Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disfunções Musculoesqueléticas Epicondilite lateral O tênis - História ● Na Inglaterra em 1874, a criação do tênis foi atribuída ao Major inglês Walter Clopton Wingfield, que inventou uma versão que podia ser jogada ao ar livre. ● O jogo era chamado de Sphairistike (Lawn Tennis). ● O Brasil descobriu a modalidade no término do século XIX, através dos ingleses e franceses. O Jogo ● Participam no jogo dois oponentes ou duas duplas de oponentes, podendo ser mistas (homens e mulheres) ou não. A quadra é dividida em duas meia-quadras por uma rede, e o objetivo do jogo é rebater uma pequena bola para além da rede (para a meia-quadra adversária) com ajuda de uma raquete. https://pt.wikipedia.org/wiki/Bola_de_t%C3%A9nis https://pt.wikipedia.org/wiki/Raquete Anatomia ● O epicôndilo lateral é a parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo, sendo sítio de origem de vários músculos (extensor radial curto do carpo, extensor comum dos dedos, extensor radial longo do carpo, supinador). ● Nervos: Nervo radial, Ulnar e Mediano. Etiologia ● A epicondilite lateral é considerada uma patologia multifatorial. ● Causada por uma lesão musculotendínea na origem dos extensores próximo do epicôndilo lateral, principalmente o extensor radial curto do carpo. ● Está associada a movimentos repetitivos e vigorosos dos músculos do antebraço. 95% dos pacientes e é representado por pessoas entre 35 e 55 anos, nas quais o início dos sintomas é relativamente insidioso. Geralmente, são trabalhadores que exercem atividades de repetição ou esforços intensos isolados. 5% forma um grupo formado por pacientes jovens, atletas que praticam intensamente atividades no qual o sobre-uso é o fator preponderante Fisiopatologia ● Microrrupturas são acompanhadas de cicatrização parcial e de hiperplasia angiofibroblástica. ● Vascularização precária (infarto tecidual). ● Áreas de ruptura do colágeno, presença de miofibroblastos e elementos vasculares anormais. Quadro clínico ● Dor sobre o epicôndilo lateral, que se irradia ao longo dos músculos extensores (piora à noite). ● Em atletas, a dor tem geralmente início repentino e de rápida evolução. ● Perda progressiva da força de apreensão e dificuldade de segurar peso com a mão. Quadro clínico ● Dor se agrava por pequenos movimentos do cotovelo e pode impedir a realização de atividades diárias comuns. ● Dor ao alongamento passivo ou contração dos extensores de punho. ● Ao exame físico, o paciente apresenta dor localizada à palpação na origem dos extensores, muitas vezes determinando com precisão um ponto máximo de dor anterior e distal ao epicôndilo. Avaliação Fisioterapêutica •Anamnese básica (Idade, Ocupação, QP, HMA, HP, História Familiar, Lesões prévias, medicamento…) • Qual foi o mecanismo de lesão? (queda, estalo, dor, arremesso) • Qual o tempo do problema? Atividades que agravam? • Locais e limites da dor? Irradiação? Piora à noite? 1º-Anamnese • Atividades que aumentam ou diminuem a dor? Puxar (tração), girar (torção), empurrar (compressão). • Posição de alívio da dor? • Indícios de deformidade, atrofia ou espasmo? • Há restrição de movimento? •Inspeção (Avaliação da postura, simetria articular e muscular, sinal de inflamação). • Palpação de estruturas (Estruturas ósseas, músculos, ligamentos). Observação ● Despir ambos os braços e observar se o paciente consegue fazer a flexão do cotovelo em 90 graus. ● Observar postura corporal completa e área do ombro e pescoço. ● Observar se há presença de edema. 2ºAvaliação da ADM Movimentos ativos: Flexão, extensão, supinação, pronação, e se for necessário movimento combinados, repetitivos e posições sustentadas. Isométricos resistidos: Flexão, extensão, supinação, pronação, flexão do punho, extensão do punho. Movimentos passivos: Flexão, extensão, supinação e pronação. Observação: •Movimentos dolorosos devem ser realizados por último. •O paciente deve realizar os movimentos ativos antes de o fisioterapeuta fazer os passivos. 3º-Testes Especiais ● Teste para Epicondilite Lateral ou de Cozen (Método 1). ● Teste para Epicondilite Lateral ou de Mill (Método 2). ● Teste para Epicondilite Lateral (Método 3). 4º-Movimentos acessórios ● Avaliar movimentos artrocinemáticos (rolamento,deslizamento e rotação). 5º-Avaliação Funcional ● Análise de atividades. ● Observar o efeito da lesão e incapacidade nas tarefas do dia a dia. ● Estabelecer o que é importante pro paciente e suas expectativas. 6º-Reflexos e distribuição cutânea ● Indicação do estado do nervo ou das raízes nervosas responsáveis pelo reflexo. ● Verifica a distribuição cutânea dos vários nervos periféricos e os dermátomos em torno da articulação. Avaliação modelo CIF Diagnóstico Médico: ● Epicondilite lateral. Diagnóstico Fisioterapêutico CIF Estruturas e função: Acomete o epicôndilo lateral, o tendão do extensor radial do carpo e do extensor comum dos dedos e irradia para a musculatura extensora (ERCC, ERLC, extensor comum dos dedos e supinador). Os tendões são comprometidos e ocorre a diminuição da força e resistência da musculatura extensora do braço. Atividades A epicondilite lateral afeta a realização de tarefas simples do cotidiano, como: escovar os dentes, abrir uma porta, escrever, digitar, cozinhar, levantar pequenos pesos. Participação Há dificuldade ou até mesmo incapacidade para a prática esportiva ( jogar vôlei, tênis, natação, etc.), para fazer musculação na academia ou algum outro lazer. Métodos Preventivos ● Prática diária e progressiva das técnicas esportivas. ● Evitar treinamentos exageradamente exaustivos e longos. ● Treinamento de resistência e de força explosiva. Importante:Investigar os locais da aplicação das maiores sobrecargas para elaboração de programas de prevenção. Métodos Preventivos ● Em caso de fraqueza muscular, dar início ao programa de fortalecimento. ● Protocolos de alongamento para melhorar a flexibilidade. ● Realização da técnica corretamente. ● Tipo de material utilizado (aumento da sobrecarga nos membros superiores aumentando o risco de lesões). Exemplo: tipo de raquete. Tratamento Objetivos: Tratar do quadro álgico. Restabelecer força e flexibilidade dos extensores de punho. Controlar evolução da síndrome. Fazer com que o paciente volte a realizar as atividades diárias. Tratamento ● Cirúrgico (menos de 5% dos casos). ● Conservador. O tratamento conservardor se mostra eficaz na maioria dos casos. Fase aguda: ● Repouso. ● Crioterapia e TENS:tratar quadro álgico . ● Ultrassom pulsado (estimular cicatrização + analgesia+aquecimento antes dos exercícios). ● Exercício para ganho de ADM em flexão e extensão do punho e cotovelo. ● Uso de órtese no punho durante a atividade (evitar movimentos que provoquem dor). ● Bandagem elástica funcional: -Atua no controle da dor e do processo inflamatório da epicondilite lateral de cotovelo + alinhamento articular. ● Massagem Profunda Transversa (Reduzem a aderência fibrosa e contribui para prevenção de futuras lesões). ● Exercícios terapêuticos (Aumento da força muscular,melhora na função e efeito analgésico nos pacientes): -Alongamento. - Exercícios de fortalecimento progressivo excêntrico e concêntrico. -Exercícios funcionais. ● Exercícios isométricos, resistidos, concêntricos e excêntricos (para fortalecimento→ realizados de forma gradativa). Fase crônica: ● Alongamento dos flexores e extensores do cotovelo e punho( recuperar o comprimento funcional das musculaturas, realinhamento da postura, possibilitando o alívio de tensões e melhoramento na amplitude de movimento,além o ganho de propriocepção). ● Reiniciar de forma gradual os exercícios e atividades estressantes. ● Corrente Aussie associada a exercícios de fortalecimento(Fortalecimento muscular). Complicações Se não for tratada a epicondilite lateral ou o paciente interrompa o tratamento poderáocasionar: - Dor de cotovelo crônica. - Limitação de movimentos (flexão,extensão,pronação,supinação). -O tendão pode se romper ou ter rupturas de forma parcial ou total. Dessa forma, o paciente com epicondilite lateral tem a funcionalidade do braço afetada. -Caso o tratamento conservador não se mostre eficaz,o paciente será encaminhado para o médico para possível cirurgia. Referências •BALBINOTTI, C. O ensino do tênis: novas perspectivas de aprendizagem. Porto Alegre, RS: Artmed; 2009. 288p. •Boyer M.I., Hastings H.: Lateral tennis elbow: “Is there a science out there?” J Shoulder Elbow Surg 8: 481-491, 1999. •Boyer M.I., Hastings H.: Lateral tenniselbow: “Is there a science out there?” J ShoulderElbowSurg 8: 481-491, 1999. •BRITES, Ana Luisa Pedrosa. Abordagem ao tratamento da epicondilite lateral. Covilhã. 2014. •COHEN Marcio, FILHO Geraldo da Rocha Motta. Epicondilite lateral do cotovelo. São Paulo: Revista Brasileira de Ortopedia, 2012.Elbow Surg 8: 481-491, 1999. •FONSECA, Pedro Gonçalves. A influência da raquete de tênis na sobrecarga de membros superiores. Universidade Federal de Minas Gerais. 2015. •Freitas A.D.: “Epicondilites”. In: Clínica ortopédica, vol. 3/1, Rio de Janeiro, Medsi, p. 131-136, 2002. • Johnson GW, Cadwallader K. Treatment of Lateral Epicondylitis. 2007 de Setembro de;76(6):843–8. · •Lech O., Severo A.: “Ombro e cotovelo”. In: Ortopedia e traumatologia: princípios e práticas, 3a ed. Porto Alegre, Artmed, p. 185-237, 2002. • LECH, Osvandré; PILUSKI, Paulo Cesar Faiad Lech; SEVERO, Antonio Lourenço. Epicondilite lateral do cotovelo. • LESH, Ovandre;PILUSKI, P.C.F; SEVERO,Antônio Lourenço. Epcondilite Lateral do cotovelo. RevBrasOrtop, Rio Grande do Sul, v.38 , n.8 , p.1-16 ,ago./2003 • MOREIRA, Carla Sofia de Oliveira. Prevalência dos factores de risco para a epicondilite lateral numa população praticante de tênis. Universidade de Coimbra. 2010. • Morrey B.F., Bennett J.B., Coonrad R.W., Nirschl R.P., Tullos H.S.: Symposium: management of lateral epicondylitis. ContempOrthop 13: 53-84, 1986] • Nirschl R.P.: Lateral tennis elbow. Tech Shoulder Elbow Surg 1: 192-200, 2000. Boyer M.I., Hastings H.: Lateral tennis elbow: “Is there a science out there?” J Shoulder • Nirschl RP, Pettrone FA. Tenniselbow. The surgicaltreatment of lateral epicondylitis. J BoneJointSurg Am. 1979;61(6):832-9. •Nirschl RP. Elbowtendinosis/tenniselbow. Clin Sports Med. 1992;11(4):851-70. • OLIVEIRA, Rafael Silva de, CARVALHO, Vilmara Alves, DUTRA, Enéas de Freitas. Lesões incidentes de praticantes de tênis em campo: uma revisão literária. Centro Universitário de Saúde, Ciências Humanas e Tecnologias do Piauí. • Regan W, Wold LE, Coonrad R, Morrey BF. Microscopichistopathology of chronicrefractory lateral epicondylitis. Am J Sports Med. 1992;20(6):746-9 • RESENDE, Marília Manigli, CÂMARA, Cibele de Nazaré da Silva, Ft, CALLEGARI, Bianca. Fisioterapia e prevenção de lesões esportivas. Fisioterapia do Brasil. 2014. • SILVA, Beatriz dos Reis Câmera, SOUZA, Flaviano Gonçalves Lopes. Utilização de bandagem elástica funcional KT® como recurso terapêutico na epicondilite lateral do cotovelo - Revisão Bibliográfica. Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual - FASERRA Resumo. • SOBOTTA, J. Sobotta: atlas de anatomia humana. 19.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. v.1. • TERRA, Bernardo Barcellos, RODRIGUES, Leandro Marano, FILHO Anis Nahssen, ALMEIDA, Gustavo Dalla Bernardina, CAVATTE, José Maria, NADAI, Anderson. Tratamento artroscópico da epicondilite lateral crônica. Revista Brasileira de Ortopedia. 2015 • Walther M., Kirschner S., Koenig A., Barthel T., Gohlke F.: Biomechanical evaluation of braces used for the treatment of epicondylitis. J Shoulder Elbow Surg 11: 265-270, 2002.
Compartilhar