser desenvolvidos, 
mecanismos de avaliação, orientações didáticas, para os professores.
Um material muito bem elaborado e disponibilizado pelo Ministério de 
Educação. A proposta do ensino da matemática foi elaborada por profissionais do 
Movimento de Educação Matemática, com objetivos totalmente diferentes dos 
propostos em documentos anteriores, conforme traz o próprio PCN da área de 
matemática.
Propondo também que:
A Matemática é componente importante na construção da cidadania, na 
medida em que a sociedade utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e 
recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar. A aprendizagem 
em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; 
aprender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em 
suas relações com outros objetos e acontecimentos. Recursos didáticos como 
jogos, livros, vídeos, calculadora, computadores e outros materiais têm um papel 
importante no processo de ensino aprendizagem. Contudo, eles precisam estar 
integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão, em última 
instância, a base da atividade matemática. (PCNs, 1997).
Contudo diante de todas as contribuições históricas, cada qual em sua época, 
e para a busca de atingir um melhor ensino da matemática, acreditamos que as 
últimas décadas do século XX, foram as que do ponto de vista social trouxeram 
avanços significativos esse ensino.
O uso do lúdico no ensino da matemática embora tão utilizado em todas 
as épocas, perpassando por vários sistemas, ficou fortalecido com os estudos 
e pesquisas das áreas das ciências humanas que tratam do desenvolvimento 
cognitivo da criança. Temos a Psicologia, a Pedagogia e até mesmo a Sociologia 
estudando como o convívio social das crianças influencia no seu aprendizado, 
dando ênfase à utilização do lúdico como objeto de estudo e pesquisa para o 
desenvolvimento da criança.
Passamos então a ter estudos publicados que tratam da educação lúdica 
não somente como um ato simplista de brincar, sem qualquer relação com o 
desenvolvimento do ser humano, sendo considerado em qualquer fase da vida, 
um instrumento relacional com o conhecimento.
Podendo esta, ser desenvolvida como uma ação isolada ou coletiva e até mesmo 
O lúdico na Aprendizagem 12
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indireta com o ato de conhecimento. Desenvolvendo um pensamento crítico, 
reflexivo e ativo no ser humano, enriquecendo seu senso de responsabilidade e 
cooperativismo, proporcionando a este uma apropriação das funções cognitivas 
e sociais para seu desenvolvimento.
Com o Movimento de Educação Matemática nas últimas décadas do século 
XX e as teorias das Ciências Humanas para o ensino e aprendizagem, o uso do 
lúdico para o ensino da matemática se tornou mais valorizado como instrumento 
metodológico. Com ênfase total a partir de sua inserção nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais em 1997, publicação que passou a nortear o atual modelo 
de ensino no Brasil.
O lúdico na Aprendizagem 13
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2. IMPORTÂNCIA DO LÚDICO
As atividades lúdicas, irá despertar 
na criança muitas habilidades 
importantes como a percepção, 
memorização, imaginação, atenção, 
sua coordenação motora etc. Além 
de contribuir de forma positiva nestes 
aspectos, o lúdico ainda ajuda a criança 
a amadurecer cognitivamente, dessa 
maneira, a criança fará uma assimilação 
dos saberes que se ensina naescola, 
com sua vida familiar e na vida social.
O lúdico no ensino infantil, é sem dúvidas uma estratégia de ensino que vem 
ganhando cada vez mais destaque devido ao seu sucesso no que concerne ao 
estímulo do desenvolvimento cognitivo da criança. Observa-se que o lúdico 
é uma ferramenta importantíssima na educação infantil, ele além de ser um 
ótimo recurso didático é dinâmico e envolvente, e assim, garante resultados 
importantes na educação, é necessário salientar que o lúdico exige do educador 
um planejamento, o professor deve introduzir os objetivos educativos na atividade 
lúdica que se deseja implementar.
O uso de músicas, brincadeiras, jogos, e danças nas salas de aulas elas tem 
como principal objetivo despertar o prazer das crianças em aprender com maior 
facilidade os conteúdos necessários ao seu desenvolvimento, de modo que, 
venha proporcionar um melhor desempenho no período pré-operatório em que 
a criança se encontra.
Segundo Piaget, ele acreditava que a criança no período pré-operatório iria 
começar a desenvolver sua linguagem, e consequentemente irá proporcionar 
modificações em seus aspectos intelectuais.
A música vem sendo um importante aliado dos professores para ensinar de 
forma divertida os conteúdos cabíveis à aprendizagem dos seus alunos, a música 
além de ser um importante traço cultural pode proporcionar aos educandos uma 
melhor reflexão dos assuntos abordados, produzindo assim uma aprendizagem 
significativa, onde os alunos irão assimilar e acomodar o que se ensina.
O ensino de música é um grande exemplo de auxilio aos alunos conhecer 
e interagir com diversos estilos musicais, o que lhes possibilitam interagir com 
a diversidade da cultura nacional. Entretanto, como cada cultura possui suas 
concepções musicais, o seu estilo, suas abordagens e suas concepções musicais 
se tornam únicos.
O PCN de arte (1997,pg.77) mostra que a música é uma boa alternativa para 
O lúdico na Aprendizagem 14
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não só transmitir um determinado conteúdo mais ensina aos alunos interagirem 
entre si, de modo que os mesmos conheçam os mais variados estilos musicais e 
assim contribuir no desenvolvimento intelectual dos educandos, ensinando-os a 
respeitar as diversas concepções musicais.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais incentivam não apenas o ensino de 
música em si, mais orienta que a música seja um instrumento a ser ensinado nas 
escolas, ela é importante quando usada no processo de socialização, a música 
também auxilia na formação de cidadãos participativos, quando usada de forma 
correta contribui para uma aprendizagem significativa.
As brincadeiras é outra atividade lúdica que contribui muito para o 
desenvolvimento intelectual do aluno, o ajuda na sua saúde física e emocional, 
neste caso o brincar deve ser considerado como algo sério, porque na brincadeira 
a criança aprende a compartilhar, dividir, e socializar-se, e desenvolve seu corpo e 
mente.
As brincadeiras infantis assumem um ponto de destaque porque irão 
cooperar para o desenvolvimento cerebral da criança e como consequência de 
isso facilitar o aprendizado da mesma, seria importante que todos os professores 
assumissem um compromisso de colocar em seu planejamento, aulas lúdicas 
afim de descontrair a turma e ensiná-los ao mesmo tempo.
O lúdico é essencial na vivência e crescimento saudável e harmônico das 
crianças. E é importante para a sua formação crítica e criativa.
O ensino lúdico busca envolver a criança para que ela preste mais atenção 
ao que professor está ensinando, o lúdico busca ainda enriquecer, transformar, 
e facilitar a maneira de como o professor deve ensinar seus alunos de maneira 
mais dinâmica, eficiente, onde o educando através dos sentidos aprendam mais 
rápido e de maneira mais prazerosa.
Quanto maior a riqueza de estímulos que a criança recebe melhor será o seu 
desenvolvimento intelectual. Neste sentido as experiências rítmicas musicais 
que permitem uma participação ativa (vendo, ouvindo e tocando) favorecem o 
O lúdico na Aprendizagem 15
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desenvolvimento dos sentidos da criança, ao acompanhar gestos ou dançar ela 
está trabalhando a coordenação motora e a atenção.
Neste caso, o professor deverá usar sua criatividade e utilizar vários métodos 
afim de tornar sua aula mais envolvente, dessa maneira o aluno estará mais atento 
aos conteúdos que estão sendo passados pelo professor, uma técnica muito 
eficaz é o uso de brincadeiras, jogos, músicas e paródias que envolvam o assunto 
abordado, dessa forma o educando estará mais atento pois está continuamente se 
deparando com o novo, com o auxílio de tais métodos há uma melhor assimilação 
e acomodação por parte dos alunos, e desse modo, o próprio aluno passará os 
conhecimentos adquiridos a posteridade.
O ato de brincar é próprio da criança e faz parte de sua identidade, é através de 
jogos e brincadeiras que a criança inicia a construção da sua moral, aprendendo a 
compartilhar, a desenvolver sua inteligência, sua motricidade, enfim, o jogo deve 
ser encarado pelos professores como algo sério e uma importante ferramenta de 
educar.
O lúdico atribuído a educação é uma peça fundamental para obter-se 
objetivos precisos no processo de ensino-aprendizagem, o ato de ensinar 
brincando ou elaborar uma aula que desperte à atenção dos alunos é um desafio, 
mas de muita relevância para que o educando aprenda com maior facilidade, 
assimilando-os e acomodando-os.
O lúdico pode contribuir para o crescimento da criança em todos os sentidos 
necessários ao seu desenvolvimento, ouvindo música, dançando, cantando e 
jogando, a criança tem uma melhor visão do mundo que está inserido, o lúdico 
ainda os leva a serem indivíduos criativos e participativos.
O ato de brincar é importante e compreende emoções necessárias ao 
desenvolvimento cognitivo da criança, um ótimo exemplo disso é a felicidade 
da criança quando é proposto pelo professor uma brincadeira na classe, estes 
estímulos são de muita relevância, uma vez que, a brincadeira pode ser manipulada 
pelo professor afim de subordiná-la a uma didática educativa, dessa maneira a 
criança se diverte e aprende ao mesmo tempo.
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O lúdico na Aprendizagem 17
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das crianças varia dependendo do modo como ela fala, posteriormente esta 
representação vai se alterando conforme a criança vai entendendo a ortografia.
No entanto, isso varia de criança para criança, pois o processo de alfabetização 
é singular.
Frequentemente partimos de um princípio de que é responsabilidade dos 
professores dos anos iniciais trabalharem os conhecimentos necessários para 
o desenvolvimento intelectual e social dos estudantes, fica assim, ao professor 
dos anos iniciais a missão de propiciar o embasamento para a aquisição de 
conhecimentos suficientes, para que o aluno não só desenvolva sua socialização, 
mas também o seu intelectual e que a partir daí ele amplie sua visão de mundo.
Antes da criança saber ler e escrever é preciso que essa criança conheça e 
compreenda o sistema de escrita alfabética, onde é preciso analisar as escritas 
das crianças partindo do pressuposto que as mesmas já reconhecem de alguma 
forma esse mundo da alfabetização e somente a partir do reconhecimento que o 
sistema é inserido na vida da criança. Sendo assim percebe-se que esse processo 
de alfabetização não parte somente da aprendizagem mecânica e decorada, é 
preciso deixar a criança livre, para que a partir daquilo que ela já sabe ir realizando 
as adaptações e as correções necessárias para que a escrita e a alfabetização 
ocorram com propriedade.
Os métodos antigos de alfabetização partiam de representações prontas 
e acabadas, como as cartilhas, e esse método nada convencional, era baseado 
apenas em saber a letras e sons que elas produziam. Todo o trabalho que o 
professor tinha era fazer com que a criança decorasseo som e o traçado das 
letras e assim ela estaria alfabetizada. A partir desse método as crianças apenas 
decoravam, não entendiam o real sentido das palavras, elas não avançavam no 
nível de letramento, pois não lhes era ensinado o papel social da escrita.
Quando se acompanha o processo de escrita da criança percebe-se que 
ela escreve da maneira que ela fala, ela vai criando as hipóteses da escrita das 
palavras, e é preciso deixar a criança agir, para ter- se a compreensão do nível de 
escrita que se encontra e a partir daí propiciar a mediação necessária.
O lúdico na Aprendizagem 18
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As primeiras tentativas de escrita são de dois tipos: traçados ondulados 
contínuos, ou uma série de pequenos círculos ou de linhas verticais, essas 
tentativas de escrita acontecem indiferente da criança estar na escola ou não, é 
um processo natural da escrita.
No livro Psicogênese da Língua Escrita, escrito por Emília Ferreiro e Ana 
Teberosky (1999), estas descrevem sobre os 5 níveis da escrita.
No primeiro nível relatam que “escrever é reproduzir os traços típicos da 
escrita que a criança identifica como a forma básica da mesma”, ou seja, a partir 
daquilo que a criança vê, vai ser base para a sua escrita, por exemplo, no início de 
seu contato com a escrita ela geralmente visualiza as palavras em caixa alta, sua 
reprodução de grafia será separada, letra por letra, mas se a mesma visualizar a 
letra cursiva sua escrita poderá sair toda junta e com forma arredonda, pois ainda 
não consegue definir corretamente seus traços.
Quanto ao segundo nível “a hipótese central é a seguinte: para poder ler 
coisas diferentes, deve haver uma diferença objetiva nas escritas.”. Neste caso a 
escrita já é mais definida, as letras começam a tomar forma, mas ainda é limitado 
o grafismo, pois as formas das letras apenas são mais semelhantes, aqui a criança 
expressa sua vontade de interpretar da maneira correta o que vê.
Em relação ao terceiro nível a criança já compreende melhor que na escrita 
existe mudança, “este nível está caracterizado pela tentativa de dar um valor sonoro 
a cada uma das letras que compõem uma escrita”. Neste caso a compreensão 
é maior e as crianças trabalham com hipóteses para as palavras, como elas 
reconhecem as letras, são elas suas bases e é com o som que elas produzem por si 
só que formam as palavras, como por exemplo, a palavra casa, que é escrita muitas 
vezes como “kza”.
No quarto nível existe a “passagem da hipótese silábica para a alfabética”. É 
neste nível que a criança compreende melhor o processo da escrita e percebe 
que existem jeitos diferentes de escrever cada coisa, e que existe uma quantidade 
de letras necessárias para escrever cada palavra.
O quinto e último nível consiste na escrita alfabética, o fim da evolução da 
escrita. Aqui a criança já compreende que letra emite um som e que junto de 
outra forma outro som, mesmo assim ainda existem dificuldades, mas as maiores 
já foram superadas nos níveis anteriores.
Segundo Andrade “o conceito de letramento não é uma definição simples, 
pois envolve variados e complexos graus de habilidades e práticas leitoras e 
escritoras, por isso a compreensão da dimensão individual e social é influente”.
O grau de letramento depende do acesso que cada um tem a leitura e a escrita, 
pois não é tão fácil compreender tudo, exige dedicação e prática, pois quanto 
mais se lê e escreve, mais letrado uma criança, uma pessoa se torna, existindo 
assim vários tipos de letramento e de pessoas letradas.
O lúdico na Aprendizagem 19
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O letramento parte de uma série de fatores envolvendo as habilidades e os 
conhecimentos individuais que cada ser humano possui, dentro das práticas 
sociais e que sendo assim a escola não pode ignorar essa função dentro da 
sociedade. Diante dessa abordagem percebe-se o quanto a escola é capaz de 
interferir nessa ação, pois é a partir de uma necessidade social que a escola se 
torna a maior responsável neste processo educacional. Para que essas habilidades 
e competências no processo de alfabetização e letramento sejam desenvolvidas 
pelas crianças de forma natural um dos recursos disponíveis para colaborar com 
este processo é a ludicidade. Neste sentido, os jogos não servem apenas para 
o desenvolvimento individual da criança, eles ajudam em todos os aspectos, 
principalmente na adaptação e na socialização, quando a criança se sente bem 
fazendo aquilo que gosta ela aprende mesmo sem perceber. Acredita-se que 
as atividades lúdicas fazem com que as crianças se desenvolvam muito mais 
em relação ao seu aprendizado, na brincadeira a criança instiga sua imaginação, 
fantasia, criatividade, sociabilidade, enfim, cria um mundo de muitas possibilidades.
Nesse sentido que o lúdico deve ser trabalhado de forma mais prazerosa 
possível para a interação entre aluno e professor e para que suas habilidades 
sejam todas desenvolvidas com criatividade, de forma individual e em parceria 
também com seus pares.
O lúdico na Aprendizagem 20
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4. O QUE A LUDICIDADE DESENVOLVE?
O QUE A LUDICIDADE DESENVOLVE?
Nas disciplinas matemática, português, história, geografia, biologia, e todas 
as outras disciplinas obrigatórias na grade escolar dos alunos são, obviamente, 
fundamentais e indispensáveis para a formação dos estudantes. Entretanto, há 
espaço para muito mais nesse processo.
Além do crescimento intelectual, também é papel da escola contribuir para o 
desenvolvimento cognitivo, socioemocional e afetivo das crianças desde os seus 
primeiros anos de vida escolar.
E é nesse contexto que entram as chamadas atividades extracurriculares, que 
são os jogos e brincadeiras, e o aspecto cognitivo brincar permite o desenvolvimento 
da sensibilidade, da expressividade, espontaneidade e criatividade.
Nos jogos e brincadeiras observa-se que os alunos muitas vezes produzem 
formas que expressam sentimentos, ideias, códigos ligados a diversas culturas 
interligadas no mesmo espaço.
Existe nos jogos um aspecto importante que é o cognitivo. Segundo Vygotsky 
a partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a imaginação que: “É um modo 
de funcionamento psicológico especificamente humano, que não está presente 
nos animais nem na criança muito pequena”. Vygotsky se dedicou em estudar as 
funções psicológicas superiores que são também conhecidas como processos 
mentais superiores: Estes processos mentais são considerados sofisticados e 
superiores ‟, porque referem-se a mecanismos intencionais, ações conscientes 
controladas, processos voluntários que dão ao indivíduo a possibilidade de 
independência em relação às características do momento e espaço presente.
Com os jogos e brincadeira os alunos desenvolvem a sua imaginação o que 
cria adultos mais criativos e, é por meio dos jogos que as crianças aprendem a 
separar objeto e significado. O brincar e o jogar são momentos importantes na 
vida de qualquer criança.
É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças ampliam seus 
conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que está ao seu redor, 
desenvolvem as múltiplas linguagens, exploram e manipulam objetos, organizam 
seu pensamento, descobrem e agem com as regras, assumem papel de líderes e 
se socializam com outras crianças.
Cada fase de desenvolvimento infantil tem suas próprias particularidades, 
e exige atenção sobre os métodos pedagógicos que o professor utilizará na sala 
de aula. Mesmo havendo uma significativa distância entre o comportamento na 
vida real e o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o 
estabelecimento de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento 
proximal, na medida em que impulsionam conceitos e processos em 
O lúdico na Aprendizagem 21
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desenvolvimento.
Pode-se dizer que a criança tem a capacidade de representar o próprio 
ambiente em sua mente tornando-ointeligível, e sendo capaz de abstrair a sua 
realidade e ir muito além dela. O lúdico tem uma grande importância neste 
desenvolvimento afetivo e no processo de ensino aprendizagem, pois ao trabalhar 
com jogos e brincadeiras, valoriza-se a interação social e a necessidade de integrar 
o conhecimento adquirido. Para as crianças com defasagem de aprendizagem 
este momento é de muita importância, pois como Vygotsky argumenta, para que 
o aluno aprenda é preciso de atividades atraentes, divertidas, para desenvolver a 
atenção e o raciocínio.
A Educação lúdica e inclusiva considera o aluno como sujeito de direitos, 
independentemente de suas características e limitações. Questiona não somente 
as políticas e a organização da educação especial e da regular, mas também o 
próprio conceito de integração. Ela é incompatível com a integração, já que prevê 
a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem 
exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular.
A proposta de uma educação inclusiva garante que as crianças com 
deficiências frequentem as classes regulares, porém, o modelo de escola 
tradicional, fragmentada e individualizada precisa ser superada para dar lugar a 
uma escola acolhedora, humana e comprometida com a aprendizagem de todos 
os alunos.
Dentre as políticas de inclusão, o MEC implantou as Salas de Recursos 
Multifuncionais nas escolas, que se constituem em um serviço de apoio 
pedagógico, no qual o professor especializado realiza a complementação ou 
suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais 
específicos.
Por meio da Sala de Recursos é possível envolver os alunos em várias situações 
que desenvolvem essa competência. A autonomia promovida pela professora 
também pode servir para melhorar o convívio social de deficientes intelectuais, 
que têm dificuldades comunicativas.
É importante destacar que estimular a criatividade, possibilita uma inter-
relação, pois trabalha o raciocínio. Essa proposta firma-se numa concepção de 
aprendizado que parte das situações globais, amplas e diversificadas. Nesse 
sentido, o aprendizado vai se construindo mediante situações apropriadas ao 
desenvolvimento cognitivo. Neste processo o lúdico tem papel fundamental no 
sucesso das atividades.
Os pais, professores, especialistas e a sociedade em geral classificam os 
quadros de deficiência mental, na medida em que derem um crédito de confiança 
para competência e o desempenho das pessoas com deficiências, no dia-a-dia 
da casa, nos estudos, no esporte, no lazer, nas atividades culturais e religiosas.
O lúdico na Aprendizagem 22
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É preciso, há um só tempo, reconhecer a especialidade e a generalidade de 
cada aluno e, nesse sentido, a educação lúdica tem muito ainda a realizar.
Ocorre que os professores, ao trabalharem com alunos deficientes, prendem-
se unicamente ao que é próprio de sua condição; aqueles que se dedicam ao ensino 
de normais ficam restritos ao que é característico da maioria, sem levar em conta 
que cada aluno é um indivíduo, com suas particularidades de desenvolvimento.
O aluno que frequenta a Sala de Recursos deve ser visto primeiramente como 
um ser único, e por isso as ações pedagógicas devem ser bem coordenadas, 
planejadas, articuladas e orientadas por um interesse em comum, para atingir as 
metas educacionais pretendidas.
Para uma escola que oferece aos seus estudantes um currículo escolar mais 
incrementado, composto por diversas atividades extracurriculares, dá a eles a 
chance de:
• Despertar a criatividade;
• Descobrir talentos;
• Melhorar o desempenho em sala de aula;
Melhorar os aspectos referentes ao convívio social e às habilidades relacionais 
e afetiva. Isso porque, dentre os objetivos de tais atividades está, também, trabalhar 
as dificuldades e fragilidades do aluno, e conceitos como solidariedade, empatia, 
colaboração, espírito de equipe, resolução de conflitos, entre outros.
Oficinas de teatro, dança, música, ou a prática de algum esporte, por exemplo, 
são atividades bastante positivas para autoestima e autoconfiança das crianças, 
em especial das mais tímidas e com dificuldades de se relacionar socialmente. 
Elas ainda deixam os pequenos mais bem preparados para lidar com frustrações, 
fracassos e derrotas, além de também serem capazes de ensiná-los a lidar com a 
vitória de forma humilde.
Já as atividades como balé, ginástica olímpica, natação, dentre outras, são 
efetivas também para trabalhar aspectos relacionado ao funcionamento do 
corpo, como a coordenação e o equilíbrio.
Além disso, as atividades extracurriculares bem planejadas estimulam 
o raciocínio, influenciam no senso de responsabilidade e autonomia dos 
estudantes, bem como na capacidade de armazenar, memorizar e processar 
novas informações.
O lúdico na Aprendizagem 23
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5. O LÚDICO COMO INSTRUMENTO NA FORMAÇÃO 
DOCENTE
FORMAÇÃO DOCENTE
Em estudos apontados por Santos (1997), e dentre outros, percebemos 
que a ludicidade vem conquistando espaço na universidade, especialmente, 
na formação de docentes. No entanto, mesmo com o avanço de pesquisas 
sobre esse tema os autores compreendem, também, que há poucas referências 
bibliográficas que abordam essa temática, por existir ainda muitas lacunas de 
conhecimento acerca na formação universitária.
A inserção da ludicidade no contexto da educação superior é sem dúvida 
uma meta proposta inovadora, mas, ao mesmo tempo, uma tarefa complexa.
Os desafios não são poucos, pois parte dos professores demonstram ainda 
não reconhecerem a ludicidade como agente potencializador do processo de 
ensino e de aprendizagem.
Diante disso, entendemos ser necessário buscar conhecer um pouco mais 
sobre o papel da ludicidade na universidade, para isso, discutiremos o tema 
acerca da formação docente na universidade e como a ludicidade foi inserida 
nesse espaço de educação superior.
A formação docente requer elementos que possibilite ao sujeito um 
desenvolvimento para ações futuras de seu trabalho, fase essa onde a teoria 
precisa caminhar juntamente com práticas, que sejam dotadas de conteúdos e atos 
lúdicos, principalmente, nas suas ações destinadas a educação infantil e educação 
básica, criando assim possibilidades para o desenvolvimento integral do sujeito. 
Este contexto, está disposto na Lei de Diretrizes e Base (LDB – Lei 9394/96) em 
seu artigo 43 o Ensino Superior tem por finalidade: formar diplomados aptos para 
inserirem- se em setores profissionais, para a participação no desenvolvimento 
da sociedade brasileira, bem como, estimular a criação cultural e o pensamento 
reflexivo.
A reflexão, portanto, acerca dos assuntos que envolvem a realidade social, 
étnica, cultural e dentre outras, precisam estar presentes na formação dos 
professores que irão atuar no desenvolvimento do sujeito. Assim sendo, a 
Universidade tem o papel de possibilitar ao docente em formação, situações que 
estimule ao mesmo o conhecimento, a reflexão e atitudes envolvendo a realidade 
vivida.
Entendemos, que a Universidade tem um importante papel para a formação 
do professor, pois nesse espaço é possível torná-lo um sujeito investigador 
e reflexivo, diante de suas práticas educativas, reforçando assim seus pilares 
permeados pelo ensino, pesquisa e extensão. Esse tripé possibilita ao aluno uma 
melhor formação, ou seja, formação essa, que dê a devida estrutura necessária ao 
O lúdico na Aprendizagem 24
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educando.
É importante salientarmos, ainda, que o professor em formação necessita estar 
preparado e dotado de conhecimento, proporcionado dentro da Universidade, 
espaço destinado a essas aplicações, associados assim a extensão onde esse 
educando possa estar diretamente ligado à sociedade.
A universidade é um lugar privilegiado da produção, do exercício da 
reflexão, não se esquecendo do seu papel junto à sociedade. A construção 
dos conhecimentosna formação dos profissionais de ensino perpassa pela 
valorização do crescimento do aluno, bem como a importância das experiências 
adquiridas antes, e a todo o momento do seu desenvolvimento acadêmico, assim 
pensar a universidade, como esse espaço de crescimento do aluno, um lugar que 
oportunize ao mesmo um desempenho maior de suas ações, torna-se cada vez 
mais pertinente a inserção da ludicidade.
As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros 
profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do 
saber humano, que se caracterizam por: produção intelectual institucionalizada 
mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do 
ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional, sempre levando 
em consideração a vivencia do discente no contexto lúdico no processo ensino-
aprendizagem para a formação dos docentes.
A partir desse conceito utilizado pela LDB, nota-se a abrangência do papel da 
universidade para a formação do professor, tanto na produção intelectual como na 
aproximação com a realidade, o seu intuito precisa estar ligado à busca do saber. Nessa 
perspectiva a universidade precisa assumir seu papel de fornecer ao docente em 
formação a capacidade de articular o estudo, as experiências, bem como dar suporte 
para a formação permanente, tornando-os assim capazes de assumirem competências 
especificas a sua função.
No entanto, existem ainda dúvidas entorno do conceito e concepções do 
termo ludicidade. Ludicidade, lúdico, atividade lúdica, jogo, brincar, brincadeiras 
e brinquedos tem o mesmo significado?
Podemos perceber essa diferenciação pelos seguintes significados 
encontrados no dicionário: Jogo - agitação, aposta, artifício, oscilação, 
brincadeira, combate, diversão, inconstância, partida e competição; Brincadeira 
- diversão, divertimento, recrear, recreação, jogo, sin. geral: brinquedo; Brinquedo 
– Brincadeira, joguete, diversão; boneco. Em outras palavras, são definidos os três 
termos como: Brinquedo - objeto, suporte de brincadeira, Brincadeira – descrição 
de uma conduta estruturada com regras ou “estimulante material para fluir o 
imaginário infantil”, Jogo infantil – designar tanto o objeto e as regras do jogo da 
criança (brinquedo e brincadeira), ou seja, ação lúdica envolvendo estruturas 
(regras) pelo próprio material como no dominó, trilha e etc.
O lúdico na Aprendizagem 25
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Muitas vezes o ato de brincar é visto como algo que não é sério e que não tem 
importância para o aprendizado. Luckesi (1998), expõe seu pensamento de que 
se pode considerar o brincar como algo sério, dando o significado de profundo, 
assim o brincar estará a passar pela profundidade da ação no momento, tornando-
se assim cada vez mais importante para o desenvolvimento do indivíduo.
Conforme Luckesi (1998), o que caracteriza uma atividade lúdica é a plenitude 
da experiência, nesse sentido podemos entender que o lúdico proporciona 
ao indivíduo uma forma de vivenciar o momento em sua plenitude, gerando 
assim a vontade da entrega total e abertura das pessoas que a realizam. Nessa 
perspectiva, a ludicidade está presente em muitas ações do cotidiano do sujeito, 
desde que seja uma atividade realizada com entrega, disposição e que atinja uma 
experiência plena, que pode ser de forma coletiva.
Podemos observar que a ludicidade não se baseia somente na valorização 
individual, como também no coletivo e da criatividade, assim proporcionará 
experiências inesquecíveis para o educando como também para o educador.
Neste sentido, o brincar é essencial, porque dessa forma o sujeito se mostra 
criativo. Uma das formas de criar estar no brincar, onde é possível perceber as várias 
possibilidades no ato lúdico, do momento da brincadeira. Podemos enfatizar a 
função social que existe no ato do brincar.
Brincar não é uma dinâmica interna do indivíduo, mas uma atividade dotada 
de uma significação social precisa que, como outras, necessita de aprendizagem, 
notamos, então, a importância do brincar para o desenvolvimento do indivíduo, 
bem como a necessidade da presença do lúdico para a experimentação de novos 
conhecimentos.
Porém, as atividades lúdicas não se limitam somente a brincadeiras e jogos, 
pois conforme os pensamentos já vistos, percebemos que a ludicidade perpassa 
por atividades que envolvam plenitude das experiências vivenciadas pela entrega 
das pessoas envolvidas, assim seu conceito se torna amplo por suas várias 
possibilidades de integração e criatividade.
Em relação as concepções de lúdicidade, podemos aponta três modelos 
existentes ao longo da história da ludicidade na educação: modelo de recreação 
(como descanso das tarefas escolares), ou então, como jogo educativo (recurso ou 
suporte para seduzir a criança) e recreativo (um meio para trabalhar com o corpo, 
introduzir uma atividade física). O segundo modelo lúdico é caracterizado como 
atividade livre e espontânea. O jogo é investido no imaginário da criança, porém 
sob uma forma romântica. A função espontaneísta é marcada pela fragilidade e 
ausência do pensar na própria criança.
No terceiro modelo, o lúdico é qualificado como um espaço social, um lugar de 
experiência, uma auto atividade envolvendo descoberta, criação e pensamento, 
assim como um elo para as relações sociais entre crianças, ou entre crianças e 
O lúdico na Aprendizagem 26
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adultos.
Estimular o docente em formação a viver a plenitude da experiência 
proporcionada pela ludicidade traz confiança e segurança ao mesmo para 
desenvolver um trabalho lúdico em suas ações futuras, partindo desse 
pressuposto podemos perceber a necessidade do lúdico para a formação inicial 
dos profissionais de ensino.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não 
pode ser vista como apenas diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita 
a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma 
boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de 
socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Seguindo esse pensamento, é perceptível a importância da ludicidade na 
formação do docente, que muitas vezes encontra dificuldades por não vivenciar 
o lúdico no âmbito da universidade, podendo então ocasionar a reprodução de 
práticas que não colaboram para o desenvolvimento das experiências plenas de 
seus educandos futuramente.
Para formar indivíduos que sejam capazes de refletir sobre a realidade 
vivida, é necessário que o educador esteja preparado para tal função, e nada 
melhor que utilizar do lúdico para despertar o interesse dos seus alunos, assim é 
necessário salientar o quanto o docente em formação precisa vivenciar atos onde 
esteja presente a ludicidade aprimorando assim seus conhecimentos, que serão 
utilizados em suas práticas educativas.
Para reforçar esta necessidade, Santos (1997), afirma que a ludicidade tem 
sido vista como uma alternativa para a formação do ser, dando sentido ao seu 
pensamento de que os cursos de formação devem se adaptar a essa realidade, 
isso demonstra cada vez mais a necessidade da ludicidade e sua relevância para 
a formação docente, ligada a aprendizagem qualitativa onde o aluno participa do 
processo educativo.
Vivenciar situações lúdicas estimula o educando a desenvolver-se, dando-
lhe oportunidades e possibilidades de criação, para tanto o educador precisa 
também vivenciar a ludicidade, dessa forma trabalhar com a criança a partir de 
situação envolvendo o lúdico se tornará mais prazeroso, para argumentar: Ao 
trabalhar o lúdico com os professores há grande possibilidade de promoverem 
junto às crianças uma possibilidade de estímulo a exploração criativa, porque 
foram os professores, também estimulados e explorados em sua criação.
O docente em formação precisa vivenciar e entender o brincar, como um 
artifício para o melhor desenvolvimentodo ser em sua totalidade, para sentir-
se seguro em relação a sua pratica lúdica e oportunizar a seus educandos um 
envolvimento com o conteúdo, o lúdico e a aprendizagem. Para tanto, o lúdico 
precisa ser estudado, porém para uma melhor aplicação precisa ser vivenciado, 
O lúdico na Aprendizagem 27
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ou seja, experimentado pelo educador em formação, neste sentido é interessante 
salientar que: A formação lúdica deve possibilitar ao futuro educado conhecer-
se como pessoa, saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear suas 
existências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para 
a vida da criança, do jovem e do adulto.
Neste sentido, o docente em formação precisa estar disposto a aprender, 
deixando de lado conceitos pré-existentes acerca de assuntos que o mesmo tenha 
resistência, para que em suas práticas educativas busque amplo conhecimento 
de como lidar com seus alunos, assim conhecer o lúdico é indispensável para 
ampliação de experiências na formação do educador.
Aprender mais sobre a construção do conhecimento infantil de forma lúdica, 
pode elevar o professor a um outro patamar.
O lúdico na Aprendizagem 28
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6. O QUE SÃO RECURSOS LÚDICOS
Atividades para crianças servem para entreter e ensinar, simultaneamente. 
Jogos, brincadeiras e atividades elaboradas com determinado objetivo 
incentivam a criatividade e a imaginação, despertando o interesse dos pequenos 
pelo conhecimento e ajudando em seu desenvolvimento. Brincadeiras ao ar livre, 
jogos não estruturados e atividades sensoriais são exemplos.
Utilizar o lúdico para ensinar é uma maneira bastante eficaz, interessante 
e divertida de passar conhecimento e captar resultados no final do ano letivo. 
Inúmeras práticas podem ser introduzidas às crianças desde o contato inicial 
com o ambiente escolar, funcionando como poderosa ferramenta no processo 
de desenvolvimento cognitivo, social e psicomotor delas.
Pais, educadores e a própria escola podem oferecer atividades para crianças 
das mais variadas fontes, a fim de incentivar a formação de seus valores e sua 
educação. Mas como fazer isso de modo que envolva todas as crianças? Quais 
as melhores didáticas que o professor deve se apegar na hora de ensinar com 
ludicidade?
É importante perceber que tudo tem espaço na educação dos pequenos, 
contanto que não agrida a integridade e moral de nenhum deles. Os profissionais 
devem buscar referências inclusivas, ou seja, nas quais todas as crianças, 
independentemente de sua condição, possam participar e se beneficiar. Sabe-
se que o lúdico, por utilizar uma linguagem própria do universo infantil, confere 
uma maneira quase inconsciente de aprender, de maneira muito mais prazerosa 
e eficaz.
A aula lúdica é mais que um passatempo; é o meio indispensável para promo-
ver a aprendizagem disciplinar, o trabalho do aluno e incutir-lhe comportamentos 
básicos, necessários à formação de sua personalidade.
Para que a criança, para se tornar um indivíduo completo, precisa completar 
três fases distintas: aspectos psicomotores, aspectos cognitivos e aspectos 
afetivo-sociais:
Aspectos psicomotores: encontram-se várias habilidades musculares e 
motoras, de manipulação de objetos, escrita e aspectos sensoriais.
Aspectos cognitivos: dependem, como os demais, de aprendizagem e 
maturação que podem variar desde simples lembranças do que foi apreendido 
até mesmo formular e combinar ideias, propor soluções e delimitar problemas.
Aspectos afetivo-sociais: incluem sentimentos e emoções, atitudes de 
aceitação e rejeição de aproximação ou de afastamento.
Várias brincadeira como Pega-pega, esconde-esconde, casinha, contações 
de história, jogos de tabuleiro, são só algumas atividades que as crianças adoram 
O lúdico na Aprendizagem 29
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e que não servem somente para diverti- las. Elas ajudam na compreensão das 
regras sociais, de cidadania, desenvolvem a memória, o senso criativo e as 
habilidades físicas. Ainda, através das brincadeiras, os pequenos começam a 
lidar com suas próprias emoções. Por esses e muitos outros benefícios que a 
introdução de brincadeiras didáticas se mostra fundamental para os ensinos 
infantil e fundamental.
É válido saber nessa perspectiva que os os educadores e auxiliares cumprem 
um papel fundamental nas instituições quando criam formatos de interação entre 
as crianças por meio de ações lúdicas e de uma comunicação simbólica.
Ao desenvolver atividades voltadas para o lúdico com crianças, a dica é que 
o educador proponha tipos diferentes para atingir os objetivos de maneira mais 
assertiva. Cada brincadeira oferece um grupo de benefícios aos pequenos, e por 
isso todas têm a sua importância.
As vantagens que as principais práticas aplicadas nas escolas proporcionam:
Artesanais: quando a criança é incentivada a construir algo sozinha ganha a 
chance de exercitar a capacidade de resolver os problemas que possam aparecer 
durante o processo de criação. Ela ganha também autonomia ao escolher as 
cores, formas, materiais, entre outros.
Faz de conta: inventar histórias e brincadeiras baseadas no cotidiano ou na 
imaginação aumenta o senso criativo e faz com que elas vivam problemas ainda 
desconhecidos nessa idade.
Trava-línguas: brincadeiras simples com essas palavras podem gerar 
desafios. Além disso, elas têm a oportunidade de treinar a fala, conhecer novos 
vocabulários e dar muitas risadas.
Jogos de locomoção: há uma lista infindável de brincadeiras que exigem 
o treino do corpo. Tais atividades estimulam a flexibilidade, noção de espaço e 
equilíbrio quando pequenas. Quando maiores, ganham ritmo, força, habilidades 
específicas e muita coordenação motora. Ah, e não podemos esquecer do 
incentivo à coletividade.
E os jogos eletrônicos, devem ficar fora da lista de atividades lúdicas para 
crianças? Eles podem, sim, ser utilizados para aprender conceitos matemáticos, 
noções de perigo, entre outros fatores. Os jogos eletrônicos são ótimas 
oportunidades para os pequenos expressarem a agressividade ou para aliviar uma 
situação traumática de tristeza ou medo. O educador precisa manter o controle 
do tempo de uso e da qualidade dos programas.
São inúmeras razões para projetar atividades lúdicas variadas dentro do 
currículo escolar.
A escola é a principal mediadora no processo de unificar professores e familiares 
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para uma conversa esclarecedora a respeito das brincadeiras feitas em sala de aula. 
Mostrar aos pais e responsáveis que os filhos podem aprender de forma mais leve. 
Desta forma, os alunos terão um incentivo duplo para desenvolver suas competências 
e se divertir ao mesmo tempo. Além de leva-los a resultados mais proveitosos com os 
estudantes.
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7. LUDICIDADE E O MEIO AMBIENTE
Segundo Ferreira (1975, p. 855), a palavra lúdico refere-se a/ou que tem o 
caráter de jogos, brinquedos e divertimentos. É relativa também à conduta daquele 
que joga, que brinca e que se diverte. Por sua vez, diversos teóricos afirmam que a 
função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu 
conhecimento e sua compreensão de mundo.
Neste sentido, o lúdico não pode ser visto somente como diversão, o seu 
desenvolvimento facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e 
construção do conhecimento.
No mundo globalizado, a massificação da televisão, os jogos eletrônicos, os 
jogos em rede e a internet têm reduzido a importância e o espaço da brincadeira 
no processo de crescimento e vida da criança. Sobre este aspecto, a ludicidade, 
tão importante para a saúde mental do ser humano, precisa ser mais considerada 
e o espaço lúdico para a criança está merecendo maior atenção, pois é o espaço 
para a expressão mais genuína do ser, é o espaço da relação afetiva com omundo, 
com as pessoas, com os objetos e com ele mesmo.
Quando nos reportamos à infância, logo nos lembramos das brincadeiras, 
jogos, cantigas de roda, brincadeiras de rua, de correr, de pular, de procurar, de 
pegar e muitas outras que estão registradas com carinho em nossa memória. Isso 
nos faz acreditar que um dos maiores prazeres na infância é a brincadeira, já que o 
brincar é um ato natural, espontâneo e instintivo que toda criança o faz.
A brincadeira é um dos fatos que marcam a infância de toda criança. Para 
reforçar a importância do lúdico no desenvolvimento da criança, observamos 
que muitos educadores e pais diferenciem ainda o tempo de aprender do tempo 
de brincar, sem perceber o elo vital que há entre eles.
O direito de brincar é garantido na Declaração Universal dos Direitos da 
Criança (1959), que em seu princípio VII afirma que: “[...] a criança deve desfrutar 
plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para 
educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o 
exercício deste direito”.
Piaget menciona o uso de práticas lúdicas com crianças dizendo que esse 
processo é válido quando bem aplicado, pois, além do lazer, o lúdico é um método 
de desenvolvimento intelectual, e que a infância é, também, a idade do possível. 
Pode-se projetar sobre ela a esperança de mudança, de transformação social e 
renovação moral, mostrando-nos o lúdico como um instrumento que permite às 
crianças a representação de realidades.
Consideramos que a escola, no momento em que ensina e valoriza o ato de 
brincar, através de atividades prazerosas e divertidas, está estimulando desafios 
por meio das relações de cooperação, reforçando a preparação dos alunos para a 
vida, consequentemente contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis, 
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cientes dos seus direitos e deveres. Para completar estas considerações sobre o 
brincar, o brinquedo e a brincadeira trazemos as ideias de Kishimoto (2002), para 
quem o “brinquedo em sua função educativa ensina qualquer coisa que complete 
o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.”
A ludicidade hoje tem sido utilizada com crianças, jovens e adultos em diversas 
instituições desde a escola, hospitais, empresas, até universidades, demonstrando 
a seriedade do lúdico.
Compreendemos que contemplar a brincadeira como princípio norteador 
nas atividades de EA possibilita a construção do processo de desenvolvimento 
no ensino-aprendizagem valorizando a linguagem única e universal que é a 
brincadeira.
Ao refletir sobre a perspectiva da educação ambiental, podemos evidenciar 
que antes de conscientizar é preciso sensibilizar os indivíduos, além disso, as 
estratégias inerentes aos contextos das propostas do lúdico podem representar 
um diferencial para esta perspectiva.
A escola é um dos locais privilegiados para a realização da educação ambiental, 
desde que dê oportunidade à criatividade Diante disso, a EA faz parte de um 
sistema educativo muito complexo e, por isto, é necessário que haja diferentes 
formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, introduzindo mais 
criatividade e abandonando os modelos tradicionais.
Vale assinalar que a EA deve ser um instrumento de sensibilização e capacitação 
do ser humano em relação à temática ambiental e, ao uso do lúdico através de 
diversas atividades auxilia no desenvolvimento de atitudes ambientalmente 
responsáveis desde a mais tenra idade, com o objetivo de apoiar a formação de 
uma consciência ambiental crítica que leve a mudanças de comportamentos e 
atitudes.
A EA terá maior sucesso se desenvolvida por uma equipe que discuta e 
reinvente o processo educativo, para que os objetivos buscados sejam construídos.
Nessa vertente a Educação Ambiental é um processo educativo que visa formar 
cidadãos éticos nas suas relações com a sociedade e com a natureza. Durante 
a formação, cada indivíduo é levado a uma reflexão de seus comportamentos e 
valores pela aquisição de conhecimentos, compromisso e responsabilidade com 
a natureza e com as gerações futuras.
A Educação Ambiental contribui para que o indivíduo seja parte atuante na 
sociedade, aprendendo a agir individual e coletivamente na busca de soluções.
Neste contexto, a escola surge como um importante agente socializador, 
uma vez que é responsável não apenas pela difusão de conhecimentos, mas pela 
transmissão dos valores entre diferentes gerações.
A escola, depois da família e da sociedade, pode ser vista como um espaço 
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fundamental para o processo de socialização da criança, onde as relações pessoais 
podem ser mais bem trabalhadas e assimiladas. Dessa forma, as relações do ser 
humano entre si e com o ambiente devem ser trabalhadas no ambiente escolar, 
uma vez que tratam não só de assuntos de grande relevância para a sociedade de 
hoje, mas também pela realidade dos desajustes do mundo moderno.
Assim, a educação ambiental nas escolas pode ser promovida através da 
ludicidade, como método de estímulo à conscientização dos temas ecológicos 
diversos, pois a metodologia lúdica possibilita uma variedade de práticas de 
interação e motivação mútua e consequentemente de uma aquisição mais eficaz 
do conhecimento.
A aplicação de atividades lúdicas na sala de aula é uma intervenção que 
permite o uso da temática ambiental, podendo ser executada transversal e 
interdisciplinarmente, em todas as disciplinas, sendo uma ação possível e parte 
integrante do fazer pedagógico cotidiano, independentemente da área, bem 
como do nível de ensino, seja ele fundamental, médio ou superior.
Nesse sentido, é extremamente importante introduzir mais criatividade nas 
novas metodologias, abandonando os modelos tradicionais e buscando novas 
alternativas. Os recursos didáticos mais artísticos e criativos são mais adequados 
à perspectiva inovadora que a EA propõe atualmente.
Técnicas como jogos, atividades fora de sala de aula, gincanas, simulações, 
teatros, atividades artísticas, oficinas de desenho e oficinas de pintura, experiências 
práticas, produções de materiais pedagógicos, projetos ou qualquer outra 
atividade que conduza os alunos a serem reconhecidos como agentes ativos no 
processo de conscientização e principalmente sensibilização é importante de ser 
trabalhado nas escolas.
O grande desafio dos educadores e pesquisadores em Educação Ambiental é 
criar uma forma onde a temática ambiental esteja presente em todas as disciplinas 
ou no maior número possível delas.
O jogo, por exemplo, apresenta-se como uma ferramenta de avaliação a ser 
utilizada nos projetos de EA já que está ligado à aquisição do conhecimento e à 
aprendizagem, sendo este enquadrado dentro de uma linha pedagógica muito 
utilizada atualmente, o construtivismo.
Jogos e dinâmicas têm um papel fundamental nos programas de educação 
ambiental, pois fogem do esquema de aula o qual os alunos estão acostumados. 
Sendo dinâmicos e fora da rotina das escolas, fazem com que a participação 
dos alunos nas atividades seja motivada por eles mesmos e permitem que os 
participantes formulem seus próprios conceitos sobre o tema tratado.
É de fundamental importância motivar e incentivar o interesse do educador 
para a elaboração de uma proposta pedagógica, que respeite as diversidades 
e a cultura local. Sendo assim, faz-se necessário tornar a educação ambiental 
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parte integrante dos currículos, estimulando uma nova postura em relação à questão 
ambiental.
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8. COMO E QUANDO UTILIZAR OS JOGOS
Muitos estudiosos discutem a inclusão do dinamismo em sala de aula. Um 
tema recorrente em pesquisas na área educacional é a inclusão dos jogos como 
forma de concretizar o aprendizado e promover o desenvolvimento cognitivo.O desenvolvimento acontece da forma como a criança interage com o meio 
e através do processamento mediado, em que pessoas significativas apresentam 
o mundo para elas. Este último é o mais comum, que pode também acontecer em 
sala de aula por meio dos jogos.
Se faz necessário que o docente contextualize os jogos e as habilidades 
por ele propostas por meio de situações do cotidiano, de modo que, além de se 
colocarem nessas situações, os alunos possam vivenciar a importância da prática 
do jogo para o fortalecimento cerebral, colhendo um melhor desempenho nas 
atividades do dia a dia, em casa, no trabalho, na escola e nos relacionamentos 
pessoais e sociais.
Por meio de uma pedagogia de perguntas o mediador certifica-se de que 
os alunos compreenderam com clareza e precisão a informação dada, provoca 
a necessidade de independência na busca e na descoberta de estratégias e 
soluções para os problemas propostos nas atividades.
Dessa maneira, podemos propor três passos para introduzir os jogos na rotina 
escolar:
Escolha a habilidade: defina qual será a habilidade a ser desenvolvida naquela 
semana. Sua escolha pode estar de acordo com a necessidade da maioria dos 
alunos da turma. A partir disso, escolha os jogos que poderão ser aplicados 
durante as aulas, por exemplo, os jogos Rummikub e Gamão desenvolvem, 
principalmente, o pensamento lateral e o raciocínio lógico.
Estimule o raciocínio através da atividade em grupo: divida a turma em 
pequenos grupos e distribua o mesmo jogo para todos. Após a rodada, cada 
grupo deverá expor a estratégia utilizada. Abra espaço para um debate entre os 
alunos, para que todos possam expor a linha de raciocínio. Dessa forma, o aluno 
aprimora o relacionamento em grupo e estimula a habilidade.
O lúdico na Aprendizagem 36
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Novas regras: estude, junto com a classe, possíveis novas regras para um 
jogo. Faça com que os alunos enxerguem o jogo nas atividades cotidianas, isso 
poderá auxiliar durante o processo. Perguntas importantes nessa fase: Para quem 
é o jogo? Qual será o objetivo do jogador? Esta atividade vai fazer com que toda a 
turma se envolva no exercício e, dessa forma, todos sejam estimulados a pensarem 
em novas estratégias em conjunto.
Os jogos são ferramentas estimulantes e as mais eficientes para promover 
o aprendizado e construir o conhecimento por conta da capacidade de simular 
a realidade, oferecendo um cenário seguro para cometer erros e aprender com 
eles na prática.
Como forma de fazer novos amigos, criar um ambiente de convivência 
saudável, os jogos tornam o aluno mais produtivo e disposto. Além disso, os jogos 
podem dar o empurrão para que os alunos expressem seus sentimentos, sua 
personalidade e treinem a assertividade.
É o professor que desempenha o papel de tornar o jogo como uma importante 
ajuda no processo de alfabetização dentro da sala de aula, que cabe somente ao 
professor explorar o lúdico no momento mais oportuno dentro da sua aula, ou 
seja, o professor é o mediador no processo de ensino e aprendizagem, utilizando-
se do lúdico como estratégia de ensino, para que os alunos aprendam de forma 
mais prazerosa.
 
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9. BRINQUEDOTECA: A IMPORTÂNCIA DO CANTINHO 
LÚDICO
A brinquedoteca é um espaço preparado para estimular a criança a brincar, 
possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um 
ambiente apropriado e especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a 
explorar, a sentir, a experimentar e a fantasiar.
O objetivo principal da brinquedoteca é proporcionar atividades lúdicas para 
que as crianças possam desenvolver a cooperação entre elas, possibilitar um 
espaço para brincadeiras não dirigidas, espontâneas, além de transmitir a pais e 
professores conhecimentos sobre a importância do brincar.
Independentemente do tipo de brinquedoteca, ela cumpre as seguintes 
funções: Socializar: estimular atividades individuais e coletivas (entre as crianças 
e entre estas e os adultos);
A ideia de brinquedoteca surgiu primeiramente em Los Angeles, em 1934, 
com o objetivo de resolver o problema de uma loja de brinquedos. ... Em 1963, 
na Suécia, surgiu a primeira “Lucoteca”; e em 1967, na Inglaterra, surgiram as 
“Bibliotecas de Brinquedos”. No Brasil o primeiro projeto de brinquedoteca surgiu 
na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) em 1971.
É nítida a importância dos brinquedos no desenvolvimento da criança, 
pois auxiliam no desenvolvimento cognitivo e motor. ... Tudo tem que ser muito 
bem avaliado e planejado de forma bem coerente, atingindo o objetivo que um 
determinado brinquedo propõe bem como desenvolver a capacidade motora.
Brincar é a maneira mais comum de as crianças exercerem atividades sociais. 
É uma atividade consciente e voluntária, permeada pela imaginação, que pode 
ensinar inúmeros tipos de habilidades e lições.
Quando uma criança brinca de faz-de-conta, ela participa de uma história, vive 
um novo personagem e aprende mais com ele. Além disso, algumas brincadeiras 
podem ajudá-la a desenvolver também a coordenação motora.
Ou seja, brincar é essencial para que a criança se desenvolva por completo. 
Não é apenas para se divertir – ainda que a diversão seja sim um componente 
importante da vida de qualquer um.
Crianças que tem tempo e espaço para brincar são mais felizes e saudáveis. 
Por isso, nada melhor do que uma brinquedoteca.
Quando crescemos, deixamos que a imaginação perca a importância na 
nossa vida. Afinal, ser criativo demais é coisa de criança! Mas o lúdico é algo 
imprescindível ao ser humano, porque é a partir dele que criamos nossos limites, 
habilidades e senso crítico. Quando uma criança brinca, ela cria responsabilidades, 
aprende a lidar com situações e desenvolve sua personalidade junto com as outras 
crianças que participam da brincadeira.
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É importante lembrar que isso não se aplica apenas a crianças pequenas: 
crianças de todas as idades, desde a pré-escola até o ensino fundamental, devem 
brincar bastante.
O que muda é o tipo de brincadeira; crianças de 10 anos não vão mais querer 
encaixar blocos, mas sem dúvida vão adorar contar histórias, jogar jogos de 
tabuleiro e praticar esportes.
A brinquedoteca é tão importante que está presente na maioria das escolas e 
bibliotecas. E é obrigatória em clínicas pediátricas, para que as crianças se sintam 
à vontade e não se intimidem com o ambiente médico. Qualquer hora e qualquer 
lugar podem ser os ideais para uma brinquedoteca.
Se as crianças aprendem tanto brincando, é essencial que elas tenham essa 
oportunidade em vários lugares. Assim, não importa onde a criança esteja, ela 
vai desenvolver sua personalidade, suas habilidades motoras, sua capacidade de 
conviver com o próximo, do jeito mais divertido possível!
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10. O RESULTADO OBTIDO ATRAVÉS DO LÚDICO
O RESULTADO OBTIDO ATRAVÉS DO LÚDICO
http://www.profala.com/arteducesp140.htm http://www.diaadiaeducacao.
pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1681-8.pdf
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http://www.profala.com/arteducesp140.htm
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1681-8.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1681-8.pdf
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Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária1
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Desenho Instrucional: Tiago Lobato
Design editorial/gráfico: Darlan Conrado
Revisão pedagógica: Aline Ramos
Revisão ortográfica: Adriana Morais
2020
	Sumário
	Introdução
	Considerações finais
	Referências
	INTRODUÇÃO
	1. A ORIGEM DA EDUCAÇÃO LÚDICA
	2. IMPORTÂNCIA DO LÚDICO
	3. O LÚDICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
	4. O QUE A LUDICIDADE DESENVOLVE?
	5. O LÚDICO COMO INSTRUMENTO NA FORMAÇÃO DOCENTE
	6. O QUE SÃO RECURSOS LÚDICOS
	7. LUDICIDADE