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Problema 1 Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento

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Ana Clara Silva Freitas 
 
Problema 1: intermediária 
 
 
OBJETIVOS: 
1. Discorrer do sistema cardiorrespiratório do feto e suas alterações pós nascimento; 
2. Descrever o fluxograma de atendimento do RN na sala de parto; 
3. Elucidar a avaliação da vitalidade do RN (escalas: Capurro; New Ballad); 
4. Apresentar as causas de icterícia neonatal fisiológica e patológica; 
5. Abordar as principais causas de sofrimento fetal e materna (asfixia fetal); 
6. Explicar as alterações fisiológicas na pele do RN; 
7. Compreender a importância do alojamento conjunto e seus critérios de inclusão; 
8. Esclarecer os testes de triagem no RN até o 15° dia e sua importância. 
 
Atendimento do RN 
 O risco de haver necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade 
gestacional e/ou o peso ao nascer. 
I. Necessidade de reanimação ao nascimento:2 
• Ventilação com pressão positiva: 1 em cada 10 RN. 
• Intubação e/ou massagem cardíaca: 1 em cada 100 RN. 
• Intubação, massagem e/ou medicações: 1 em cada 1.000 RN, desde que a ventilação seja 
aplicada adequadamente. 
 Se, ao nascimento, o RN é de termo, está respirando ou cho- rando, com tônus muscular 
em flexão, independentemente do aspecto do líquido amniótico meconial, ele não 
necessita de qualquer manobra de reanimação. 
II. Em RN prematuros:3,4 
 Nascidos com menos de 1.500g: 2 em cada 3 RN. 
 Idade gestacional de 34 a 36 semanas: 2 em cada 10 RN 
 
 
 
Gestação: 
 Prematura extrema: RN < 23 semanas. Não sobrevive mesmo com a tecnologia atual. 
 Pré-termo: é quando a criança nasce antes de 37 semanas. O RN pode ter complicações respiratórias, 
neuromotoras, etc. 
 Termo: criança nascida entre 37 e 41 semanas. Ela possui, geralmente, melhor desenvolvimento. 
 Pós-termo: criança nascida após 42 semanas de gestação, o bebê poderá correr riscos e ter complicações 
como a diminuição de oxigênio e nutrientes providos pela placenta ou até mesmo diminuição de líquido 
amniótico, o que poderá comprimir o cordão umbilical. 
Ao nascer: O contato pele a pele com a mãe imediatamente após o nas- cimento reduz o 
risco de hipotermia em RN a termo com boa vitalidade, desde que cobertos com campos 
pré-aquecidos. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 
 
 Preparo para a assistência na sala de parto, inclui: 
I. Realização de anamnese materna. 
II. Disponibilidade do material para atendimento. 
 Esse material é destinado à manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, 
ventilação e administração de medicações. 
 OBS: A temperatura ambiente na sala de parto deve ser, no mínimo, de 26 °C para que se 
mantenha com maior facilidade a temperatura corpórea normal do RN. 
III. Presença de equipe treinada em reanimação neonatal. 
 
 Avaliação da vitalidade ao nascer: 
 São feitas as seguintes perguntas: 
I. Gestação a termo? 
II. Ausência de mecônio? 
III. Respirando ou chorando? 
IV. Tônus muscular bom? 
 Se a resposta é sim a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade 
e não necessita de manobras de reanimação. 
 A determinação da necessidade de reanimação e a avaliação de sua eficácia dependem da avaliação 
simultânea de dois sinais: 
I. Respiração. 
II. Frequência cardíaca (FC). 
 A FC é o principal determinante da decisão de indicar as diversas manobras de 
reanimação. 
 Logo após o nascimento, o RN deve respirar de maneira regular e suficiente para manter 
a FC acima de 100bpm. 
 OBS: A avaliação da coloração da pele e das mucosas do RN não é mais utilizada para 
decidir procedimentos na sala de parto. Estudos têm mostrado que a avaliação da cor 
das extremidades, do tronco e das mucosas é subjetiva e não tem relação com a 
saturação de oxigênio ao nascimento. 
 OBS: O processo de transição para alcançar saturação de oxigênio acima de 90% requer 
cinco minutos ou mais em RN saudáveis que respiram ar ambiente. 
 
 
 
 
 Escalas de avaliações 
I. Índice de Apgar: 
o Consiste na avaliação de 5 sinais no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o 
nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2. 
o Os sinais avaliados são a frequência cardíaca, a respiração, o tônus muscular, a cor da 
pele e a presença de reflexos. 
Quanto ao boletim de Apgar, este não é indicado para de- terminar o início da reanimação 
nem as manobras a serem instituídas no decorrer do procedimento. No entanto, sua aplicação 
permite avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a eficácia dessas manobras. Se o 
escore é inferior a 7 no quinto minuto, recomenda-se realizá-lo a cada 5 minutos, até 20 
minutos de vida. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
o O somatório da pontuação resultará no Índice de Apgar: 
 Apgar 8 a 10, presente em cerca de 90% dos recém- nascidos, significa que o bebê 
nasceu em ótimas condições. 
 Apgar 5 a 7 significa que o bebê apresentou uma dificuldade leve. 
 Apgar 3 a 4 traduz uma dificuldade de grau moderado. 
 Apgar 0 a 2 aponta uma dificuldade de ordem grave. Se estas dificuldades 
persistirem durante alguns minutos sem tratamento, podem levar a alterações 
metabólicas no organismo e anóxia. A presença de mecônio é agravante. 
 
II. Método de Capurro: 
o Avalia a idade gestacional do RN. 
o Capurro (1978) utilizou apenas 5 parâmetros somáticos e 2 neurológicos, porém 
a verificação desses parâmetros em crianças deprimidas, doentes ou de difícil 
acesso fica limitada às variáveis somáticas. 
 Textura da pele: 
 0 = muito fina 
 5 = fina e lisa. 
 Formação do mamilo: 
 0 = apenas visível 
 5 = aréola pigmentada, diâmetro menor que 75 mm 
 10 = aréola pigmentada, pontiaguda, diâmetro menor que 75 mm, 
borda não elevada 
 15 = borda elevada, diâmetro maior que 75 mm 
 Capurro somático: 
 Soma A + B + C + D + G + 204 = idade gestacional em dia. 
 Neurológico: Soma A + B + C + D + E + F + 200 = idade gestacional 
em dias. 
 Desvio padrão ± 8,4 dias 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 
 
III. Método de Ballard 
o Utiliza-se 6 parâmetros somáticos e neurológicos. 
o É um método é simples, consome pouco tempo na sua execução e é aplicável em 
todos os recém-nascidos, inclusive nos que estão em terapia intensiva. 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 
 Passos iniciais da estabilização/reanimação 
 Pacientes com idade gestacional diferente do termo (< 37 se- manas ou ≥ 42 semanas) e 
aqueles de qualquer idade gestacional que não iniciam movimentos respiratórios regulares 
e/ou aqueles cujo tônus muscular está flácido precisam ser conduzidos à mesa de 
reanimação, indicando-se os seguintes passos: prover calor, posicionar a cabeça em leve 
extensão, aspirar boca e narinas, se necessário, e secar o paciente. Esses passos devem ser 
executados em, no máximo, 30 segundos. 
 O primeiro passo consiste em manter a temperatura corporal entre 36,5 e 37,5°C. 
 Se o paciente, após os passos iniciais, não apresenta melhora, indica-se a ventilação com 
pressão positiva, a colocação dos eletrodos do monitor cardíaco e do sensor neonatal do 
oxímetro de pulso. 
 No processo de reanimação envolvem na respectiva ordem: 
I. Ventilação com pressão positiva 
o Tem a finalidade de inflar os pulmões do recém-nascido e, com isso, levar à 
dilatação da vasculatura pulmonar e à hematose apropriada.. 
o É o procedimento mais simples, importante e efetivo na reanimação do RN 
em sala de parto. 
o Atenção: o emprego de oxigênio a 100% pode ser excessivo e deletério, 
contribuindo para lesões inflamatórias em pulmões e sistema nervoso central. 
Recomenda-se, atualmente, utilizar a concentração inicial de 30%, 
aumentando-a ou reduzindo-a por meio de um blender, de modo a manter a 
FC > 100 bpm nos minutos iniciais de vida. 
o Os equipamentos empregados para ventilar o RN em sala de parto 
compreendem, na prática clínica, o balão auto inflável e o ventilador 
mecânico manual em T 
II. Massagem cardíaca 
o Só é iniciada se, após 30 segundos de VPPcom técnica adequada e uso de 
oxigênio 60 a 100%, o RN persistir com FC < 60 bpm. Como a massagem 
cardíaca diminui a eficácia da ventilação, as compressões só devem ser 
iniciadas quando a expansão e a ventilação pulmonares estiverem bem 
estabelecidas. 
III. Medicações 
o Se, após a correção da técnica da VPP e massagem, não houver melhora, 
considera-se o cateterismo venoso umbilical de urgência e indica-se a 
adrenalina. 
 
o A via preferencial para a infusão de medicações na sala de parto é a endovenosa, sendo a veia 
umbilical de acesso fácil e rápido. 
 
Testes de triagem neonatal 
 Todo bebê que nasce no Brasil tem direito a realizar gratuitamente quatro testes muito importantes para 
a sua saúde. 
 São essenciais para detecção e prevenção de doenças. 
 São eles: 
Ana Clara Silva Freitas 
 
I. Teste do pezinho 
 No SUS são diagnosticadas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, 
doença falciforme e outras hemoglobinopatias, fibrose cística, deficiência de biotinidase 
e hiperplasia adrenal congênita.. 
 A família deve levar o recém-nascido a uma unidade básica de saúde, preferencialmente, 
entre o 3° e o 5° dia de vida. 
 O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda garante o atendimento com médicos especialistas 
para todos os pacientes triados. Para as seis doenças detectadas no SUS, há tratamento 
adequado, gratuito e acompanhamento por toda a vida nos 31 serviços de referência em 
triagem neonatal do país, presentes em todos os estados brasileiros 
II. Teste do olhinho 
 O nome técnico para este procedimento é Teste do Reflexo Vermelho. 
 É um teste simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho 
que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. 
 O Teste do Olhinho pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, 
como catarata, glaucoma congênito e outros problemas. 
 O diagnóstico precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e garantir o 
desenvolvimento normal da visão. 
 A recomendação é que o Teste do Olhinho seja feito pelo médico logo que o bebê nasce. 
Se isso não acontecer, o teste deve ser feito logo na primeira semana de vida do bebê, na 
consulta de acompanhamento médico. 
III. Teste da orelhinha 
 O teste é feito, preferencialmente, entre 24h e 48h de vida do bebê e identifica possíveis 
problemas auditivos no recém-nascido. 
 Deve ser feito nas maternidades. 
 As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem fazê-lo antes de completarem 3 
meses de vida. 
 O Teste da Orelhinha é realizado com o bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não 
machuca, não precisa de picadas ou sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em 
torno de 10 minutos. 
IV. Teste do coraçãozinho 
 Consiste em medir a oxigenação do sangue do recém-nascido com o auxílio de um 
oxímetro - espécie de pulseirinha, na mão e no pé do bebê. 
 Caso algum problema seja detectado, o bebê é encaminhado para fazer um 
ecocardiograma. Se o resultado apresentar alterações, o bebê é encaminhado para um 
centro de referência em cardiopatia para tratamento. 
 Problemas no coração são a terceira maior causa de morte em recém-nascidos. Por isso, 
quanto mais cedo for diagnosticado, melhores são as chances do tratamento.Todo bebê 
tem direito de realizar o Teste de Coraçãozinho ainda na maternidade, entre 24h e 48h 
após o nascimento. 
 O teste é simples, gratuito e indolor. 
 
Icterícia neonatal 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes no período neonatal e corresponde à 
expressão clínica da hiperbilirrubinemia. 
 Hiperbilirrubinemia é definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) maior que 
1,5mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5mg/dL, desde que esta represente mais que 10% do 
valor de bilirrubina total (BT). 
 Na maioria das vezes, a icterícia decorre de um aumento da fração indireta da bilirrubina e é a expressão 
clínica de um mecanismo de adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina, denominada icterícia 
“fisiológica”. 
 Os recém-nascidos (RN) a termo ictéricos, que desenvolvem kernicterus, evoluem inicialmente com os 
seguintes sintomas: 
• hipotonia; 
• debilidade de sucção; 
• recusa alimentar; 
• convulsões. 
 Este conjunto de sintomas progride em três a quatro dias para: 
• hipertonia; o opistótono; o hipertermia; 
• choro com tonalidade aguda. 
 Nesta fase, 70% dos pacientes podem evoluir para óbito devido à parada respiratória. Nos sobreviventes, 
ocorre uma melhora aparente até que, em período variável, aparecem as sequelas definitivas: 
• paralisia cerebral espástica; 
• movimentos atetóides; 
• distúrbios de deglutição e fonação; 
• surdez; 
• deficiência mental leve a moderada 
 
Alterações fisiológicas na pele do RN 
I. Vernix caseosa (substituto da barreira cutânea) 
 O termo vernix provém da palavra em latim que significa verniz ou resina, e caseous que 
significa parecido ao queijo ou da natureza do queijo. Substância gordurosa 
esbranquiçada formada principalmente por células mortas e secreções sebáceas, que 
lubrifica a pele e facilita a passagem através do canal do parto. 
II. Descamação fisiológica 
 Apresentação na primeira semana de vida extrauterina. 
 Em geral, as escamas são finas e discretas de 5-7 mm, mas em certas ocasiões podem ser 
grandes e laminares, semelhantes à ictiose. A descamação se completa na terceira 
semana de vida. 
 Quando a descamação está presente desde o nascimento deve ser considerada anormal. 
 Pode indicar pós-maturidade, anoxia intrauterina e ictiose. 
III. Lanugo 
 Pelo fino, sem medula e abundante, que recobre a pele do recém-nascido, principalmente 
nas costas, ombros e face. 
 Desaparece nas primeiras semanas de vida, com substituição por pelo corporal definitivo 
IV. Bolhas por sucção 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 Provavelmente por sucção oral intrauterina, ocorre em menos de 1% dos recémnascidos 
saudáveis, observadas no dorso das mãos, pulsos, polegares, lábios ou zona radial de 
antebraços. 
 As lesões são bolhas ou erosões de conteúdo seroso, que medem 5-20 mm, presentes 
desde o nascimento. Curam em poucos dias sem deixar sequelas. 
 O diagnóstico diferencial deve ser feito com trauma obstétrico. Como existe perda da 
solução de continuidade com dano à barreira, deve-se evitar impetiginização secundária, 
além do uso de cicatrizantes 
V. Hiperplasia sebácea 
 Manifestação de estímulo hormonal materno, pápulas pequenas e numerosas com cerca 
de 1 mm, cor da pele, amareladas, no dorso nasal, bochechas e/ ou lábio superior. 
 São decorrentes da dilatação do infundíbulo folicular, com tamponamento de queratina. 
 Diagnóstico diferencial com milia e acne neonatal. Resolução sem tratamento em poucas 
semanas. 
VI. Quistos de milia 
 Pápulas de cor amarelada ou branca aperolada que medem entre 1 e 2 mm de diâmetro, 
geralmente múltiplas e agrupadas. 
 Não requerem tratamento, desaparecem espontaneamente. Histopatologicamente 
observam-se cistos epidérmicos, como resultado de retenção de queratina e material 
sebáceo dentro do folículo. 
 Foram relatadas associações com síndromes, como epidermólise bolhosa e síndrome oro-
facial-digital tipo 1. 
VII. Eritema tóxico neonatal 
 Dermatose de origem desconhecida, mais frequente no recém-nascido a termo (50%), 
ocorre a partir do 1º ao 4º dia de vida, com máculas eritematosas de poucos milímetros a 
vários centímetros de diâmetro, com ou sem pequenas pápulas cor-de-rosa pálido ou 
amareladas (70% dos casos), e/ou vésicopústula de 1-2 mm rodeadas por halo 
eritematoso (30%), sobretudo no tronco superior. 
 As lesões são assintomáticas, com duração de 2-3 dias, portanto, não necessitando 
tratamento. O diagnóstico é clínico; em caso de dúvida, pode-se realizar biópsia de pele, 
encontrando-se ao exame anatomopatológico infiltradocom eosinófilos e em outras 
ocasiões eosinofilia periférica. 
 Confunde-se com melanose pustulosa neonatal transitória (anatomopatológico com 
neutrófilos), com candidíase e infecções virais. 
VIII. Melanose pustulosa neonatal transitória 
 Causa desconhecida, apresenta-se desde o nascimento, na face e tronco com pústulas 
pequenas, flácidas e superficiais, que se rompem facilmente e formam crosta e colarete 
de escamas, deixam máculas hiperpigmentadas acastanhadas residuais. Dentre os 
principais diagnósticos diferenciais temos candidíase, eritema tóxico neonatal, escabiose, 
herpes. Persiste durante meses e não existe tratamento. 
IX. Miliária 
 Observa-se a partir da segunda semana de vida, com pequenas vesículas superficiais. 
Dermatose ocasionada por obstrução dos condutos sudoríparos, por imaturidade das 
glândulas sudoríparas do neonato. 
 Mais comum na época de calor ou após fototerapia. Ao melhorar, deixam descamação 
residual. Existem 3 tipos: cristalina, rubra e profunda. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
X. Impetigo (dando a barreira cutânea) 
 Infecção superficial da pele, benigna e contagiosa, mais frequente em crianças. Isola-se 
frequentemente Staphylococcus aureus ou S. pyogenes. Ocorre por contato direto ou 
traumatismo mínimo. Existem 2 tipos: Impetigo crostoso e Impetigo bolhoso 
XI. Impetingo neonatal 
 As lesões são pústulas e bolhas flácidas que aparecem principalmente ao redor do 
umbigo, área da fralda e dobras do pescoço e axila. Ocorre nas primeiras 2 semanas de 
vida, usualmente assintomáticas. Os estafilococos do grupo fagos II 3a, 3b, 55 e 71 são os 
mais associados a este quadro. 
 O foco de infecção localiza-se distante (conjuntivite, onfalite) de onde se libera a 
exotoxina, que atua à distância produzindo descolamento da capa granulosa da epiderme 
por efeito direto sobre os desmossomas (toxina esfoliativa). 
 O tratamento é à base de medidas gerais, como limpeza diária com água e sabão, 
antibióticos tópicos (mupirocina, ácido fusídico ou clioquinol 1-2% ). Em formas extensas, 
recomendase tratamento sistêmico, preferencialmente com dicloxacilina 50 mg/kg/dia 
XII. Síndrome de Ritter ou Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica 
 Esta é uma doença estafilocócica, mais extensa que o impetigo bolhoso, que compromete 
grande superfície da pele. 
 Usualmente, afeta as crianças menores de 5 anos. Começa com exantema 
escarlatiniforme difuso, descamação de grandes áreas da pele (sinal de Nikolski positivo), 
deixando superfícies avermelhadas, úmidas e dolorosas. O acometimento peribucal é 
frequente. Os neonatos afetados apresentam dificuldades no balanço hidroeletrolítico e 
termorregulação, comportando-se como queimados. 
XIII. Onfalite neonatal 
 Principais fatores associados: 
 A cicatriz umbilical é porta de entrada para infecções sistêmicas; 
 O tecido desvitalizado deste é meio excelente para o crescimento bacteriano; 
 Ao nascimento: Cocos Gram (+) e logo Gram (-) entéricos: K. neumoniae. 
XIV. Rubéola congênita 
 As lesões dermatológicas são purpúricas devido eritropoiese extramedular, disseminadas 
no rosto, tronco e extremidades. As lesões não neonatais que podem ser observadas são 
urticária recorrente e cutis marmorata. O diagnóstico pode ser realizado através da 
detecção de IgM específica (maior de 20 mg/dl) no neonato, com diagnóstico presuntivo. 
XV. Varicela congênita e neonatal 
 A varicela perinatal, que aparece nos primeiros 10 dias de vida, se considera de aquisição 
transplacentária, as vesículas podem se desenvolver em qualquer localização, incluindo 
pulmão, fígado e sistema nervoso central. 
 O diagnóstico é realizado com o teste de Tzanck das vesículas (coleta do conteúdo das 
vesículas para pesquisa de células gigantes multinucleadas), os cultivos virais, 
imunofluorescência direta e PCR. 
 Caso se desenvolva a varicela materna entre os 5 dias pré-parto e os 2 dias pós-parto, o 
neonato deve receber imunoglobulina específica como profilaxia. O tratamento indicado 
para os neonatos afetados é aciclovir 20 mg/kg/doses IV. 
XVI. Escabiose neonatal 
 Infestação parasitária do estrato córneo por Sarcoptes Scabiei var hominis. O contágio 
faz-se pelo contato direto, com período de incubação de 2-6 semanas. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
 Predominam no couro cabeludo, palmas, plantas e pregas. 
XVII. Candidíase congênita 
 A candidíase congênita apresenta-se ao nascimento ou nos primeiros 6 dias de vida 
extrauterina. É muito rara, caracterizada por aparecimento de máculas, pápulas e/ou 
pústulas generalizadas. As zonas mais afetadas são tronco, rosto, pescoço e extremidades. 
 
Sistema cardiorrespiratório do RN 
I. Adaptação cardiovascular: 
 O sistema circulatório fetal funciona como se fosse duas bombas interligadas funcionando 
em paralelo. 
 Após o nascimento, o arranjo dos ventrículos faz com que a circulação neonatal funcione 
como uma conexão em série. 
 Durante o período de transição, a circulação fetal necessita sofrer modificações para se 
tornar uma circulação neonatal. 
 Desde o início do desprendimento materno, com o pinçamento do cordão umbilical, as 
principais modificações são o desaparecimento da circulação placento-fetal, aumento do 
fluxo sanguíneo pulmonar e fechamento dos shunts fetais. 
 O fechamento funcional das estruturas cardíacas fetais (forame oval, canal arterial e ducto 
venoso), acontece progressivamente, e completa-se em torno de 1 ou 2 dias de vida, 
sendo que o fechamento anatômico pode durar semanas. 
II. Adaptação respiratória: 
 Logo após ao nascimento, o RN deve estabelecer sua respiração através dos alvéolos, 
substituindo o líquido pulmonar por ar atmosférico de maneira apropriada no primeiro 
minuto de vida. 
 No decorrer da 24ª e 30ª semana de gestação, é produzido surfactante pelas células 
alveolares, que diminui a tensão superficial, evitando o colabamento dos alvéolos ao 
término da expiração. Por esse processo, o surfactante faz com que as trocas gasosas 
sejam facilitadas, a pressão para a insuflação necessária para abertura das vias 
respiratórias diminuída, a complacência pulmonar melhorada e o esforço respiratório 
reduzido (KENNER, 2001). 
 Antes do evento do nascimento, o pulmão permanece repleto de líquido e recebe de 10 
a 15% do débito cardíaco total (KLAUS; FANAROFF, 1995; THOMPSON; ASHWILL, 1996; 
KENNER, 2001; ASKIN, 2002; SEGRE, 2002; TAMEZ; SILVA, 2002). O início da função 
respiratória é estabelecida por estímulos químicos, térmicos, físicos e sensoriais, como 
dor e luminosidade (KLAUS; FANAROFF, 1995; THOMPSON; ASHWILL, 1996; KENNER, 
2001; ASKIN, 2002; SEGRE, 2002), sendo que a primeira respiração deve ocorrer dentro 
de 20 segundos após o parto (KENNER, 2001). Após os primeiros minutos de vida, com a 
expulsão e reabsorção do líquido presente nos pulmões, este enche-se de ar e o fluxo 
sanguíneo aumenta consideravelmente, cerca de oito a dez vezes (KLAUS; FANAROFF, 
1995; TAMEZ; SILVA, 2002). 
 Com a compressão do tórax ao passar pelo canal vaginal, cerca de um terço do líquido 
pulmonar, é expelido pela boca e nariz, e os dois terços restantes são absorvidos pela 
circulação pulmonar e sistema linfático, dentro de 6 a 24 horas após o nascimento (ROZAS, 
1994; KLAUS; FANAROFF, 1995; KENNER, 2001). Após o nascimento, com a compressão 
mecânica do tórax e expulsão do líquido pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax, 
Ana Clara Silva Freitas 
 
criando-se assim, uma pressão negativa que traz o ar para dentro dos pulmões. A 
completa expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre quando o recém-
nascido chora, porque o choro cria uma pressão intratorácica positiva, mantendo os 
alvéolos abertos e forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares pulmonares 
e sistema linfático (ASKIN, 2002). Após as primeiras respirações, o recém-nascido assume 
sua atividade ventilatória e de oxigenação, com a substituiçãodo espaço antes ocupado 
pelos fluidos pulmonares por ar atmosférico (ROZAS, 1994; KLAUS; FANAROFF, 1995; 
KENNER, 2001; TAMEZ; SILVA, 2002). 
 
Sofrimento fetal 
 O sofrimento fetal, também chamado de hipóxia neonatal, consiste na diminuição ou ausência da 
assimilação de oxigênio recebida pelo feto através da placenta. Este quadro pode ser agudo ou crônico. 
 Em muitos casos este sofrimento é implicado por uma patologia materna que ocasiona redução na sua 
concentração de oxigênio sanguíneo, como, por exemplo, em um quadro de anemia significativa, um 
problema respiratório ou cardíaco. Existem também outras patologias maternas que resultam em uma 
irrigação placentária ineficiente, como no caso da hipertensão arterial ou a diabetes gestacional, 
levando, consequentemente, à diminuição da oxigenação fetal. Apesar de estes problemas não 
apontarem alterações evidentes na oxigenação ao longo da gestação, podem ocasionar uma insuficiência 
da mesma no momento do parto, em decorrência do esforço realizado pela mãe ou quando há associado 
uma redução da irrigação placentária durante as contrações uterinas. Além disso, problemas ocorridos 
no momento do parto, como placenta prévia e o descolamento prematuro da placenta, podem resultar 
em problemas mais severos na oxigenação do feto. 
 Dentre outros problemas que causam a diminuição da oxigenação fetal estão: 
 Alterações das contrações uterinas; 
 Posições anômalas do feto; 
 Desproporção entre as dimensões da pélvis da mãe e do tamanho do feto; 
 Nascimento de múltiplos; 
 Ruptura uterina; 
 Anomalias do cordão umbilical. 
 As consequências da hipóxia neonatal variam de acordo com a intensidade da redução de oxigênio fetal 
e do tempo de duração da mesma. Quando o problema é identificado precocemente, a recuperação do 
feto costuma ser rápida e não deixa sequelas. Contudo, quando o quadro de hipóxia é prolongado, pode 
levar a lesões irreversíveis em diversos órgãos, especialmente no sistema nervoso, como: 
 Lesões cerebrais difusas de baixa severidade, que ocasionam problemas de comportamento e 
atraso no desenvolvimento psicomotor do indivíduo; 
 Lesões encefálicas extensas mais severas, podendo resultar em paralisia cerebral infantil, 
epilepsia ou atraso mental. Além disso, as lesões encefálicas também podem levar à morte do 
feto no decorrer do parto ou algumas horas após o nascimento, em virtude do comprometimento 
das funções vitais do mesmo. 
 O diagnóstico do sofrimento fetal é alcançado através da monitorização cardiotocográfica do parto, pois 
por meio deste procedimento é possível monitorar a reserva respiratória fetal. Um exame que auxilia no 
diagnóstico é a amnioscopia que, em muitos casos, evidencia a expulsão do mecônio, que é indicativo 
https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/
https://www.infoescola.com/doencas/hipertensao-arterial-pressao-alta/
https://www.infoescola.com/embriologia/cordao-umbilical/
https://www.infoescola.com/neurologia/paralisia-cerebral/
Ana Clara Silva Freitas 
 
de sofrimento fetal. A análise laboratorial do sangue fetal aponta com precisão a exacerbada redução do 
oxigênio fetal e a consequente elevação da acidez sanguínea. 
 Quando o sofrimento fetal é comprovado, medidas devem ser adotadas para resolver o problema 
quando possível, ou o parto deve ser finalizado o mais rapidamente possível para não resultar em lesões 
irreversíveis no feto. Quando o sofrimento fetal ocorre antes do parto, deve-se recorrer à cesariana. 
 
 
Fechamento 
 
Objetivos: 
1. Explicar como ocorre o acompanhamento da puericultura e qual a sua importância para o 
desenvolvimento do recém-nascido, assim como a epidemiologia da triagem neonatal e o teste do 
pezinho ampliado 
2. Discorrer a fisiopatologia, o diagnóstico e o tratamento das cólicas no recém-nascido, atrelado às 
principais causas de lesões bolhosas durante esse período. 
 
Puericultura 
 Passado o período gestacional, os cuidados preventivos e de vigilância à saúde para crianças e 
adolescentes normais iniciam-se na maternidade, com orientações e incentivo ao aleitamento 
materno. 
 Primeira consulta médica: 
o Deve ser abrangente, pois, além de uma anamnese pormenorizada e exame físico completo, deve 
ser bastante explicativa e tranquilizadora para a família. 
o Temas sobre a alta da maternidade e todos os procedimentos e exames feitos com o bebê, ganho 
e perda de peso, vacinação, testes de triagem, icterícia, adaptação e como lidar com o bebê 
devem ser abordados. 
o Devem-se encorajar os pais a serem espontâneos e fornecer-lhes informações sobre o 
comportamento dos bebês, interpretar a expressão corporal e a linguagem do choro sinalizando 
que algo precisa ser feito, ritmo e padrão de sono, conversar sobre a imaturidade de diversos 
sistemas, inclusive o imunológico, falar e tirar dúvidas a respeito do aleitamento materno, a 
produção e suas técnicas e horários, sintomas como soluços, regurgitação e espirros, banho 
diário, higiene oral, higiene do coto umbilical, higiene genital, higiene nasal, posição de dormir, 
chupetas. 
o É muito importante orientar sobre sinais e sintomas de alerta que podem acontecer, como: 
aumento de icterícia, letargia, irritabilidade, febre ou hipotermia, manchas na pele e petéquias e 
vômitos constantes, os quais devem ser comunicados o mais rápido possível ao pediatra. 
o A atenção no acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento por meio de índices e 
curvas de acompanhamento desde o nascimento permite identificar possíveis problemas e 
prevenir situações de maior risco 
 
 Avaliação do desenvolvimento: 
Ana Clara Silva Freitas 
 
o A avaliação do desenvolvimento deve ser um processo contínuo de acompanhamento das 
atividades relativas ao potencial de cada criança, com vistas à detecção precoce de desvios ou 
atrasos. 
o Essa verificação pode ser realizada de forma sistematizada por meio de alguns testes e/ou escalas 
elaboradas para tal finalidade. 
 Como exemplos, citam-se o teste de Gesell,4 o teste de triagem Denver II,5 a escala de 
desenvolvimento infantil de Bayley,6 o Albert Infant Motor Scale, 7 entre vários outros. 
 Vale ressaltar que essas sistematizações apresentam peculiaridades e limitações relativas 
ao método utilizado, às faixas de idade avaliadas e à validação para cada população. 
o Sendo um processo dinâmico, as avaliações do desenvolvimento devem acontecer em todas as 
visitas de puericultura, de forma individualizada e compartilhada com a família. 
o Além disso, é importante obter dados relacionados a possíveis fatores de risco para distúrbios do 
desenvolvimento, como ausência de pré-natal, dificuldades no nascimento, baixo peso ao nascer, 
prematuridade, intercorrências neonatais, uso de drogas ou álcool, infecções e depressão 
durante a gestação. 
o A análise processa-se por toda a duração do atendimento, observando o comportamento da 
família e da criança: quem traz a criança, como ela é carregada, sua postura, o seu interesse pelo 
ambiente e a interação com as pessoas. 
o A regra do desenvolvimento motor é que ocorra no sentido craniocaudal e proximodistal e, por 
meio de aquisições mais simples para mais complexas. 
 
 
Ana Clara Silva Freitas 
 
Teste do pezinho (triagem neonatal) 
I. Básica 
 Está disponível no SUS 
 Responsável por detectar quatro tipos de doença: 
1. Hipotireoidismo congênito 
 Doença causada pela deficiência ou ausência da ação dos hormônios tireoidianos nos 
vários tecidos do organismo. Tal hormônio, é essencial para a maturação e o 
funcionamento de diversos órgãos do corpo, principalmente do SNC (Sistema Nervoso 
Central) e do tecido esquelético. 
 “O HC quando não tratado tempestiva e adequadamente contribui para retardo mental, 
disfunções do crescimento e do desenvolvimento neuropsicomotor da criança”. 
2. Anemia falciforme, 
 A anemia falciforme é uma doença de caráter genético originada por uma mutação no 
cromossomo 11que resulta na substituição de um ácido glutâmico pela valina na posição 
6 da extremidade N-terminal na cadeia ß da globina, dando origem à hemoglobina S. 
 As manifestações clínicas da anemia falciforme são a necrose avascular da medula óssea, 
osteomielite, síndrome torácica aguda, priaprismo, acidente vascular encefálico, 
acometimento renal e icterícia 
3. Fibrose cística 
 É uma das doenças genéticas autossômicas recessivas limitadoras da vida mais comuns. 
Essa doença é decorrente de mutações no gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane 
Conductance Regulator) que expressa a proteína CFTR. A CFTR atua como um canal de 
cloro, e sua ausência ou função insuficiente ocasiona perda da homeostasia iônica e de 
água nas superfícies epiteliais. 
 A fibrose cística apresenta amplas manifestações, dentre elas, doença pulmonar 
progressiva, disfunções gastrointestinais, doença hepática, infertilidade masculina, 
desnutrição e elevadas concentrações de eletrólitos no suor. 
4. Fenilcetonúria 
 É um erro inato no metabolismo do aminoácido fenilalanina (FAL). 
 É uma doença genética, causada por uma mutação no gene que codifica a enzima, a 
fenilalanina hidroxilase, que é ativada no fígado e responde pela transformação da 
fenilalanina em tirosina. 
 No metabolismo da fenilalanina, impede o metabolismo do triptofano e da tirosina, 
prejudicando assim a formação da melanina, serotonina e outros nervotransmissores. 
Além disso, os acúmulos desse aminoácido nos tecidos formam o ácido fenilpirúvico que 
deixa a urina com cheiro forte e estranho. 
 
II. Ampliada 
 Não está disponível na rede pública 
 É responsável por detectar as doenças do teste básico e ainda outras quatro: 
1. Hiperplasia congênita da supra-renal 
 É resultado de de defeitos enzimáticos da biossíntese do cortisol, na glândula supra-
renal. 
 No sexo feminino pode haver a virilização dos órgãos sexuais externos e no sexo 
masculino pode ocorrer casos de criptoquirdismo, aumento do pênis e 
hiperpigmentação escrotal. 
Ana Clara Silva Freitas 
 
2. Deficiência de globulina ligadora de tiroxina (TBG) 
 A globulina carreadora de tiroxina (TBG) é a principal proteína transportadora dos 
hormônios tireoidianos em humanos. Anormalidades hereditárias que comprometem a 
estrutura e função da proteína resultam em deficiência completa (TBG-CD) e parcial de 
TBG (TBG-PD). 
 A alteração dessa proteína pode alterar a dosagem dos hormônios tireoidianos, podendo 
causar doenças relacionadas com tais hormônios, como o hipotireoidismo e o 
hipertireoidismo. 
3. Hemocistinúria 
 Está relacionada à deficiência de uma enzima chamada cistationa beta-sintase, 
resultando em altos níveis plasmáticos de homocisteína, metionina e cisteína. 
 Essa doença resulta no aumento da metionina e homocisteína no plasma e da 
homocistina na urina, além da miopia, subluxação do cristalino, atraso mental, 
alterações esqueléticas (síndrome de Marfan) e eventos tromboembólicos. 
4. Hiperfenilalaninemias 
 As hiperfenilalaninemias são definidas por níveis do aminoácido fenilalanina superior a 
2 mg/dl. 
 O tratamento deve se iniciar antes dos 30 dias de vida para prevenir o retardo mental e 
deve manter-se ao longo de toda a vida, além de manter uma dieta com restrição do uso 
desse aminoácido. 
 
 
Cólicas no RN e lactentes 
I. Definição e característica da cólica 
 O choro é a primeira forma de comunicação social do bebê, sendo considerado uma 
manifestação normal e fisiológica durante os primeiros meses de vida. 
 A cólica do bebê também é consagrada pela expressão inglesa three months colic. 
 É caracterizada pela presença de paroxismos de irritabilidade em um bebê alimentado e 
saudável, choro excessivo e inconsolável por mais de 3 horas por dia, com ocorrência de, 
no mínimo, 3 vezes por semana, e que desaparecem por volta do 3º mês de idade. 
II. Fatores associados 
 Embora haja muitos estudos sobre, a etiologia da cólica ainda é pouco esclarecida. 
 Algumas causas são: imaturidade do trato intestinal, hipertonicidade congênita, alergias, 
tensão dos pais e meio-ambiente. 
 A cólica pode ser causada pelo próprio amadurecimento do aparelho digestivo do bebê e 
também pela ingestão de ar durante a mamada. 
 O período de idade que vai do nascimento ao 3º mês de vida é a fase de adaptação do 
sistema nervoso e do aparelho digestivo imaturo do bebê ao ambiente extrauterino. 
 Nos bebês que receberam fórmula láctea, o pico da intensidade do choro ocorria mais 
precocemente, por volta da 2ª semana de vida. 
III. Práticas para obter alívio da cólica: 
 Existe uma recomendação de suspensão do leite de vaca ingerido pelas mães que 
amamentam como primeira forma de tratamento de cólica do lactente. 
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 Alguns autores analisaram também terapias naturais, intervenções medicamentosas e 
comportamentais, constatando que o uso de chá medicinal alivia os sintomas da cólica, o 
uso de drogas anticolinérgicas é contraindicado pelos efeitos colaterais acarretados e 
apontam algumas evidências de que a diminuição da estimulação sensorial externa 
contribui para a redução da cólica. 
 
 
Lesões bolhosas no RN 
I. Exantema na área das fraldas 
 A dermatite da área das fraldas é a doença cutânea mais comum do começo da vida. O 
termo descreve reação cutânea inflamatória aguda nas áreas cobertas pela fralda. A 
dermatite da área das fraldas não é um diagnóstico específico, mas sim um conjunto de 
sinais e sintomas desencadeados por uma combinação de fatores, sendo os mais 
significativos o contato prolongado com urina e fezes, maceração da pele e infecções 
secundárias (bactérias e fungos). 
 Tratamento: Identificar e tratar as causas subjacentes; trocar as fraldas com frequência; 
manter a pele seca, protegida e livre de infecção. 
II. Acropustulose do lactente 
 É uma erupção pustulosa recidivante benigna, que ocorre desde o nascimento até 1 ou, 
às vezes, 2 anos de idade. 
 Os lactentes exibem pápulas pruriginosas e rosadas, que rapidamente evoluem para 
vesículas e pústulas. A maioria dos lactentes é irritável e tem prurido. 
 As pústulas desaparecem em 7 a 14 dias, deixando escamas brancas, que tendem a 
recidivar em grupos, em ciclos de 2 a 4 semanas. As lesões são observadas nos membros, 
como as palmas e as solas; todavia, essa afecção pode acometer outras áreas do corpo. 
 A causa da acropustulose não é conhecida 
III. Foliculite pustulosa eosinofílica 
 Os lactentes com foliculite pustulosa eosinofílica apresentam grupos recorrentes de 
pápulas e pústulas muito pruriginosas na cabeça e no pescoço, particularmente no couro 
cabeludo. 
 O couro cabeludo pode apresentar escamas amarelas, semelhantes à dermatite 
seborreica. Em geral, não há erupção cutânea ao nascimento, que aparece durante o 
primeiro ano de vida. 
 O diagnóstico é estabelecido por coloração de Giemsa ou Wright do conteúdo de uma 
pústula e biopsia de pele. 
IV. Acne neonatal 
 Surge dentro dos primeiros 2 meses de vida e é mais comum em meninos e bebês 
alimentados ao seio. Semelhante à acne vulgar observada em adolescentes, a erupção 
cutânea caracteriza-se por comedões (abertos e fechados) e pápulas e pústulas 
eritematosas nas bochechas, no queixo e na fronte. Raramente, observam-se cistos e 
cicatrizes. 
 Na maioria dos casos, ocorre resolução em 2 anos. 
 A acne neonatal é causada por oclusão dos ductos sebáceos, produção de sebo, 
inflamação e infecção por Propionibacterium acnes 
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V. Epidermólise bolhosa 
 Representa um grande grupo de dermatoses hereditárias, caracterizadas por vesículas e 
solução de continuidade na epiderme. 
 É causada por mutações nos genes responsáveis por proteínas estruturais de grande 
importância na manutenção da integridade da pele, especialmente da epiderme. 
Qualquer atrito mínimo da pele pode provocar erosões extensas. 
 A EB é classificadatradicionalmente como EB simples, EB juncional e EB distrófica. 
VI. Incontinência pigmentar (síndrome de Bloch-Sulzberger) 
 A IP é uma doença cutânea autossômica dominante, caracterizada por estrias lineares ou 
espirais de vesículas e bolhas. 
 As vesículas passam por diversos estágios e tornam-se verrucosas; a seguir, achatam-se, 
formando placas hiperpigmentadas e, por fim, placas hipopigmentadas. Tipicamente, 
esses quatro estágios ocorrem de modo sequencial, embora o paciente possa “saltar” 
estágios, podendo-se observar também diferentes estágios ao mesmo tempo. 
 As vesículas observadas no primeiro estágio podem ser confundidas no período neonatal 
com infecção, como herpes simples, varicela ou impetigo. 
 Os indivíduos do sexo feminino com IP apresentam lesões cutâneas típicas nas primeiras 
2 a 3 semanas de vida. 
 Essa afecção, que é letal nos indivíduos do sexo masculino, resulta de mutações no gene 
NEMO em Xq28. 
VII. Histiocitose de células de Langerhans (doença neoplásica) 
 A HCL é uma doença maligna em consequência de clones anormais de células de 
Langerhans. As células de Langerhans são células apresentadoras de antígeno (APC) da 
pele, derivadas da medula óssea. 
 Os RNs com HCL podem apresentar uma gama de manifestações cutâneas, incluindo 
pápulas com crosta, pústulas, vesículas, bolhas, petéquias, púrpura e nódulos. Podem 
ocorrer lesões nas “áreas de seborreia” (couro cabeludo, rosto e áreas flexoras) e nos 
membros, incluindo palmas e solas dos pés. 
 Muitos RNs com HCL apresentam lesões limitadas à pele. As manifestações cutâneas da 
HCL precedem, com frequência, os sinais sistêmicos (p.ex., febre, hepatoesplenomegalia, 
linfadenopatia, anemia); entretanto, o estabelecimento do diagnóstico precoce é mais 
difícil nas formas mais agressivas de HCL.

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