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ESPONTANEIDADE E EQUILÍBRIO O objetivo do estudo de espontaneidade e equilíbrio é distinguir uma transformação irreversível (real) de uma transformação reversível (ideal). Transformações irreversíveis são reais, naturais ou espontâneas. A condição para esse processo é a Desigualdade de Clausius (esta desigualdade diz que num sistema isolado a entropia do sistema não pode diminuir quando ocorrer uma transformação espontânea.) Transformações reversíveis é aquele que apresenta um deslocamento infinitesimal da posição de equilíbrio. Logo, qualquer variação em alguma propriedade do sistema pode mudar o sentido do processo. O sistema é transformado através de uma mudança reversível de estado embora permaneça em equilíbrio. A condição para reversibilidade é, portanto, uma condição de equilíbrio. As duas condições podem ser combinadas em uma única, onde se admite que o sinal de igualdade implica um valor reversível de dQ. Equilíbrio = condição de reversibilidade. Desigualdade = condição de espontaneidade (irreversibilidade). Usando o primeiro princípio da Termodinâmica, teremos: (1ª Lei da Termodinâmica) ou Essas duas equações exprimem a condição de equilíbrio (=) e de espontaneidade (>) para uma transformação em termos de variações nas propriedades do sistema dU, dV, e dS e da quantidade de trabalho dW ou dWa associada a transformação. TRANSFORMAÇÕES EM UM SISTEMA ISOLADO Para um sistema isolado de sua vizinhança teremos: Isso significa que para um sistema isolado esteja em equilíbrio precisa ter a mesma temperatura em todas as suas partes. Assumamos, agora, que um sistema isolado é dividido em duas partes, α e β. Se uma quantidade de calor dQrev passar reversivelmente da região α para a região β, obteremos: *O calor é –dQrev porque está cedendo calor do sistema α (Q<0). *O calor dQrev é positivo em dSβ porque recebe calor do sistema α (Q>0). A variação total da entropia em um sistema isolado e reversível será, então: Se o fluxo de calor ocorrer espontaneamente, pela relação = O calor flui espontaneamente da região de maior temperatura α, para a de menor temperatura, β. Logo, NO EQUILÍBRIO, SISTEMA REVERSÍVEL NA DESIGUALDADE, SISTEMA IRREVERSIVEL (ESPONTÂNEO) TRANSFORMAÇÕES A T constante Se um sistema sofre uma transformação isotérmica (T ~ cte) então: A equação abaixo pode ser substituída da seguinte forma: A combinação de variáveis U – TS aparece tão frequentemente que se dá o símbolo especial, A chamada de energia de Helmholtz (A). A energia de Helmholtz (A) é uma grandeza que mensura a parcela de energia interna (dU) que pode ser utilizado na forma de trabalho. Em temperatura constante (processos isotérmicos) encontra-se diretamente associada ao trabalho total realizado pelo sistema sobre sua vizinhança, ou seja, é a energia útil que sobra para uso depois que o sistema utilizou parte da energia interna para expandir as fronteiras do sistema (-PdV) e redistribuir as moléculas nos diferentes níveis quânticos de energia (TdS) para processos à temperatura e volume cte. O trabalho produzido em uma transformação isotérmica é menor ou igual à diminuição da energia de Helmholtz (A). O sinal de igualdade (=) aplica-se as transformações reversíveis. O sinal de desigualdade (>) aplica-se as transformações irreversíveis. Ou seja, para transformações reversíveis, o trabalho máximo obtido num processo isotérmico de estado é igual à diminuição da energia de Helmholtz (A). Para transformações irreversíveis, o trabalho máximo obtido num processo isotérmico de estado é menor à diminuição da energia de Helmholtz (A). *Trabalho máximo = todos os tipos de trabalho produzidos na transformação. TRANSFORMAÇÕES A T e P constante O sistema é confinado sob pressão constante, Pop = p, que é a pressão de equilíbrio do sistema. Como P e T são constantes, p(dV) = d(pV) TdS = d(TS) Logo, substituindo na equação teremos: A combinação de variáveis U +pV – TS que se refere à um símbolo especial G, uma propriedade de estado é chamada de energia livre de Gibbs do sistema. *Recordando que A = U - TS A energia livre de Gibbs (G) é uma grandeza que busca medir a totalidade da energia atrelada a um sistema termodinâmico disponível para a execução de trabalho útil (trabalho atrelado ao movimento em máquinas térmicas). É útil na compreensão e descrição de processos simultaneamente isotérmicos e isobáricos: em transformações à temperatura e pressão constantes. Logo, a energia livre de Gibbs encontra-se diretamente associada ao trabalho útil realizado pelo sistema, em princípio facilmente mensurável a partir da determinação da variação das energias cinéticas associadas. Logo, A energia livre de Gibbs (G) pode ser definida como: ou Em relação a igualdade da relação, temos: Para processos reversíveis: A diminuição de G (-ΔG) associada a uma mudança de estado a T e P constantes é igual à quantidade máxima de trabalho Wa,rev isto é um trabalho produzido além do trabalho de expansão que se poderia obter na transformação. Para processos irreversíveis: O trabalho produzido em uma transformação real (sem levar em consideração o trabalho de expansão) é menor que a diminuição da energia de Gibbs que acompanha a mudança de estado a T e P constantes. As transformações espontâneas podem continuar a ocorrer em tais sistemas na medida que a energia livre de Gibbs (G) possa diminuir, isto é, até que a energia atinja um valor mínimo. As transformações em equilíbrio tem um valor mínimo da energia livre de Gibbs (G) para ser utilizado. A maioria das reações químicas e transformações de fase são sujeitas às condições de T e P constantes. O sinal algébrico de ΔG nos dirá se a transformação poderá ocorrer na direção que imaginamos. *Se o ΔG for positivo pode significar que a direção natural é oposta á direção que imaginamos. ΔG Transformação Negativo Espontânea Nulo (=0) Equilíbrio Positivo Não Espontânea AS EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DA TERMODINÂMICA Um sistema termodinâmico necessita de: Propriedades mecânicas: Pressão (P) e Volume (V) Propriedades fundamentais: Temperatura (T), Entropia (S) e Energia interna (U) Variáveis compostas: Entalpia (H), Energia de Helmholtz (A) e Energia Livre de Gibbs (G). Vamos nos restringir apenas a sistemas que produzem trabalho de expansão, ou seja dWa = 0 (trabalho útil). Diferenciando as variáveis compostas: ENTALPIA (H) ENERGIA DE HELMHOLTZ (A) ENERGIA LIVRE DE GIBBS (G) Em cada uma dessas equações dU é substituído por TdS – pdV o que nos resulta em: Relaciona a variação de entalpia com variações de entropia e pressão: Relaciona a variação de energia de Helmholtz (A) com variações de temperatura e volume: Relaciona variações da energia livre de Gibbs (G) com variações de temperatura e pressão: Agora veremos as equações diferencias com respeito as A e G: A primeira equação relaciona a dependência da entropia com o volume a temperatura constante. A segunda equação relaciona a dependência da entropia com a pressão a temperatura constante. A e G são funções de estado apenas se S for função de estado. AS PROPRIEDADES DE A As propriedades da energia de Helmholtz (A) são expressas pela equação fundamental: Essa equação nos mostra A em função de T e V, portanto temos: Significa dizer que, como a entropia de qualquer substância é positiva, mostra que a energia de Helmholtz de qualquer substância diminui (sinal negativo) com o aumento da temperatura. Essa diminuição é maior quanto maior for a entropia (desordem no sistema) da substância. Um aumento de volume diminui a energia de Helmholtz, essa diminuição é tanto maior quanto maior for a pressão. AS PROPRIEDADES DE G As propriedades da energia livre de Gibbs (G) são expressas pela equação fundamental:Essa equação nos mostra A em função de T e P, portanto temos: Como a entropia de qualquer substância é positiva, o sinal negativo mostra que um aumento de temperatura diminui a energia de Gibbs, se a pressão for constante. Essa diminuição é maior para os gases, que têm altos valores de entropia, do que para os líquidos ou sólidos, que tem baixos valores de entropia. Como V é sempre positivo, mostra que um aumento de pressão, a temperatura constante, acarreta um aumento da energia de Gibbs. Quanto maior o volume do sistema, maior será o aumento da energia de Gibbs para um dado aumento de pressão. O volume maior de um gás implica o fato de que a energia de Gibbs de um gás aumenta muito mais rapidamente com a pressão do que do que aumentaria para um líquido ou sólido. Integrando a equação, a temperatura constante, desde a pressão = 1 atm até qualquer outra pressão p: ou onde (T) é a energia de Gibbs da substância a pressão de 1 atm, ou seja a energia de Gibbs padrão que é em função da temperatura. Se a substância em questão for um líquido ou sólido, o volume será praticamente independente da pressão e poderá sair da integração. Como o volume de líquidos e sólidos é pequeno, ao menos que a pressão seja enorme, a equação fica para fases condensadas: e ignoraremos a relação de G com a pressão. O volume dos gases é muito maior que o de líquidos e sólidos e depende da pressão. Logo, a equação será: Se tem o costume de utilizar o símbolo 𝝁 quando se trata de energia de Gibbs por mol. Portanto, para a energia de Gibbs molar para um gás ideal, teremos: Com uma temperatura especificada, a pressão determina a energia de Gibbs de um gás ideal, quanto maior a pressão, maior a energia de Gibbs. ENERGIA DE GIBBS DE UM GÁS IDEAL EM FUNÇÃO DA PRESSÃO
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