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Histórico da rotulagem Por: Isabella França – Nutrição. ➢ Desde o início da civilização que o homem se preocupa com a qualidade e a segurança dos alimentos. Século XIII Aproximadamente no século XIII, King John proclamou as primeiras leis britânicas relativas a gêneros alimentícios, chamada de Assize of Bread (traduzida como “a lei do pão”), que proibia a adulteração do pão, pois este era comumente alterado com adição de farinhas à base de leguminosas. 1862 Em 1862, foram criados o Departamento de Agricultura e o Bureau de Química, o antecessor da Food and Drug Administration (FDA), que surgiu em 1906, proibindo o comércio interestadual de alimentos sem marca e, também, alimentos, bebidas e remédios adulterados, com o objetivo de proteger os consumidores nacionais. 1924 Em 1924, as regras da suprema corte eram de que a FDA condenasse todas as declarações, design, ou dispositivos no rótulo de um produto que pudesse induzir a erros ou enganos, mesmo que tecnicamente verdadeiros. 1962 Em 1962, o Presidente Kennedy proclamou a Declaração dos Direitos do Consumidor. Incluiu o direito à segurança, o direto de ser informado, o direto à escolha e o direito de ser ouvido. 1990 Em 1990, a Lei de Rotulagem Nutricional e Educação (NLEA) foi criada e exigiu que todos os alimentos embalados contivessem rotulagem nutricional e todas as alegações de saúde para ser coerente com os termos definidos pela Secretaria de Saúde e Serviços Humanos. A tabela de ingredientes, tamanhos servidos e termos como “baixo teor de gordura” e “light” foram padronizados. 2003-2004 Em 2003, a FDA exigiu que os rótulos incluíssem o conteúdo de gordura trans e, em 2004, foi criada a lei de rotulagem de alimentos de incidência alérgica e proteção dos consumidores, exigindo a descrição de qualquer alimento que contenha: amendoim, soja, leite de vaca, ovos, peixe, crustáceos, nozes e trigo. A rotulagem entrou em vigor em 2006. E NO BRASIL, COMO FOI ? No Brasil, antes da publicação das leis brasileiras referentes a alimentos, os problemas de alimentação e nutrição eram discutidos em congressos e reuniões de comissões governamentais, resultando apenas na publicação de material didático e informativo. Em 1945, a Comissão Nacional de Alimentação foi criada e, em 1965, ocorreu o Simpósio Brasileiro de Alimentação e Nutrição (SIBAN), retratando a situação alimentar e nutricional da população. No ano de 1992, veio a Lei nº 8.543, que determinou a obrigatoriedade da declaração da presença de glúten nos rótulos e embalagens dos alimentos que o contém, como trigo, aveia, cevada, malte, centeio e/ou derivados. Em 1998, foram publicadas as portarias nº 41 e nº 42 da SVS/MS, correspondentes à Rotulagem Nutricional e à Rotulagem Geral de Alimentos Embalados, respectivamente, reconhecendo-se, pela primeira vez, a importância da regulamentação do conteúdo de nutrientes, ainda que a sua declaração fosse facultativa para os alimentos em geral. A Portaria nº 41 SVS/MS tornou a rotulagem nutricional obrigatória apenas para aqueles alimentos nos quais se quisesse ressaltar alguma propriedade nutricional (informação nutricional complementar). Neste último caso, a informação nutricional deveria ser expressa por 100g ou 100mL do alimento e deveriam constar, obrigatoriamente, o valor energético, os conteúdos de proteínas, carboidratos, lipídios e fibra alimentar; sendo opcional a declaração de outros nutrientes, como as vitaminas. Em 1999, a Lei nº 9.782, definiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Já a Resolução nº 58 ANVS/MS determinou que a regulamentação de todos os seus produtos e serviços fosse divulgada por meio de Resoluções RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) e a Portaria nº 710 institui a “Política Nacional de Alimentação e Nutrição”. Em 2000, criou-se a RDC nº 94, que transformou a rotulagem nutricional, que era obrigatória apenas para alimentos que destacavam alguma propriedade nutricional ou alimentos com propriedades específicas, em obrigatória para todos os alimentos e bebidas embalados. Manteve a obrigatoriedade dos mesmos itens regulamentados (valor energético, proteínas, gorduras, carboidratos e fibras alimentares) e acrescentou gorduras saturadas, colesterol, cálcio, ferro e sódio. A informação obrigatória deveria ser expressa por 100g ou 100mL de alimento e por porção e o rótulo deveria indicar o número de porções contidas na embalagem. Em 2001, a RDC nº 39 estabeleceu a porção de referência para os diferentes grupos de alimentos. Ainda de 2001, temos a RDC nº 40, que instituiu a obrigatoriedade da declaração dos nutrientes por porção e seu % em relação à IDR, ou seja, a inclusão do % valor diário (VD), tomando como base uma dieta de 2500kcal. Os itens que deveriam ser declarados, obrigatoriamente, continuaram a ser os mesmos que constavam na RDC nº 94. Em 2002, a RDC nº 259 definiu que os rótulos deveriam apresentar, obrigatoriamente, a denominação de venda do alimento (marca), a lista de ingredientes, o conteúdo líquido, a identificação de origem, o prazo de validade, a identificação do lote, na forma de código, data de fabricação ou de validade e as instruções sobre o preparo do alimento, quando necessário. Em 2003, a Lei nº 10.674 determinou que todos os alimentos apresentassem em seus rótulos a inscrição “contém Glúten” ou “não contém Glúten”. Ainda em 2003, a RDC nº 360 foi publicada e causou muito impacto tanto no setor produtivo como consumidor, pois estabeleceu que a rotulagem nutricional compreendesse a declaração obrigatória do valor energético e de nutrientes (carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas, gorduras trans, fibras alimentares e sódio), bem como a informação nutricional complementar relativa à declaração facultativa de propriedades nutricionais. Ademais, vitaminas e sais minerais podiam ser declarados opcionalmente, desde que cada porção do alimento contivesse, pelo menos, 5% da IDR (Ingestão Diária Recomendada). Assim, qualquer declaração de propriedade nutricional deveria vir acompanhada da apresentação de conteúdo do nutriente ao qual se refere o destaque nutricional. De 2007, temos o Informe Técnico nº 26, que prevê a indicação de aromas naturais e artificiais. De 2012, há a RDC nº 54, que dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Informação Nutricional Complementar. De 2015, há a RDC nº 26, que dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares. Recentemente, em 2017, criou-se a RDC nº 135, que altera a Portaria SVS/MS nº 29, de 1998, que aprovava o regulamento técnico referente a alimentos para fins especiais, para dispor sobre os alimentos para dietas com restrição de lactose. Já a RDC nº 136 estabeleceu os requisitos para declaração obrigatória da presença de lactose nos rótulos dos alimentos e a RDC nº 150 estabeleceu os requisitos para o enriquecimento de farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico.
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