Buscar

oclusao arterial aguda

Prévia do material em texto

Fefa Cardoso 
Ct- Insta: @fefa_cardoso 
Resumo de Oclusão arterial aguda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© Definição: 
 
– Súbita diminuição da perfusão de um 
membro, com possível lesão tecidual e risco 
de perda da viabilidade da área afetada – 
pode afetar tanto os MMI quanto os MMII, 
sendo este último, o mais acometido e 
comum; 
– Sintomas duram menos de 2 semanas; 
– Causada por uma embolia ou trombose 
arterial; 
– É a emergência vascular mais comum 
– O início das manifestações e do quadro 
clínico da OAA depende do tempo de 
oclusão do vaso, da localização em que o 
vaso foi afetado e da existência de 
colaterais que possam fornecer a irrigação 
sanguínea para o tecido em sofrimento – se 
o tecido que foi ocluído não tem a presença 
da circulação colateral, a situação será mais 
grave; 
– Presença de acometimento aterosclerótico 
prévio da extremidade afetada, também 
influirá no aparecimento da sintomatologia; 
– Além da anticoagulação sistêmica e à 
tromboembolectomia cirúrgica, as novas 
técnicas endovasculares têm trazido 
resultados promissores para o salvamento do 
membro acometido; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© Diagnóstico: 
 
 
ANAMNESE: 
– Uma boa anamnese é a chave pra tudo; 
– Importante saber que o quadro clínico varia 
conforme a topografia da obstrução e da 
presença da circulação colateral; 
– Perguntar como estava o membro antes do 
quadro isquêmico e comparar com o estado 
atual; 
– Pacientes que não apresentam queixas de 
claudicação intermitente ou que não 
realizam revascularização previa do membro, 
provavelmente são mais acometidos por 
embolia periférica; 
– Se o paciente apresentar: 
• Dor súbita – sintoma mais comum 
• Palidez; 
• Frialdade; 
• Paralisia 
• Ausência de pulso; 
• Parestesia 
 
São os indicadores de obstrução arterial aguda 
(OAA); 
 
A partir do momento que o paciente deixar de 
sentir dor e sentir dormência do membro, isso já 
é sinal de gravidade! 
A ausência de movimento também é um outro 
sinal de agravamento; 
 
Enchimento capilar lento ou ausente; 
 
Há disfunção neurológica e muscular em casos 
graves; 
 
Perda de sensibilidade – paciente não sente ao 
tocar no membro – também é sinal de gravidade 
da isquemia! 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oclusão Arterial Aguda Oclusão Arterial Aguda 
 
 Fefa Cardoso 
Ct- Insta: @fefa_cardoso 
Resumo de Oclusão arterial aguda 
 
 
❊ Avaliação clínica: 
 
Deve incluir: 
• Duração dos sintomas; 
• Intensidade da dor; 
• Gravidade do déficit motor e 
sensorial 
 
Para a identificação da ameaça de uma 
extremidade não-viável!! 
 
 
A isquemia aguda dos membros é uma 
emergência médica e deve ser reconhecida 
rapidamente! 
 
A restrição de tempo é devido ao período que o 
musculo esquelético irá tolerar a isquemia, cerca 
de 4 a 6 horas. Quanto maior for a 
sintomatologia, menor será a chance de resgate 
do membro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO: 
 
– A regra dos 5P’s/6P’s; 
– É possível identificar além dos sinais e 
sintomas, o colabamento das veias 
superficiais e a lentificação do 
enchimento capilar; 
– A ausência de pulsos periféricos define 
o nível da oclusão e, se estiverem 
presentes no membro contralateral, 
reforçarão a hipótese de embolia 
arterial; 
9 Presença de pulso tibial 
anterior e posterior = oclusão é 
abaixo da tíbia; 
9 Ausência de pulso poplíteo 
com presença do femoral – 
oclusão a nível de poplítea 
 
– Análise da sensibilidade superficial; 
– Dos reflexos motores; 
– Dor à palpação da musculatura são 
fundamentais na avaliação do membro 
em sofrimento; 
 
© Classificação – PROVA!! 
 
Para estabelecer condutas, eu divido essas 
isquemias em classificações de gravidade; 
A mais comum, é a classificação de Rutherford; 
 
• Categoria I: membros viáveis que 
estão imediatamente ameaçados 
(não correm riscos de perda); 
• Categoria II: refere-se a membros 
ameaçados; 
® IIa: estão moderadamente 
ameaçados e são 
recuperáveis, se 
prontamente tratados; 
® IIb: apresentam ameaça 
imediata à integridade do 
membro e requerem 
revascularização em regime 
emergencial para que seja 
realizado o salvamento da 
extremidade; 
 
• Categoria III: membros com danos 
irreversíveis, em que há maior perda de 
tecido e dano permanente ao tecido 
nervoso – quando demora muito pra 
buscar ajuda!! 
 
DICA!! 
Lembrar dos 6P’s para identificar os 
sintomas da OAA: 
 
 Fefa Cardoso 
Ct- Insta: @fefa_cardoso 
Resumo de Oclusão arterial aguda 
 
 
© Exames complementares: 
 
 
❊ Doppler: 
 
– O diagnostico inclui a avaliação do fluxo 
arterial e venoso com um doppler de onda 
continua portátil devido à imprecisão da 
palpação de pulso; 
– Perda de sinal com doppler = indica que o 
membro pode estar irreversivelmente 
danificado; 
 
Nos casos de urgência, que não der tempo de 
fazer outros exames, o doppler e a USG (quando 
disponível) são essenciais para serem feitos! 
 
❊ Angio-TC: 
 
– Angiotomografia computadorizada (angio 
TC): uso para a possibilidade de 
investigação diagnóstica, principalmente para 
verificar o local e a natureza da oclusão, a 
angio TC é o exame de escolha inicial, já que 
fornece imagens similares à arteriografia e 
permite o planejamento cirúrgico apropriado; 
 
❊ Arteriografia: 
 
– A arteriografia auxilia no diagnostico 
diferencial entre trombose e embolia; 
9 Também permite visualizar o 
fluxo arterial e construir a via 
de acesso para o tratamento 
endovascular da OAA. 
 
❊ Ressonância Magnética: 
 
– Pode ser empregada, mas é menos útil 
quando comparada à angio-TC e à 
arteriografia; 
 
 
❊ Exames Laboratoriais: 
 
– Avaliam a gravidade de repercussão 
sistêmica e local; 
– Elevação dos níveis de creatinaquinase e 
mioglobina – avalia a função renal; 
 
 
 
 
® A avaliação diagnostica pode identificar 
condições pró-trombóticas, tais como: 
 
• Uma neoplasia – gera trombo; 
• Síndrome anti-fosfolipídio – autoimune 
de condições formadoras de trombo; 
• HIV; 
• Hiperhomocisteinemia- aumento das 
placas de aterosclerose nos vasos; 
 
Avaliação etiologia cardiovascular embólica, pode 
ser realizada após a revascularização 
 
• No infarto agudo do miocárdio - esse 
músculo para de contrair uma vez que 
as células morreram, essa área sem 
contração, chamamos de área 
hipocinética no coração. Nessa região 
de hipocinsia, há a formação de 
trombos e estes podem se deslocar 
para qualquer área (cérebro, etc.) – 
mais comumente acontecem de irem 
aos membros inferiores; 
9 Faz-se um ECG pra avaliar 
essa função cardíaca! 
 
 
© Diagnóstico diferencial: 
 
– Muito comumente confundido com a TVP 
(trombose venosa profunda); 
– Embora possa se manifestar com dor, 
® Presença de veias superficiais 
distendidas; 
® Edema; 
® Temperatura da pele normal ou 
elevada; 
® Presença de pulsos arteriais 
palpáveis 
 
Diferenciam-se da clínica esperada em um caso 
de oclusão arterial aguda – ou seja, essas 
características listadas acima, estão presentes na 
TVP e não na OAA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em casos mais graves de TVP, pode ocorrer um 
caso mais grave, chamado de flegmasia ceruela 
dolente – quando o edema é tão significativo a 
ponto de comprometer a circulação desse 
membro. 
 
 Fefa Cardoso 
Ct- Insta: @fefa_cardoso 
Resumo de Oclusão arterial aguda 
 
 
© Cuidados pré-operatórios: 
 
– Todos os pacientes devem receber 
heparinização sistêmica, se não houver 
contraindicação; 
– Utiliza-se a dose de ataque inicial = 300 
UI/Kg; 
– Seguida de infusão contínua de 50-70 
UI/Kg por hora na bomba de infusão; 
 
– O objetivo é manter o tempo de ativação de 
trombina entre 2,5-3 vezes o valor basal. 
 
– Além da heparinização, o paciente deve 
receber cuidados como proclive e proteção 
do membro com algodão laminado. 
 
 
© Tratamento: 
 
– As técnicas são diversas; 
 
– A escolha da abordagem terapêutica vai 
depender do diagnóstico clínico, exame 
físico, exames complementares quedefinem 
a origem etiológica da obstrução e o grau 
de isquemia do membro afetado; 
 
– Dentre as opções de tratamento; 
 
• Terapia de trombólise via cateter – 
procedimento endovascular; 
• Cirurgia aberta com realização de 
ponte com enxerto autólogo ou 
prótese; 
• Nos casos de trombose = faz a ponte 
safena e revasculariza; 
• Na embolia = tratamento mais simples, 
passa um cateter; 
 
 
– A classificação de Rutherford guia sobre a 
escolha do procedimento e também sobre o 
tempo ideal para ser realizado. – 
IMPORTANTE! 
– Membros que tenham sua integridade 
ameaçadas mesmo que de forma moderada 
(categorias IIa e IIb), devem ser 
revascularizadas em caráter de emergência 
– até 6 horas- rápido!! 
– Já aquelas que se apresentam viáveis 
(categoria I), podem ser revascularizados 
em regime de urgência – 6 a 24 horas; 
– Membros de categoria III – isquemia 
irreversível- a conduta deve ser amputação 
primaria acima do local de obstrução; 
9 Esses casos normalmente 
acontecem pelo 
prolongamento do tempo de 
evolução sem procura pelo 
hospital; 
9 Foi muito comum na época do 
COVIS – por conta do medo 
da população de ir aos 
hospitais; 
 
– O uso da terapêutica endovascular no 
tratamento da oclusão arterial aguda 
aumentou significativamente nas últimas 
décadas; 
– Antes de submeter o paciente a um 
procedimento endovascular, a realização de 
investigação complementar com exame 
angiográfico para definição precisa da 
extensão da trombose e avaliação do fluxo 
proximal e distal é indispensável para a 
escolha do tratamento. 
 
© Técnica cirúrgica: 
 
❊ Embolectomia: 
 
– Retirada de um trombo; 
– Introdução de um cateter de 
Fogarty- cateter com um balão 
inflável em sua extremidade distal – 
e passagem deste dispositivo através 
do êmbolo. 
– Corta a artéria transversalmente, 
entra com o cateter (com o balão na 
ponta), ao chegar perto do trombo, 
insufla o balão e ele leva o trombo 
junto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fefa Cardoso 
Ct- Insta: @fefa_cardoso 
Resumo de Oclusão arterial aguda 
 
❊ Trombólise: 
 
 
– Após avaliação angiográfica; 
– Determinação da localização, extensão da 
lesão bem como o fluxo proximal e distal, o 
operador progride um fio guia através da 
lesão e posiciona um cateter multiperfurado, 
para a injeção direta da droga trombolítica 
na lesão; 
– Os agentes trombolíticos convertem 
plasminogênio em plasmina, a qual degrada 
a fibrina e dissolve o trombo; 
– As principais drogas fibrinolíticas são a 
estreptoquinase, a uroquinase e o ativador 
do plasminogênio tecidual; 
 
O uso desses medicamentos só é utilizado 
quando o tratamento do cateter não for bem-
sucedido! – ex: casos de pacientes com doença 
aterosclerótica. 
 
 
❊ Fasciotomia: 
 
– Quando o paciente ultrapassa aquelas 6 
horas de espera e se está no limite para 
perder esse membro; 
– Ocorre no membro o que chamamos de 
Síndrome compartimental – quando existe 
ausência das vias de oxigenação do tecido, o 
organismo se utiliza de outras vias, as quais 
chamamos de “Vias alternativas” e como 
produtos desta utilização, existe a produção 
de ácidos laticos, fluidos, etc. que culminarão 
na morte da célula. Essa acumulação de 
líquidos, gera um edema do compartimento 
tecidual e a fáscia que recobre esse 
compartimento, será levemente distendida, 
porém realizará uma pressão considerável 
sobre essa região, gerando altas pressões 
sobre nervos, vasos, etc. 
– Como forma de alívio da pressão, faz-se a 
fasciotomia – para não comprometer o 
suprimento sanguíneo arterial; 
– Ao perceber o endurecimento da 
musculatura da panturrilha, eu já posso 
recorrer a este procedimento; 
 
 
 
 
 
 
 
 
© Cuidados no pós-operatório: 
 
– Paciente deve ser mantido anticoagulado 
(com heparina não fracionada ou a de baixo 
peso molecular – subcutânea) se houver 
evidência embólica não resolvida com 
heparinização bem como as medidas gerais 
de conforto e proteção do membro; 
 
– Seguimento: acompanhamento pós 
revascularização deve ser periódico, com 
avaliação funcional e sintomática. É 
indispensável a realização do índice 
tornozelo-braço (avaliar a pressão dos 4 
membros) – para verificação de pulso neste 
acompanhamento. O ultrassom de membros 
inferiores com doppler na avaliação de 
pacientes que realizam cirurgia de by-pass 
ou colocação de stent intraluminal 
 
 
© Conclusão: 
 
– A elevada prevalência da morbidade 
associada à oclusão arterial aguda, tornam 
indispensável o reconhecimento precoce e a 
terapia apropriada para minimizar a 
incapacidade funcional permanente. 
– uma vez que essa patologia é muito comum, 
devemos ajudar o máximo possível o 
paciente afim de oferecer-lhe a melhor 
qualidade de vida possível! 
– Dessa forma, é necessário ter conhecimento 
das alterações clínicas típicas da patologia e 
sua classificação, para que a tomada de 
decisão seja correta, e instituída a conduta 
terapêutica ideal para cada caso.

Continue navegando